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Prisão TCC

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Prisão
De forma genérica, o termo “prisão” significa uma privação da liberdade do indivíduo, seja por razão lícita ou por ordem judicial, mediante clausura.
Sobre o conceito de prisão, Renato Brasileiro de Lima (2016, p.838) preleciona:
[...] De fato, o termo “prisão” é encontrado indicando a pena privativa de liberdade (detenção, reclusão, prisão simples), a captura em decorrência de mandado judicial ou flagrante delito, ou ainda, a custódia, consistente no recolhimento de alguém ao cárcere, e, por fim, o próprio estabelecimento em que o preso fica segregado (CF, art.5º, inciso LXVI; CPP, art.288, caput).
A prisão é classificada em duas modalidades: prisão-pena, é a que resulta de sentença condenatória transitada em julgado, quando há aplicação de pena privativa de liberdade. E a prisão sem pena, esta não resulta de sentença condenatória transitada em julgado, portanto, não constituiu pena no sentido técnico jurídico.
Espécies de prisão
A doutrina indica quatro espécies de prisão: prisão civil, administrativa, disciplinar e processual (provisória ou cautelar).
A prisão civil é aquela decretada para fins de compelir alguém ao cumprimento de um dever civil. Atualmente, no ordenamento jurídico brasileiro, há somente uma hipótese de prisão civil, que é o caso do devedor de alimentos oriundos dos vínculos de direito de família. Ressalta-se que apesar da Constituição Federal dispor no seu artigo 5º, LXVII, a prisão civil do depositário infiel, não é mais admitida no sistema jurídico, este é o entendimento pacífico tanto no âmbito do STF através da Súmula Vinculante 25, como no STJ através da Súmula 419.
A prisão administrativa é decretada autoridade administrativa com a finalidade de compelir alguém a cumprir um dever de direito público. Esta espécie de prisão não existe na atualidade, uma vez que não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988.
A prisão disciplinar existe apenas no âmbito militar (art.5º, LXI, da CF). Por fim, a prisão processual penal, também descrita como prisão cautelar ou prisão provisória, é aquela decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória com o objetivo de assegurar a eficácia das investigações ou do processo criminal. Possui caráter exclusivamente cautelar. Nesse sentido, têm-se os ensinamentos de Edilson Mougenot Bonfim (2016, p.573):
As prisões cautelares têm por finalidade resguardar a sociedade ou o processo com a segregação do indivíduo. Daí falar em cautelaridade social, cujo escopo é proteger a sociedade de indivíduo perigoso, e cautelaridade processual, que garante o normal iter procedimental, fazendo com que o feito transcorra conforme a lei e que eventual sanção penal seja cumprida.
 A prisão processual penal subdivide-se em: preventiva, temporária ou domiciliar. Estas modalidades serão vistas detalhadamente ao longo do trabalho.
Prisão temporária
A prisão temporária está prevista na Lei n.7960 de 21 de dezembro de 1989. É uma espécie de prisão cautelar, utilizada quando constatado que a segregação do investigado é imprescindível para a realização de diligências consideradas necessárias ao êxito do inquérito policial. Segundo Edilson Mougenot Bonfim (2016 p. 610):
Trata-se de modalidade de prisão cautelar, específica para o inquérito policial, que tem por finalidade permitir a investigação de crimes particularmente graves.
O cabimento desta espécie de prisão está previsto nos incisos do art. 1º da referida lei e será quando: sua decretação for imprescindível para o andamento das investigações do inquérito policial, evitando que o acusado possa causar constrangimento à testemunhas e destruição de provas, também na hipótese do indiciado não ter residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade, e ainda, caso existam fundadas razões de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso b) seqüestro ou cárcere privado c) roubo d) extorsão e) extorsão mediante seqüestro f) estupro g) atentado violento ao pudor (revogado pela Lei n. 12.015/2009) h) rapto violento (revogado pela Lei n. 11.106/2005) i) epidemia com resultado de morte j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte l) quadrilha ou bando m) genocídio n) tráfico de drogas o) crimes contra o sistema financeiro.
4. Prisão Preventiva
A prisão preventiva está prevista no Capítulo III Código de Processo de Penal e é modalidade de prisão provisória, decretada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer das partes ou por representação da autoridade policial, em qualquer momento da persecução penal, ou seja, tanto antes quanto durante a ação penal, visando à garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal.
Renato Brasileiro de Lima (2016, p.930) conceitua prisão preventiva como:
Cuida-se de espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente, mediante representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, em qualquer fase das investigações ou do processo criminal (nesta hipótese, também pode ser decretada de ofício pelo magistrado), sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais (CPP, art.313) e ocorrerem os motivos autorizadores listados no art.312 do CPP, e desde que se revelem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão (CPP, art.319).

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