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Aplicação da Lei Penal no Tempo e Espaço

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Direito Penal I
Aula 10
Prof. Carlos Mazza
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OBJETIVOS DA AULA
Identificar as formas de resolução dos conflitos aparentes das normais penais no tempo e no espaço;
Conhecer a aplicação das normas penais para determinadas pessoas.
Conhecer aspectos complementares da aplicação da lei penal.
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SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO
2.	VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEI PENAL
2.1. Lei Penal no Tempo
2.2. Lei Penal no Espaço
2.3. Lei Penal em Relação às Pessoas
2.4.Aspectos Complementares
3. CONCLUSÃO
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SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO
2.	VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEI PENAL
2.1. Lei Penal no Tempo
2.2. Lei Penal no Espaço
2.3. Lei Penal em Relação às Pessoas
2.4.Aspectos Complementares
3. CONCLUSÃO
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PRINCÍPIOS DOMINANTES 
 Territorialidade;
 Nacionalidade;
 Proteção;
 Competência universal; e
 Representação. 
 Regra: o princípio da territorialidade.
 Exceção: os demais princípios. 
LEI PENAL NO ESPAÇO
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COMPETÊNCIA UNIVERSAL 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
 Justiça Cosmopolita – punir qualquer crime, seja qual fosse a nacionalidade de seus sujeitos ou o lugar de sua prática - território. 
LEI PENAL NO ESPAÇO
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 Óbices a sua implantação:
 a diversidade de legislação penal entre países,
 a dificuldade de coleta de provas,
 a instrução dos processos, com a apuração dos fatos,
 inexiste um Direito Penal internacional.
LEI PENAL NO ESPAÇO
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PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
II - os crimes: 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 Princípio subsidiário - deficiência legislativa ou desinteresse de outro país que deveria reprimir o crime.
LEI PENAL NO ESPAÇO
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CONCEITO DE TERRITÓRIO NACIONAL 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
 Todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania:
 Espaço terrestre (solo e subsolo);
 as águas territoriais;
 o espaço aéreo; 
 embarcações e aeronaves públicas.
LEI PENAL NO ESPAÇO
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§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
LEI PENAL NO ESPAÇO
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EXTRATERRITORIALIDADE 
 Excepcional - lei penal brasileira - fatos fora do território nacional.
 em algumas situações particulares - indispensável que a lei brasileira aplique-se a fatos ocorridos no estrangeiro. 
 art. 7º - exceções ao princípio geral da territorialidade (art. 5º). 
 extraterritorialidade incondicionada;
 extraterritorialidade condicionada.
LEI PENAL NO ESPAÇO
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 Extraterritorialidade incondicionada 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
LEI PENAL NO ESPAÇO
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c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
 A importância dos bens jurídicos
 É desnecessário, inclusive, o ingresso do agente no território brasileiro - julgado à revelia.
LEI PENAL NO ESPAÇO
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 Bis in idem inegável:
 Em todas essas hipóteses o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
LEI PENAL NO ESPAÇO
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 Extraterritorialidade condicionada 
Aplica-se a lei brasileira quando:
 satisfeitos certos requisitos (art. 7º, II e §§ 2º e 3º, do CP);
 com base nos princípios da universalidade (art. 7º, II, a, do CP);
 da personalidade (art. 7º, II, b, do CP);
 da bandeira (art. 7º, II, c, do CP) e
 da defesa (art. 7º, § 3º, do CP).
LEI PENAL NO ESPAÇO
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SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO
2.	VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEI PENAL
2.1. Lei Penal no Tempo
2.2. Lei Penal no Espaço
2.3. Lei Penal em Relação às Pessoas
2.4.Aspectos Complementares
3. CONCLUSÃO
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Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
 imunidades diplomáticas
 Por exceção, não se aplicará a lei brasileira ao crime aqui praticado
 Funções internacionais do autor
 Decorrem - Direito Internacional Público. 
 Exceções no Direito Público interno - as imunidades parlamentares.
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 As imunidades – diplomáticas, parlamentares e outras (advogado):
 não se referem à pessoa que infringe a lei penal - funções por ela exercidas, pela importância delas.
 não viola o preceito constitucional da igualdade de todos perante a lei.
 O termo imunidade advém do fato de que elas ficam imunes à lei penal, que não os alcança. 
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS 
Os privilégios - representantes diplomáticos estrangeiros não respondem no Brasil pelos atos ilícitos
 antiga praxe no Direito Internacional.
 sujeito à jurisdição do Estado a que representa. 
 respeito e consideração ao Estado que representam
 garantia para o perfeito desempenho de sua missão diplomática.
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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A renúncia é possível - Estado acreditante.
 imunidades do diplomata - Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.
 qualquer delito - todos os agentes diplomáticos (embaixador, secretários da embaixada, pessoal técnico e administrativo das representações) e aos funcionários das organismos internacionais (ONU, OEA etc.) quando em serviço, incluindo os familiares de ambos. 
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 O chefe de Estado estrangeiro em visita e os membros de sua comitiva. 
 Excluídos - empregados particulares. 
As sedes diplomáticas (representações diplomáticas, sedes de organismos internacionais etc.) não são extensão de território estrangeiro.
 invioláveis, por força de tratados internacionais, como garantia aos representantes alienígenas. 
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 Agentes Consulares:
 não poderão ser detidos ou presos preventivamente, exceto em caso de crime grave.
 Notificação em Caso de Detenção, Prisão Preventiva ou Instauração de Processo
 Em caso de detenção, prisão preventiva de um membro do pessoal consular ou de instauração de processo penal contra o mesmo, o Estado receptor deverá notificar imediatamente o chefe da repartição consular. Se este último for o objeto de tais medidas, o Estado receptor levará o fato ao conhecimento do Estado que envia, por via diplomática.
 Os funcionários consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à jurisdição das autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos atos realizados no exercício das funções consulares, salvo quando
se tratar de ação civil: 
 O Estado que envia poderá renunciar, com relação a um membro da repartição consular, aos privilégios e imunidades. A renúncia será sempre expressa, exceto no caso do disposto abaixo (item 6), e deve ser comunicada por escrito ao Estado receptor.
 Se um funcionário consular, ou empregado consular, propuser ação judicial sobre matéria de que goze de imunidade de jurisdição, não poderá alegar esta imunidade com relação a qualquer pedido de reconvenção diretamente ligado à demanda principal.
 A renúncia à imunidade de jurisdição quanto a ações civis ou administrativas não implicará na renúncia à imunidade quanto a medidas de execução de sentença, para as quais, nova renúncia será necessária.
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 IMUNIDADES PARLAMENTARES 
 Senador, deputado federal:
 Asseguram aos membros do Congresso a mais plena liberdade e independência, os protegendo contra abusos e violações por parte dos outros Poderes constitucionais. 
 CF/88 outorga algumas prerrogativas e, entre elas, as imunidades. 
 é um privilégio ou prerrogativa de Direito público interno e de cunho personalíssimo.
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 Duas espécies: 
 natureza material ou substantiva - imunidade absoluta - exclui a incidência penal;
 natureza formal ou processual - imunidade relativa - prévia licença da Casa Legislativa para o parlamentar ser processado. 
 Não visa a preservação da pessoa do parlamentar, mas o próprio regime representativo -irrenunciável.
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 Imunidades absolutas 
Art. 53, CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
 Senador, deputado federal, estadual, vereador - imunidade material (penal, civil, disciplinar e política)
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 Inviolabilidade do parlamentar, no exercício do mandato, por suas opiniões, palavras e votos. 
 Os deputados estaduais (art. 27, § 1º, da CF). 
 Os vereadores também, mas apenas quando no exercício do mandato e no Município (art. 29, VIII). 
 Não detêm imunidade processual nem gozam de foro privilegiado. 
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 Imunidades relativas 
 Formais ou processuais - prisão, ao processo, às prerrogativas de foro (arts. 53, § 4º, e 102, I, b) e para servir como testemunha;
 processo e julgamento (art. 53, §1°e 3º). 
 Presidente da República não goza da imunidade absoluta - licença da Câmara Federal 2/3 ser julgado pelo STF - crimes comuns (art. 102, I, b, CF), e pelo Senado Federal nos delitos de responsabilidade (art. 86/ CF). 
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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Os crimes de responsabilidade – art. 85 e incisos da CF. 
 A CF estabelece ainda uma série de foros privilegiados.
 art. 102, I, c, da CF; art. 105, I, a; art. 108, I, a. 
 Súmula 351/STF, a competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional. 
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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IMUNIDADE DO ADVOGADO 
Art. 133, CF. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. 
Art. 142, CP. Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador. 
Art. 7º, § 2º, Lei nº 8.906/94. O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. 
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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 não se destina a sua pessoa, mas ao exercício de sua função
 O advogado, para postular em juízo o direito de seu constituinte, necessita de ampla liberdade de expressão do pensamento. 
 Os prefeitos municipais não são detentores das imunidades absoluta ou relativas
 julgados pelos TJ - art. 29, VIII, CF.
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
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SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO
2.	VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEI PENAL
2.1. Lei Penal no Tempo
2.2. Lei Penal no Espaço
2.3. Lei Penal em Relação às Pessoas
2.4.Aspectos Complementares
3. CONCLUSÃO
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EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
Sentença é a decisão final do juiz acerca de fato definido como crime.
A sentença penal prolatada em outro país produz efeitos, independentemente de qualquer condição. 
Art. 9º, CP - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
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 CONTAGEM DE PRAZO 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 As penas e os prazos estabelecidos no Código Penal são fixados e devem ser aplicados por certo lapso temporal: 5a 6m etc. 
Assim, se uma pena começa a ser cumprida às 23:30h, os 30 minutos serão contados como sendo o 1º dia.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
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 O prazo penal ≠ prazo processual.
Art. 798, CPP. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
 Nos casos em que dois dispositivos se apliquem ao fato?
 tratamento mais favorável ao autor do crime - regra de Direito Penal.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
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FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
 deverá o juiz desprezar, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia e, na pena de multa, as frações de cruzeiro, leia-se real, os centavos.
 20 dias e 8 horas20 dias.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
 Regras gerais - as normas penais permissivas e explicativas - aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispõe de modo diverso. 
 aplicação subsidiária, p.e., Drogas.
 Ex.: o art. 14, II, CP – tentativa.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
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SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO
2.	VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEI PENAL
2.1. Lei Penal no Tempo
2.2. Lei Penal no Espaço
2.3. Lei Penal em Relação às Pessoas
2.4.Aspectos Complementares
3. CONCLUSÃO
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Para saber mais:
1. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 11ª ed. vol. 1, p. 99 a 112 - São Paulo : Saraiva 2006.
2. JESUS, Damásio E. de, Direito Penal. 28ª ed. vol. 1, p. 143 a 148 - São Paulo: Saraiva, 2005.
3. MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 24ª ed. vol. 1, p. 78 a 80 - São Paulo: Atlas, 2006.
4. TELES, Ney Moura. Direito Penal. 2ª ed. vol. 1, p. 92 a 93 - São Paulo: Atlas, 2006.
BIBLIOGRAFIA
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