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QUESTIONÁRIO RESPONDIDIO DE TGD PUC MINAS EM PDF IVANESIO

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QUESTIONÁRIO DE TGD PUC MINAS 
1) Que matérias são reguladas pelo Código Civil ? 
2) Que é pessoa natural? 
3) Quando começa a personalidade civil do homem e o que são direitos da 
personalidade? 
4) Que é nascituro? 
5) O nascituro possui direitos? 
6) A lei protege as expectativas de direito do nascituro? 
7) Como são defendidos em juízo os direitos do nascituro? 
8) Que é capacidade civil? 
9) Como termina a existência do homem? 
10) Morrendo alguém, cessam seus direitos? 
11) Que pessoas são consideradas por lei como absolutamente incapazes para 
exercer os atos da vida civil? 
12) Quem são considerados pela lei civil como relativamente incapazes para 
realizar certos atos ou à maneira de exercê-los? 
13) Com que idade cessa a menoridade civil? 
14) Há outras formas de fazer cessar a menoridade, antes de completar 21 anos? 
15) Como se dá a emancipação? 
16) É possível revogar a emancipação? 
17) Como praticam os atos da vida civil os menores de 16 anos e os que têm 
entre16 e 18 anos? 
18) Que é pródigo e a que se limita sua interdição? 
19) As doenças, as deficiências físicas ou a idade avançada são causa de 
incapacidade civil? 
20) Como os índios praticam atos da vida civil? 
21) Quais os requisitos para a emancipação do índio? 
2) Qual a lei extravagante que regula a situação jurídica dos índios? 
23) A lei distingue os direitos do brasileiro dos do estrangeiro? 
24) Qual a lei extravagante que regula a situação jurídica dos estrangeiros? 
25) Quais os direitos assegurados e negados aos naturalizados? 
26) O que é comoriência? 
27) Quais as consequências da comoriência? 
28) O que é pessoa jurídica? 
29) Como se dividem as pessoas jurídicas? Dar exemplos 
30) Qual a diferença entre associação e sociedade civil? 
31) O que é fundação? 
32) Como pode ser criada uma fundação de Direito Privado? 
3) Quem fiscaliza as fundações privadas? 
34) O que são sociedades de economia mista? 
35) O que são empresas públicas unipessoais? 
36) O que são entes despersonalizados? 
37) Quem representa em juízo esses entes? 
38) Como se inicia a existência legal das pessoas jurídicas de Direito Privado? 
39) Como se inicia a existência legal das pessoas jurídicas de Direito Público,como 
as autarquias? 
40) Onde se registra o ato constitutivo de um escritório de advocacia? 
41) Onde se registra o contrato social da sociedade empresariais? 
42) Como se extinguem as pessoas jurídicas? 
43) O que é domicílio civil da pessoa natural? 
 44) Onde é o domicílio das pessoas jurídicas de Direito Civil? 
45) Onde é o domicílio legal da União, dos Estados e dos Municípios? 
46) Quais os tipos de domicílios existentes? 
47) Onde é o domicílio da pessoa natural se ela tiver diversas residências ou 
vários centros de ocupação? 
48) Qual o domicílio da pessoa que não tem residência habitual ou ganha a vida 
sempre viajando, sem ponto central de negócios? 
49) Qual o domicílio dos incapazes? 
50) O que é nome? 
51) Qual a natureza jurídica do nome? 
52) Quais os elementos que compõem o nome? 
53) Em que casos se admite a alteração do nome? 
54) Pode a concubina utilizar o patronímico do companheiro? 
5) Em que outras situações pode o nome ser alterado? 
56) Que são bens corpóreos e incorpóreos? 
57) Que são bens móveis, semoventes e imóveis? 
58) Que são bens fungíveis e infungíveis? 
59) Que são bens consumíveis e inconsumíveis? 
60) Que são bens divisíveis e indivisíveis? 
61) Que são bens singulares e coletivos? 
62) Que são bens principais e acessórios? 
63) Que são bens particulares e bens públicos? 
64) Que são bens em comércio e bens fora do comércio? 
65) Que são benfeitorias? 
6) Quais os tipos de benfeitorias existentes? 
67) Que são frutos? 
68) Quais os tipos de frutos existentes? 
69) Que tipos de bens são os navios e as aeronaves? 
70) Que é bem de família? 
71) Que é fato jurídico? 
72) Que é ato jurídico? 
73) Quais os requisitos de validade do ato jurídico? 
74) Qual a diferença entre negócio jurídico e ato jurídico? 
75) Quais são os principais defeitos dos atos jurídicos? 
76) Que é erro? 
7) Qual a conseqüência do erro sobre a validade do ato jurídico? 
78) Que é dolo? 
79) Qual a conseqüência do dolo sobre a validade do ato jurídico? 
80) Que é coação? 
81) Qual a conseqüência da coação sobre a validade do ato jurídico? 
82) Que é simulação? 
83) Qual a conseqüência da simulação sobre a validade dos atos jurídicos? 
84) Depois de praticarem ato jurídico simulado, as partes passam a discutir entre 
si e a litigar judicialmente. Alguma delas poderá alegar que o ato jurídico foi 
simulado? 
85) O que é fraude contra credores? 
86) Quais as condições necessárias para que se reconheça a fraude contra 
credores? 
8) O que é fraude à execução? 
89) Qual a diferença entre fraude à execução e fraude contra credores? 
90) Quais os elementos acessórios ou acidentais dos atos jurídicos? 
91) O que é condição? 
92) O que é termo? 
93) O que é encargo? 
94) Quais os tipos de condição existentes? 
95) O que é condição causal? 
96) O que é condição simplesmente potestativa? 
97) O que é condição puramente potestativa? 
98) O que é condição mista? 
9) O que é condição suspensiva? 
100) O que é condição resolutiva? 
101) O que é ato juridicamente nulo? 
102) Qual a diferença entre ato nulo e ato anulável? 
103) O que é convalidação? 
104) O que é ratificação? 
105) O que é ato jurídico inexistente? 
106) O que é ato jurídico ineficaz? 
107) Qual a diferença entre nulidade e ineficácia do ato jurídico? 
108) Quando é que o ato jurídico será absolutamente nulo? 
109) Quando o ato jurídico será anulável? 
110) O que são atos ilícitos no campo civil? 
111) Qual a conseqüência para o agente que praticou ato ilícito? 
112) O que exclui a ilicitude do ato? 
113) O que é prescrição? 
114) Como e onde pode ser argüida a prescrição? 
115) O prazo prescricional pode ser interrompido? 
116) Quais as causas interruptivas da prescrição? 
117) Qual a diferença entre interrupção e suspensão de prazos? 
118) Em que casos não correm prazos prescricionais? 
120) Quais os prazos prescricionais previstos no C? 
121) Qual o prazo para o advogado cobrar honorários devidos por um cliente? 
122) O que é decadência? 
123) Citar 5 diferenças entre prescrição e decadência 
124) Dar exemplos de prazos decadenciais. 
-------------------------------------------------------------------------- 
 QUESTIONÁRIO RESPONDIDO DE TGD 
1) Que matérias são reguladas pelo Código Civil ? 
R.: Os direitos e as obrigações de ordem privada, concernentes às pessoas, aos 
bens e às suas relações. 
2) Que é pessoa natural? 
R.: O art. 1º do Código Civil, ao prescrever “toda pessoa é capaz de direitos e 
deveres”, emprega o termo “pessoa” na acepção de todo ser humano, sem 
qualquer distinção de sexo, idade, credo ou raça. 
3) Quando começa a personalidade civil do homem e o que são direitos da 
personalidade? 
R.: A personalidade civil se inicia desde nascimento com vida. Integram os direitos 
da personalidade o direito à vida, à integridade físico-psíquica, à identidade, à 
honra, à imagem, à liberdade, à privacidade e outros reconhecidos à pessoa. Os 
direitos da personalidade são inatos, absolutos, intransmissíveis, indisponíveis, 
irrenunciáveis, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis. Os 
direitos da personalidade destinam-se a resguardar a dignidade humana, 
mediante sanções, que devem ser suscitadas pelo ofendido (lesado direto). Essa 
sançãodeve ser feita por meio de medidas cautelares que suspendam os atos que 
ameacem ou desrespeitem a integridade físico-psíquica, intelectual e moral, 
movendo-se, em seguida, uma ação que irá declarar ou negar a existência da 
lesão, que poderá ser cumulada com ação ordinária de perdas e danos a fim de 
ressarcir danos morais e patrimoniais. (art. 12, C) 
4) Que é nascituro? 
 R.: É o ser já gerado, mas que ainda está por nascer. Ante as novas técnicas de 
fertilização in vitro e do congelamento de embriões humanos, houve quem 
levantasse o problema relativo ao momento em que se deve considerar 
juridicamente o nascituro, entendendo-se que a vida tem início, naturalmente, 
com a concepção no ventre materno. Assim sendo, na fecundação na proveta, 
embora seja a fecundação do óvulo, pelo espermatozoide, que inicia a vida, é a 
nidação do zigoto ou ovo que a garantirá; logo, para alguns autores, o nascituro 
só será “pessoa” quando o ovo fecundado for implantado no útero materno, sob 
a condição do nascimento com vida. O embrião humano congelado não poderia 
ser tido como nascituro, apesar de dever ter proteção jurídica como pessoa 
virtual, com uma carga genética própria. Embora a vida se inicie com a 
fecundação, e a vida viável com a gravidez, que se dá com a nidação, entendemos 
que na verdade o início legal da consideração jurídica da 
Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 6 
w.professorhercilio.com 6 personalidade é o momento da penetração do 
espermatozoide no óvulo, mesmo fora do corpo da mulher. Por isso, a Lei n. 
8.974/95, nos arts. 8º, I, II e IV, e 13, veio a reforçar, em boa hora, essa ideia não 
só ao vedar: a) manipulação genética de células germinais humanas; b) 
intervenção em material genético humano in vivo, salvo para o tratamento de 
defeitos genéticos; c) produção, armazenamento ou manipulação de embriões 
humanos destinados a servir como material biológico disponível, como também 
ao considerar tais atos como crimes, punindo-os severamente. Com isso, 
parece-nos que a razão está com a teoria Concepcionista, uma vez que o Código 
Civil resguarda desde a concepção os direitos do nascituro e, além disso, no art. 
1.597, IV, presume concebido na constância do casamento o filho havido, a 
qualquer tempo, quando se tratar de embrião excedente, decorrente de 
concepção artificial heteróloga. 
5) O nascituro possui direitos? 
R.: Sim. Conquanto comece do nascimento com vida a personalidade civil do 
homem, a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (C, arts.2, 
1.609, 1.779, parágrafo único e 1.798), como o direito à vida (CF, art. 52, CP, 
arts.124 a 128, I e I), à filiação (C, arts.1.596 e 1.597), à integridade física, a 
alimentos (RT 650/220; RJTJSP 150/906), a uma adequada assistência pré-natal, a 
um curador que zele pelos seus interesses em caso de incapacidade de seus 
genitores, de receber herança (C, arts.1.798 e 1.800, §3º), de ser contemplado 
por doação (C, art.542), de ser reconhecido como filho, etc. Poder-se-ia até 
mesmo afirmar que, na vida intrauterina, tem o nascituro, e na vida extrauterina, 
tem o embrião, personalidade jurídica formal, no que atine aos direitos 
personalíssimos, ou melhor, aos da personalidade, visto ter a pessoa carga 
genética diferenciada desde a concepção, seja ela in vivo ou in vitro 
(Recomendação n.1.046/89, n. 7 do Conselho da Europa), passando a ter a 
personalidade jurídico material, alcançando os direitos patrimoniais, que 
permaneciam em estado potencial, somente com o nascimento com vida (C, 
art.1.800, §3o). Se nascer com vida, adquire personalidade jurídica material, mas, 
se tal não ocorrer, nenhum direito patrimonial terá. 
6) A lei protege as expectativas de direito do nascituro? 
R.: Sim, a lei os protege. Nascendo com vida, confirmam-se esses direitos. O 
natimorto não os tem. É como se esses direitos jamais tivessem existido. 
7) Como são defendidos em juízo os direitos do nascituro? 
R.: Por meio dos pais ou do curador, podendo figurar o nascituro como sujeito 
ativo ou passivo de obrigações e direitos. 
8) Que é capacidade civil? 
R.: É a aptidão da pessoa natural para exercer direitos e assumir obrigações na 
9) Como termina a existência do homem? 
R.: Pela morte. Para fins patrimoniais, termina também pela declaração judicial de 
ausência. 
10) Morrendo alguém, cessam seus direitos? 
R.: Não. Cessa apenas sua capacidade civil, mas seus direitos se transmitem aos 
herdeiros. Há direitos, como, por exemplo, o direito à imagem, referentes ao 
próprio falecido, mas que podem, no entanto, ser pleiteados pelos herdeiros. 
11) Que pessoas são consideradas por lei como absolutamente incapazes para 
exercer os atos da vida civil? 
R.: Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil: I— os menores de dezesseis anos; I — os que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses 
atos; I — os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua 
vontade. 
12) Quem são considerados pela lei civil como relativamente incapazes para 
realizar certos atos ou à maneira de exercê-los? 
R.: Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I— os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; I— os ébrios habituais, os 
viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento 
reduzido; I — os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV — os 
pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação 
especial. 
13) Com que idade cessa a menoridade civil? 
R.: Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
14) Há outras formas de fazer cessar a menoridade, antes de completar 21 
anos? 
R.: Art. 5º(...) Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I— pela 
concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, 
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
I — pelo casamento; I — pelo exercício de emprego público efetivo; IV — pela 
colação de grau em curso de ensino superior; V — pelo estabelecimento civil ou 
comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, 
o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
15) Como se dá a emancipação? 
R.: Emancipação expressa ou voluntária: Antes da maioridade legal, tendo o 
menor atingido dezesseis anos, poderá haver a outorga de capacidade civil por 
concessão dos pais, no exercício do poder familiar, mediante escritura pública 
inscrita no Registro Civil competente (Lei n. 6.015/73, arts. 89 e 90; C, art. 92, I), 
independentemente de homologação judicial. Além dessa emancipação por 
concessão dos pais, ter-se-á a emancipação por sentença judicial, se o menor com 
dezesseis anos estiver sob tutela (CPC, arts. 1.103 a 1.112,1; Lei n. 8.069/90, arts. 
148, VII, parágrafo único, e), ouvido o tutor. Emancipação tácita ou legal: A 
emancipação legal decorre dos seguintes casos: a) casamento, pois não é 
plausível que fique sob a autoridade de outrem quem tem condições de casar e 
constituir família; assim, mesmo que haja anulação do matrimônio, viuvez, 
separação judicial ou divórcio, o emancipado por esta forma não retoma à 
incapacidade; b) exercício de emprego público efetivo, por funcionário nomeado 
em caráter efetivo (não abrangendo a função pública extranumerária ou em 
comissão), com exceção de funcionário de autarquia ou entidade paraestatal, que 
não é alcançadopela emancipação. Diarista e contratado não serão emancipados 
por força de lei (RT 98/523; Súmula 14 do STF Lei n.1.711\52, art.2, I: Lei 
8.112\90, art.5o, V.) 
16) É possível revogar a emancipação? 
R.: Uma vez concedida, por qualquer meio, é irrevogável e definitiva. 
17) Como praticam os atos da vida civil os menores de 16 anos e os que têm 
entre16 e 18 anos? 
R.: Os menores de 16 anos são representados pelos pais ou pelo tutor, que 
praticam os atos sozinhos, pelo menor ou em seu nome. Os maiores de 16 e 
menores de 18, não emancipados, são assistidos pelos pais, pelo tutor ou pelo 
curador, que praticam atos ao lado do menor, auxiliando-o e integrando-lhe a 
capacidade civil. 
18) Que é pródigo e a que se limita sua interdição? 
R. São considerados relativamente incapazes os pródigos, ou seja, aqueles que, 
comprovada, habitual e desordenadamente, dilapidam seu patrimônio, fazendo 
gastos excessivos. Com a interdição do pródigo, privado estará ele dos atos que 
possam comprometer seus bens, não podendo, sem a assistência de seu curador 
(C, art. 1.767, V), alienar, emprestar, dar quitação, transigir, hipotecar, agir em 
juízo e praticar, em geral, atos que não sejam de mera administração (C, art. 
1.782). 
19) As doenças, as deficiências físicas ou a idade avançada são causa de 
incapacidade civil? 
R.: Por si sós, não. Somente se impedirem a manifestação ou a transmissão da 
livre vontade do doente, do deficiente ou do idoso. 
20) Como os índios praticam atos da vida civil? 
R.: Os índios, devido a sua educação ser lenta e difícil, são colocados pelo novo 
Código Civil sob a proteção de lei especial, que regerá a questão de sua 
capacidade. 
21) Quais os requisitos para a emancipação do índio? 
R.: Lei 6.001/73 - Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a 
sua liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da 
capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes: 
I - idade mínima de 21 anos; I - conhecimento da língua portuguesa; I - habilitação 
para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional; IV - razoável 
compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional. Parágrafo único. O Juiz 
decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de assistência ao índio e o 
Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro civil. 
Art. 10. Satisfeitos os requisitos do artigo anterior e a pedido escrito do 
interessado, o órgão de assistência poderá reconhecer ao índio, mediante 
declaração formal, a condição de integrado, cessando toda restrição à 
capacidade, desde que, homologado judicialmente o ato, seja inscrito no registro 
civil. 
Art. 1. Mediante decreto do Presidente da República, poderá ser declarada a 
emancipação da comunidade indígena e de seus membros, quanto ao regime 
tutelar estabelecido em lei, desde que requerida pela maioria dos membros do 
grupo e comprovada, em inquérito realizado pelo órgão federal competente, a 
sua plena integração na comunhão nacional. 
Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo, exigir-se-á o 
preenchimento, pelos requerentes, dos requisitos estabelecidos no artigo 9º. 
22) Qual a lei extravagante que regula a situação jurídica dos índios? 
R.: O Código Civil sujeita-os ao regime tutelar, estabelecido em leis e 
regulamentos especiais - Lei n. 6.001/73; CF/8, arts. 2, XIV, 49, XVI, 129, V, 210, § 
2, 232. 109, XI, 231, 176. § , e art. 67 das Disposições Transitórias; Dec. n. 
8.118/83. 
23) A lei distingue os direitos do brasileiro dos do estrangeiro? 
R.: Embora o art. 3.° do C diga que não há distinção, encontram-se inúmeras 
normas constitucionais e ordinárias que distinguem, juridicamente, o estrangeiro, 
em relação ao brasileiro. Por exemplo, somente mediante autorização, poderão 
os estrangeiros comprar terras cuja área seja superior a 3 vezes o módulo rural 
(Lei n.° 5.709/71). 
24) Qual a lei extravagante que regula a situação jurídica dos estrangeiros? 
R.: Estatuto do Estrangeiro, Lei Federal n.º 6.815/80. Encontra-se regulada 
também na Constituição Federal (CF) de 1988. Quanto aos portugueses, mediante 
Convenção Internacional celebrada entre Brasil e Portugal, podem eles gozar de 
igualdade de direitos desde que o requeiram ao Ministro da Justiça e preencham 
certos requisitos. 
25) Quais os direitos assegurados e negados aos naturalizados? 
R.: Asseguram-se-lhes os mesmos direitos civis dos brasileiros. Não podem, 
entretanto, exercer alguns cargos políticos (Presidente e Vice da República, 
Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado, Ministro do Supremo Tribunal 
Federal (STF), diplomata, oficial das Forças Armadas) e sofrem restrições quanto à 
propriedade de empresas de comunicação (devem ser naturalizados há mais de 
10 anos). 
26) O que é comoriência? 
R.: A comoriência é a morte de duas ou mais pessoas na mesma ocasião e em 
razão do mesmo acontecimento. Embora o problema da comoriência, em regra, 
alcance casos de morte conjunta, ocorrida no mesmo acontecimento, ela 
coloca-se, com igual relevância, no que concerne a efeitos dependentes de 
sobrevivência, na hipótese de pessoas falecidas em locais e acontecimentos 
distintos, mas em datas e horas simultâneas ou muito próximas. 
27) Quais as consequências da comoriência? 
R.: A comoriência terá grande repercussão na transmissão de direitos sucessórios, 
pois, se os comorientes são herdeiros uns dos outros, não há transferência de 
direitos; um não sucederá ao outro, sendo chamados à sucessão os seus 
herdeiros ante a presunção juris tantum de que faleceram ao mesmo tempo. Se 
dúvida houver no sentido de se saber quem faleceu primeiro, o magistrado 
aplicará o art. 8o do Código Civil, caso em que, então, não haverá transmissão de 
direitos entre as pessoas que morreram na mesma ocasião. 
28) O que é pessoa jurídica? 
R.: A pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios que visa à 
obtenção de certas finalidades, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de 
direitos e obrigações. 
29) Como se dividem as pessoas jurídicas? Dar exemplos. 
R.: Pessoas jurídicas de direito público interno: 
São pessoas jurídicas de direito público interno: a) a União, que designa a nação 
brasileira, nas suas relações com os Estados federados que a compõem e com os 
cidadãos que se encontram em seu território; logo, indica a organização política 
dos poderes nacionais considerada em seu conjunto. Assim, o Estado Federal 
(União) seria ao mesmo tempo Estado e Federação; b) os Estados federados, que 
se regem pela Constituição e pelas leis que adotarem. Cada Estado federado 
possui autonomia administrativa, competência e autoridade na seara legislativa, 
executiva e judiciária, decidindo sobre negócios locais; c) o Distrito Federal, que é 
a capital da União. É um município equiparado ao Estado federado por ser a sede 
da União, tendo administração, autoridades próprias e leis atinentes aos serviços 
locais. Possui personalidade jurídica por ser um organismo 
político-administrativo, constituído para a consecução de fins comuns; d) os 
Territórios, autarquias territoriais (Hely Lopes Meirelles), ou melhor, pessoas 
jurídicas de direito público interno, com capacidade administrativa e de nível 
constitucional, ligadas à União, tendo nesta a fonte de seu regime jurídico 
infraconstitucional (Michel Temer) e criadas mediante lei complementar; e) os 
Municípios legalmente constituídos, por terem interesses peculiares e economia 
própria. A Constituição Federal assegura sua autonomia política, ou seja, a 
capacidade para legislar relativamente a seus negócios e por meio de suas 
próprias autoridades. 
Pessoas jurídicas de direito públicoexterno: 
São as regulamentadas pelo direito internacional público, abrangendo: nações 
estrangeiras, Santa Sé e organismos internacionais (ONU, OEA, Unesco, FAO etc.). 
Pessoas jurídicas de direito privado: 
As pessoas jurídicas de direito privado, instituídas por iniciativa de particulares, 
dividem-se em: 
a) Fundações particulares, que são universalidades de bens, personalizadas pela 
ordem pública, em consideração a um fim estipulado pelo fundador, sendo este 
objetivo imutável e seus órgãos servientes, pois todas as resoluções estão 
delimitadas pelo instituidor (C, arts. 6 e 69; Lei n. 6.435/7, Art. 82; CPC, arts. 1.200 
a 1.204). Deve ser constituída por escrito e lançada no registro geral; b) 
associações civis, religiosas, pias, morais, cientificas ou literárias e as associações 
de utilidade pública, que abrangem um conjunto de pessoas, que almejam fins ou 
interesses dos sócios, que podem ser alterados, pois os sócios deliberam 
livremente, já que seus órgãos são dirigentes. Na associação (CF/8, art. 52, XVII a 
XXI) não há fim lucrativo, embora tenha patrimônio formado com a contribuição 
de seus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, 
religiosos, recreativos, morais etc.; c) sociedade simples, na qual se visa o fim 
econômico ou lucrativo, pois o lucro obtido deve ser repartido entre os sócios, 
sendo alcançado pelo exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços 
técnicos (C, arts. 997 a 1.038) (p. ex., uma sociedade imobiliária ou uma 
sociedade cooperativa — C, arts. 982, parágrafo único, e 1.093 a 1.096). As 
sociedades devem constituir-se por escrito, lançar-se no registro civil das pessoas 
jurídicas (C, arts. 998); d) sociedades empresárias, que visam o lucro, mediante 
exercício de atividade empresarial ou comercial (RT, 468/207), assumindo as 
formas de: sociedade em nome coletivo; sociedade em comandita simples; 
sociedade em comandita por ações; sociedade limitada; sociedade anônima ou 
por ações (C, arts. 1.039 a 1.092). Assim, para saber se dada sociedade é simples 
ou empresária basta considerar a natureza de suas operações habituais; se estas 
tiverem por objeto o exercício de atividades econômicas organizadas para a 
produção ou circulação de bens ou de serviços próprias de empresário, sujeito a 
registro (C, arts. 982 e 967), a sociedade será empresária; caso contrário, simples, 
mesmo que adote quaisquer das formas empresariais, como permite o Art. 983 
do Código Civil, exceto se for anônima, que, por força de lei, será sempre 
empresária. As sociedades empresárias deverão ter assento no Registro Público 
de Empresas Mercantis (C, arts. 1.150 a 1.154). E as simples, no Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas (C, art. 1.150, §2º); d) partidos políticos, que são associações 
civis assecuratórias, no interesse do regime democrático, da autenticidade do 
sistema representativo e defensoras dos direitos fundamentais definidos na 
Constituição Federal (CF/ 8,art. 17,I a I V, 1º a 4º, 2, XVI, 37,XVILXIX,X, 71, I a IV, 
150, §2º, 169, parágrafo único, I, 163, I, e Lei n. 9.096/95, com alteração das Leis 
n. 9.504/97 e 9.693/98). 
30) Qual a diferença entre associação e sociedade civil? 
R.: Em geral, a associação não possui fins lucrativos, ao contrário da sociedade 
civil, que sempre visa a lucro.(vide questão 29) 
31) O que é fundação? 
R.: É um patrimônio, personalizado e afetado por seu instituidor a determinada 
finalidade. (vide questão 29) 
32) Como pode ser criada uma fundação de Direito Privado? 
R.: Por escritura pública ou por testamento. O instituidor deverá doar os recursos 
necessários, indicar a finalidade e, se o desejar, a forma de administrar o 
patrimônio. Pode também ser criada pelo Poder Público, continuando a ter 
caráter privado, salvo lei federal expressamente em contrário. (vide questão 29) 
33) Quem fiscaliza as fundações privadas? 
R.: O Ministério Público (MP). 
34) O que são sociedades de economia mista? 
R.: São pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas por lei, para a exploração de 
atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima (S/A), em que se 
associam capitais públicos e privados, cujas ações com direito a voto pertençam, 
em sua maioria, ao Estado ou a entidade da Administração Indireta, 
predominando, pois, a direção do Estado. Seus bens são penhoráveis, mas não 
estão sujeitas à falência. Ex.: Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô. 
35) O que são empresas públicas unipessoais? 
R.: São pessoas jurídicas de Direito Privado, com capital próprio e 100% público, 
criadas por lei, para a exploração de atividade econômica, que o governo seja 
obrigado a exercer, podendo revestir-se de qualquer das formas em Direito 
admitidas, prevalecendo as definidas no Decreto-Lei n.° 200. Ex.: Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 
36) O que são entes despersonalizados? 
R.: São entidades não dotadas de personalidade jurídica, mas que configuram 
centros de relações e interesses jurídicos, possuindo capacidade processual ativa 
e passiva. Ex.: espólio, massa falida, herança jacente ou vacante, condomínio em 
edifícios. 
37) Quem representa em juízo esses entes? 
R.: O administrador dos bens: inventariante, síndico da massa, síndico do 
condomínio, etc. 
38) Como se inicia a existência legal das pessoas jurídicas de Direito Privado? 
R.: O fato que dá origem a pessoa jurídica de direito privado é a vontade humana, 
sem necessidade de qualquer ato administrativo de concessão ou autorização, 
salvo os ca¬sos especiais do Código Civil (arts. 1.123a 1.125, 1.128, 1.130. 1.131, 
1.132, 1.133, 1.134, §1º, 1.135 a 1.138. 1.140 e 1.141), porém a sua 
personalidade jurídica permanece em estado potencial, adquirindo status 
jurídico, quando preencher as formalidades ou exigências legais. Fases do 
processo genético da pessoa jurídica de direito privado: Na criação da pessoa 
jurídica de direito privado há duas fases: a) a do ato constitutivo, que deve ser 
escrito, podendo revestir-se de forma pública ou particular (C, Art. 997), com 
exceção da fundação, que requer instrumento público ou testamento (C, Art. 62). 
Além desses requisitos, há certas sociedades que para adquirir personalidade 
jurídica dependem de previa autorização ou aprovação do Poder Executivo 
Federal (C, arts. 45, 2º pane, e 1.123 a 1.125), como, p. ex., as sociedades 
estrangeiras (LIC, Art. 1, § 1o C, arts. 1.134 e 1.135); b) a do registro público (C, 
arts. 45, 984, 985, 998 e 1.150 a 1.154), pois para que a pessoa jurídica de direito 
privado exista legalmente é necessário inscrever os contratos ou estatutos no seu 
registro peculiar (C, Art. 1.150); o mesmo deve fazer quando conseguir a 
imprescindível autorização ou aprovação do Poder Executivo Federal (C, mis. 45, 
46,1.123 a 1.125 e 1.134; Lei n. 6.015/73, arts. 114 a 121, com alteração da Lei n. 
9.042/95). Apenas com o assento adquirirá personalidade jurídica, podendo, 
então, exercer todos os direitos; além disso, quaisquer alterações supervenientes 
havidas em seus atos constitutivos deverão ser averbadas no registro. Como se 
vê, esse sistema do registro sob o regime da liberdade contratual, regulado por 
norma especial, ou com autorização legal, é de grande utilidade em razão da 
publicidade que determinará os direitos de terceiros. O registro do ato 
constitutivo é uma exigência de ordem pública no que atina à prova e à aquisição 
da personalidade jurídica das entidades coletivas. Prazo decadencial para anular 
constituição de pessoa jurídica de direi¬to privado: Havendo defeito no ato 
constitutivo de pessoa jurídica de direito privado, pode-se desconstituí-la dentro 
do prazo decadencial de três anos, contadoda publicação de sua inscrição no 
Registro. 
39) Como se inicia a existência legal das pessoas jurídicas de Direito 
Público,como as autarquias? 
R.: Inicia-se com a lei que as criou, e, por isso, não são registradas. 
40) Onde se registra o ato constitutivo de um escritório de advocacia? R.: No 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, pois sua forma jurídica é sociedade civil (S/C). 
41) Onde se registra o contrato social da sociedade empresariais? 
R.: Na Junta Comercial. 
42) Como se extinguem as pessoas jurídicas? 
R.: Pela dissolução, deliberada entre seus membros, ressalvados os direitos da 
minoria e de terceiros; por determinação legal; por ato do governo, que lhe casse 
a autorização para funcionar quando incorrer em atos opostos a seus fins ou 
contrários aos interesses públicos. Havendo dissolução da pessoa jurídica ou 
cassada sua autorização para funcionamento, ela subsistirá para fins de 
liquidação, mas aquela dissolução ou cassação deverá ser averbada no registro 
onde ela estiver inscrita. Liquidação da sociedade: Percebe-se que a extinção da 
pessoa jurídica não se opera instantaneamente, pois se houver bens de seu 
patrimônio e dívidas a resgatar, ela continuará em fase de liquidação, durante a 
qual subsiste para a realização do ativo e pagamento de débitos, cessando, de 
uma só vez, quando se der ao acervo econômico o destino próprio (C, arts. 1.036 
a 1.038). Cancelamento da inscrição da pessoa jurídica: Encenada a liquidação, 
promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. A extinção da 
pessoa jurídica, com tal cancelamento, produzirá efeitos ex nunc, mantendo-se os 
atos negociais por ela praticados até o instante de seu desaparecimento, 
respeitando-se direitos de terceiro. 
43) O que é domicílio civil da pessoa natural? 
R.: É o lugar onde ela estabelece a residência com ânimo definitivo. 
44) Onde é o domicílio das pessoas jurídicas de Direito Civil? 
R.: A sede ou a filial, conforme os atos praticados, ou determinação dos seus 
estatutos. 
45) Onde é o domicílio legal da União, dos Estados e dos Municípios? 
R.: Respectivamente, o Distrito Federal, as respectivas capitais e os locais onde 
funciona a Administração Municipal. 
46) Quais os tipos de domicílios existentes? 
R.: Voluntário - estabelecido pela vontade do indivíduo; legal - estabelecido em 
lei; de eleição - estabelecido pelas partes, de comum acordo, nos contratos. 
47) Onde é o domicílio da pessoa natural se ela tiver diversas residências ou 
vários centros de ocupação? 
R.: Em qualquer residência, ou centro de ocupação. 
48) Qual o domicílio da pessoa que não tem residência habitual ou ganha a vida 
sempre viajando, sem ponto central de negócios? 
R.: O do lugar onde for encontrada. 
49) Qual o domicílio dos incapazes? 
R.: O de seus representantes legais. 
50) O que é nome? 
R.: É o elemento externo pelo qual se designa, se identifica e se reconhece a 
pessoa no âmbito da família e da sociedade. 
51) Qual a natureza jurídica do nome? 
R.: Há pelo menos 4 correntes a respeito, considerando o nome como: 
a) forma de propriedade; 
b) direito da personalidade, exercitável erga omnes, e cujo objeto é inestimável; 
c) direito subjetivo extrapatrimonial, de objeto imaterial; 
d) sinal distintivo revelador da personalidade. 
O nome integra a personalidade por ser o sinal exterior pelo qual se designa, se 
individualiza e se reconhece a pessoa no seio da família e da sociedade. 
Elementos constitutivos do nome: Dois, em regra, são os elementos constitutivos 
do nome: o prenome próprio da pessoa, que pode ser livremente escolhido, 
desde que não exponha o portador ao ridículo; e o sobrenome, que é o sinal que 
identifica a procedência da pessoa, indicando sua filiação ou estirpe, podendo 
advir do apelido de família paterno, materno ou de ambos. A aquisição do 
sobrenome pode decorrer não só do nascimento, por ocasião de sua transcrição 
no Registro competente reconhecendo sua filiação, ruas também da adoção, do 
casamento, da união estável, ou ato de interessado, mediante requerimento ao 
magistrado. 
A pessoa tem autorização de usar seu nome e de defendê-lo de abuso cometido 
por terceiro, que, em publicação ou representação, venha a expô-la ao desprezo 
público — mesmo que não haja intenção de difamar — por atingir sua boa 
reputação, moral e 
Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 17 
w.professorhercilio.com 17 profissional, no seio da coletividade (honra objetiva). 
Em regra, a reparação por essa ofensa é pecuniária, mas há casos em que é 
possível a restauração in natura, publicando-se desagravo. É vedada a utilização 
de nome alheio em propaganda comercial, por ser o direito ao nome indisponível, 
admitindo-se sua relativa disponibilidade mediante consentimento de seu titular, 
em prol de algum interesse social ou de promoção de venda de algum produto, 
mediante pagamento de remuneração convencionada. Protege-se juridicamente 
o pseudônimo adotado, comumente, para atividades ilícitas por literatos e 
artistas, dada a importância de que goza, por identificá-los no mundo das letras e 
das artes, mesmo que não tenham alcançado a notoriedade. 
52) Quais os elementos que compõem o nome? 
R.: Prenome (ex.: João, José Roberto), patronímico ou apelido de família (ex.: 
Gomes, Ferreira) e agnome (Filho, Júnior, Neto, Sobrinho). 
53) Em que casos se admite a alteração do nome? 
R.: Nome vexatório (art. 5, LRP); Erro gráfico (art. 110, LRP); Homonímia Dos 18 
aos 19 anos sem qualquer justificativa (art. 56, LRP); Adoção (art. 47, § 5º, ECA); 
Casamento, separação ou divórcio (art. 1.565, § 1º e 2º, C); Substituições por 
apelidos públicos notórios (Art. 58, LRP). 
54) Pode a concubina utilizar o patronímico do companheiro? 
R.: Sim, desde que exista impossibilidade de contraírem matrimônio, que tenham 
vida em comum por mais de 5 anos ou exista filho da união, e que o companheiro 
concorde. 
55) Em que outras situações pode o nome ser alterado? 
R.: R.: Nome vexatório (art. 5, LRP); Erro gráfico (art. 110, LRP); Homonímia Dos 
18 aos 19 anos sem qualquer justificativa (art. 56, LRP); Adoção (art. 47, § 5º, 
ECA); Casamento, separação ou divórcio (art. 1.565, § 1º e 2º, C); Substituições 
por apelidos públicos notórios (Art. 58, LRP). 
56) Que são bens corpóreos e incorpóreos? 
R.: São, respectivamente, os bens físicos (ex.: uma casa) e abstratos (ex.: um 
direito). 
57) Que são bens móveis, semoventes e imóveis? 
R.: São, respectivamente, os que podem ser transportados por movimento 
próprio ou removidos por força alheia (ex.: um carro, um vaso), os animais e os 
que não podem ser transportados sem alteração de sua substância (ex.: um 
apartamento). 
58) Que são bens fungíveis e infungíveis? 
R.: São, respectivamente, os bens móveis que podem ser substituídos por outros 
de mesma espécie, qualidade e quantidade (ex.: 5 sacos de feijão) e os 
insubstituíveis, por existirem somente se respeitada sua individualidade (ex.: 
determinada pintura ou escultura). 
59) Que são bens consumíveis e inconsumíveis? 
R.: São, respectivamente, os bens móveis que se destroem pelo uso (ex.: 
alimentos em geral) e os duráveis (ex.: uma cadeira). 
60) Que são bens divisíveis e indivisíveis? 
R.: São, respectivamente, aqueles que podem ser fracionados em porções reais 
(ex.: um terreno) e aqueles que não podem ser fracionados sem se lhes alterar a 
substância, ou que, mesmo divisíveis, são considerados indivisíveis pela lei ou pela 
vontade das partes (ex.: um livro, um imóvel rural de área inferior ao módulo 
rural). 
61) Que são bens singulares e coletivos? 
R.: São, respectivamente,os que se consideram de per si (ex.: um livro) e os 
agrupados em um conjunto (ex.: uma coleção de moedas). 
62) Que são bens principais e acessórios? 
R.: São, respectivamente, os que existem em si e por si, abstrata ou 
concretamente, e aqueles cuja existência supõe a existência do principal (Obs.: 
em geral, salvo disposição em contrário, a coisa acessória segue a principal - 
accessorium sequitur principale). 
63) Que são bens particulares e bens públicos? 
R.: São, respectivamente, os que pertencem a pessoas naturais ou jurídicas de 
Direito Privado e os que pertencem a pessoas jurídicas públicas políticas, à União, 
aos Estados e aos Municípios. 
64) Que são bens em comércio e bens fora do comércio? 
R.: São, respectivamente, os bens passíveis de serem vendidos e os insuscetíveis 
de apreciação (ex.: luz solar) ou inalienáveis por lei ou por destinação (ex.: bem de 
família). 
65) Que são benfeitorias? 
R.: São bens acessórios acrescentados ao imóvel, que é o bem principal. 
66) Quais os tipos de benfeitorias existentes? 
R.: Necessárias (imprescindíveis à conservação do imóvel ou para evitar-lhe a 
deterioração), úteis (aumentam ou facilitam o uso do imóvel) e voluptuárias 
(embelezam o imóvel, para mero deleite ou recreio). 
67) Que são frutos? 
R.: São bens acessórios que derivam do principal. 
68) Quais os tipos de frutos existentes? 
R.: Naturais (das árvores), industriais (da cultura ou da atividade) e civis (do 
capital, como os juros). 
69) Que tipos de bens são os navios e as aeronaves? 
R.: São bens sui generis. Necessitam de registro, admitem hipoteca, possuem 
nacionalidade, além de nome (o navio) ou marca (a aeronave). Não possuem 
personalidade jurídica, mas são tidos como se a tivessem, sendo ainda centros de 
relações e interesses jurídicos. 
70) Que é bem de família? 
R.: É imóvel próprio, designado pelo proprietário, para domicílio de sua família, 
isento de execução por dívida, exceto de impostos relativos ao imóvel. Pode ser 
voluntário, quando é instituído pelo casal, ou legal, no caso de único bem da 
família, ou o de menor valor, no caso de a família ter mais de um. 
71) Que é fato jurídico? 
R.: É todo acontecimento derivado do homem ou da natureza que produz 
conseqüências jurídicas. 
72) Que é ato jurídico? 
R.: Conforme nosso C, é todo ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. 
73) Quais os requisitos de validade do ato jurídico? 
R.: Agente capaz, objeto lícito, livre vontade e forma prescrita (quando exigida) ou 
não proibida (defesa) em lei. 
74) Qual a diferença entre negócio jurídico e ato jurídico? 
R.: Há autores que, adotando a doutrina alemã dos pandectistas, empregam a 
expressão negócio jurídico quando o ato jurídico for típico de obrigações e 
contratos, e ato jurídico para os demais. No Direito brasileiro, a distinção não tem 
maior significado. 
75) Quais são os principais defeitos dos atos jurídicos? 
R.: Erro, dolo, coação, simulação ou fraude contra credores. 
76) Que é erro? 
R.: É a falsa noção sobre alguma coisa. "Errar é saber mal; ignorar é não saber". 
Ex.: comprar uma escultura de um artista, pensando que é de outro. 
77) Qual a conseqüência do erro sobre a validade do ato jurídico? 
R.: Se o erro for substancial ou essencial, o ato jurídico poderá ser anulado, como 
no caso anterior. Se o erro for acidental ou secundário (comprar uma casa que 
tenha 26 portas pensando que tinha 27), não ensejará nulidade. 
78) Que é dolo? 
R.: É o artifício empregado conscientemente para enganar alguém. 
79) Qual a conseqüência do dolo sobre a validade do ato jurídico? 
R.: O dolo com gravidade (dolus malus) enseja anulação do ato jurídico. Mero 
elogio de vendedor, enaltecendo a coisa (dolus bonus), não é considerado dolo e, 
pois, não enseja a anulação do ato jurídico. 
80) Que é coação? 
R.: É a violência física e moral que impede a livre manifestação da vontade de pelo 
menos uma das partes. 
81) Qual a conseqüência da coação sobre a validade do ato jurídico? 
R.: A coação grave enseja anulação do ato jurídico. A ameaça do exercício normal 
de um direito ou o simples temor reverencial não são consideradas formas de 
coação e, pois, não ensejam a anulação do ato jurídico. 
82) Que é simulação? 
R.: É a declaração enganosa da vontade, geralmente acordada entre as partes, 
que visam a obter algo diverso do explicitamente indicado, criando-se mera 
aparência de direito, para iludir ou prejudicar terceiros ou burlar a lei. 
83) Qual a conseqüência da simulação sobre a validade dos atos jurídicos? 
R.: A simulação, ao impedir a livre manifestação de vontade, enseja anulação do 
ato jurídico, mas é necessário que alguém tenha tido prejuízo ou que a lei tenha 
sido burlada. 
84) Depois de praticarem ato jurídico simulado, as partes passam a discutir 
entre si e a litigar judicialmente. Alguma delas poderá alegar que o ato jurídico 
foi simulado? 
R.: Quem criou o vício não poderá argüi-lo em juízo. É um tradicional princípio de 
Direito, o de que ninguém pode alegar, em seu benefício, a própria torpeza. 
85) O que é fraude contra credores? 
R.: É o ato praticado pelo devedor insolvente ou na iminência de sê-lo, que 
desfalca seu patrimônio, onerando, alienando ou doando bens, de forma a 
subtraí-los à garantia comum dos credores. 
86) Quais as condições necessárias para que se reconheça a fraude contra 
credores? 
R.: Deve haver acordo entre as partes contratantes (consilium fraudis), e deve ser 
possível demonstrar que a celebração do ato jurídico se destinava a prejudicar 
terceiros (eventum damni). Se a alienação ocorreu a título gratuito, presume-se a 
fraude. 
87) Como se pode anular o ato jurídico praticado em fraude a credores? 
R.: Mediante ação própria, denominada revocatória ou pauliana. 
8) O que é fraude à execução? 
R.: É a alienação ou a oneração de bens do devedor, quando contra ele já pendia 
ação fundada em direito real ou corria contra ele demanda capaz de levá-lo à 
insolvência. Ocorre também nos casos expressos em lei. 
89) Qual a diferença entre fraude à execução e fraude contra credores? 
R.: Fraude à execução é matéria de direito processual. Pouco importa, para sua 
existência, que o autor tenha expectativa de sentença favorável em processo de 
cognição, ou se é portador de título executivo extrajudicial que enseja processo 
de execução. Os atos praticados em fraude à execução são ineficazes, podendo os 
bens ser alcançados por atos de apreensão judicial, independentemente de 
qualquer ação de natureza declaratória ou constitutiva. Fraude contra credores é 
matéria de direito material. Consta de atos praticados pelo devedor, proprietário 
de bens ou direitos, a título gratuito ou oneroso, visando a prejudicar o credor em 
tempo futuro. O credor ainda não ingressou em juízo, pois a obrigação pode ainda 
não ser exigível. A exteriorização da intenção de prejudicar somente se 
manifestará quando o devedor já se achar na situação de insolvência. O credor 
deve provar a intenção do devedor de prejudicar (eventum damni) e o acordo 
entre o devedor alienante e o adquirente (consilium fraudis). Os atos praticados 
em fraude contra credores são passíveis de anulação por meio de ação 
apropriada, denominada ação pauliana. Os bens somente retornam ao 
patrimônio do devedor (e ficarão sujeitos à penhora) depois de julgada 
procedente a ação pauliana. 
90) Quais os elementos acessórios ou acidentais dos atos jurídicos? 
R.: Condição, termo e encargo. 
91) O que é condição? 
R.: É o evento futuro e incerto ao qual fica subordinado o efeito do ato jurídico. 
92) O que é termo?R.: É o momento em que começam a valer ou perdem a validade os efeitos do ato 
jurídico. 
93) O que é encargo? 
R.: É a obrigação imposta pelo disponente ao favorecido, para que o ato jurídico 
possa produzir efeitos. 
94) Quais os tipos de condição existentes? 
R.: Causal, simplesmente potestativa, puramente potestativa, mista, suspensiva e 
resolutiva. 
95) O que é condição causal? 
R.: É a que depende da ocorrência de fatos derivados do acaso. 
96) O que é condição simplesmente potestativa? 
R.: É a que fica ao arbítrio relativo de somente uma das partes. 
97) O que é condição puramente potestativa? 
R.: É a que fica ao completo arbítrio de uma das partes. O ato jurídico poderá ser 
invalidado se celebrado com esta condição, porque apenas uma das partes 
manifesta sua vontade, inexistindo acordo de vontades. 
98) O que é condição mista? 
R.: É a que depende da vontade de uma das partes e também da vontade de 
terceiro. 
99) O que é condição suspensiva? 
R.: É aquela que subordina a aquisição de um direito a evento futuro e incerto. 
100) O que é condição resolutiva? 
R.: É aquela que subordina a extinção de um direito adquirido à ocorrência de 
determinado evento. 
101) O que é ato juridicamente nulo? 
R.: É aquele ao qual falta elemento substancial. 
102) Qual a diferença entre ato nulo e ato anulável? 
R.: É uma diferença de gravidade na falta ou no vício de algum elemento, a 
critério da lei. A nulidade absoluta constitui matéria de ordem pública, argüível a 
qualquer tempo, por qualquer pessoa, pelo representante do MP e pelo juiz, de 
ofício. Não admite convalidação nem ratificação. É decretada no interesse geral e 
é imprescritível. A nulidade relativa, que torna o ato anulável, só pode ser argüida 
pelos interessados, dentro dos prazos previstos. É decretada no interesse privado 
do prejudicado. Admite convalidação e ratificação. 
103) O que é convalidação? 
R.: É a transformação de ato anulável em ato plenamente válido, ocorrendo pela 
prescrição, pela correção do vício, pela ratificação, etc. 
104) O que é ratificação? 
R.: É a aprovação, a confirmação ou a homologação de ato jurídico praticado pela 
parte contrária, ou de ato anulável, pela própria parte. 
105) O que é ato jurídico inexistente? 
R.: É aquele que contém grau de nulidade tão relevante, que nem chega a entrar 
no mundo jurídico, independendo de ação para ser declarado como tal. É 
inconvalidável. Ex.: casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
106) O que é ato jurídico ineficaz? 
R.: É o ato jurídico perfeito, válido somente entre as partes, mas que não produz 
efeitos perante terceiros (ineficácia relativa) ou então não produz efeito perante 
ninguém (ineficácia absoluta). Ex.: venda de veículo não registrada. 
107) Qual a diferença entre nulidade e ineficácia do ato jurídico? 
R.: A nulidade é vício intrínseco do ato, que o torna defeituoso. A ineficácia ocorre 
quando fatores externos ao ato, válido somente entre as partes, impedem a 
produção de efeitos em relação a terceiros, embora o ato jurídico seja perfeito. 
108) Quando é que o ato jurídico será absolutamente nulo? 
R.: Quando, embora reunindo os elementos essenciais de validade, tiver sido 
celebrado com infração a preceito legal obrigatório, ou contenha cláusula 
contrária à ordem pública ou aos bons costumes, ou ainda, não se tenha 
revestido da forma expressamente determinada pela lei. A nulidade é insanável. 
109) Quando o ato jurídico será anulável? 
R.: Quando praticado por agente relativamente incapaz; quando eivado de vício 
resultante de erro, dolo, coação, simulação ou fraude contra credores. 
110) O que são atos ilícitos no campo civil? 
R.: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
111) Qual a conseqüência para o agente que praticou ato ilícito? 
R.: A indenização à vítima pelo agente causador do dano. 
112) O que exclui a ilicitude do ato? 
R.: Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; I - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, 
a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso I, o ato será 
legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente 
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
113) O que é prescrição? 
R.: É a impossibilidade de alguém exercer um direito, pelo decurso do tempo ou 
pela inércia da parte durante a ação, que perde a oportunidade processual de 
pleiteá-lo. 
114) Como e onde pode ser argüida a prescrição? 
R.: A prescrição é meio de defesa processual indireta, podendo ser alegada pelo 
interessado em qualquer instância. 
115) O prazo prescricional pode ser interrompido? 
R.: Pode ser interrompido pelo interessado quando a ação versar sobre direito 
obrigacional ou sobre direito das coisas. 
116) Quais as causas interruptivas da prescrição? 
R.: Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, 
dar-seá: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; I - por protesto, 
nas condições do inciso antecedente; I - por protesto cambial; IV - pela 
apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de 
credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI - por 
qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do 
direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que 
a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. 
117) Qual a diferença entre interrupção e suspensão de prazos? 
R.: Na interrupção, o prazo volta a ser contado integralmente quando cessa a 
causa que lhe deu origem. Na suspensão, a contagem é do tempo que ainda 
faltava, quando começou. Assim, se o prazo é de 15 dias, e a prescrição se 
interrompe após decorridos 12 dias, ao ser retomada a contagem, o prazo será 
novamente de 15 dias. Se tivesse ocorrido suspensão, seriam contados somente 
mais 3 dias. 
118) Em que casos não correm prazos prescricionais? 
R.: Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; I - entre ascendentes e 
descendentes, durante o poder familiar; I - entre tutelados ou curatelados e seus 
tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; I - contra os ausentes do País em 
serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; I - contra os que se 
acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
I - pendendo condição suspensiva; I - não estando vencido o prazo; I - pendendo 
ação de evicção. 
120) Quais os prazos prescricionais previstos no C? 
R.: Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado 
prazo menor. 
Art. 206. Prescreve: § 1o Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo 
no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
I - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, 
contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil,da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo 
terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do 
segurador; b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da 
pretensão; I - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários 
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a 
formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da 
assembléia que aprovar o laudo; V - a pretensão dos credores não pagos contra 
os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de 
encerramento da liquidação da sociedade. 
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da 
data em que se vencerem. 
§ 3o Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; I - a pretensão 
para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; I - a 
pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, 
pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; IV - 
a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretensão de 
reparação civil; VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos 
de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; VII - a 
pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do 
estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicação dos atos 
constitutivos da sociedade anônima; b) para os administradores, ou fiscais, da 
apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação 
tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar 
conhecimento; c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior 
à violação; VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a 
contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; IX - a pretensão 
do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro 
de responsabilidade civil obrigatório. 
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação 
das contas. 
§ 5o Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público 
ou particular; I - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores 
judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da 
conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; I - a 
pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
121) Qual o prazo para o advogado cobrar honorários devidos por um cliente? 
R.: 1 ano. O prazo é contado a partir do vencimento do contrato de honorários, da 
decisão final do processo ou da revogação do mandato. (art. 206, §1º, I) 
122) O que é decadência? 
R.: É a perda do direito material do agente que, por inércia, não o exerce no prazo 
assinalado. 
123) Citar 5 diferenças entre prescrição e decadência. 
R.: a) Na prescrição, o direito material extingue-se por via reflexa: perde-se o 
direito à ação para pleiteá-lo e, portanto, não se consegue exercer o direito 
material; na, decadência, perde-se o próprio direito material, por não se ter 
utilizado tempestivamente da via judicial adequada para pleiteá-lo; b) a 
prescrição se suspende e se interrompe. A decadência não pode ser suspensa 
nem interrompida; c) a prescrição é renunciável, a decadência é irrenunciável; d) 
a prescrição abrange, via de regra, direitos patrimoniais; a decadência abrange 
direitos patrimoniais e não patrimoniais; e) a prescrição tem origem na lei; a 
decadência, na lei e no ato jurídico. 
124) Dar exemplos de prazos decadenciais. 
R.: Direito de preferência (3 dias, coisa móvel; 30 dias, coisa imóvel); direito a 
contrair matrimônio, passados 90 dias da data dos proclamas; mandado de 
segurança, 120 dias; ação rescisória, 2 anos.

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