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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE-CE
Autos n...
JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, já qualificado nos autos de ação penal que lhe move o Ministério Público, vem, por intermédio de sua advogada que infra subscreve, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, irresignado com a sentença condenatória de dois anos e seis meses de reclusão, interpor, tempestivamente
RECURSO DE APELAÇÃO
com fundamento no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e provido o presente recurso.
Termos em que,
pede e aguarda deferimento.
Local, 13 de novembro de 2018.
Advogada (o)...
OAB...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO CEARÁ.
Recorrente: JOSÉ PERCIVAL DA SILVA
Recorrido: Ministério Público
Autos de origem n.:...
RAZÕES DE APELAÇÃO
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara
Ínclitos julgadores
I. DOS FATOS
Os denunciados, sob a liderança do acusado José Percival da Silva (Zé da Farmácia, Presidente da Câmara dos Vereadores e liderança política do Município), valendo-se da qualidade de vereadores do Município, associaram se em unidade de desígnios, com o fim específico de cometer crimes. E, dentro deste propósito, no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede da Câmara dos Vereadores desta Comarca, durante uma reunião da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara, exigiram do Sr. Paulo Matos, empresário sócio de uma empresa interessada em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara de Vereadores, o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar de um procedimento licitatório que estava agendado para o dia seguinte. Desse modo, como a mera solicitação de vantagem indevida já configura o crime de corrupção passiva, a discussão sobre a (i) legalidade da prisão em flagrante realizada é irrelevante para a configuração do delito. Ante o exposto, foram os denunciados incursos nas iras dos artigos 288 e 317, na forma do art. 69, todos do Código Penal. Os mesmos sendo condenados pelos crimes acima expostos em sentença prolatada na de 06 de novembro de 2018 pelo juiz da comarca de conceição do agreste – Ceará.
 II. NO MÉRITO RECURSAL
Do flagrante preparado 
Inicialmente, cumpre ressaltar que o denunciado não sabia de nenhum tipo de barganha ou de recebimento de vantagem indevida, o mesmo foi alvo de uma perseguição política que cominou em sua prisão ilegal quando mesmo se encontrava exercendo suas funções de parlamentar, sendo o mesmo vítima de um flagrante preparado.
Flagrante preparado que ocorre quando há uma indução, um estímulo, uma participação fundamental das autoridades estatais para que a situação fática causadora da prisão exista. Isto é, quando o agente, por meio de uma cilada, uma encenação teatral, é impelido à prática de um delito por um agente provocador, normalmente um policial ou alguém sob sua orientação. Por estar inteiramente sob o controle das autoridades que, inclusive, foram determinantes para a existência da situação fática, considera-se que o agente não possui qualquer chance de êxito em sua empreitada criminosa, já que em momento algum o bem jurídico tutelado é colocado em risco. Deste modo, aplica-se a regra do crime impossível, prevista no art. 17 do Código Penal: Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Prova disso é o comando existente na Súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Desta forma, não havendo crime em razão da preparação do flagrante, não restam dúvidas de que a conduta do Réu é atípica, devendo, pois, ser absolvido, nos termos do artigo 386, III do CPP.
Da não ocorrência da pratica do crime pelo réu.
Caso a tese anterior não seja acolhida e o entendimento seja pela condenação, insta analisar se realmente incidiu no caso concreto do cometimento da pratica delituosa, por estar provado que ele não concorreu para infração penal. Afinal, as provas dos autos demonstram, de forma inequívoca, a absoluta ausência de autoria por parte do réu na prática do delito em exame. 
No caso em tela, não há que se falar em corrupção, pois a apelante estaria no exercício de trabalho como parlamentar na casa legislativa, a própria vítima, quando indagada pelo Juiz se o Réu havia participado do crime, não só negou como afirmou que a primeira vez que esteve com o Réu foi na Sessão em que ocorreram as prisões. Ademais, ela alegou que jamais chegou a ter qualquer conversa com ele, em relação a este ou mesmo outro assunto. E, respondendo a uma pergunta feita pela Defesa respondeu não ter como afirmar que o Réu estivesse envolvido no crime de corrupção praticado pelos demais réus. 
Assim, não havendo prova de autoria do crime de corrupção passiva por parte do Réu, não há como o mesmo ser condenado pelo crime, devendo o mesmo ser absolvido nos termos do art. 386, inc. IV, CPP. 
Nesses termos, deve a sentença ser reformada de modo a afastar a condenação por negativa de autoria do apelante.
3) Do cumprimento da pena restritiva de direitos
Quando da definição da pena restritiva de direitos, o magistrado a quo determinou que a referida pena seria consubstanciada nos seguintes termos: “Fixo-lhe a pena-base em 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, acima do mínimo legal, nos termos do art. 59 do Código Penal, tendo em vista as circunstâncias do crime, uma vez que a conduta criminosa foi praticada nas dependências da Câmara dos Vereadores de Conceição do Agreste/CE. Ausentes atenuantes e agravantes, bem como causas de aumento ou de diminuição de pena, torno definitiva a pena privativa de liberdade para o Acusado José Percival da Silva em 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão. Substituo, pois, a pena privativa de liberdade por prestação pecuniária, bem como prestação de serviços à comunidade, nos termos do artigo 44 e 46 do CP, cabendo ao juiz da execução à definição da entidade ou programa comunitário ou estatal junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente de acordo com as suas aptidões, na forma do artigo 149 da LEP.
Contudo, o Código Penal prevê, em seu art. 46, § 3o, que o cumprimento da pena restritiva de direitos na modalidade prestação de serviços à comunidade se dá na proporção de uma hora diária, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho do reeducando.
Dessa forma, deve a sentença ser reformada de modo a adequar a aplicação da pena restritiva de direitos com a disposição legal, para que a apelante cumpra no máximo uma hora diária de prestação de serviços à comunidade.
III. DOS PEDIDOS
Ante a todo o exposto, requer seja a sentença ora impugnada reformada de modo a:
1) requer que seja o apelante absolvido, ante a evidente a negativa de autoria, nos termos do art. 386, inc. IV, do CPP;
2) Requer que seja reconhecida a atipicidade da conduta do réu. 
3) Caso não seja absolvido o apelante, requer que seja a pena restritiva de direitos aplicada de maneira adequada aos termos da lei, conforme art. 46, § 3o, do CP.
Nesses termos,
Pede e aguarda deferimento.
Local, 13 de novembro.
Advogada (o)...
OAB...

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