Buscar

SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRAFICAS E SUAS APLICAÇÕES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL
COLÉGIO TÉCNICO AGRÍCOLA “JOSÉ BONIFÁCIO”
MURILO CARVALHO
PEDRO BATISTA
SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRAFICAS
E SUAS APLICAÇÕES
JABOTICABAL/SP
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
SIG aplicado ao trânsito e transportes
SIG aplicado a redes e infra-estrutura
Eletricidade
Saneamento
Telefonia
SIG aplicado ao planejamento e gerenciamento urbano
SIGs e o meio ambiente: controle de queimadas, desmatamento e reflorestamento, agricultura de precisão e turismo
Controle de queimadas
Desmatamento e reflorestamento
Agricultura
Turismo
Os SIGs e suas aplicações comerciais
Geomarketing
Mercado imobiliário
INTRODUÇÃO
O termo geoprocessamento surgiu com a introdução dos conceitos de manipulação de dados espaciais georreferenciados dentro de sistemas computadorizados, através das ferramentas denominadas Sistemas de Informações Geográficas - SIG's, (Ortiz, 1993). 
Um SIG é constituído por um conjunto de "ferramentas" especializadas em adquirir, armazenar, recuperar, transformar e emitir informações espaciais. Esses dados geográficos descrevem objetos do mundo real em termos de posicionamento, com relação a um sistema de coordenadas, seus atributos não aparentes (como a cor, pH, custo, incidência de pragas, etc) e das relações topológicas existentes. 
Portanto, um SIG pode ser utilizado em estudos relativos ao meio ambiente e recursos naturais, na pesquisa da previsão de determinados fenômenos ou no apoio a decisões de planejamento, considerando a concepção de que os dados armazenados representam um modelo do mundo real, (Burrough, 1986). 
Um SIG pode, ainda, ser definido como um sistema provido de quatro grupos de aptidões para manusear dados georreferenciados: entrada, gerenciamento, manipulação e análise, e saída. Os dados são georreferenciados quando estes possuem basicamente duas características: dimensão física e localização espacial, (Aronoff 1989).
Em resumo, as principais características de SIG’s são: 
- Integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes de dados cartográficos, dados de censo e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno. 
- Combinar as várias informações, através de algoritmos de manipulação, para gerar mapeamentos derivados. 
- Consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de dados geocodificados. 
Os dados tratados em SIG’s incluem: imagens de satélite, modelos numéricos de terreno, mapas temáticos, redes e dados tabulares. 
Uma característica básica e geral num SIG é sua capacidade de tratar as relações espaciais entre os objetos geográficos. Denota-se por topologia a estrutura de relacionamentos espaciais (vizinhança, proximidade, pertinência) que podem se estabelecer entre objetos geográficos. Armazenar a topologia de um mapa é uma das características básicas que fazem um SIG se distinguir de um sistema CAD. A outra diferença fundamental é a capacidade de tratar as diversas projeções cartográficas. Para aplicações em análise geográfica e redes, o armazenamento da topologia permite o desenvolvimento de consultas a um banco de dados espacial, que não seriam possíveis de outra maneira.
Os SIGs oferecem ótimas ferramentas de apoio à decisão, com custo de aquisição e treinamento de pessoal variado. A versatilidade na manipulação dos dados georreferenciados, a possibilidade de operar sobre plataformas de baixo custo, como os computadores pessoais, e a relativa simplicidade de operação tornam-no um recurso bastante interessante, pois permitem que decisões sejam tomadas a partir de critérios definidos de forma participativa e sustentável.
Um dos ganhos em relação à forma tradicional de analisar o ambiente é o aumento da objetividade, possibilitando a tomada de decisões sobre uma base mais técnica e menos subjetiva. Como conseqüência, obtém-se uma menor repetição de processos e procedimentos na rotina das instituições e uma maior racionalização no uso de recursos financeiros e dos equipamentos sociais.
Com a implantação do SIG, as empresas conseguem um melhor gerenciamento das suas redes de infra-estrutura, no atendimento aos clientes e, principalmente devido à concorrência, no crescimento de sua participação no mercado.
SIG aplicado ao trânsito e transportes
Os SIGs podem ser utilizados para auxiliar o gerenciamento de infra-estrutura, logística, administração de frotas e diversas outras tarefas relacionadas a transporte, sendo também muito útil no monitoramento de ferrovias e rodovias.
Utilizando-se dessa tecnologia, podemos encontrar caminhos ou, eventualmente, determinar a “melhor” (mais curta ou mais rápida) rota para entrega de produtos e serviços, como pode ser visto na Figura 1, além de calcular tempos e custos, e chegar a um ponto de equilíbrio. Isto pode ser empregado na determinação de quais veículos devem atender a determinadas localizações de consumidores e a melhor seqüência de atendimento, de forma a minimizar o tempo de viagem.
Pode-se também, com o uso de sistemas de informação geográfica, visualizar o volume de tráfego em ruas e rodovias e analisar as relações entre este volume e as dimensões das vias que o suportam. Algumas das funcionalidades aplicadas à área de transporte são:
· Sistema de navegação veicular;
· Mostrar o caminho de um veículo através de uma via;
· Encontrar uma localização (exemplo: através do código postal);
· Encontrar o menor caminho entre duas diferentes localidades (distância, consumo, tempo);
· Dar instruções ao motorista (texto, voz ou gráfico);
· Obter informações sobre a saída mais próxima (ou posto, cidade);
· Gerar informações sobre: acidentes, mudanças possíveis do curso atual, dentre outras.
 
 
Figura 1. Melhor caminho: roteiro de inspeção. Fonte: LabGeo / EPUSP.
 
O AVL (Automatic Vehicle Location) (ver Figura 2), por exemplo, é um sistema ou serviço de localização que monitora a posição de um veículo a cada momento enquanto este se desloca sobre a superfície da Terra. Esta informação, juntamente a outros dados que podem ser coletados, permitem a realização de operações associadas, de acordo com a necessidade de cada usuário, como serviços de segurança, logística e controle de frotas.
Na composição do sistema, temos basicamente um sistema embarcado (no veículo) que recebe sinais de posicionamento dos satélites em órbita e, por sua vez, envia-os (via SMS, ou utilizando a banda GPRS, dentre outras) às estações de monitoramento de sua central, onde temos um software SIG específico para tratar tais informações.
 
 
 
Figura 2. AVL: funcionamento do sistema.
SIG aplicado a redes e infra-estrutura
Em Geoprocessamento, o conceito de "rede" remete para informações associadas a: 
· Serviços de utilidade pública como água, luz e telefone;
· Redes de drenagem (bacias hidrográficas).
Em se tratando de redes, cada objeto geográfico (cabo telefônico, transformador de rede elétrica, cano de água) possui uma localização geográfica exata e está sempre associado a atributos descritivos, presentes no banco de dados.
 
Eletricidade
Os aprimoramentos ocorridos no setor elétrico brasileiro nas últimas décadas trouxeram a necessidade de se reavaliar as metodologias de planejamento dos sistemas de distribuição e transmissão de energia. Assim, tornou-se relevante para as empresas de distribuição e transmissão de energia o monitoramento de suas redes a fim de identificar perdas técnicas e/ou comerciais que possam afetar o faturamento e a qualidade do atendimento.
Um exemplo disso é o SIG utilizado pela Copel, iniciado em 1996 com um aplicativo de cadastro de redes de distribuição. Para este gerenciamento a Copel utiliza um banco de dados com os elementos da rede de distribuição referenciados geograficamente, como podemos observar na Figura 3. Nessa categoria, as condições elétricas das redes e o desempenho dos principais componentes do sistema são analisados.
 
 
Figura 3. Ferramentas de cadastrode redes.
 
 
Figura 4. Pen Computer: mapas digitais acessíveis em campo.
 
Existem diversas ferramentas que foram desenvolvidas para o gerenciamento da execução de manutenção em campo, utilizando hardware específico, como Pen Computers (Figura 4) e Pocket PCs (Figura 5), de acordo com o desenvolvimento e implantação do geoprocessamento na empresa. Destaca-se ainda, como maior fruto desta integração, a estratificação da manutenção até o menor nível possível, ou seja, a execução da manutenção cadastrada e gerenciada por estrutura (poste).
 
 
Figura 5. Geoprocessamento carregado no I-PAQ.
 
Saneamento
As empresas de água e esgoto, aqui chamadas saneamento, têm o funcionamento de suas aplicações SIG similares aos de outras empresas de utilidades, que se resume na geração, operação e distribuição de água e a coleta e tratamento de água e esgoto. Além disso, operam com equipamentos e componentes conectados e suas redes físicas, gerando grande volume de dados.
Na Figura 6 podemos observar a interface de um aplicativo SIG para manutenção e operação de redes, onde estão sendo consultados atributos destas redes.
 
 
Figura 6. Manutenção e operação de redes – água.
 
Telefonia
Na área de telecomunicações, a solução de muitos problemas requer uma boa compreensão de onde se localizam os consumidores e as instalações, além das informações relacionadas. Um SIG pode ajudar a revelar as relações entre cobertura de sinais, resultados de testes, requisições de consumidores, receitas e lacunas existentes. Pode-se desenvolver com SIG, por exemplo, modelos de propagação de ondas. Através do uso de ferramentas de visibilidade, o SIG pode, por exemplo, determinar a área de cobertura relativa à posição de antenas de transmissão.
Gerenciamento de linhas telefônicas, cadastro da rede, georreferenciamento de assinantes e estudos de mercado para conhecer necessidades do cliente são alguns dos benefícios obtidos após a implantação de geoprocessamento.
Um exemplo da aplicação potencial de ferramentas SIGs nesse contexto é o caso da TELEPAR. Iniciado em 1996 como um projeto piloto, o sistema previa o georreferenciamento de sua clientela atual e potencial. O perfil demográfico dos clientes e regiões e a previsão de demanda eram perguntas que o sistema deveria responder. Todo o projeto foi desenvolvido pela TELEPAR, numa parceria com o CPqD da TELEBRAS, através do projeto de Sistema Automatizado de Gerenciamento de Rede Externa (SAGRE).
SIG aplicado ao planejamento e gerenciamento urbano
O planejamento é um instrumento fundamental em todas as áreas da administração, seja ela pública ou privada. No entanto, sem informações corretas, atuais e consistentes, não é possível planejar adequadamente. Os sistemas de informações geográficas podem ser usados por prefeituras para melhorar os serviços oferecidos e as decisões tomadas em benefício público, dentre eles:
· Planejamento: gestão da cartografia, gestão do cadastro de logradouros;
· Finanças: gestão do cadastro imobiliário, gestão da planta genérica de valores;
· Saúde: controle do atendimento (UBS, hospital, pronto socorro);
· Educação: controle de matrículas, gestão de dados de evasão escolar;
· Obras: gestão de limpeza urbana, cadastro das rotas de coleta de lixo;
· Abastecimento: distribuição de merenda escolar.
 
Figura 7. Santos Digital: localização de logradouros e uso e ocupação do solo. Fonte:http://www.santos.sp.gov.br/planejamento/geo.htm.
 
Na Figura 7 temos um exemplo de uma aplicação SIG para o planejamento e gerenciamento urbano. Através do projeto, chamado Santos Digital, a Prefeitura Municipal de Santos criou um único banco de dados com informações funcionais do município. Com esta base centralizada, diversas informações poderão ser cruzadas gerando novos produtos, como gráficos ou desenhos inteligentes. Um outro fator importante neste tipo de projeto é a integração de dados de diversas secretarias. Com isso, uma série de recursos, chamados no âmbito municipal de recursos públicos (como creches, escolas, postos de saúde, etc), poderão ser mais bem alocados.
Outro exemplo de sucesso é o SIG implantado na cidade de Goianésia/GO, cuja descrição e produtos obtidos poderão ser analisados no endereço www.gisconsult.com.br/CasesGeoprocessamentoGoianesia.asp.
Existe também uma concentração de ações nas áreas de segurança pública e saúde, ambas de extrema importância à administração municipal.
Desta forma, os SIGs vêm de encontro com o anseio das polícias em encontrarem maneiras de melhor atender às necessidades da população, sejam no atendimento de ocorrências ou mapeamento de áreas de criminalidade. 
No atendimento de emergências, a utilização do SIG pode melhorar a qualidade do atendimento através de:
· Localização de endereços;
· Escolha do melhor caminho;
· Seleção de viaturas mais próximas ao local da ocorrência;
· Monitoramento das rondas dos veículos;
· Monitoramento do registro de crimes e armas apreendidas;
· Mapeamento de regiões com maior incidência de delitos.
 
Alguns outros benefícios tornam-se evidentes diante dessa aplicação, como: gestão policial para ações preventivas e repressivas, ampliação da segurança no trabalho policial, suporte para implementação de políticas de policiamento e operações focalizadas, racionalização dos recursos de polícia, otimização dos despachos emergenciais, avaliação dos resultados obtidos, monitoramento e acompanhamento das ações policiais e planejamento de políticas de segurança pública.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública atualmente utiliza um software livre, de código aberto, desenvolvido sob a plataforma do TerraLib/TerraView, que atua como uma ferramenta de auxílio nas atividades de controle e avaliação da criminalidade em ambientes urbanos, como evidenciado na Figura 8.
 
 
Figura 8. Visualização dos crimes em Porto Alegre.
 
Já na área de saúde pública, um bom exemplo de aplicação dos SIGs pode ser encontrado na Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. Esta utiliza um sistema de georreferenciamento epidemiológico para controlar as doenças transmissíveis como tuberculose, hepatite e meningite, com o objetivo de realizar análises sobre a evolução das doenças, observando a idade, escolaridade e o acesso aos serviços de das pessoas doentes.
A vantagem da utilização do SIG é a velocidade do fornecimento das respostas realizadas pelas análises do sistema, relacionando uma grande variedade de informações de fontes distintas. Essas respostas permitem o cruzamento de várias informações.
Algumas aplicações na área da saúde são:
· Determinação de áreas de atuação de vetores;
· Mapeamento de áreas de risco epidemiológico;
· Cruzamento de informações, como características econômicas de determinada área e índices de saneamento urbano;
· Georreferenciamento e determinação das áreas de atendimento e demanda de hospitais e Unidades Básicas de Saúde;
· Gerenciamento e avaliação de programas municipais de saúde, como Médico da Família;
· Distribuição geográfica de epidemias;
Análise espacial e produção de mapas temáticos de indicadores de saúde.
SIGs e o meio ambiente: controle de queimadas, desmatamento e reflorestamento, agricultura de precisão e turismo
A crescente expansão das atividades humanas sobre o meio ambiente tem gerado aumento expressivo da demanda por tecnologias de manejo ambiental. A necessidade de mapeamento, manejo e monitoramento dos recursos naturais renováveis e não renováveis tem resultado na evolução tecnológica dos sistemas de informações geográficas.
Com o aumento da população mundial, iremos cada vez mais nos espremer no pequeno planeta Terra em busca de mais comida, água potável e combustível. Como resultado, o manejo adequado dos recursos naturais talvez seja o maior problema enfrentado pela humanidade. Os SIGs, utilizados inicialmente apenas no auxílio à elaboração de mapas, vêm sendo cada vez mais utilizados na extração de informações e tomada de decisões, inclusive de ordem ambiental.
Deste modo, pode-se apontar pelomenos quatro grandes dimensões dos problemas ligados aos Estudos Ambientais, onde é grande o impacto do uso dos SIGs: mapeamento temático, diagnóstico ambiental, avaliação de impacto ambiental, ordenamento territorial e os prognósticos ambientais.
Os estudos de mapeamento temático visam entender e caracterizar a organização do espaço, por exemplo, em levantamentos temáticos (geologia, solos, cobertura vegetal).
Em se tratando de diagnóstico ambiental, temos o estabelecimento de estudos específicos sobre regiões de interesse, com vistas a projetos de ocupação ou preservação.
Os projetos de avaliação de impacto ambiental envolvem o monitoramento dos resultados da intervenção humana sobre o ambiente e os trabalhos de ordenamento territorial buscam normalizar a ocupação do espaço, racionalizando a gestão do território visando um desenvolvimento sustentável.
Diante desse contexto, uma série de aplicações podem ser desempenhadas pelos SIGs:
· Monitoramento de áreas de preservação ambiental;
· Monitoramento de focos de incêndio;
· Criação de mapas temáticos com índices de desmatamento e reflorestamento;
· Delimitação de áreas com potencial turístico.
 
Controle de queimadas
No Brasil, segundo informações do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a quase totalidade das queimadas é causada pelo homem por razões muito variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões de São João, disputas fundiárias, protestos sociais, e etc. Mais de 300.000 queimadas e nuvens de fumaça cobrindo milhões de km2 são detectadas anualmente através de satélites, tendo o Brasil lugar de destaque como um grande poluidor e devastador.
Como parte do esforço de monitorar e minimizar o fenômeno das queimadas, o INPE vem desenvolvendo e aprimorando desde a década de 1980 um sistema operacional de detecção de queimadas (Figura 9). A partir de 1998, esse trabalho passou a ser feito conjuntamente com o IBAMA/PROARCO, dando ênfase particular à Amazônia. Os dados utilizados nesse sistema são obtidos nas imagens termais dos satélites meteorológicos NOAA quatro vezes ao dia, GOES oito vezes ao dia, e Terra e Aqua duas vezes por dia, e em seguida integrados a dois sistema geográficos de informações (SpringWeb-Queimadas e TerraLib-Queimadas) que podem ser utilizados pela internet. As informações são disponibilizadas operacionalmente aos usuários cerca de 20 minutos após as passagens dos satélites.
 
 
Figura 9. Sistema operacional para controle de queimadas. URL: http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueimadas/
 
Desmatamento e reflorestamento
No Brasil, diversas pesquisas são realizadas na área de monitoramento dos desmatamentos, principalmente os que atingem a área da Amazônia legal. O projeto PRODES (Projeto de Estimativa do Desflorestamento Bruto da Amazônia), desenvolvido pelo INPE, busca monitorar as atividades realizadas nessa área, apoiado os pesquisadores em relação a:
· Geração de estimativas periódicas da extensão;
· Taxa média de desflorestamento bruto;
· Indica geograficamente as áreas mais críticas;
Figura 10. Desmatamento registrado em 1990 pelo sistema PRODES.
 
Agricultura
Atualmente, obter altos índices das colheitas é vital para as propriedades rurais. A realidade econômica da agroindústria mundial tem obrigado os produtores rurais a buscar novas formas de aumentar os rendimentos em suas propriedades. Para atender a esse novo paradigma, novos conceitos, métodos e técnicas, como a agricultura de precisão, devem ser incorporadas ao processo produtivo da agropecuária, envolvendo mudanças radicais de atitudes em relação ao que se pratica hoje.
A falta de conhecimento adequado sobre os diferentes ecossistemas, com a conseqüente utilização de tecnologias inadequadas, tem contribuído para a perda de competitividade econômica do setor agrícola, bem como para a degradação ambiental. Os compromissos assumidos ao nível do desenvolvimento sustentável obrigam a adoção de tecnologias avançadas com o objetivo de diminuir as diferenças entre as produtividades experimental e real.
Neste contexto, o ambiente, em especial os solos, apresentam uma variabilidade espacial que até agora não tem sido devidamente tomada em consideração nos diversos processos produtivos aplicados na agricultura, inclusive no que se refere à transferência das tecnologias geradas pela pesquisa agrícola.
Considerando que tal variabilidade deve ser incorporada aos procedimentos e tecnologias aplicados na agricultura, há alguns anos, agricultores de países de tecnologia avançada estão adotando um novo sistema de produção denominado Precision Agriculture, Precision Farming, no Brasil denominado de Agricultura de Precisão. Seu principal conceito é aplicar no local correto, no momento adequado, as quantidades de insumos necessários à produção agrícola, para áreas cada vez menores e mais homogêneas, tanto quanto a tecnologia e os custos envolvidos o permitam. Para tal, é necessário o conhecimento dos agro-ambientes, de forma a propiciar os níveis essenciais de informação necessários à identificação e separação destes e a elaboração de técnicas e métodos visando a adoção dessas tecnologias.
Abaixo estão relacionadas alguns benefícios advindos da utilização dos SIGs na agricultura:
· Obtenção de locais de baixa e mínima produtividade usando a tecnologia GPS, mapeando essas áreas para posterior correção do problema;
· Maximização dos retornos através da aplicação correta da informação gerada e com as ferramentas corretas, possibilitando realizar intervenções reduzindo e distribuindo de forma mais eficiente os insumos da lavoura;
· Utilização dos insumos de forma mais racional, possibilitando a redução do impacto dos mesmos sobre o meio ambiente, através de aplicações localizadas de fertilizantes e herbicidas, tornando estas atividades mais sustentáveis;
· Armazenamento de dados;
· Dados de diversos períodos armazenados eletronicamente;
· Gerenciamento localizado, previsão de produção, cruzando informações de outros períodos, com clima, ataques de insetos e doenças;
· Determinação da quantidade de nutrientes a serem aplicados em determinada área.
 
 
Figura 11. Equipamentos da agricultura de precisão. Fonte: SLC/John Deere Precision Farming
 
A Figura 11 apresenta alguns equipamentos utilizados na agricultura de precisão. Já a Figura 12apresenta um dos softwares disponíveis para este fim.
 
 
Figura 12. Exemplo de programas utilizados na agricultura de precisão.
 
Turismo
Os SIGs têm sido adotados no gerenciamento de parques nacionais em países como o Canadá e Estados Unidos há mais de duas décadas. No Brasil, temos como exemplo o modelo de geoprocessamento do Parque Estadual de Campos de Jordão, na Serra da Mantiqueira, que possui uma área de 8172 ha, situado em um dos mais importantes centros turísticos do Brasil. Na alta temporada, o parque recebe diariamente mais de 2000 visitantes, um crescimento de cerca de três vezes considerando os dados da década de 80.
Esse crescimento pode provocar impactos negativos nos equipamentos ecoturísticos, tais como as trilhas existentes. Portanto, torna-se necessário o planejamento da abertura ou mesmo o fechamento de certas trilhas.
Com o geoprocessamento, um dos produtos obtidos foi um estudo onde se buscou encontrar as áreas aptas para a implantação de trilhas, como visto na Figura 13.
 
 
Figura 13. Mapeamento das áreas de aptidão para implantar trilhas. Parque Estadual de Campos do Jordão.
Os SIGs e suas aplicações comerciais
A maioria das decisões comerciais envolve algum tipo de informação geográfica. A tecnologia SIG fornece, aos usuários financeiros, percepções a respeito de hábitos de consumo, comportamento financeiro e demanda por produtos e serviços. Como resultado eles conseguem definir melhor seu público-alvo. 
O mundo dos negócios lida com uma grande quantidade de informações sobre vendas, consumidores, perfis demográficos, listas de endereços e muito mais. E o conteúdo destasinformações é uma localização geográfica, um endereço, uma área de serviços, um território de vendas ou uma rota de entregas, que podem ser visualizados e gerenciados através de mapas.
Gerentes comerciais, estrategistas de marketing, analistas financeiros e planejadores profissionais estão progressivamente dependendo mais de SIG para organizar, apresentar e analisar seus dados de negócios. Através da amarração de dados a localizações específicas, como endereços de ruas, códigos CEP, e setores censitários, podem ser criados “mapas de negócios” que permitem a identificação de padrões e a compreensão de relacionamentos que a simples observação de tabelas não torna aparente. Existem atualmente soluções de SIG voltadas para o mercado imobiliário que tratam, desde o gerenciamento baseado em mapas, até a análise de investimentos sofisticados.
No mercado imobiliário, os SIGs podem integrar grande quantidade de dados em um formato comum, o mapa. A agregação de uma extensa variedade de informações afeta a atratividade e o valor de uma propriedade, resultando em uma representação mais acurada da adequação do imóvel ao uso pretendido.
Com isto, um corretor imobiliário, informado das necessidades do cliente, recupera da base de dados os imóveis que atendam aos critérios estabelecidos e apresenta as informações e imagens relacionadas, sem necessidade real de deixar o escritório.
 
Geomarketing
O território tem imbuído varáveis que podem ser determinantes na estratégia de marketing. Algumas perguntas, tais como: onde localizar, onde investir e onde estão os potenciais clientes podem ser facilmente respondidas utilizando técnicas de marketing somadas ao poder do geoprocessamento.
O Geomarketing introduz no marketing o conceito de espaço, através de:
· Estudos dinâmicos;
· Ocorrências voláteis no tempo;
· Situações que assumem constantemente novos contornos.
Nesta área o uso de aplicações SIG auxilia na identificação do potencial de vendas das diferentes regiões, fornecendo informações para eventuais promoções em pontos menos nobres. Além disso, pode ser realizada segmentação de mercado, pois se existirem dados disponíveis dos clientes com suas respectivas necessidades (obtidas através de pesquisas), pode-se estabelecer padrões de serviço diferenciados. A visão espacial ajuda muito neste aspecto, como podemos evidenciar nas figuras 14 e 15. Nelas temos a análise espacial de determinada população ao longo das vias de maior acesso de uma cidade, além de uma consulta que resultou em um buffer cruzando as informações de distribuição da população com a taxa de compradores, respectivamente.
 
Figura 14. Distribuição da população ao longo das vias principais.
 
 
Figura 15. Número estimado de pedestres consumidores.
 
Mercado imobiliário
O conceito de geoprocessamento aplicado ao mercado imobiliário envolve o planejamento de ações visando alocação e gerenciamento de empreendimentos e análises estratégicas voltadas à exploração do mercado imobiliário. Realizando mapeamentos direcionados ao mercado comercial ou residencial, o setor imobiliário consegue oferecer um maior suporte aos seus clientes, antes mesmo de mostrar-lhes o imóvel.
Desta forma, saber informações como proximidade a escolas, shopping centers, principais ruas, pontos de ônibus, hospitais, parques, áreas verdes, distância a aeroportos, favelas, áreas inundáveis, ruas com tráfego pesado são fatores que devemos levar em consideração no momento de selecionarmos um imóvel residencial.
Para o mercado imobiliário comercial, conhecer a geografia do mercado é um ponto essencial para o desenvolvimento de negócios. Ter informações como proximidade ao cliente alvo, localização de potenciais competidores, taxas de crimes, infra-estrutura de transporte e fatores ambientais de risco podem potencializar a perspectiva de sucesso de um negócio.
Diante disso, diversos produtos podem ser gerados, como os vistos nas Figuras 16 e 17.
 
 
Figura 16. Análise de mercado e áreas buffer de influência.
 
 
Figura 17. Mapeamento temático.
REFERÊNCIAS
ARONOFF, S. Geographic information systems: a management perspective. Ottawa, WDL Publications, 1989. 295 p. 
ARONOFF, S. Geographical Information Systems: A Management Perspective. Ottawa, WDI Publications, 1989. 
ASSAD, E.D.; SANO, E.E. Sistemas de Informações Geográficas - Aplicações na Agricultura. Brasília, EMBRAPA, 1993. 
BARBOSA, C.C.F. “Álgebra de Mapas e Suas Aplicações em Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento”. Tese de Mestrado em Sensoriamento Remoto, INPE, 1997. Disponível na Internet: http://www.dpi.inpe.br/dpi/teses/claudio. 
BURROUGH, P.A. Principles of geographical information systems for land resouces assessment. Oxford, Clarendon Press, 1986. 193 p. 
BURROUGH, P. A.; MCDONNELL, R.A. Principles of geographical information systems. Oxford, Oxford University Press, 1998. 
CÂMARA, G.; CASANOVA, M.A.; HEMERLY, A.; MEDEIROS, C.M.B.; MAGALHÃES, G. Anatomia de Sistemas de Informação Geográfica. Curitiba, SAGRES Editora, 1997. 
CÂMARA, G.; MEDEIROS, J.S. “Geoprocessamento em Projetos Ambientais”. Tutorial Apresentado no Congresso GIS Brasil 98. Disponível na Internet: www.dpi.inpe.br/cursos/gisbrasil/ 
CHIARA, C. T. D., 2004, Capitulo 08 - Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 26 p.
FERRARI, R. Viagem ao SIG. Curitiba, Sagres Editora, 1997. 
FILHO, H. F., 2001, Tecnologia de precisão na agricultura., Curso de especialização em Geoprocessamento, v. 01: NGeo, Deciv/UFSCar/NGeo, p. 11.
FILHO, H. F., 2001, SIG aplicado ao meio ambiente., Curso de especialização em Geoprocessamento: Mirassol, Deciv/UFSCar/NGeo, p. 17.
FILHO, H. F.; QUINTANILHA, J. A., 2003, Geoestatística., Curso de especialização em Geoprocessamento: Mirassol, Deciv/UFSCar/NGeo, p. 19.
MAGUIRE, D.; GOODCHILD, M.; RHIND, D. (eds.) Geographical Information Systems: Principles and Applications. New York, John Wiley and Sons, 1991. 
MEIRELLES, A. A. D. C. Palavra-chave: sistemas de informações geográficas, planejamento urbano, criação de base de dados geográficos., p. 16, 1999.
MOURA, M. C. D.; RIBEIRO, C. A. A. S.; TIBIRIÇÁ, A. C. G.; SOARES, V. P. Criação da rede e base de dados para o sistema viário de Viçosa – MG, utilizando SIG., v. 01, p. 08.
RODRIGUES, M., 1990, Introdução ao Geoprocessamento. In: Sim. Brasileiro de Geoprocessamento.: São Paulo, p. 1-26.
RÖHM, S. A., 2001, O que é sistema de informações geográficas., Curso de especialização em Geoprocessamento: Mirassol, Deciv/UFSCar/NGeo, p. 35.
TOMLIN, D. Geographic information systems and Cartographic Modeling. Prentice Hall, New York, 1990. 
FATOR GIS 97.:Anuário Fator GIS 97. Editora Sagres, revista Fator GIS, b1 – b2 p. Curitiba, PR. 1997.
https://www.devmedia.com.br/sistemas-de-informacoes-geograficas-aplicacoes-e-utilidades-parte-01/7782
https://www.devmedia.com.br/sistemas-de-informacoes-geograficas-aplicacoes-e-utilidades-parte-02/7792

Continue navegando