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86751347-PRATICA-DE-PROCESSO-PENAL

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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL – PROF. GUSTAVO – 4º ANO – 1º SEM / 2008
Aula de 14.02.2008
INQUÉRITO POLICIAL
Quando ocorre um crime, surge ao Estado o direito de punir - jus puniendi. Todavia esse 
direito não é ilimitado. Ele tem que respeitar os princípios e as garantias fundamentais da 
pessoa. Exemplo disso é que o Estado para punir tem que o fazer por meio do devido 
processo penal.
Esse direito é exercido em duas etapas:
1. Investigação preliminar – É o inquérito policial realizado na delegacia de polícia e 
presidido pelo delegado de polícia, podendo ser acompanhado pelo Ministério 
Público. Há exceções, como, por exemplo, no caso das CPI ou dos processos 
administrativos. (CPP, art 4º).
Características do Inquérito Policial 
 Investigativo – não há direito ao contraditório.
 Inquisitivo
 Escrito – até mesmo os depoimentos testemunhais têm ser transcritos para o 
processo.
 Sigiloso – Como regra, o investigado não sabe que está sendo investigado. 
O inquérito policial se inicia com a “notícia do crime” (CPP, art 5º). O Boletim de 
Ocorrência é o registro expresso da notícia do crime. 
Abertura - O inquérito policial pode ser aberto:
 De ofício , isto é, por iniciativa do próprio delegado.
 Por requisição do juiz ou do MP, todavia o delegado não está obrigado a 
atender a essa requisição.
 Por requerimento do próprio ofendido ou de seu representante legal.
 O auto de prisão em flagrante (CPP. 302) também possibilita a abertura.
Término – O inquérito policial termina com o relatório, que contém tudo que 
aconteceu no inquérito. O relatório deve ser encerrado dentro dos seguintes prazos 
legais:
 Em 10 dias no caso de réu preso
 Em 30 dias (que pode ser prorrogado pelo juiz) no caso de réu solto.
Arquivamento – O delegado não pode arquivar o inquérito policial. Quem pode fazê-
lo é o Ministério Público, que solicita ao juiz o arquivamento. 
Valor probatório – O valor probatório do inquérito policial é relativo, pois algumas 
provas devem ser repetidas perante o juiz. Inclusive as declarações colhidas no 
inquérito devem ser confirmadas ao Juiz. Possíveis laudos técnicos elaborados 
durante o inquérito estes sim valem também na fase da justiça.
2. Fase processual
Exercício: Requerimento do ofendido para abertura de inquérito policial
Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia do .... Distrito Policial .... 
Concessionária Renovias S.A., empresa concessionária de serviços públicos, inscrita 
no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o número CNPJ ........ , com sede na cidade de 
Mogi Mirim, na rua Padre Roque, nº 78, representada pelo seu representante legal, senhor 
João José da Silva, brasileiro, casado, empresário, residente e domiciliado em São Paulo, na 
Avenida São João, nº 148, apartamento 413, neste ato representado por seu advogado que 
esta subscreve, vem à ilustre presença de Vossa Senhoria para requerer a instalação de 
inquérito policial, com base no art 5º, II, última parte, do Código de Processo Penal, de 
Renata Barreiro, portadora do RG 123.456-7 e do CPF 001.002.005-18, residente e 
domiciliada na cidade de Mogi Mirim, na rua Aparecido Furtado, nº 6543, pelos seguintes 
motivos.
1. No dia 28 de fevereiro de 2007, por volta das 20 horas, a indiciada era 
responsável pela arrecadação do guichê 3, sendo que sua função, como 
funcionária da empresa vítima, era receber as tarifas devidas dos motoristas que 
trafegam pela rodovia e passam pela praça de pedágio, devendo entregar os 
valores arrecadados ao arrecadador, durante o seu turno de trabalho.
2. Acontece que, ao final de seu turno de trabalhos e, portanto também o final das 
arrecadações mencionadas a conferência entre o número de veículos que passaram 
pelo guichê mencionado e o valor total arrecadado constatou-se a falta de R$ 
2.000,00 (dois mil reais), conforme mostram os documentos anexos.
3. Tal conduta se enquadra perfeitamente no tipo penal descrito no art 312 do 
Código Penal, qual seja o peculato. 
4. Assim sendo, requer a Vossa Senhoria a instauração do competente inquérito 
policial com a finalidade de apurar o comportamento da funcionária Renata, que 
se enquadra no disposto nos artigos 312 e 327, ambos do Código Penal.
5. Arrolam-se, como testemunhas dos fatos apresentados, os senhores:
I. Abel Sá, policial, residente e domiciliado em Mogi Guaçu, na rua 
Padre Roque, nº 28.
II. Benedito Custódio Stroff, policial, residente e domiciliado na rua 
Arapongas, nº 13, em Sumaré (SP).
Nestes termos,
Pede deferimento
Local e data .................................
2
________________________________
Advogado, OAB ....
21.02.2008
Prisão em Flagrante
 Art 301 a 310, do CPP.
⇒ Quem pode prender em flagrante? Qualquer pessoa do povo poderá prender em flagrante 
e as autoridades policiais e seus agentes deverão quem quer que seja encontrado em flagrante 
delito. (art 301, do CPP).
⇒ Espécies de flagrante em delito:
 Flagrante próprio – Art 302, I e II, do CPP: Considera-se em flagrante delito quem 
está cometendo a infração penal (302, I) ou quem acaba de cometê-la (302,II)..
 Flagrante impróprio – Art 302, III – Considera-se em flagrante delito quem é 
perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, e, 
situação que faça presumir ser o autor da infração. 
 Quase flagrante ou presumido – Art 302, IV: Considera-se em flagrante delito quem é 
encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele autor da infração.
⇒ Sujeitos do flagrante (art 304, CPP): 
 Condutor – aquele que conduz o infrator.
 Testemunhas – pessoas que acompanharem o condutor (nem sempre existem)..
 Vítima – vítima (que no caso de homicídio não pode falar)
 Conduzido - o acusado, a quem se imputa a acusação.
Observações:
1. .Nas infrações cuja pena é igual ou inferior a 2 anos, não haverá prisão em 
flagrante, fazendo-se somente o TCO (Termo circunstanciado da ocorrência).
2. A prisão de qualquer pessoa será comunicada imediatamente ao juiz 
competente e à família ou à pessoa por ele indicada. (art 306, caput).
3. No prazo de 24 horas será entre ao preso a “nota de culpa”. (Art 306, § 2º).
4. Também no prazo de 24 horas será encaminhado ao juiz competente o 
respectivo auto de prisão (Art 306, § 1º).
5. A comunicação ao juiz visa combater irregularidades formais e não de 
mérito. 
6. Comunica-se, também, a defensoria pública, onde existir (ou à OAB).
7. A regra geral é não prender. A prisão é exceção e só pode ocorrer com 
mandado judicial. A prisão em flagrante é exceção da exceção. 
8. O auto de prisão em flagrante é uma peça formal. 
 A importância maior do auto de prisão em flagrante é o formalismo. Tanto assim, 
que qualquer falha nele permitem o relaxamento da prisão. Não se deve falar em 
3
nulidade da peça. As irregularidades propiciam o relaxamento da prisão. No 
relaxamento (pedido) não se discute o mérito da situação, mas o formalismo da peça.
 Os subsídios para o pedido de relaxamento da prisão em flagrante estão na própria 
CF, em seu art 5º, LXV.
Exercício: 
Elaboração de peça pedindo o relaxamento de prisão em flagrante.
Caso:
João é segurança de uma fábrica de computadores. No dia 19 de fevereiro, foi preso 
em flagrante por ter supostamente praticado delito de furto qualificado pelo abuso de 
confiança. Consta do auto de prisão em flagrante que outros dois funcionários da empresa 
foram encontrados por policiais militares descarregando em um galpão inúmeros 
computadores que haviam sido subtraídos da empresa em que trabalhavam, sendo que, no 
momento da abordagem, afirmaram que João também teria participado da conduta 
delituosa. Os policiais imediatamente telefonaram para João pedindo para que o mesmo 
comparecesse ao local dos fatos coma finalidade de se apurar algumas informações. 
Neste instante João abandona o seu posto de trabalho e atendendo ao chamado policial 
vai até o galpão, aonde vem a ser preso em flagrante pela prática de crime de furto 
qualificado, sob o argumento de que teria ele participado também daquela subtração.
Como advogado, apresente a peça cabível para defender os interesses de seu cliente João.
______________________________________________________________________
4
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ..... Vara criminal da Comarca de .....
Auto de prisão em flagrante nº ...
Vara penal.
JOÃO, (qualificação completa), por seu advogado infra-assinado, vem 
à presença de Vossa Excelência, respeitosamente requerer o relaxamento de sua prisão 
em flagrante, para o que junta o Pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante, 
devidamente justificado abaixo:
1. O pedido está embasado na Constituição Federal, em seu art 5º, 
inciso LXV.
2. Em 19 de fevereiro último, o requerente foi preso em flagrante por 
ter supostamente praticado delito de furto qualificado.
3. Sua prisão decorreu do fato de dois colegas seus de trabalho terem 
sido apanhados descarregando inúmeros computadores subtraídos 
da empresa na qual trabalham. No momento da prisão, eles 
acusaram o requerente de ter participado da ação delituosa.
4. Como, na ocasião, o requerente se encontrava trabalhando como 
segurança da empresa, recebeu telefonema dos policiais pedindo-
lhe que comparecesse ao local para prestar algumas informações.
5. João, atendendo ao pedido, compareceu ao local, momento em que 
foi preso em flagrante sob acusação de ter participado do delito.
6. Acontece que o procedimento não encontra respaldo no art 302 do 
Código de Processo Penal, que caracteriza o delito de que João 
fora acusado, tornando-se, portanto, um procedimento irregular.
7. Jurisprudência
8. Doutrina
9. Tendo em vista o relatado, conclui-se que as formalidades 
necessárias para possibilitar a prisão em flagrante não estão 
presentes no caso em questão.
10. Por isso, requer a Vossa Excelência o relaxamento da prisão de 
João, bem como a expedição do competente alvará de soltura.
5
Nestes termos,
Pede deferimento
Local e data,
___________________________
Advogado - OAB
28.02.2008
Liberdade Provisória
A liberdade provisória visa colocar em liberdade quem foi preso em flagrante, por meio de 
forma perfeita. Afinal, a prisão é exceção, enquanto a liberdade é a regra geral. É o que 
contém o art 5º, LXVII, da CF.
A liberdade provisória está prevista nos art 310, parágrafo único e art 321 a art 319, todos do 
CPP.
Existem dois tipos de liberta provisória:
a. Com fiança. Quando a infração penal comportar pena ≤ 2 anos (art 323, do CPP).
b. Sem fiança. Quando a infração penal comportar pena > 2 anos. (art 323, do CPP).
Portanto, o fundamento para se classificar uma liberdade provisória quanto ao seu tipo é o 
tamanho da pena mínima prevista no tipo penal. Curiosamente, os crimes que implicam 
penas menores são os que admitem o pagamento de fiança, enquanto os mais graves que eles, 
portanto com penas maiores, não comportam pagamento de fiança.
Mas, para a concessão de liberdade provisória são exigidos alguns (cinco) 
pressupostos. São eles:
1. Primariedade. Este pressuposto é comprovado pela folha de 
antecedentes do agente. Ele será considerado primário desde que não tenha contra ele 
sentença condenatória transitada em julgado.
2. Bons antecedentes. Não ter passagem policial ou processual, 
comprovado por atestado de antecedentes.
Emprego lícito.
Residência fixa. Comprovado por uma conta telefônica, de energia 
elétrica etc.
5. Não estarem presentes as condições que implicam em prisão 
preventiva. As situações em que pode ocorrer prisão preventiva estão expressas do 
art 312, do CPP.
Forma de pagamento de fiança (quando houver): Ela pode ser paga em dinheiro, jóias, bens, 
tudo como permite o art 330, do CPP.
Valor da fiança: O valor da fiança depende da pena máxima. O art 325, do CPP, detalha as 
condições desse valor. O art 350, do CPP, prevê a possibilidade de o juiz dispensar a fiança, 
em se tratando, comprovadamente, da incapacidade financeira do agente do crime.
A liberdade provisória é ampla? Evidentemente, não. Existem algumas limitações, algumas 
restrições a ela, previstas nos artigos 327 e 328, impostas ao agente do crime:
6
a. Deverá comparecer perante a autoridade toda vez que a isso for intimado.
b. Não mudar de residência sem prévia autorização da autoridade processante.
c. Não se ausentar de sua residência por mais de 8 dias, sem comunicar à autoridade 
processante o lugar onde será encontrado.
O não acatamento dessas restrições provoca a quebra da fiança.
O art 340, do CPP, trata do reforço da fiança em três situações:
a. Quando, por engano, a fiança tomada for insuficiente.
b. Quando ocorrer a depreciação material ou perecimento da fiança prestada.
c. Quando houve inovação do delito cometido.
O parágrafo único do art 310 do CPP estabelece que não seja exigida fiança quando o juiz 
verificar que inexistem as hipóteses de prisão preventiva prevista nos artigos 311 e 312.
Exercício prático:
Caso: Paulo da Silva, empresário, foi preso em flagrante por homicídio, já que no dia 27/02 
último disparou três tiros contra sua esposa Maria, sendo que estes disparos foram a causa de 
sua morte. Recolhido à cadeira pública da cidade de São João da Boa Vista, verificou-se que 
o mesmo é primário, possuidor de bons antecedentes. O flagrante foi formalmente perfeito. 
Como advogado apresente a peça cabível.
Preliminares do estudo: não cabe pedido de relaxamento da prisão, porque o flagrante foi 
formalmente perfeito. Então, a peça deverá ser um Pedido de Concessão de Liberdade 
Provisória. Mas liberdade provisória com ou sem fiança? Qual a pena do crime (homicídio)? 
De 6 a 20 anos. 
Como a pena prevista para o tipo penal em questão é maior que 2 anos, a liberdade provisória 
será requerida sem prestação de fiança. Logo, pedido de liberdade provisória sem fiança. 
A peça:
7
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da .... Vara Criminal da Comarca de ....
Referência: auto de prisão em flagrante nº ...
PAULO DA SILVA (qualificação completa), por seu advogado infra-assinado 
(doc.1), vem à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, para requerer sua liberdade 
provisória sem fiança, com base no art 5º, LXVI, da Constituição Federal e no art 310, 
parágrafo único, do Código de Processo Penal, pelos motivos a seguir descritos:
1. O requerente, em 27 de fevereiro último, disparou três tiros contra sua mulher Maria, 
causando-lhe a morte, tendo sido por isso preso em flagrante. 
2. O mesmo encontra-se preso e recolhido à cadeia pública de São João da Boa Vista.
3. O senhor Paulo atende a todos os pressupostos para embasar a concessão da liberdade 
provisória ora requerida, como a seguir relaciona:
a. Primariedade; (certidão de antecedentes criminais; - Doc ...)
b. Bons antecedentes. (apresenta certidões – Doc...)
c. Emprego lícito; (contrato social – Doc...)
d. Residência fixa; (contas de telefone - Doc)
 
4. Cumpre-lhe, ainda, ressaltar que não estão presentes no caso dos autos as hipóteses 
para a decretação da prisão preventiva do requerente, conforme disposto no art 312, 
do Código de Processo Penal.
5. Neste sentido, entende a jurisprudência:
“Dispõe o parágrafo único do art 310, do Código do Processo 
Penal, que se o juiz, ao verificar o auto de prisão em flagrante, 
não encontrar elementos que ensejam a decretação da prisão 
preventiva, deverá conceder a liberdade provisória, 
independentemente de fiança, pois se trata de um direito subjetivo 
do réu e não uma faculdade do juiz”. (RT 77/696)
6. Corroborando o julgado acima, o Professor Paulo Lúcio Nogueira, em seu livro Curso 
Completo de Processo Penal, editora Saraiva, São Paulo, página 217/218, afirma que:
“ultimamente a subsistência do flagrantesó ocorre quando 
8
presentes os requisitos da prisão preventiva, de acordo com a 
redação do parágrafo único, do art 310, do Código do Processo 
Penal, havendo uma tendência de, em regra, relaxar os flagrantes 
de réu primário, com bons antecedentes e emprego certo. Ainda 
que os crimes sejam inafiançáveis,”.
7. Desta forma, conclui-se que é direito um subjetivo do requerente a concessão do 
benefício.
8. Diante do exposto, requer a Vossa Excelência a liberdade provisória do requerente, 
sem o pagamento de fiança, uma vez que estão presentes todos os requisitos 
necessários para o deferimento do pedido, com base no art 5º, LXVII da Constituição 
Federal e do art 310, parágrafo único, do Código de Processo Penal. Requer ainda, 
uma vez deferido o presente pedido, a expedição do competente alvará de soltura.
Nestes termos,
Pede deferimento
Local e da
Advogado
OAB
06.03.2008
Trabalho em sala, valendo dois pontos a serem atribuídos na média.
1º caso.
Marcos foi preso em flagrante pela prática do delito de estelionato, pois teria vendido uma 
caixa de cartuchos de fabricação da HP, porém, após a abertura verificou-se que o mesmo era 
falso. Preso em flagrante delito foi levado à presença da autoridade policial. Lá chegando, 
pleiteou que fosse chamado o seu advogado, porém tal pedido foi indeferido uma vez que o 
advogado morava na cidade vizinha e demoraria 15 minutos para chegar à Delegacia. 
Lavrado auto; encontra-se recolhido à cadeia publica desta Comarca.
Como advogado, apresente a peça cabível, buscando a sua liberdade.
 
Resolução:
Análise da situação:
9
Peça cabível: Relaxamento da Prisão em Flagrante. A decisão da autoridade policial foi 
irregular, pois ele não deferiu o pedido para que o advogado do conduzido estivesse presente.
Endereçamento: Ela deve ser dirigida ao Juiz de Direito da Comarca, autoridade superior ao 
Delegado de Polícia.
Fundamento legal: CF, art 5º, LXIII e art 306, do CPP.
Discussão: Os fatos, especialmente o indeferimento do pedido do senhor Marcos e em 
conseqüência, a ilegalidade da prisão.
Pedido: que o juiz conceda o relaxamento da prisão de Marcos e expedição do respectivo 
alvará de soltura.
A peça:
10
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE ...
Auto de Prisão em Flagrante nº ...
Marcos (qualificação completa), por meio de seu advogado infra assinado, (dpc.) vem 
à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, requerer o relaxamento de sua prisão em 
flagrante, com base no art 5º, LXIII, da Constituição Federal e no art 306, do Código de 
Processo Penal, pelos motivos a seguir relatados:
1. O requerente foi preso em flagrante por ter vendido mercadoria falsificada.
2. Em razão de sua prisão, foi conduzido à Delegacia de Polícia, quando pleiteou do 
Delegado que fosse chamado seu advogado, no que não foi atendido sob a alegação 
de que o mesmo morava em cidade vizinha e por isso demoraria quinze minutos para 
chegar à Delegacia.
3. Com a negação de atendimento ao seu pedido, foi lavrado o auto de prisão em 
flagrante, sendo o requerente recolhido à cadeia pública da Comarca, onde se acha 
preso até momento.
4. O art 5º da Constituição Federal, em seu inciso LXIII diz textualmente que “o preso 
será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado”, direitos esses confirmados pelo 
art 306, do Código do Processo Penal. 
5. A doutrina....
6. Como lhe foram negados esses direitos pela autoridade policial, fica configurada a 
irregularidade de sua prisão em flagrante.
Assim, face aos fatos relacionados, vem requer de Vossa Excelência, com base no art 5º, 
LXII da Constituição Federal e no art 306, do Código de Processo Penal, o relaxamento de 
sua prisão em flagrante, bem como a expedição do competente alvará de soltura.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado, OAB nº...
11
2º caso
Cyro Severiano, professor respeitado na região, foi preso em flagrante por desferir dois socos 
no rosto de Paulo de Almeida, causando-lhe lesão corporal de natureza grave. Levado à 
presença da autoridade policial, esta lhe garantiu todos os direitos constitucionais, sendo que, 
em seu interrogatório, afirmou que tal fato ocorreu por ter sido ofendido por este. Após, foi 
recolhido à cadeia pública desta Comarca, recebendo a nota de culpa no prazo legal.
Como advogado, apresente a peça cabível, buscando a sua liberdade.
Resposta:
Análise da situação:
Peça cabível: Como a prisão em flagrante seguiu toda a tramitação prevista em lei para ela, 
não há que falar em relaxamento da prisão. Portanto, a peça deverá ser Liberdade Provisória, 
no caso, com fiança, em função da pena prevista para o crime de lesão corporal grave. 
Endereçamento: A peça será encaminhada ao Juiz de Direito da Comarca, autoridade que 
pode conceder o benefício solicitado.
Fundamento legal: CF, art 5º, LXVI e CPP, art 322, parágrafo único, combinado com o art 
323, e art 325.
Discussão: O direito subjetivo do senhor Cyro Severiano ao benefício de Liberdade 
Provisória, com fiança.
Pedido: Concessão da Liberdade Provisória, com fiança e expedição do respectivo alvará de 
soltura.
A peça:
12
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE ...
Auto de Prisão em flagrante nº ...
Cyro Severiano, (qualificação completa), por seu advogado infra assinado, 
vem à presença de Vossa Excelência, com acatamento, apresentar requerimento de 
Liberdade Provisória, com o pagamento de fiança, com base no artigo 5º, LXVI, da 
Constituição Federal e no artigo 322, parágrafo único, combinado com o artigo 322, e no 
artigo 325, estes do Código do Processo Penal, pelos motivos a seguir apresentados:
1. O requerente foi preso em flagrante por ter agredido com dois socos no rosto, Paulo 
de Almeida, causando-lhe lesão corporal grave, que segundo declarou posteriormente, 
foi pelo fato de ter sido ofendido pelo mesmo. Em razão dessa agressão, foi preso em 
flagrante e conduzido à presença da autoridade policial da Comarca, que, depois de 
garantir-lhe todos os direitos constitucionais lavrou o respectivo auto de prisão e 
recolheu-o à cadeia pública da Comarca, tendo inclusive emitido a nota de culpa no 
prazo legal.
2. Trata-se de pessoa que atende aos pressupostos necessários para a concessão de 
liberdade provisória, como sejam:
a. Primariedade (conforme certidão de antecedentes criminais anexa – 
doc. nº ..).
b. Apresenta bons antecedentes. (conforme as quatro declarações 
anexas – Doc nº .).
c. Emprego lícito (é professor respeitado na região, conforme 
declaração anexa, doc nº..).
d. Tem residência fixa (conforme contas telefônicas anexas – Doc. )
3. Cumpre-lhe ressaltar, ainda, que não estão presentes no caso dos autos os requisitos 
para a decretação de sua prisão preventiva, conforme dispõe o artigo 312, do Código 
do Processo Penal.
4. Entende a jurisprudência....
13
5. Os doutrinadores ....
6. Dessa forma, conclui-se que é um direito subjetivo seu a concessão do benefício que 
ora pleiteia.
7. Assim, diante do exposto, requer a Vossa Excelência a liberdade provisória com 
pagamento da fiança que lhe for arbitrada, conforme art 325 do Código de Processo 
Penal, pois estão presentes todos os requisitos necessários para o deferimento do 
pedido com base no art 5º da Constituição Federal, inciso LXVI e art 322, parágrafo 
único, combinado com o art 323, estes últimos do Código do Processo Penal.
Requer, ainda, uma vez deferido o presente pedido, a expedição do competente alvará 
de soltura.
Nestes termos,
Pede deferimento
Local e data
Advogado - OAB
 
14
15
13.03.2008
PROCEDIMENTOS
Ordinário
ORDINÁRIO JÚRI
Notitia criminis
IP
Relatório
Denúncia
Citação
Interrogatório
Defesa prévia
Testemunhas de acusação
Testemunhas de defesa
Art 499
Alegações finais
Sentença
Apelação.
Notitiacriminis
IP
Relatório
Denúncia citação
Citação
Interrogatório
Defesa prévia
Testemunhas de acusação
Testemunhas de defesa
Alegações finais
Sentença (pronúncia, impronúncia, Desclassificação ou 
absolvição sumária)..
Libelo
Contrariedade do libelo
Plenário
Ordinário:
Aplicabilidade - Procedimento ordinário é aplicável a todos os crimes passíveis de reclusão, 
exceto os que são regidos por leis especiais.
Finalidade: buscar prova da autoria e da materialidade para municiar o MP.
Relatório: Não há opinião do delegado. Ele se limite a expor os fatos apurados.
Prazos: 10 dias para réu preso e 30 dias para réu solto.
O que pode fazer o MP?
1. promover a denúncia.
2. Solicitar diligências que possam ter faltado.
3. Pedir o arquivamento que só pode ser autorizado pelo juiz.
Denúncia: é a petição inicial da ação penal
Citação: dar conhecimento ao réu de ação que existe contra ele e para que ele se defenda.
Interrogatório: será feito com a presença do MP e do defensor. A primeira parte do 
interrogatório é feita pelo juiz, hhavendo a seguir perguntas das partes.
Defesa prévia: basicamente para definir as testemunhas, requerer os tipos de provas e 
apontar irregularidades constatadas.
16
Testemunhas de acusação: em número máximo de oito. 
Testemunhas de defesa: Também, no máximo oito.
As testemunhas podem ser ouvidas todas no mesmo dia. Mas não se pode inverter a 
ordem da oitiva, sob pena de nulidade processual.
Art 499: Abre vistas. Ex: depoimento de pessoas não arroladas, mas citadas por testemunha.
Alegações finais: primeiro a acusação, depois a defesa. Neste momento do processo, será 
analisado tudo que aconteceu no processo e se termina pedindo condução ou absolvição.
Depois, o processo segue concluso para a sentença do juiz, da qual cabe apelação.
Júri
Nas alegações finais: se defesa ou se ataca a fim de que se decida se o caso vai ou não a júri.
Daí, a sentença, cuja maior probabilidade é de pronúncia (havendo indícios de autoria e 
materialidade). Mas também pode ocorrer a impronúncia pelo que o processo é arquivado.
Se a sentença for de desclassificação, devolve-se o processo para o procedimento ordinário.
Ainda, a sentença pode ser pela absolvição sumária, quando houver excludente de 
culpabilidade.
Até aqui vigora o princípio “in dubio pro societatis”. 
Libelo – quando o MP procurar demonstrar que é caso de júri. Depois do libelo volta a vale o 
princípei in dubio pro reo.
Contrariedade do libelo: defesa, que apresenta as testemunhas.
Plenário: Pode haver recusa de três jurados cada partes, sem motivação, ou mais, 
devidamente justificada. 
A sentença intermedária pode ser defendida pelo recurso RESE, previsto no art 581, do CPP.
PROCEDIMENTOS DA LEI 9099/95
JECRIM para infrações de pequeno potencial ofensivo, ou seja, para os crimes cuja pena 
máxima seja ≤ 2 anos, pena de multa ou infrações penais.
Fase policial: 
Delegado elabora o TCO – termo circunstanciado do ocorrência, encaminhando-o ao juizado 
(TCO, com autor do fato e vítima) para intimação das partes. Na prática, as partes saem da 
delegacia já intimados.
Pode haver necessidade de diligência, como, por exemplo, exame pericial. 
Fase judicial:
Audiência preliminar, com a participação do juiz, MP, autor do fato, vítima e advogados.
Finalidade da audiência: composição de danos (art 72, da Lei 9099/95).
Se houver composição das partes ou transação penal, encerra-se a questão. 
Para a composição exige-se do réu preencher as as seguintes condições:
 Primariedade
17
 Não ter usado esse expediente nos últimos cinco anos 
 O fato comportar composição.
Se não acontecer a composição nem for aceita a transação, inicia-se o processo, com os 
seguintes passos:
Denúncia ou queixa oral em audiência preliminar.
Suspensão condicional do processo (art 89 da Lei em questão):
• Se o ilícito tem pena mínima menor < 1 ano, pode-se suspender o processo de 2 a 4 
anos. 
Se o juiz receber a denúncia, passa-se à audiência de instrução, debates e julgamento (IDJ), 
que transcorrerá assim:
 Testemunhas de acusação.
 Testemunhas de defesa.
 Interrogatório.
 Debates orais (20 minutos cada parte).
 Sentença.
27.03.2008
QUEIXA CRIME
1. Queixa-crime é a “petição inicial” da Ação Penal Privada.
2. A titularidade da queixa-crime é do ofendido ou de seu representante legal (que nas 
peças da ação será referido como querelante, enquanto o ofensor será o querelado).
3. Requisitos da queixa-crime (Art. 41, do CPP):
 Exposição detalhada do fato criminoso.
 Qualificação do acusado (querelado).
 Classificação do crime.
 Rol de testemunhas, se necessário.
 Obs: citação e condenação (não estão no art 41, do CPP).
4. Instruir a queixa-crime com os documentos necessários (O IP não é obrigatório).
5. Procuração com poderes especiais.
6. Prazo para propositura: 6 meses (salvo legislação especial).
7. Recebimento da queixa-crime: cabe recurso, com o objetivo de trancar a ação penal.
8. Rejeição da queixa-crime: Cabe RESE (art. 581, I, do CPP – RESE) 
A ação penal no tempo: forma de facilitar o tipo de peça a ser utilizada:
18
1. 1º período: Da data do fato até o relatório do IMP (fim do IP), cabem:
 Pedido de instauração do IP
 Liberdade provisória se o IP foi instaurado.
 Relaxamento da prisão em flagrante.
 Habeas Corpus
2. 2º período: No período entre a possível ação penal e a respectiva sentença, cabem:
 Queixa-crime
 Defesa prévia
 Alegações finais
 Habeas corpus
3. 3º período: Pós-sentença e pos trânsito em julgado: cabem:
4. 4} período: Pós-trânsito em julgado.
TRABALHO DE PRÁTICA JURÍDICA CRIMINAL
1º Caso: Cyro São Severino, professor universitário em São João da Boa Vista, após aplicar 
uma prova de Processo Penal para seus alunos, descobriu que Allan teria se utilizado de 
meios ilícitos (cola) para conseguir responder as questões propostas. Não se conformando 
com tal comportamento do aluno, o professor o procura e, ao localizá-lo no intervalo e na 
presença de todos seus colegas. Diz que o mesmo é pilantra, sem vergonha, desleal, safado e 
que sempre desconfiou de sua personalidade, sendo que o mesmo nunca o enganou com a 
imagem de bom moço. Ressaltou, ainda, para os demais que presenciavam a cena, que era 
todos saberem, que aquele aluno chamado era traíra e que deveriam tomar cuidado com ele. 
Sem saber o motivo o aluno fica muito constrangido e ofendido, já que teria sido humilhado 
na presença de todos seus colegas de sala.
Questão: Como advogado de Allan, redija a peça mais adequada para fazer valerem os 
direitos de seu cliente.
Responda antes, os seguintes questionamentos:
1. Peça Profissional adequada: queixa-crime.
2. Competência: o ofendido, que na peça será o querelante.
3. Tipo penal: Injúria com cláusula especial de aumento de pena (Art 140 c/c art 141, 
III, ambos do CP).
4. Pedido: recebimento da peça, citação e condenação do querelado (ofensor).
Peça:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca de 
_______________ 
19
Allan, (qualificação completa), vem respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência por meio de seu advogado infra-assinado, seu bastante 
procurador com poderes especiais, propor a seguinte
QUEIXA-CRIME
em face de Cyro São Severino (qualificação completa) pelos motivos a seguir relacionados:
1. Conforme demonstram as cinco declarações anexas, no dia _____, às ___ 
horas, nos corredores do prédio da Faculdade ____________, em São João 
da Boa Vista, Estado de São Paulo, o querelante foi ofendido verbalmente 
pelo querelado, que fez uso de palavras de grande potencial ofensivo, 
proferidas na presença de todos seus colegas de classe, por ter 
supostamente o querelado se valido de meios ilícitos (cola) para responder 
as questões da prova de Direito Penal aplicada pelo querelado.
2. Para demonstrar a intensidade da ofensa, lista a seguir as palavras 
proferidas pelo querelado na ocasião: pilantra, sem vergonha,desleal, 
safado, traíra, sendo que tal ofensa foi presenciada pelos colegas de 
classe do querelante, durante o intervalo das aulas.
3. Como se não bastasse o potencial ofensivo das palavras proferidas, o 
querelado ainda fez questão de prevenir os colegas de sala sobre a 
deplorável e duvidosa conduta do querelante, mais uma vez ofendendo-lhe 
a moral.
4. A conduta do querelado enquadra-se muito bem no tipo penal descrito 
pelo tipo penal definido pelo artigo 140, combinado com o artigo 142, 
inciso III, ambos do Código Penal: injúria, com cláusula especial de 
aumento de pena, por ter sido a agressão realizada em presença de diversas 
pessoas.
5. Em casos análogos, nossos tribunais vêm decidindo que:
Mencionar duas jurisprudências
6. Diante do que foi exposto, requer a Vossa Excelência o recebimento da 
presente queixa-crime, determinando a citação do querelado para que, 
querendo, venha defender-se nos autos, nos termos do artigo 519 e 
20
seguintes, bem como do artigo 394 e seguintes, ambos do Código de 
Processo Penal e, ao final, condená-lo pelo crime de injúria descrito no 
artigo 140, combinado com o artigo 141, inciso III, ambos do Código de 
Processo Penal.
7. Arrolam-se como testemunhas as descritas abaixo:
a.
b.
c.
d.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
_______________________
Advogado
OAB
21
2º Caso: Maria, alta funcionária da empresa ATR, no centro de São Paulo, Capital, recebe 
normalmente cantadas de seu superior hieráquico. João. Temendo por seu emprego, Maria 
nunca efetuou nenhuma reclamação. Em 20,1,07, contudo, João, prevalencendo-se de sua 
condição na empresa. Chama Maria à sua sala. Quando ela ingressa na sala, João tranca a 
porta, exigindo favores sexuais. Visivelmente alterado, João grita com Maria, dizendo que se 
ela não concordasse com o ato sexual, ele iria demiiti-la. Outros funcionários, escutando os 
gritos de Maria, vão imediatamente em seu socorro. Abrindo a sala de João com a chave 
mestra, encontrando Maria aos prantos. João, nesse momento, sai rapidamente da sala. No dia 
seguinte, pede desculpas a Maria, dizendo haver bebido demais na véspera e que tudo não 
teria passado de um mal entendido. Maria, revoltada, diz que vai procurar os seus direitos.
Questão: Como advogado de Maria, redija a peça mais adequada para fazer valerem os 
direitos de sua cliente.
Responder os questionamentos abaixo:
Peça profissional adequada: queixa-crime
Tipo Penal: CP, art 216-A – Assédio sexual
Pedido: Recebimento da queixa-crime e condenação do querelado.
Observações: Enquadra-se na Lei 9099/95-Juizado Especiais Cíveis e Criminais. (art 61).
 
PEÇA 
22
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal do Juizado Especial 
Criminal, da Comarca de São Paulo, Capital (SP).
Maria, (qualificação completa), vem respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado infra-assinado, seu bastante 
procurador com poderes especiais, propor a seguinte
QUEIXA-CRIME
em face de João (qualificação completa) pelos motivos a seguir expostos, e com base no 
artigo 216-A, do Código Penal.
1. Maria era alta funcionária da empresa ATR, localizada na região central de 
São Paulo, Capital, sendo constantemente cantada pelo querelado, seu 
superior hierárquico. Como ela temesse por seu emprego, não reclamava 
das atitudes de seu chefe, tolerando o constante assédio sexual de que era 
vítima, sem jamais ter cedido às investidas do chefe. 
2. Entretanto, no dia 20 de janeiro de 2007, o querelado excedeu os limites 
das atitudes de assédio até então suportadas por Maria. Chamando-a à sua 
sala, trancou a porta à chave, gritando para a querelante que, se ela não 
concordasse em manter com ele o ato sexual, ele a demitiria. Nesta 
ocasião, Maria pôs-se a gritar, atraindo a atenção dos colegas de trabalho, 
que acudiram em seu socorro, abrindo a sala com a chave mestra. 
Depararam com Maria aos prantos, enquanto o querelado saía correndo da 
sala. 
3. Das ocorrências do dia 20 mencionado, a atitude do querelado não ficara 
restrita aos dois, porque todos os colegas tomaram conhecimento do 
comportamento do chefe. Ainda mais que no outro dia ele disse a Maria 
que na véspera havia bebido demais e tudo não passara de mal entendido.
4. A conduta do querelado enquadra-se muito bem no tipo penal descrito 
pelo artigo 216-A, do Código Penal, que define como assédio sexual 
“constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento 
sexual, prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico 
ou da ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”.
23
5. A jurisprudência tem apontado a grande dificuldade de fazer prova em 
casos de assédio sexual, uma vez que, comumente, o agente da prática age 
em surdina, entre quatro paredes. Por isso, muitos casos não prosperam 
nos tribunais. Mas algumas considerações mais específicas nessa linha 
começam a criar condições para facilitar a consideração de cada situação. 
Nesse sentido, “... em regra, o assédio configura-se por uma conduta 
reiterada do assediante, que não pode encontrar espaço para suas 
investidas indecorosas, sob pena de descaracterização do ato ilícito”. 
(TRT, 3ª R, 4ª Turma. 0067-2005-070-03-00-6 Recurso Ordinário - Rel. 
Juiz Luiz Otávio Linhares Renault – DJMG – 26.11.2005). Algumas 
decisões, mesmo antes da Lei nº 10244, de 15 de maio de 2001, 
consideram que “o indício pode gerar a certeza; assim, diante do sistema 
da livre convicção do juiz, abraçado pelo Código Penal, a prova indiciária 
ou circunstancial tem o mesmo valor que as demais” (TJSP-AP 153.674-3- 
1 “a”, rel. Andrade Cavalcanti – j. 10.07.95). Outro pronunciamento dos 
tribunais caminha no mesmo sentido: “... o assédio sexual grosseiro, rude e 
desrespeitoso, concretizado em palavras ou gestos agressivos, já fere a 
civilidade mínima que o homem deve à mulher, principalmente em 
ambientes sociais de dinâmica cotidiana e obrigatória, como no trabalho” 
(TRT – Des. Maurício José Godinho Delgado).
6. Diante do que foi exposto, requer a Vossa Excelência o recebimento da 
presente queixa-crime, determinando a citação do querelado para que, 
querendo, venha defender-se nos autos, nos termos do artigo 394 e 
seguintes, do Código de Processo Penal e do artigo 61, da Lei nº 9.099, de 
26.09.1995 e, ao final, condená-lo pelo crime de assédio sexual descrito no 
artigo 216-A, do mesmo Código.
7. Arrolam-se, como testemunhas, as descritas abaixo:
a.
b.
c.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
_______________________
Advogado
OAB
03.04.2008
24
CASO – 117º EXAME DA ORDEM
“No dia 1º de janeiro de 2002, por volta das 12 horas, na confluência das ruas Maria Pulo e 
Genebra, Maria da Luz teve seu relógio subtraído por João da Paz, que se utilizou de 
violência e grave ameaça, exercido com uma faca. Descoberta a autoria e formalizado o 
inquérito policial com prova robusta da materialidade e autoria, os autos permanecem com o 
Ministério Público há mais de trinta dias, sem qualquer manifestação. 
Questão: Como advogado de Maria da Luz, atue em prol da constituinte.
Estudando a questão, responda os seguintes questionamentos antes de elabora a peça cabível 
no caso:
1. Peça profissional adequada. Trata-se, no caso, de crime de roubo tipificado no 
artigo 157 do Código. Pelo capítulo que trata do assunto no Código, cabe, no caso, 
ação penal pública incondicionada, tendo o Ministério Público que apresentar a 
denúncia em 15 dias, conforme prevê o art 46 do Código de Processo Penal. Mas o 
promotor já está com os autos há mais de trinta dias sem ter tomado qualquer 
providencia. Pelo artigo 100 do Código Penal, em seu § 3º, que “a ação de iniciativa 
privada pode intentar-se nos crimes de ação publicam se o Ministério Públiconão 
oferece a denúncia no prazo legal”. Portanto cabe neste caso, a ação penal privada 
subsidiária à ação pública. Ela será exercida por meio de sua petição inicial, a queixa-
crime. 
2. Competência. O juízo de uma das varas da Comarca.
3. Tipo penal: Roubo, tipificado no artigo 157, § 2º, I, do Código Penal.
4. Pedido: A condenação do agente do roubo.
PEÇA
25
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de _____
Inquérito policial nº ___
Maria da Luz, (qualificação completa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, por meio de seu advogado infra assinado, para propor , nos termos do artigo 41, 
do Código do Processo Penal e do artigo 100, § 3º, do Código Penal a seguinte 
Queixa-crime
Em face de João da Paz (qualificação completa) pelos motivos a seguir expostos. 
1. Do inquérito policial referido resulta robusta prova de materialidade e 
autoria de crime de roubo previsto no artigo 157, § 2º, I que comporta 
Ação Penal Pública Incondicionada. Formalizado o inquérito, os autos 
foram remetidos ao Poder Judiciário e encontram-se com o Ministério 
Público há mais de 30 dias, sem qualquer manifestação do mesmo quanto 
à denúncia, a despeito do prazo de quinze dias fixado pelo artigo 46 do 
Código de Processo Penal para essa providência. Diante de sua inércia 
autoriza o artigo 100, §3º, do Código Penal a ação penal de iniciativa 
privada de forma subsidiária à ação penal pública, nos casos de ação 
pública, como é o do caso presente.
2. Em 1º de janeiro de 2002, por volta das 12 horas, na esquina das ruas 
Maria Paula e Genebra, a querelante teve seu relógio subtraído pelo 
querelado, que se valeu de violência e grave ameaça, usando de uma faca. 
O inquérito policial constatou provas robustas de materialidade e autoria 
do crime, encaminhando os autos ao Judiciário.
3. A conduta do querelado enquadra-se perfeitamente no artigo 157, § 2º, I, 
do Código Penal, que tipifica o crime de roubo, com cláusula especial de 
aumento de pena.
4. Diante do que foi exposto, requer a Vossa Excelência o recebimento da 
presente queixa-crime, subsidiária de ação penal pública incondicionada 
cabível, nos termos do artigo 100, § 3º, do Código Penal, combinado com 
o artigo 46, do Código de Processo Penal, com a competente citação do 
querelado, para que, querendo ele, defenda-se nos autos, com base no 
26
artigo 394 e seguintes do Código de Processo Penal e, ao final, condená-lo 
pelo crime de roubo tipificado no artigo 157, § 2º, I, do Código Penal.
5. Arrolam-se as testemunhas abaixo, já ouvidas na fase do inquérito policial, 
ou seja:
a. _________________, qualificada às folhas ____ do 
inquérito policial;
b. _________________, qualificada às folhas ____ do 
inquérito policial.
c. _________________, qualificada às folhas ____ do 
inquérito policial.
Nestes termos,
Pede deferimento
Local e data
____________________________________________
Advogado
OAB nº _____
27
10.04.2008
Caso 1
Armando Soares, brasileiro, casado, funcionário público federal, residente na rua Aquiles 
Bastos, 43, em Montes Claros (MG), local onde tem sede o órgão público em que trabalha, 
foi agredido em sua honra por Mário da Silva, brasileiro, solteiro, funcionário público 
federal, residente na rua Viriato Gomes, 69, em Montes Claros (MG), No dia 11.05.2005, 
durante em reunião da repartição pública onde ambos trabalham, na presença de Maria da 
Conceição, Nestor Alvarenga e Renato Antunes, Mário teceu os seguintes comentários: o 
Armando é corrupto, vocês sabiam? Eu tenho documentos que 
comprovam. É bom que todos saibam que ele é corrupto, bandido, 
laranja, testa de ferro que não é dono nem do patrimônio que tem, pois 
não tem caixa para tal. Não é possível que um corrupto como ele seja 
diretor de Órgão Público Federal.
Constituído como advogado de Armando Soares, elabora a petição apta a iniciar a ação penal.
(2ª etapa – Prova prático – profissional)
Considerações iniciais:
O caso fala em petição inicial. Portanto deve ser denúncia ou queixa.
O caso é da alçada da Justiça Federal, por se tratar de funcionário público federal.
Deve ser um dos três casos de crime contra a honra dos artigos 138/140, do CP.
O caso fala em fato que constitui crime: peculato – logo se refere à calúnia (art 138).
Mas também há imputação de qualidade negativas à Armando, o que configura crime de 
injúria previsto no art 140.
Portanto, temos caso de injúria e de calúnia, esta com cláusula de aumento de pena prevista 
no art 141, II, III.
PEÇA
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal da Justiça Federal do 
Estado de Minas Gerais.
28
Mário Soares, brasileiro, casado, funcionário público federal, residente na rua 
Aquiles Bastos, 43, em Montes Claros (MG), portador da Cédula de Identidade RG nº ........ 
e inscrito no Cadastro Geral dos Contribuintes sob o CPF nº ............ . vem à presença de 
Vossa Excelência, respeitosamente, por meio de seu advogado infra-assinado, para propor, 
com base no art 41 do Código de Processo Penal e conforme autoriza a Súmula nº 714, do 
Supremo Tribunal Federal, a seguinte
Queixa Crime
Em face de Mário da Silva, brasileiro, solteiro, funcionário público federal, portador da 
Cédula de Identidade RG nº........... , inscrito no Cadastro Geral dos Contribuintes sob o CPF 
nº........., residente na rua Viriato Gomes, 69, em Montes Claros (MG), pelos motivos a seguir 
descritos:
1. Em 11,05,2005, durante reunião na repartição pública onde ambos 
trabalham e em presença de Maria da Conceição, Nestor Alvarenga e 
Renato Antunes, o querelado fez vários comentários sobre o querelante, 
tachando-o de corrupto, bandido, laranja, testa de ferro e que não é o 
verdadeiro dono do patrimônio que tem, por não ter caixa para tanto. Disse 
mais ser inadmissível que ele seja diretor de um órgão público federal.
2. Desses comentários concluem-se o enquadramento de parte deles no art 
138 do Código Penal, ou seja, constitui rime de calúnia, quando diz que 
ele não é dono de seu patrimônio por falta de recursos para tanto, o que 
coloca o querelante como tendo supostamente cometido o crime de 
peculato tipificado no art 312 do Código Penal – Peculato.
3. O restante dos comentários feitos pelo querelado se refere a qualidades 
negativas ao querelante, enquadrando-se, portanto, tais comentários no art 
140 do Código Penal, ou seja, constituem tais comentários crime de 
injúria. 
4. Como se não bastassem atitudes do querelado acima mencionados, os 
comentários foram proferidos em presença dos colegas de trabalho de 
ambos, mencionados no item 1, com o intuito claro de ofender a honra do 
querelante,
29
5. Depreende-se facilmente de tudo o que foi relatado, que as atitudes do 
querelado se enquadram perfeitamente nos artigos 138 e 140 do Código 
Penal, combinados com o artigo 141, incisos II e III – injúria e calúnia -, 
do mesmo código, por ter sido tais crimes cometidos contra “funcionário 
público em razão de suas funções” e na “presença de várias pessoas”.
6. Diante do que foi exposto, requer a Vossa Excelência o recebimento da 
presente queixa-crime, determinando a citação do querelado para que, 
querendo, venha defender-se nos autos, tudo com base nos artigos 519 e 
seguintes e 394 e seguintes, ambos do Código de Processo Penal, para, ao 
final, condená-lo pelos crimes de calúnia e injúria descritos nos artigos 
138 e 140, combinados com o com o artigo 141, II, III, todos do Código 
Penal.
7. Arrolam-se, como testemunhas, as descritas a seguir:
a. Maria da Conceição (qualificação completa)
b. Nestor Alvarenga (qualificação completa).
c. Renato Antunes (qualificação completa).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Montes Claros, (data)
______________________
Advogado
OAB nº ...
Caso 2
Antonio Sérgio, brasileiro, casado, economista, residente na rua das Acácias, nº 847,Bairro Pampulha, Belo Horizonte, é administrador da empresa Euro-Dolar S/A, instituição 
30
financeira sediada na rua Barão de Cocais, nº 26, Betim, Minas Gerais, foi autuado em 
flagrante como incurso nas sanções do art 4º, da Lei nº 7492/86. o respectivo auto de prisão 
está corrente lavrado, com observância de todas as formalidades legais. Antonio é primário, 
de bons antecedentes, casado, pai de 2 filhos menores.
Considerando que você foi constituído, tendo inclusive acompanhado a autuação na 
delegacia competente, elabore a petição visando obter a liberdade de seu constituinte, com o 
devido e completo encaminhamento e os dispositivos legais aplicáveis à espécie.
Observações do professor:
 Art 4º - Gerir fraudulentamente instituição financeira.
Pena: reclusão de 3 a 12 anos e multa.
Parágrafo único – Se a gestão é temerária:
Pena: reclusão de 2 a 8 anos e multa
Comentários preliminares
A liberdade, no geral, pode ser pleiteado de 3 maneiras: Relaxamento da prisão, Liberdade 
Provisória e Habeas Corpus. 
Relaxamento da prisão não cabe porque o auto de prisão em flagrante estava correto.
Habeas Corpus só caberia se o pedido de liberdade provisória houvesse sido negado.
Resta, pois pedir a Pedido de Liberdade Provisória, que é a peça que se vai elaborar. 
Juiz competente: o do local do crime.
PEÇA
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de Betim 
(MG)
31
Referência: Auto de Prisão em Flagrante nº ___
Antonio Sérgio, brasileiro, casado, economista, residente e domiciliado na rua 
das Acácias, nº 847, Bairro Pampulha, Belo Horizonte, portador da cédula de identidade RG 
nº _________ , inscrito no Cadastro Geral dos Contribuintes, sob CPF nº ______, vem, 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado abaixo assinado 
para, com base no art 310, parágrafo único, do Código do Processo Penal, pedir a
LIBERDADE PROVISÓRIA
sem fiança, com base no art 323, inciso I, do Código de Processo Penal, pelos motivos a 
seguir descritos:
1. O requerente foi autuado em flagrante como incurso nas sanções do art 4º 
da Lei nº 7492/98, ou seja, acusado de gerir fraudulentamente a instituição 
financeira Euro – Dólar S/A, sediada na rua Barão de Cocais, 26, em 
Betim (MG).
2. I respectivo auto de prisão em flagrante está corretamente lavrado, quanto 
às formalidades legais.
3. O requerente atende os pressupostos necessários à concessão do benefício 
solicitado, quais sejam:
a. Primariedade (certidão de antecedentes criminais, Doc 1);
b. Bons antecedentes (Declarações, Doc 2/6);
c. Emprego lícito (cópia d CTPS – Doc 7);
d. Residência fixa (contas telefônicas - Doc 8/9).
4. Cumpre-lhe ressaltar, ainda, que não estão presentes no caso os requisitos 
para a decretação da prisão preventiva do requerente, conforme disposto 
no art 312 do Código de Processo Penal.
5. (Jurisprudência)
6. (doutrina)
32
7. Assim, conclui-se que a concessão da liberdade provisória solicitada 
constitui direito subjetivo do requerente.
8. Diante do exposto, requer a Vossa Excelência a sua liberdade provisória, 
sem pagamento de fiança com base no art 323, I, do Código do Processo 
Penal, uma vez que estão presentes todos os requisitos necessários para o 
deferimento do pedido, com base no art 5º, LXVI, da Constituição Federal 
e art 310, parágrafo único, do Código de Processo Penal. Requer, ainda, 
uma vez deferido o presente pedido, a expedição do competente alvará de 
soltura.
Nestes termos,
Pede deferimento
Betim, ____________
___________________________
Advogado
OAB
17.04.2008 
Procedimento Ordinário (CPP, artigos 394/405 e 498/502)
Esse procedimento começa e termina no juiz singular.
33
O procedimento ordinário sucede ao Inquérito Policial e se desenvolve em fases sucessivas:
1ª fase: Oferecimento da denúncia / queixa em 5 dias (indiciado preso) ou em 15 dias 
(indiciado solto). Feita pelo Ministério Público (ou advogado do ofendido).
2ª fase: Recebimento da denúncia / queixa (rejeição da peça). (pelo juiz)
Como se dará a aceitação?
No processo civil, o juiz determinaria a citação do réu para a contestação.
Como no direito penal não há contestação, o réu é citado para o seu interrogatório.
3ª fase: citação do réu – quando já se marca dia, local e hora para a citação.
4ª fase: Interrogatório: (art 185, do CPP). 
O interrogatório se inicia sempre perguntando o juiz se o réu tem defensor. O réu 
pode, então, mencionar o nome de seu advogado que equivale à procuração (procuração 
apud acta). 
Pergunta a seguir se o réu já se entrevistou com o seu defensor. Se a resposta for 
negativa, disponibilizará tempo para essa entrevista. 
Depois ocorre a qualificação, geralmente feita pelo escrivão.
A seguir, o interrogatório propriamente dito, disciplinado no art 186, do CPP.
5ª fase: Alegações escritas (Defesa Prévia) – prazo de 3 dias do interrogatório. Art 395, 
CPP. 
A orientação de ordem prática é que a defesa não exponha nesta fase as teses que 
pretende usar, deixando isso para as alegações finais.
O importante nesta fase é o arrolamento das testemunhas, sob pena de preclusão desse 
direito.
6ª fase: Audiência para oitiva das testemunhas de acusação.
7ª fase: Audiência para oitiva das testemunhas de defesa.
Cada parte do processo penal tem direito a que sejam ouvidas até 8 testemunhas. O juiz não 
pode, de oficio, deixar de ouvir qualquer das testemunhas arrolado, sem o consentimento da 
partem sob risco de nulidade do processo. 
8ª fase: Novas Diligências. (CPP, art 499) em 24 horas.
Nesta fase, podem ser ouvidas testemunhas que “apareceram” no processo depois do 
momento próprio para cada partes arrolar testemunhas, ou seja, depois da denúncia, para o 
Ministério Público, ou depois da fase da Defesa Prévia, para a defesa. 
9ª parte: Alegações finais: (art 501, CPP) – prazo de 3 dias, que correrão em cartório. Esta 
fase é obrigatória para validade do processo. 
Para a defesa e para a acusação as alegações finais representam parte importantíssima. Nela 
são tratados os problemas de nulidade relativa (em preliminar).
34
Como a prova documental pode ser produzida a qualquer tempo, não é aconselhável à defesa 
fazê-lo nesta fase, porque isso tiraria dela a primazia de falar por último no processo. 
10ª parte: Sentença – sentença de mérito (ou definitiva) que encerra o processo e a lide e é 
recorrível. 
15.05.2008
Revisão 
Procedimento ordinário (CPP, artigos 394/405 e 498/502)
Esse procedimento começa e termina no juiz singular. Ele se aplica nos casos dos crimes 
punidos com de reclusão, salvo quando houver procedimento especial, como o caso do júri 
ou dos crimes cuja pena máxima seja inferior ou igual a dois anos (Lei 9099/95)
São as seguintes as fases do procedimento ordinário:
1. Notitia criminis, que gera o Inquérito Policial
2. Relatório, que encerra o IP, sendo remetido ao Judiciário.
3. Denúncia – feita pelo MP.
4. Recebimento da Denúncia.
5. Citação e intimação para interrogatório.
6. Interrogatório
7. Defesa prévia (a defesa faz o arrolamento de testemunhas).
8. Testemunhas de acusação
9. Testemunhas de defesa
10. CPP, art 499.
11. Alegações finais, art 500, do CPP (prazo de 3 dias para MP e 3 para defesa).
12. Sentença
13. Apelação
Obs: com a oitiva das testemunhas, termina a fase da instrução do processo.
Procedimento do júri 
1. Notitia criminis, que gera o Inquérito Policial.
2. Relatório, que encerra o IP, sendo remetido ao Judiciário.
3. Denúncia – feita pelo MP.
4. Recebimento da Denúncia.
5. Citação e intimação para interrogatório
6. Interrogatório
7. Defesa prévia
Neste ponto, o processo pode prosseguir de duas maneiras:
1ª fase: primeira forma de seqüência do processo:
8. Testemunhas de acusação
35
9. Testemunhas de defesa
10. Alegações finais – prazo de 5 dias (art 406, do CPP).
Ante o recebimento da denúncia, o juiz pode resolver pela:
a) Pronúncia – quando o juiz vê indícios de autoria e de materialidade do crime.
b) Impronuncia – quando faltar uma dessasduas condições.
c) Desclassificação – O juiz não vê o crime enquadrado como foi, desclassificando e o 
reclassifica, remetendo-o ao juiz competente (que pode ser ele mesmo, conforme o 
caso, via cartório).
d) Absolvição sumária – quando o juiz encontra uma excludente da criminalidade.
2ª fase – segunda maneira de seqüência do processo:
8 Pronuncia
9 Libelo acusatório
10 Contrariedade ao libelo-crime acusatório (peça equivalente à defesa prévia).
11 Julgamento em plenário
Obs: Neste caso, o juiz não entra no mérito do caso, deixando-o para os jurados.
Exercício – Elaborar uma peça.
Caso: “JOÃO foi preso em flagrante e denunciado por ter supostamente praticado o delito 
de roubo, descrito no art 157, do Código Penal. Consta dos autos que o réu teria se valido de 
uma trombada leve para desviar a atenção da vítima, Maria, subtraindo sua pulseira, 
avaliada em R$ 1.000,00. O réu confessou a subtração e as testemunhas confirmaram que o 
réu teria esbarrado na vítima e retirado de seu pulso o objeto, saindo correndo na seqüência. 
Encerrado a instrução do processo, o MP pleiteou a condenação nos termos da denúncia. 
Como advogado do réu apresente a peça cabível”. 
Estudo preliminar:
A expressão “encerrado a instrução do processo” sugere a fase das alegações finais.
Quando ao mérito, a defesa pode solicitar, em sua peça, o seguinte:
a) Absolvição do réu.
b) Desclassificação do crime (classificando o caso em crime de menor pena).
c) Benefícios ao réu, como:
1) Fixação da pena mínima
2) Substituição da pena (art 44, do CP)
3) Regime menos gravoso.
In casu, a absolvição é impossível, porque o réu confessou o delito e há testemunhas 
confirmando o mesmo e a autoria. Fica a opção pela desclassificação do crime para furto ou 
pedir regime menos gravoso. Existem elementos para pedir o enquadramento em furto 
simples, o que é melhor que o regime menos gravoso. Então, vamos à peça – alegações 
finais, com a decisão de pedir a desclassificação do delito para furto, pedindo também o 
benefício da substituição da pena, conforme permite o art 44, do CP.
36
Roteiro para a peça:
1) Endereçamento
2) Nº do processo
3) Nome da parte
4) Nome da peça
5) Fundamentação legal
6) Fatos
7) Fundamentos jurídicos (jurisprudência).
8) Conclusão
9) Pedido.
PEÇA
37
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal do Comarca de 
_______, Estado de _________.
Ref: Processo nº _____
JOÃO, já qualificado nos autos da ação penal que lhe move a Justiça Pública, por seu 
advogado que esta subscreve, vem à elevada presença de Vossa Excelência, nos termos do 
artigo 500 do Código de Processo Penal, apresentar as
ALEGAÇÕES FINAIS
Pelos motivos relacionados a seguir:
1. Consta dos autos que o réu teria subtraído da vítima uma pulseira do valor de 
R$ 1.000,00 (hum mil reais) e, por isso, vem sendo acusado do crime de 
roubo, descrito no artigo 157, do Código Penal.
2. Acontece que para a ocorrência do delito que vem sendo apurado nos autos, 
necessário se faz que o agente se utilize grave ameaça ou de violência à 
pessoa da vítima, o que não ocorreu no caso em questão, visto que a trombada 
não é caracterizada como violência no crime de roubo.
3. Cabe, ainda, ressaltar que a confissão do réu se limitou à subtração, porém não 
existe nenhuma prova capaz de ensejar a utilização de violência na conduta do 
ag ente, o que conduz a situação ao delito de furto, descrito no artigo 155, do 
Código Penal. 
4. Nesse sentido manifesta-se a jurisprudência “que a violência foi só contra a 
coisa e a vítima foi atingida sem intenção sem intenção, apenas por 
repercussão, há só furto” (RT, 608/352); “se só atrapalha a vítima, sem 
violência, é furto” (RT 574/376), “a melhor interpretação, à luz do CP, é 
considerar a trombada, quando ela só serviu para desviar a atenção da vítima, 
como furto” (RT 83/414).
5. Assim sendo, conclui-se que o réu não praticou o delito de roubo, mas sim o 
crime de furto, descrito no artigo 155, do Código Penal.
38
6. Em face de tudo que se expôs, requer a desclassificação da conduta do réu de 
crime de roubo para crime de furto, uma vez que ele não utilizou violência ou 
de grave ameaça na conduta delituosa. 
7. Em sendo desclassificado o delito apontado o réu requer, também, a fixação 
da pena mínima legal (uma vez que ocorreu a confissão e os demais elementos 
não conduzem a outra punição, senão a mínima) e, após, sua substituição por 
uma restritiva de direito, tudo nos termos do artigo 44, do Código Penal. 
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data,
Advogado
OAB ____
 29.05.2008
CASO:
João da Silva foi preso em flagrante delito, pois no dia 10 de janeiro do corrente ano, por 
volta das 10:00 horas, fazendo uso de uma arma de fogo, tentou efetuar disparos contra seu 
vizinho, Antonio Miranda. Foi denunciado pelo representante do Ministério Público como 
incurso nas sanções do art 121, caput, c.c. o artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal, 
porque teria agido com animus necandi. Segundo o apurado na instrução criminal, uma 
semana antes dos fatos, o acusado, planejando matar Antonio, pediu emprestada a um colega 
de trabalho uma arma de fogo e quantidade de balas suficiente para abastecê-la 
completamente, guardando-a eficazmente municiada. Seu filho, a quem confidenciara seu 
plano, sem que o acusado percebesse, retirou todas as balas do tambor do revólver. No dia 
seguinte, conforme esperava, João encontrou Antonio em um ponto de ônibus e, sacando da 
arma, acionou o gatilho diversas vezes, não atingindo a vítima, em face de ter sido a arma 
desmuniciada anteriormente. Dos autos consta o laudo pericial da arma apreendida, a 
confissão do acusado e as declarações da vítima e do filho do acusado. Por ser primário, o 
Juiz de primeiro grau concedeu ao acusado o direito de defender-se solto. As alegações finais 
da acusação foram oferecidas pelo representante do Ministério Público, requerendo a 
condenação do acusado nos exatos termos da denúncia. 
Questão: Como advogado de João da Silva, elabore a peça profissional pertinente.
Estudo da questão: O art 17, do CP, trata do crime impossível quando existe “ineficácia 
absoluta do meio ou impropriedade do objeto”.
Nesta fase o juiz pode adotar quatro tipos de decisão, que orientam as alegações finais da 
defesa, previstas nos artigos 408 a 411, do Código Penal,:
• Absolvição sumária.
• Desclassificação do crime
• Impronúncia do réu. 
39
• Pronúncia do réu. 
Tese: a tese a ser adotada é a de crime impossível pela absoluta ineficácia do meio. Assim, 
não cabe pedir a absolvição sumária, pois isto pressuporia a existência de crime, o que 
contrariaria a tese. Muito menos cabe a desclassificação do crime para outro. Então vai pedir 
a impronúncia do réu, ou seja, a improcedência da denúncia feita pelo MP. A peça será, 
portanto, Alegações Finais com pedido de impronúncia do réu.
PEÇA
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia Vara do Júri da Comarca de 
____________
Ref. Processo nº _____
João da Silva, já qualificado nos autos da Ação Penal que lhe move a Justiça 
Pública, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência 
apresentar as
Alegações Finais
com base no art 406, do Código de Processo Penal, pelos motivos abaixo:
1. Conforme consta dos autos, o réu vem sendo acusado da prática de 
tentativa de homicídio por ter disparado na suposta vítima.
2. Acontece que a arma utilizada pelo réu para a suposta infração penal 
estava desmuniciada, descarregada que fora pelo seu filho, na noite 
anterior à conduta apurada nos autos, uma vez que o seu filho retirara 
todas as balas do tambor do revólver.
3. Assim sendo, pela ineficácia absoluta do meio utilizado pelo réu 
(revólver demuniciado), o mesmo era absolutamente ineficaz para a 
consumação do delito de homicídio, fazendo com que estejamosdiante de 
crime impossível, conforme descrito no artigo 17, do Código Penal, in 
verbis: “não se pune tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou 
por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”.
4. Nos ensina o doutrinador Celso Delmanto, em sua obra Código Penal 
Comentado “este artigo 17 trata do crime impossível, também chamado 
quase crime ou tentativa impossível. Inidônea ou inadequada. Diz o 
40
dispositivo ser impossível a tentativa nas duas hipóteses que aponta: 1- 
ineficácia absoluta do meio; ou 2- impropriedade absoluta do objeto, que 
torna impossível a consumação do crime. (pág. 28, 5ª edição, ano 2000, 
edita Renovar).
5. No mesmo sentido segue a jurisprudência abaixo:
“A tentativa de homicídio com revólver descarregado. ou cujas 
cápsulas já estavam deflagradas, crime impossível (RT, 
57/239). 
6. Sepultando o assunto, “o meio é absolutamente incapaz quando 
totalmente inadequado ou idôneo para alcançar o resultado criminoso. 
Exemplo: o revólver sem munição é absolutamente inidôneo para matar 
alguém a tiro” (Obra cit. pág 28).
7. Diante do exposto requer a Vossa Excelência a impronúncia do 
réu, conforme dispõe o art 409, do Código de Processo Penal, porque já 
sobejamente demonstrada a absoluta ineficácia do meio utilizado para a 
prática do delito que vem sendo apurado nos autos, levando-nos ao 
reconhecimento da atipicidade da conduta do réu.
Nestes termos,
Pede deferimento
Local e data
Advogado
OAB_________
41
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL – 5ºano – Professor Marcelo
PRÁTICA DE PENAL – Professor Marcelo.
02.02.2009
Critérios para avaliação do examinador da OAB:
1. Adequação da peça ao problema apresentado. (Consiste na determinação da peça 
apropriada à questão).
2. Raciocínio jurídico. (deve transparecer na peça do candidato que ele tem, de fato, 
raciocínio jurídico).
3. Fundamentação e sua consistência. 
4. Capacidade de interpretação e exposição.
5. Correção gramatical.
6. Técnica profissional (estética da peça).
Roteiro para interpretação de um problema
1. Momento (da situação problema).
Nesse sentido, existem três fases a considerar.
1ª fase: É a fase do inquérito policial, que vai até a apresentação da denúncia ou da 
petição inicial. Esta fase é presidida pelo Delegado de Polícia.
2ª fase: É a fase judicial. Começa com a denúncia (pelo MP) ou pela petição inicial 
(pelo advogado da parte, no caso de ação privada incondicionada) e termina com o 
trânsito em julgado da sentença. Esta fase é presidida pelo juiz singular ou pelo 
desembargador do Tribunal.
3ª fase: É a fase da execução da sentença, quando condenatória. Fase presidida pelo 
juiz da execução.
Assim, conforme a situação do processo em relação a essas fases, haverá 
endereçamento e peça adequada a cada uma. A conjunção das três fases recebe o 
nome de persecução penal.
2. Tese é a determinação da linha de defesa do cliente. Como exemplo, tem-se a “falta 
de justa causa para o processo”.
3. Peça – 
4. Endereçamento – Depende do momento do processo.
5. Pedido – o pedido é sempre relacionado com a tese. 
Exercício em classe: 
Caso: O cidadão “A”, em São Paulo, Capital, comprou do comerciante “B” um sofá no valor 
de R$ 3.000,00. A compra foi efetuada no dia 10 de março de 2008, sendo que o comprador 
pediu ao comerciante que apenas apresentasse o cheque no dia 30 do mesmo mês. O pedido 
foi aceito e ficou consignado no verso da cártula. Porém o acordo não foi cumprido e o 
referido cheque voltou sem fundos, tanto na primeira vez em que foi apresentado quanto na 
posterior. Por causa desses fatos, o cidadão “A” foi denunciado e processado, pelo art 171, § 
42
2º, inciso VI, do Código Penal e restou condenado à pena de 1 ano e 8 meses de reclusão, 
com “sursis”. 
O réu recusou a suspensão do processo, prevista no art 89, da Lei 9099/95, no momento 
procedimental oportuno. A respeitável sentença foi prolatada hoje.
Questão: produzir a peça adequada à espécie, em favor de “A”, perante o órgão Judiciário 
competente. 
Resolução: 
1. O processo acha-se na fase judicial, exatamente na da sentença condenatória.
2. A tese a ser defendida é a da “falta de justa causa” para o ajuizamento da ação. Trata-
se de cheque pré-datado, o que conforme Súmula 246, do STF, não configura cheque. 
Além do mais o procedimento de “A” não foi doloso, pois havia um acordo com o 
vendedor quanto à apresentação do cheque. E o crime previsto no art 171, do CP tem 
que ser doloso, pois o artigo não prevê crime culposo para o caso.
A conduta de “A” não se enquadra no artigo mencionado. INEXISTE TIPICIDADE. 
Portanto, não há crime.
3. A peça deve ser apelação.
4. Será endereçada ao juiz da causa quanto à intenção do réu de recorrer e justificada ao 
Tribunal.
5. Como não há crime, será pedida a absolvição do réu.
09.02.2009
PRINCIPAIS PEÇAS
Vamos fazer este estudo segundo o roteiro estabelecido acima.
I - MOMENTO DO PROCESSO
A – Antes da Ação Penal 
 Peças para a defesa:
1. Relaxamento da prisão em flagrante – prevista no art 5º, LXV, da CF e art 
307/310,CPP. Esta peça deverá ser endereçada ao juiz. Ela só poderá ser utilizada 
ocorrendo qualquer irregularidade no auto de prisão. Importante considerar que não 
de diz anulação do auto de prisão em flagrante. Diz-se relaxamento do auto de prisão 
em flagrante.
2. Liberdade provisória – previsão: art LXVI da CR e art 321/350, do CPP. Quando o 
auto de prisão em flagrante estiver correto pode ser pedida a liberdade provisória ao 
juiz em caso de crime que implique em reclusão ou ao delegado de polícia quando o 
crime implicar em detenção.
3. Pedido de instauração de incidente de insanidade mental - previsão legal: art 149 
do CPP. Endereçamento: ao delegado de polícia.
4. Pedido de restituição de coisas apreendidas – previsão legal: art 118/120, do CPP. 
Peça a ser endereçada ao delegado de polícia. 
43
5. Requerimento ao Delegado – previsão legal: art 5º, XXXIV, “a”, da CF e art 14, do 
CPP. É o direito de petição da pessoa.
Peças para a acusação
1. Requerimento de Instauração de Inquérito Policial – previsão legal: art 5º, § 5º, do 
CPP. Peça endereçada ao delegado de polícia.
2. Representação (da vítima) – previsão legal: art 5º, § 4º, do CPP. Peça endereçada ao 
delegado de polícia. 
3. Queixa-crime – previsão legal: art 30, do CPP e art 29, do CPP, no caso de ação 
privada subsidiária da pública, Esta peça será endereçada ao juiz.
4. Pedido de Restituição de Coisas Apreendidas – previsão legal: art 118/120, do 
CPP. Endereçada ao delegado de polícia.
5. Requerimentos ao Delegado. previsão legal: art 5º, XXXIV, “a”, da CF e art 14, do 
CPP. É o direito de petição da pessoa.
6. Pedido e Explicações em Juízo – previsão legal: art 144 do CP. Peça endereçada ao 
juiz de direito.
7. Pedido de Sequestro de bens – Previsão legal: art 125, do CPP. Tem por objetivo 
solicitar ao juiz que coloque em indisponibilidade um bem imóvel, para garantia 
futura. Endereçada, portanto, ao juiz.
B – Durante a Ação Penal
Para mais fácil acompanhamento da sequência do assunto, é conveniente vermos 
antes a dinâmica do procedimento ordinário atual em comparação com a dinâmica anterior às 
recentes modificações. Assim:
ANTES HOJE
Oferecimento da denúncia – O MP 
apresenta o rol de testemunhas (8)
Oferecimento da denúncia (testemunhas – 
8)
Recebimento da denúncia, quando o juiz ao 
deferir o recebimento manda citar o réu 
para o interrogatório
Recebimento da denúncia 
Citação Citação
Interrogatório Apresentação da defesa em 10 dias, de 
forma expressa (CPP, art 396-A), quando 
podem ser apresentadas as preliminares
Defesa prévia em 3 dias – é o momento de 
oferecer as testemunhas, sob o risco de 
preclusão (8)
O juiz verifica se é caso de absolvição 
sumária. Se for, encerra-se o processo. Se 
não for marca audiência. A absolvição pode 
ocorrer mas seguintes situações(art 397):
• Havendo causa de exclusão da 
ilicitude
• Havendo causa de exclusão da 
culpabilidade, exceto a 
inimputabilidade, quando haverá 
44
sentença absolutória imprópria.
• Fato atípico
• A punibilidade está extinta;
Audiência para oitiva das testemunhas de 
acusação
Audiência de instrução, debates e 
julgamento.
O juiz ouve as testemunhas de acusação e de 
defesa, ocorre o interrogatório do réu, 
debates orais (20 min. para cada parte com 
prorrogação de 10min). Ou memorial
Sentença.*
Audiência para oitiva das testemunhas de 
defesa.
Providências previstas no art 499
Alegações finais – 3 dias para cada parte.
Sentença
* O juiz pode acolher pedido para que o debate seja substituído por memoriais.
 
 Peças para a defesa
1. Defesa do art 396-A, do CPP – Peça endereçada ao juiz e relativa a modificação 
havida no CPP. Nessa peça poderrá ser pedida ao juiz a absolvição sumária do 
acusado. 
2. Memoriais – Previsão legal: CPP, art 403, § 3º. Peça que deve ser endereça ao juiz 
no prazo de 5 dias.
3. Pedido de Restituição de Coisas Apreendidas. previsão legal: art 118/120, do CPP. 
Endereçada ao juiz
4. Pedido de Instalação de incidente de insanidade mental. previsão legal: art 149 do 
CPP. Endereçamento: ao juiz.
5. Pedido de Desaforamento – Previsão legal: art 427, CPP. Este pedido deverá ser 
endereçado ao Tribunal de Justiça.
6. Defesa Preliminar – Previsão legal: art 514, CPP e Lei 11.343/06 – Lei dos 
Entorpecentes. Peça endereçada ao juiz.
 
Peça para a acusação
1. Pedido de Habilitação como Assistente de Acusação – Previsão legal: CPP, art 268. 
Peça a ser endereçada ao juiz. Esse assistente funciona com vistas a garantir possível 
futura indenização à vítima.
2. Pedido de sequesto – Previsão legal: art 125/134 do CPP. Peça endereçada também 
ao juiz.
3. Pedido de Restituição de Coisas Apreendidas – Previsão legal art 118/120, CPP. 
Endereçada ao juiz.
4. Pedido de Instalação de incidente de insanidade mental. previsão legal: art 149 do 
CPP. Endereçamento: ao juiz.
5. Pedido de Instauração de Incidente de Falsidade – Previsão: art 145/148. 
Endereçada ao juiz.
6. Pedido de Desaforamento – Previsão: CPP, art 424 – Peça endereça ao Tribunal de 
Justiça.
45
Observação: Todas as peças desta fase serão endereçadas ao juiz, exceto os pedidos de 
desaforamento, que serão endereçados ao Tribunal de Justiça.
C – Decisões Recorríveis antes do Trânsito em Julgado da Sentença.
1. Apelação. Previsão: art 593, do CPP.
2. Recurso de Sentido Estrito – RESE. Previsão: ar 581, CPP
3. Embargos de Declaração – Previsão: 382 e 619, do CPP.
4. Embargos Infringentes e de Nulidade. Previsão: parágrafo único do art 609, CPP. 
5. Carta Testemunhável. Previsão: CPP, art 639.
6. Correição Parcial ou Reclamação. Previsão: Regimento Interno do Tribunal e Lei 
de Organização Interno do Estado.
7. R. O. C (Recurso Ordinário Constitucional). Previsão: CF, art 102,II e 103, II. 
8. Recurso Especial – Previsão: CF, art 105, III,
9. Recurso Extraordinário – Previsão: CF, art 102, III.
10. Agravo de Instrumento. Previsão: art 28, da Lei 8038/90.
11. Agravo Regimental. Previsão: Regimento Interno do Tribunal.
Observação: das peças listadas neste item, com exceção dos Embargos Infringentes e de 
Nulidade, que é peça exclusiva da defesa, as demais servem tanto à defesa como à acusação.
D – Decisões Recorríveis Depois do Trânsito em Julgado da Sentença e na Fase de 
Execução da Pena.
1. Agravo em Execução – Previsão: Lei das Execuções Penas – LEP, art 197.
2. Ação de Revisão Criminal – Previsão: CPP, art 621.
3. Pedidos Avulsos – Previsão: LEP.
4. R. O. C. – Por exemplo, recurso contra indeferimento de Habeas Corpus.
Observação: Com exceção da Ação de Revisão Criminal, que é uma peça exclusiva da 
defesa, as demais podem ser da defesa e da acusação.
E – Qualquer Momento
1. HC – Habeas Corpus – Previsão: art 5º, LXVIII, da CF e art 647, do CPP. 
2. MS – Mandado de Segurança – Previsão: art 5º, LXIX, CF.
II - TESE
1ª) Falta de Justa Causa para a Ação Penal
O uso desta tese pode ser alegada quando ocorrer:
• Fato atípico . A atipicidade do fato pode ocorrer quando faltar um dos elementos do 
fato típico. Assim, quando não houver conduta, não houver resultado, não houver 
nexo causal ou quando não houver tipicidade. Faltando um desses quatro elementos 
o fato será atípico e, portanto, não constitui crime. 
46
• Excludentes de antijuridicidade – Ocorrendo uma das causas que exclui a 
antijuridicidade do fato, ele deixa de ser antijurídico e, como tal, será atípico. São 
quatro causas que excluem a condição de antijuridicidade, previstas no art 23 do CP
1. Agir em estado de necessidade.
2. Agir em legítima defesa.
3. Agir em estrito cumprimento do dever legal.
4. Agir no exercício regular de direito.
• Excludente de culpabilidade . Em não sendo possível haver culpa do autor, não há 
porque haver ação penal. Então, se estiver presente uma das causas excludentes de 
culpabilidade, não pode haver a ação penal. São as seguintes essas causas:
I - Inimputabilidade 
II - Inexistência de potencial de conhecimento da ilicitude 
III - Inexigibilidade de conduta diversa. 
Todavia, para usar-se a tese em questão, a inimputabilidade não pode ser 
considerada, pois ainda que seja inimputável o autor, o crime ocorre. Apenas ele estará 
sujeito não a uma pena, mas a uma medida de segurança. Portanto para alicerçar a tese 
em questão só valem as duas últimas causas excludentes de culpabilidade 
mencionadas. 
• Falta de provas. Embora o autor não pode ser inocentado, não há provas suficientes 
para condená-lo. 
2ª) Falta de Justa Causa na Imposição de Pena ou Punição Excessiva.
Para esta tese, não se discute a condenação ou absolvição do réu, mas a pena a que ele 
esteja sujeito.
3ª) Extinção da Punibilidade. Previsão legal: CP, art 107, que lista as causas de extinção da 
punibilidade. Há, também, a possibilidade de suspensão condicional da pena, prevista no art 
77 e seguintes, do CP, pelo período de 2 a 4 anos, nos casos de execução de pena privativa de 
liberdade não superior a 2 anos. Durante o período de suspensão – período de prova (sursis), 
o condenado fica sujeito a uma série de obrigações. Cumprindo todas elas, ao final do 
período de prova o processo será encerrado, não ensejando qualquer consequência para o seu 
autor. Todavia, se ele não cumprir alguma coisa, o benefício será suspenso e ele terá que 
iniciar o cumprimento de sua pena. No período de prova não corre prazo prescricional. 
4ª) Nulidade. É matéria processual, ou seja, relativa ao andamento do processo. A nulidade 
pode ser absoluta ou relativa. A nulidade absoluta poderá ser alegada em qualquer momento 
do processo, enquanto a nulidade relativa deverá ser alegada na primeira oportunidade sob 
risco de preclusão. Na alegação de nulidade deve-se alegar violação de um dos princípios 
constitucionais. 
5ª) Arbitrariedade ou Abuso de Poder. Situação própria para emprego do Habeas Corpus. 
No HC não se cuida de fazer prova, pois esse instrumento já pressupõe que tudo já esteja 
provado.
16.02.2009
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III – ENDEREÇAMENTO
O endereçamento da peça dependerá de cada caso. Será melhor visto quando se entrar 
na confecção das peças.
IV – PEDIDO
a) O pedido de cada peça será uma conclusão lógica da tese e da peça respectiva. 
Assim, se a tese for de Falta de Justa Causa para a Ação Penal, 
logicamente o pedido será pela absolvição do réu. O assunto se fundamenta 
no art 386, do CPP. Cada item do artigo traz os casos em que o pedido poderá 
se assentar. O pedido deverá trazer especificado o seu motivo. Assim a 
justificativa poderá ser:
 386, I – Estar provada a inexistência do fato.
 386, II – Não haver prova da existência do fato.
 386, III – Não constituir o fato infração penal.
 386, IV – Estar provado que o réu não concorreu para a infração 
penal.
 386, V – Não

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