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Aula de Revolução Inglesa

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A Revolução Inglesa
A Revolução Inglesa foi o primeiro movimento revolucionário burguês (pessoas com um alto poder econômico que buscavam o poder através da política) contra o Absolutismo. (através desse processo revolucionário, a burguesia inglesa e o parlamento, por meio de uma guerra civil, conseguiram combater o Estado Absolutista no país e reformular a estrutura política). De um lado o Rei Carlos I e do outro o Parlamento Inglês (Câmara dos Comuns e Câmara dos Lordes). Era um momento em que todas as potências europeias viviam sob o regime das monarquias absolutistas e a Inglaterra passava por inúmeras transformações no âmbito político, econômico, religioso e, também, nas relações sociais. Essas monarquias eram um empecilho ao desenvolvimento de práticas econômicas liberais e lucrativas. O povo não aceitava tão facilmente os fundamentos divinos, tampouco a criação de mais impostos. Teve seu inicio com a Revolução Puritana, de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688 transformando a Inglaterra em uma Monarquia Parlamentarista, que permanece até os dias atuais. (aconteceu quase 100 anos antes da Rev. Franc. – se diferencia da Rev. Francesa, pq teve proporções restritas somente à Inglaterra, enquanto a Francesa teve um caráter mais universalista, PORÉM influenciou, semeou a ideia, na América do Norte, as ideias e as condições políticas que levariam à Rev. Americana e à Independência dos EUA em 1776 e abriu caminho para a Revolução Industrial abrindo caminho para o avanço do capitalismo). 
 
 ABSOLUTISMO X LIBERALISMO
ABSOLUTISMO MONÁRQUICO
(Luís XIV: o maior símbolo)
Existiam limites para o poder do Rei? Seu poder era absoluto e inquestionável?
Concentração de poder político nas mãos do rei.
. Rei: Senhor da Guerra (Poder Militar) (comandava o exército)
. Rei: Senhor da Justiça (Poder Judiciário) (produz a lei; executa as sentenças).
. Rei: Autoridade Religiosa (Poder acima da Igreja) (e do Papa)
Toda a sociedade respeitava e considerava legítimo o poder do rei.
O Absolutismo Monárquico é amparado pela Teoria do Direito Divino dos Reis, defendida por Jean Bodin e Jacques Bossuet.
Segundo esta teoria, o rei é o escolhido de Deus, assim, seus poderes e suas vontades são considerados sagrados. O único limite ao poder do rei é a vontade de Deus, por isso, o rei está acima de todas as leis humanas.
O governo centralizador é característico das monarquias absolutistas e prega uma unificação territorial, jurídica e monetária. 
REVOLUÇÃO PURITANA = REVOLUÇÃO INGLESA
Outros fatores que culminaram na Revolução Inglesa foram os fatores religiosos. Daí o outro nome dado a essa revolução: Revolução Puritana.
Eram chamados de “puritanos” os protestantes que viviam na Inglaterra. (Podemos fazer uma analogia com os evangélicos e os católicos de hoje).
Além de ser casado com uma católica fervorosa, Carlos I tinha muitas ligações com bispos ligados à Igreja Católica que acreditavam no Direito Divino dos Reis, por isso não gozava da simpatia dos Puritanos. (deve-se ressaltar que muitos puritanos foram perseguidos nessa época e alguns tiveram que fugir para a colônia em formação na América – por isso existe muitos protestantes)
REI CARLOS I, Sucessor de Jaime I
Carlos I, Rei da Inglaterra entre 1625 e 1649, provocou um dos ápices da Revolução.
Carlos I tentou continuar uma política absolutista e estabelecer novos impostos sem o consentimento do Parlamento. (que já era hostil por conta da relação conturbada pois seus antecessores não dama a mínima ao Parlamento).
Assim como seu pai, considerava-se rei pela vontade de Deus, baseada na Teoria dos Desejos Divinos e pensava ser a representação de Deus na Terra e nenhum ser humano teria capacidade de contestar suas decisões. – OBEDIÊNCIA.
No entanto, a sociedade inglesa do séc. XVII era bastante complexa e não havia mais como convencer o povo de que havia uma “vontade de deus” concentrada a uma pessoa.
Desse modo, o excessivo centralismo político, ou seja, o enorme poder atribuído ao monarca começou a receber muitas críticas.
Em 1628, com tantas guerras, o rei viu-se obrigado a convocar o parlamento, que sujeitou o rei ao juramento da Petição dos Direitos, que garantia a população contra os tributos e detenções ilegais. Rei Carlos I, como resposta, mandou dissolver o parlamento, passando a governar sozinho. (apenas com o apoio da Câmara Estrelada – Conselho Privado do Rei). Esse período que durou apenas 1 mês ficou conhecido como Short Parliament (Parlamento Curto).
GENTRY -> Pessoas muito ricas e importantes socialmente, pois possuíam terras e importância política. Eram semelhantes à nobreza, mas não tinham o título de nobreza. Era uma classe média alta tão importante quanto a burguesia, pois não tinham influência, dinheiro, mas não tinham participação política. (Num cenário em que nem o Parlamento tinha influência, não seria uma classe qualquer que influenciaria as decisões do Rei).
GUERRA CIVIL 
Se aproveitando do momento de turbulência na Inglaterra, a Irlanda decide se revoltar em busca de uma independência. Para conter os insurgentes irlandeses, Carlos I se vê obrigado a pedir exércitos ao Parlamento, que por sua vez, temeroso em entregar um numeroso poderio militar ao Rei, opta por não fazê-lo.
Após isso, é de fato instaurada uma guerra civil na Inglaterra dividindo o país entre 1641 e 1649. De um lado o exército dos cavaleiros fiéis ao rei. Do outro, os Cabeças Redondas (devido ao formato do elmo) ligados à Gentry que apoiavam o Parlamento.
 REIS PARLAMENTO
 CATÓLICOS GENTRY
 ANGLICANOS X BURGUESIA
 ALTA NOBREZA PURITANOS
No início, o exército do rei conseguiu ganhar muitas batalhas, fazendo com que o exército do Parlamento quase perdesse a Guerra Civil.
Entretanto, no Parlamento, surgiu um líder político e militar que se destacaria na história: OLIVER CROMWELL, puritano, carismático e de personalidade forte, ele organizou o exército do parlamento de acordo com um novo modelo, chamado NEW MODEL ARMY, que era uma organização mais democrática em que a mudança de cargos fosse baseada na meritocracia e os soldados participavam de comitês que tomavam decisões. Nessa base militar, destacaram-se os Diggers e os Levellers, que se caracterizavam por sua radicalidade política. Com o Novo Exército Modelo, Cromwell conseguiu esmagar as forças da Coroa. Em 1649, a ala radical burguesa exigiu a decapitação de Carlos I, que havia se escondido em solo escocês, mas fora entregue aos ingleses.
REPÚBLICA DE CROMWELL (1649-1658)
Em 1649, a República fora proclamada, e Cromwell recebeu do Parlamento, o título de Lorde Protetor da República, no entanto essa república esteve longe de ser democrática, pois muitas transformações políticas beneficiaram a burguesia que havia sido liderada por ele durante a Guerra Civil.
Após se impor sobre o Poder Executivo e sobre o Parlamento, se transformou em ditador vitalício e hereditário e continuou procurando eliminar qualquer reação monarquista. Uma medida para combater os holandeses e fortalecer o comércio foram os Atos de Navegação, que exigia que produtos ingleses só poderiam ser comercializados por navios ingleses ou dos países que com a Inglaterra faziam negócios.
Seus poderes eram tão absolutos quanto os de um rei, mas ele recusou-se a usar uma coroa, embora na prática agisse como um soberano. Com o apoio dos militares e burgueses, impôs a ditadura puritana, governando com rigidez e intolerância. 
A exemplo dos monarcas autoritários que havia combatido, Cromwell acabou por se voltar contra o Parlamento. Em 1653, ele o dissolveu com o auxílio do Exército burguês e instituiu uma ditadura aberta, que teve como característica principal a execução das lideranças que o ajudaram a formar esse mesmo Exército, istoé, os Diggers e Levellers.
Sob a ditadura cromwelliana, as estruturas feudais ainda existentes na Inglaterra foram eliminadas. As terras dos partidários do rei e da Igreja anglicana foram confiscadas e vendidas aos produtores rurais. Legalizou-se a propriedade absoluta da terra e o cercamento dos campos dos campos para produzir para o mercado e o liberalismo econômico entrava em vigor.
No entanto, após a morte de Cromwell, em 1658, seu filho não conseguir se manter à frente do governo, pois não dispunha da mesma autoridade sobre o exército.
RESTAURAÇÃO DA MONARQUIA – DINASTIA STUART (1660-1688)
O novo Parlamento, apoiado por tropas escocesas, houve por bem restaurar a monarquia, chamando Carlos II, o filho do rei decapitado, para assumir o trono da Inglaterra, Escócia e Irlanda. A proximidade deste com o rei da França Luís XIV - o protótipo do absolutismo - tornou-o suspeito ao Parlamento, que se dividiu em dois partidos: os liberais pró-Parlamento ("whigs") e os conservadores ("tories"), pró-rei. Seu reinado, a partir de 1660, durou 25 anos.
O Parlamento, composto por maioria puritana, ao repudiar as ações de Carlos, viu-se novamente vítima do autoritarismo: o monarca dissolveu-o em 1681 e governou sozinho até a sua morte, em 1685. Seu filho, Jaime II, assumiu o torno, reativou o Parlamento, mas procurou dar seguimento às ações do pai, no que se refere à restauração do absolutismo. No entanto, Jaime II foi mais além, convertendo-se ao catolicismo e decretando uma série de medidas que beneficiavam os católicos, como a isenção de impostos. Novamente, a reação do Parlamento foi imediata. Temendo que Jaime reivindicasse apoio da França, os membros do Parlamento trataram de organizar uma manobra política que evitasse um possível conflito armado.
DINASTIA STUART
Essa dinastia iniciou-se após a morte da rainha Elisabeth I, em 1603, que ao morrer sem deixar herdeiros, promoveu o início da Dinastia Stuart.( Jaime I, Carlos I)
REVOLUÇÃO GLORIOSA 
O Parlamento então passou a conspirar para depô-lo. Em seu lugar assumiria o trono sua filha Maria, casada com Guilherme de Orange, rei dos Países Baixos, que desembarcou com suas tropas no país, em 1688. Em que pesem os pequenos combates, o movimento foi essencialmente pacífico e por sua ação militar não ter resultado em guerra e derramamento de sangue, passou à história com o nome de "Revolução Gloriosa" ou "Revolução Sem Sangue".
Jaime II fugiu para a França. O Parlamento proclamou Guilherme e Maria reis, embora aceitando uma Declaração de Direitos (Bill of Rights), segundo a qual:
- os reis não podiam cancelar as leis do Parlamento;
- o Parlamento decidiria a sucessão ao trono e;
- o Parlamento votaria o orçamento anual;
- as contas reais seriam controladas por inspetores;
- o Tesouro seria dirigido por funcionários
Desse modo, criou-se a monarquia parlamentarista inglesa que vigora até os dias de hoje.
A Declaração de Direitos limitava a ação dos reis, de modo a impedir qualquer retorno do absolutismo.
O predomínio dos produtores rurais progressistas e da burguesia urbana e mercantil no Parlamento criou as condições necessárias para o avanço do capitalismo e o advento da industrialização no século seguinte.

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