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Réplica em Ação de Reparação de Danos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARAÇATUBA, ESTADO DE SÃO PAULO.
Processo n.º: 0000000-11.2018.8.26.0032
PLÍNIO VARGAS, por sua advogada e bastante procuradora abaixo assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com base nos artigos 327 do Código de Processo Civil, nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES que lhe move ÂNGELO DA SILVA, apresentar a RÉPLICA à contestação oferecida, de conformidade com os motivos de fato e de direito abaixo expostos.
DOS FATOS
O réu não logrou êxito em refutar as alegações apresentadas na petição inicial. Alega fatos inverídicos e desenvolve teses argumentativas tênues.
Absurda a afirmação do requerido em alegar que o requerente estava em velocidade superior à permitida no trecho o que resultaria, portanto, em culpa exclusiva da vítima pelo evento.
Como exposto na exordial, o requerente trafegava com a sua moto pela Rua Monte Carlo, conforme croqui anexo, quando teve sua trajetória interrompida pelo carro dirigido pelo requerido que não observou o sinal de PARE no cruzamento com a Rua Atibaia. 
DO DIREITO 
No presente caso, o dano causado ao autor se revestiu de imprudência e negligência, uma vez que o condutor do veículo, em desobediência ao Código Brasileiro de Trânsito, ao conduzir seu veículo, não dedicou a atenção necessária no que diz respeito à sinalização vigente. 
Assim preceitua o artigo 34 do Código Brasileiro de Trânsito;
“Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.” 
No mesmo sentido os artigos 28 e 29 do Código Brasileiro de Trânsito; 
“Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.”
“Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
II - O condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas.” 
Não obstante com a colisão a moto do requerente ficou danificada, seu pé direito sofreu luxação, permanecendo trinta dias sem poder trabalhar. Ocorre que o requerido é autônomo, e além dos valores decorrentes do conserto da moto no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), das despesas médicas no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), há que se reparar o período em que o requerente ficou sem trabalhar, perfazendo o total de R$ 2.750,00 (dois mil e setecentos reais). 
O autor procurou por diversas vezes o réu com o objetivo de solucionar amigavelmente a problemática existente, contudo, em momento algum PLÍNIO obteve de forma amigável qualquer auxílio por parte de ÂNGELO. 
Segundo prescreve o artigo 186 do Código Civil, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
De acordo com o artigo 927 do Código Civil; 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” 
Quanto à reparação de dano, a doutrina e jurisprudência são pacificas nesse sentido; 
CIVIL – ACIDENTE DE TRÂNSITO – COLISÃO DE VEÍCULOS – REPARAÇÃO DE DANOS – ECT – 1- A responsabilidade resultante do art. 159 do Código Civil pressupõe a existência do comportamento do agente, do dano, da relação de causalidade e da culpa ou dolo. Preenchidos tais requisitos, impõe-se a observância da seguinte regra: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano". 2 - Com efeito, como acima explicitado, a Responsabilidade subjetiva tem como requisitos a conduta, o dano, o nexo causal e a culpa. A partir do momento em que alguém, mediante conduta culposa, viola direito de outrem e causa-lhe dano, está diante de um ato ilícito, e deste ato deflui o inexorável dever de indenizar. Assim, configurado o nexo causal entre o dano e a culpa, é devida a indenização. In casu, o dever de indenizar surgiu com a conduta culposa da Ré, que agiu de forma imprudente que é a falta de cautela ou cuidado por conduta comissiva, positiva, por ação. Com efeito, foi exatamente o ocorrido quando da colisão, a falta de cuidado da Ré ao adentrar em uma a pista do lado oposto, sem observar as condições de tráfego do local, ou seja, sem a prudência de olhar se viria outro carro no sentido contrário. Deste modo, encontra-se presente, portanto, o requisito imprescindível para caracterizar a responsabilidade prevista no art. 159do CC. 3 - Apesar da tentativa da apelante em rechaçar o depoimento prestado por José Ricardo Rodrigues, foi o que formou o convencimento do juízo para o deslinde da causa 4 - Recurso conhecido, porém desprovido. (TRF 2ª R. – AC 93.02.14728-2 – 6ª T. – Rel. Des. Fed. Poul Erik Dyrlund – DJU 04.12.2003 – p. 238) JCCB.159
RESPONSABILIDADE CIVIL - REPARAÇÃO DE DANOS - ACIDENTE TRÃNSITO - MARCHA-À-RÉ - MANOBRA EFETUADA SEM A CAUTELA NECESSÁRIA - IMPRUDÊNCIA DEMONSTRADA - RECURSO DESPROVIDO. "Em matéria de responsabilidade civil, ainda prevalece o brocardo in lege aquilia et levíssima culpa venit. Assim acontece porque a responsabilidade civil flui do dever que têm todos os cidadãos de respeitar o direito alheio. Basta a culpa leve - levíssima para que o direito alheio fique lesionado" (A responsabilidade civil na doutrina e na jurisprudência, Forense, pág. 270).(TJ-SC - AC: 15278 SC 1998.001527-8, Relator: Sérgio Roberto Baasch Luz, Data de Julgamento: 08/03/2001, Segunda Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação cível n. 98.001527-8, da Capital.)
Segundo Carlos Alberto Bittar (Reparação Civil Por Danos Morais, 4ª Edição, São Paulo, Editora Saraiva, 2015, P.31); 
“Pode-se, então, enfatizar como danos ressarcíveis os prejuízos materiais ou morais sofridos por certa pessoa, ou pela coletividade, em virtude de ações lesivas perpetradas por entes personalizados. (...). Atingem as lesões, pois, aspectos materiais ou morais da esfera jurídica dos titulares de direitos, causando-lhes sentimentos negativos; dores, desprestígio; desonra; depreciação; vergonha; escândalo; doenças; desgastes, redução ou diminuição do patrimônio; desiquilíbrio em sua situação psíquica, enfim, transtornos em sua integridade pessoal, moral ou patrimonial.” 
Consoante Sergio Cavalieri Filho (Programa De Responsabilidade Civil, 7ª Edição, São Paulo, Editora Atlas, 2007, P.13); 
“o anseio de obrigar o agente, causador do dano, a repará-lo, inspira-se no mais elementar sentimento de justiça. O dano causado pelo ato ilícito rompe o equilíbrio jurídico-econômico anteriormente existente entre o agente e a vítima. Há uma necessidade fundamental de se restabelecer esse equilíbrio, o que se procura fazer recolocando o prejudicado no statu quo ante.”
DO PEDIDO 
Diante do exposto, uma vez rejeitada a preliminar arguida, bem como as demais alegações tecidas na contestação, requer o requerente que seja a demanda julgada procedente para que o réu seja condenado da forma do pedido formulado na peça vestibular. 
Termos em que, 
Respeitosamente, 
Pede Deferimento.
Araçatuba, 23 de maio de 2018.
Larissa Sales Barbosa
OAB/SP 206.426

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