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PROVA DE FILOSOFIA

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ATIVIDADES DE REVISÃO PARA A PRIMEIRA PROVA DE FILOSOFIA
O que é filosofia para Aristóteles?
Para ele, a filosofia é a ciência que busca as causas e os princípios fundamentais de todas as coisas. Filosofia é metafísica e esta é a ciência do ser enquanto ser. Ela não se identifica com nenhuma das ciências particulares: com efeito, nenhuma das outras ciências considera o ser enquanto ser universal.
 É uma ciência universal, pois tem o conhecimento das outras ciências e necessária para o surgimento destas; também é uma ciência livre, pois conhece todos os particulares. A filosofia é uma ciência que existe por si mesma, não dependendo de nenhuma outra. Seu propósito é tirar as pessoas da ignorância; como todo homem tem o desejo de conhecimento, através da Filosofia os homens podem buscar conhecer a sua realidade e a essência das coisas.
O que é filosofia para Heidegger?
A filosofia é o caminho no qual o ser está a caminho para o ser do ente - expressão do ser que está dentro do ser. O ser do ente consiste na entidade. Esta, porém —a ousia —, é determinada por Platão como idéia, por Aristóteles como enérgeia. Aristóteles delimita a filosofia em sua essência como episteme, capaz de olhar para algo, envolver e fixar com o olhar aquilo que ela examina: As primeiras razões e causas do ente. O caminho para a resposta não significa uma ruptura com a história, mas uma apropriação e uma transformação do que foi transmitido. Essa apropriação é chamada de destruição. Destruição significa: desmontar, demolir e pôr-de-lado as afirmações históricas sobre a história da filosofia.
Heidegger não concorda com a filosofia helênica, que afirma que a razão é a única maneira de se atingir o ser. Ele opina que outra forma de expressar o ser do ente remete ao período pré-platão. Para chegar a essa maneira, ele imputa de romper a filosofia, e chega a ideia de que a linguagem (poesia em especial) é uma maneira de expressar o verdadeiro ser. Ou seja, a filosofia é o caminho, e a linguagem é um dos modos de se atingir o ser e alcançar o conhecimento, em especial com a poesia.
Qual a relação entre linguagem e filosofia para Heidegger?
Para ele, a filosofia está é a correspondência que se harmoniza e põe de acordo com a voz do ser do ente, ou seja, manifesta na linguagem o apelo do ser do ente. Esta está a serviço da linguagem. A essência da linguagem para os gregos se manifesta como logos. A poesia, em comparação ao pensamento, está de modo diverso e privilegiado a serviço da linguagem. Ambas intervêm pela linguagem e por ela se sacrificam. 
Cite as 10 categorias de Aristóteles e os quatro modos de dizer o ser:
Substancia, paixão, quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, posição, posse, e ação.
Categorias, ato e potência, verdadeiro e falso e forma e matéria.
O que é substância para Aristóteles? (Obs: É a essência.)
A substância é a quididade de uma coisa, ou seja, a unidade de significação do ser. Uma tradução para o termo grego ousia. (a real tradução de ousia é essência). Há quatro modos de se pensar o ser enquanto substância: ato e potência, verdadeiro e falso, forma e matéria e as 10 categorias. Todas as categorias se referem à substância, pois os múltiplos significados só podem ser entendidos pela unidade do ser. 
Platão: O que é a ontologia?
A ontologia (estudo do ser enquanto ser) na filosofia de Platão é desenvolvida a partir do dialogo crítico de duas filosofias precedentes: Parmênides e Heráclito. Os filósofos da phisis disputavam na questão da ontologia como era possível explicar o ser e ao mesmo tempo explicar as coisas (mundo). Parmênides explica o ser, mas não explica a mudança. Heráclito explica a mudança, mas não consegue explicar o ser. Platão tenta responder ao problema do ser (ontologia) e explicar o mundo (phisis).
Parmênides: o ser
 “o ser é não pode não ser; o não ser não é e não pode ser de modo algum”.
O ser é o caminho da persuasão e da verdade (logos). O não-ser é o nada, via fechada a toda pesquisa. O vir-a-ser é a via do erro, da incerteza (doxa), mudança (sentidos). O ser é uno, absoluto, idêntico, imutável e perfeito: é a via absoluta da verdade – e somente essa via é valida para Parmênides.
Heráclito: o devir
Problema do principio das coisas é resolvido com a teoria do fluxo contínuo – dinamismo universal da realidade. O devir é um contínuo conflito dos contrários que se alteram. Do conflito surge a superior harmonia dos contrários.
TEORIA DAS IDEIAS/DUALISMO ONTOLÓGICO/LINHA DO CONHECIMENTO
O dualismo é explicado através da imagem da linha; esta imagem aponta os objetos existentes nos dois planos (visível e inteligível) do mundo, e seus modos de conhecimento. O dualismo ontológico é a cisão entre conhecimento sensível e inteligível (doxa e episteme); diferença entre coisas e formas (ideia). 
O plano sensível se divide em imagens e seres vivos conhecidos pela opinião e fé. 
O plano inteligível é formado pelas idéias (belo, justo, idéias matemáticas) conhecidas pela alma através do entendimento e a idéia de bem como causa conhecida pela inteligência (noesis).
Mito da caverna
A caverna é uma metáfora para a ignorância. Para os habitantes da caverna, as sombras são os objetos reais. Quando eles saíssem da caverna, ofuscariam com a “luz do sol” (bem, verdade), porém estariam mais perto da realidade. Levariam tempo para conseguirem olhar para o “sol” (alcançarem o conhecimento verdadeiro), mas veriam que este é a fonte de todas as coisas vistas na caverna e que as sombras não são a realidade. Doxa = caverna / Episteme = lado de fora. Os que conseguissem ver o “Sol”, voltariam para avisar os outros, que não acreditariam nestes pois foram criados nas sombras e acham que este é o mundo real. A saída da caverna representa a a elevação da alma ao mundo superior inteligível. É DEVER DE TODO FILÓSOFO RETORNAR À CAVERNA.
Dialética: 
A dialética é o método que permite sair do sensível (mutável) e conhecer as ideias. Somente através da dialética pode-se alcançar o conhecimento da essência das coisas. Enquanto outras artes apoiam-se em opiniões, a dialética destrói todas as hipóteses e torna seguros seus resultados, já que alcança o principio autentico da realidade (O BEM). 
Dialética ascendente: A verdadeira filosofia é aquela responsável por retirar a alma das aparências (dia que é como trevas) e a eleva ao conhecimento inteligível das ideias. A alma deve evitar desde a infância tudo que é mutável e referente ao mundo sensível. Só assim poderá alcançar a Ideia de Bem e com ela todo o inteligível.
Dialética descendente – filósofo professor: O filósofo aprende a ver as ideias (ideia de bem) e retorna para retirar os companheiros das sombras. 
Ideia de bem: ( justo e belo)
O bem é, no mundo inteligível, o mesmo que o sol no mundo visível. A ideia de bem é a causa universal, a condição de possibilidade para o mundo das ideias e também para o mundo sensível. Essência, mas estar acima e para além da essência pela sua dignidade e poder. Isto não significa que o bem cria o mundo, mas que fundamenta idealmente as duas perspectivas do aparecimento.
O conceito de bem para Platão é universal, engloba todo tipo de bem, como justiça, felicidade..., o bem do mundo sensível é particular. O bem “ilumina” as virtudes da justiça e da verdade. A ideia de bem deve ser entendida como a condição de existência das outras ideias e do mundo sensível, é o fundamento da verdade e de todas as coisas. É impossível entender o bem como conceito isolado, as considerações platônicas sobre o bem tem o objetivo de formar homens justos e uma pólis ideal e justa, esse objetivo não é alcançado sem algumas dificuldades, pois o desejo racional do bem vem acompanhado das demais potencialidades da alma, dos instintos e das pulsões negativas.
Explique o que é a lógica para Aristóteles? 
Para Aristóteles, a lógica não é ciência e sim um instrumento (órganon) para o correto pensar. O objeto da lógica é o silogismo. Silogismo nada mais é do que um argumento constituído de proposiçõesdas quais se infere (extrai) uma conclusão (Inferir é tirar uma conclusão de outra premissa). É um raciocínio mediado que fornece o conhecimento de uma coisa a partir de outras coisas (buscando, pois, sua causa).
Princípio de Identidade: A é A;
Princípio de não contradição: é impossível A ser A e não-A ao mesmo tempo;
Princípio do terceiro excluído: A é x ou não-x, não há terceira possibilidade.
Indução: processo abstrativo que vai do particular para se extrair o universal 
Intuição: captação pura dos princípios primeiros por parte do intelecto
Silogismo científico: As premissas devem ser verdadeiras; não devem depender de outras: devem ser primeiras; Inteligíveis, claras e universais. .
Silogismo dialético: Premissas são opiniões; são objeto de persuasão; o silogismo dialético é próprio da retórica .
PROVA 2015 
	1 – Explique a diferença entre mito e filosofia grega antiga. Fale sobre o conceito de espanto e o inicio da filosofia na Grécia
	 O mito é um discurso utilizado para explicar as indagações a respeito da origem e o porquê das coisas, se baseava na crença, uma vez que a pessoa deveria acreditar em certos aspectos irracionais – não lógicos – para poder compreender a explicação dada pelo mito daquele certo “fenômeno”. Na maioria das vezes o mito chegava à conclusão final que tal fato se deu devido a vontade dos Deuses, explicação que exigia uma aceitação do ser, chamado de mitológico para poder compreender o fato. A filosofia por seu lado contrapõe o mito quando exige uma explicação racional para os fatos e a origem de tais, não aceita a vontade de um Deus como a causa dos fenômenos. Marilena Chauí em seu livro “Convite a filosofia” no capítulo 2, do nascimento da filosofia, cita os principais pontos característicos da filosofia em seu surgimento, dentre eles a tendência a racionalidade, a exigência que o pensamento apresente suas regras de funcionamento, recusa explicações preestabelecidas e a tendência a generalização – pontos esses que considero crucial na diferenciação entre mito e filosofia, uma vez que essa última questiona até os pontos tidos como preceitos fundamentais pelos primeiros, e ainda não aceita o seu modo de explicação.
	Aristóteles descreve a descoberta da filosofia como um espanto, na mesma proporção que Platão a descreve como admiração, isso se da por ambas as atitudes serem demonstradas quando estamos diante de algo novo, no caso a filosofia para eles da época. Aristóteles ainda descreve no Capítulo 2 do livro 1 da metafisica que: “Foi com efeito pela admiração que os homens, assim hoje como no começo, foram levados a filosofar, sendo primeiramente abalados pelas dificuldades mais óbvias, e progredindo em seguida pouco a pouco”, foi essa sensação de espanto/admiração diante de uma maneira nova de explicar as coisas, o mundo e tudo a sua volta que os gregos se debruçaram sobre as questões filosóficas, tendo como objetivo a aquisição de conhecimento e elevação do intelecto.
2 – Qual a importância da memoria para a construção do conhecimento em Aristóteles?
	Aristóteles esquematiza o conhecimento em uma hierarquia, sendo o primeiro passo a experiência, no qual o indivíduo vivência o fato, é colocado diante dele pela primeira vez, o segundo é a memória, ponto crucial para absorver as experiências e as levar como bagagem, para que quando colocado diante de certas situações já vivenciadas, o sujeito possa saber como agir e ter noção do que é aquilo. O terceiro passo que é o da técnica depende da memória, pois essa explica os universais (técnica) e pode ser aplicado esse conhecimento ao particular, evidenciado na experiência e armazenado na memória. Assim, a memoria tem um papel importantíssimo para se chegar ao conhecimento, pois faz a ligação, a relação entre o que já foi vivenciado como particular e o conhecimento da técnica universal.
3- Explique a diferença entre as artes e filosofia para Aristóteles
	Aristóteles coloca as artes como o conhecimento da técnica de cada ciência, é o conhecimento universal que sabe como as coisas se dão, tem uma finalidade explicável, ou seja, desenvolve certo conhecimento para melhorar alguma coisa produtiva, tem uma causa objetiva. Já a filosofia, para Aristóteles, é puramente metafísica e está acima das artes, é o conhecimento de todas as ciências, embora não conheça a técnica de cada uma (papel da arte) ela trata as causas primeiras, dos motivos pelos quais cada ciência se desenvolve, buscando saber o porquê e questionar a finalidade destas (finalidade que a arte sabe, mas não entende o porquê).
4 – Explique a relação entre linguagem e filosofia para Heidegger
	Para Heidegger, a filosofia é o caminho no qual se está a caminho para o ser do ente, ou seja, é a expressão do se que está dentro do ser, em termos aristotélicos a essência. Para se chegar a esse ser, Heidegger diz que os gregos erraram dizendo que a razão seria o único caminho, a única maneira, esse descreve por sua vez outra forma de expressar o ser do ente, para isso Heidegger remonta a um período da filosofia antes de Platão e seus contemporâneos, os quais Heidegger acusa de corromper a filosofia, e chega a ideia de que a linguagem, em especial a poesia, é uma maneira eficiente de se expressar o verdadeiro ser, de dizer e mostrar não somente o ente, a parte externa, mas capaz de atingir e se fazer expressar o ser interior. Assim, sendo a filosofia o caminho, a linguagem é a maneira com a qual se chega ao ser. Pode-se afirmar que a linguagem está para Heidegger, assim como a lógica para Aristóteles, ambos como um meio de se chegar ao conhecimento.
5 – Qual a explicação dada por Platão para a crise ontológica entre Parmênides e Heráclito? Explique. 
 	Platão recebe o problema de explicar o ser de duas maneiras. Uma segundo Parmênides que afirmava a universalidade do ser, ou seja, esse é uno e não pode ser mudado. Posta essa teoria, Heráclito, defendendo que o ser era múltiplo, diz que a verdadeira forma do ser era o devir, a multiplicidade, a mudança.
	Dessa forma, tendo que considerar segundo Parmênides, que o ser é e não pode não ser, e que o ser é e não é também não seja possível e levando em consideração Heráclito, afirmando que o ser é a mudança, o movimento, Platão elabora a teoria das ideias, ou das formas, na qual pretende resolver o problema da unidade e da multiplicidade na definição do ser. Assim, Platão afirma que há vários seres, cada um deles é absoluto e formam uma unidade. Para tanto, ele se utiliza da Alegoria da Caverna, para primeiramente poder explicar que o ser não é as coisas sensíveis que vemos, sendo essas uma mera reprodução, e sim algo acima disso, o ser é a ideia que está presente em todos os objetos sensíveis, cada um com a sua forma ideal. Podemos atingir essa visão do ser na sua realidade através da dialética, método pelo qual chegamos ao pensamento filosófico. Desta forma, Platão define casa ser (múltiplo) como algo único (uno), sendo a forma para os demais. Conclui, ainda, elaborando a teoria da Participação, na qual afirma cada ser participar de um conceito uno, o conceito de Bem, que une todos os seres, seja em grau menor ou maior, assim Platão resolve o problema da unidade e multiplicidade na definição do ser.
6 – Explique os conceitos lógicos.
Silogismo: é uma sequencia de julgamentos, oportunamente ligados, formando um raciocínio verdadeiro e próprio.
Indução: é o processo abstrativo que vai do particular para se extrair o universal
Principio de não contradição: diz ser impossível que um ser seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação, ou seja, é impossível que A seja A e não A.
7 – Cite e explique quais as 4 causas para Aristóteles.
Substância ou Quididade: é a essência, se expressa em um discurso por meio do qual se diz o que uma coisa é o “ti esti”.
Material e o sujeito: são as coisas sensíveis e postas aos nossos sentidos.
- De onde: o inicio do movimento, como começa de onde se deu o inicio.
- Fim para que: o porquê do movimento, a finalidade deste.
8 – Cite a lista dascategorias e explique a definição de substancia para Aristóteles
	As categorias são em numero de dez: a substancia, qualidade, quantidade, relação, ação, paixão, onde, quanto, ter, jazer.
	Entre as categorias, a substância é a principal, todas as outras se reportam a ela. Assim, Aristóteles a substancia como “unidade que permite a significação” e ainda da o porque de ela ser o mais importante, sendo na substância que concentra-se o ser com o uno, pois ela é a condição de possibilidade dos múltiplos significados do ser, inclusive do não ser como relação.
	Assim, o ser se da em vários sentidos e em todos os sentidos é primeira à substância: quanto ao enunciado, quanto ao conhecimento e quanto ao tempo.
	Aristóteles, ainda da que da substância se fala, ao menos em quatro sentidos principais: essência, universal, gênero, sujeito. Sendo que o universal não pode ser substância, nem gênero. Passando assim ao sentido de hipokeimenon: “O sujeito é aquilo do que se da todo o resto, sem que ele se diga de outro”. “O sujeito primeiro parece ser substancia em sumo grau”. O hipokeimenon significa o substrato, aquilo que se faz diante de nós. Contudo, adverte que o uso da palavra ousia é ambíguo porque substrato pode designar matéria, ou forma, ou ainda o composto hilemorfico.
	A conclusão que matéria é substancia é impossível. Aristóteles retoma a consideração do próximo candidato – quididade (o que era ser) – associando a noção de quididade àquela de definição, assim, a essência de algo é o que é dito a respeito dela própria. Assim, a substância é a essência: essência do que é dito a respeito dela própria. Contudo ao dizer do ser de algo só se pode dizer no passado, pois a linguagem é o âmbito do conhecimento do vir – a –ser, e comporta movimento.
	Desta maneira, Aristóteles consegue mais do que Platão, ele define o ser, dizendo que o ser é o ser e esse pode se apresentar de diferentes maneiras (multiplicidade), mas em sua essência, que é a substância, é uno.
PROVA 2016 
A filosofia é por definição um pensamento sistemático. Explique.
A filosofia, enquanto pensamento sistemático tem uma forma de “método”, para se chegar e confirmar aquilo que se deseja. Como o pensando sistêmico se introduz num meio em que a interdisciplinaridade está incluída, a filosofia como a mãe de todas as ciências de “ciência livre” ambos no sentido de ser independente, está ligada a isso, pois sendo ela, uma ciência teórica, não se convêm aos filósofos receber leis, e sim dar.
 Para Marilena Chaui, a filosofia como um pensamento sistemático, não é um “acho que”, “eu penso que”, e sim, um rigoroso e preciso enunciado, que busca os encadeamentos lógicos entre esses enunciados. Também exige que a fundamentação seja racional do que é fundamentado e pensado. É sistemático, pois, em primeiro lugar não se contenta em deter respostas para questões colocadas, exige assim, que estas questões sejam válidas, e que essas afirmações sejam verdadeiras, esclareçam em uma via de mão dupla, formem arranjos de ideias e significados, sejam verdadeiras e racionalmente demonstradas. Portanto, Marílena dá o senso comum como um viés “esta é a minha filosofia” ou “isso é a filosofia de...” nesse sentido a autora denota que engana-se e não se engana, pelo fato de serem mais ou menos coerentes sobre todas as coisas e pessoas em um conjunto de princípios mais ou menos coerentes para julgar as coisas e as pessoas. Filosofia e “mais ou menos” não combinam pois a filosofia é uma ciência, por definição, um pensamento sistemático. 
Por que a filosofia é a única ciência considerada livre para Aristóteles? Explique.
Para Aristóteles, a filosofia é uma ciência livre, pois ela tendo o filosofo como quem conhece as coisas difíceis, não convem a ele receber leis, e sim, dar. Por ela possuir o conhecimento de todas as coisas, ciência universal- ela conhece todos os particulares, assim ensinando as outras ciências.
 A filosofia é livre, pois ela existe por si mesma, é a mais divina e mais apreciável, todas as outras ciências são mais necessárias , mas nenhuma é superior.
Explique o que Heidegger quer dizer quando define a filosofia como ''uma correspondência que manifesta na linguagem o apelo do ser do ente''.
Para Heidegger, a filosofia é o caminho no qual se está a caminho para o ser do ente, ou seja, a expressão do ser que está dentro do ser, em termos aristotélicos a essência. Para se chegar a esse ser Heidegger diz que os gregos erraram dizendo que a razão seria o único caminho, a única maneira, esse descreve por sua vez outra forma de expressar o ser do ente, para isso Heidegger remonta a um período da filosofia antes de Platão e seus contemporâneos, os quais Heidegger acusa de corromper a filosofia, e chega a ideia de que a linguagem, em especial, a poesia, é uma maneira eficiente de se expressar o verdadeiro ser, de dizer e mostrar não somente o ente, a parte externa, mas capaz de atingir e se fazer expressar o ser interior. Assim sendo a filosofia é o caminho e a linguagem é a maneira com a qual se chega ao ser. Pode-se afirmar que a linguagem esta para Heidegger, assim como a lógica para Aristoteles, ambos como um meio de se chegar ao conhecimento.
4) Como Platão resolve a crise entre o ser uno de Parmênides e a multiplicidade de Heráclito? E por que tal problema é crucial na construção da ontologia?
Platão recebe o problema de explicar o ser de duas maneiras, uma segundo Parmênides que afirmava a universalidade do ser, ou seja, o ser é uno e não pode ser mudado. Heráclito, defende que o ser era múltiplo, diz que a verdadeira forma do ser era o devir a ser, a multiplicidade, a mudança. Platão elabora a teoria das ideias ou das formas, na qual pretende resolver o problema da unidade e da multiplicidade na definição do ser. Assim Platão afirma que há vários seres, cada um deles é absoluto e formam uma unidade. Para tanto, ele se utilizada alegoria da caverna, para primeiramente poder explicar que o ser não é as coisas sensíveis que vemos, senso essas uma mera reprodução, e sim algo acima disso, o ser é a ideia que está presente em todos os objetos sensíveis, cada um com a sua forma ideal. Dessa forma Platão define cada ser ( múltiplo) como algo único ( uno), sendo a forma para os demais. Platão assim, elabora a “teoria da participação”, que afirma que cada ser participa de um conceito uno, o conceito de BEM. Este conceito une todos os seres, resolvendo assim o problema da unidade e multiplicidade de definição do ser.
	Tal problema é crucial para a construção da ontologia, pois foi desenvolvida com base no dialogo entre filosofias precedentes, a de Parmênides e Heráclito. 
Cite e explique quais os modos de conhecimento para Platão.
Platão distingue quatro formas de graus de conhecimento, que vão do grau inferior ao superior, crença e opinião, formam o conhecimento sensível e raciocínio e intuição o conhecimento inteligível.
 	O primeiro – sensível- é o conhecimento detido dos sentidos, experiências subjetivas, ou seja, opiniões ( doxa). Esse pensamento se expressa objetivamente e conhece o mundo superficialmente e de varias maneiras, pois cada ser humano expressa uma opinião a cada coisa.
	Por outro lado, o conhecimento inteligível, é aquele obtido do intelecto- através da inteligência, faculdade superior da alma, pode-se conhecer o mundo. De acordo com Platão, este conhecimento é a verdade objetiva. Estabelece-se pelo “logos”, linguagem coerente, pertinente e imanente.
	A linguagem expressa a verdade, sendo o conhecimento inteligível exemplar, a matemática. 
6) Qual a resposta de Aristóteles para a crise entre uno e múltiplo?
	Aristóteles critica que cada coisa tem uma ideia, assim, multiplicando pelo infinito, destrói a ideia de unidade de Platão. Para Aristóteles, o ser é uno, mas se diz de varias formas: alegorias, ato e potencia, acidente, e verdadeiro e falso. O ser é uno, mas tem vários significados. Uno e múltiplo se reduzem ao problema do sentido do verbo ser. Para Aristóteles, o uno pode ser, ao mesmo tempo,uno (em ato) e não-uno (em potência). A validade ontológica desta premissa é dada pela distinção entre ser por si e ser por acidente. O que torna possível a validade do uno e do múltiplo é a substância entendida como unidade de significação, ela representa a unidade dos múltiplos modos do ser. 
O SER SE DIZ DE VÁRIOS MODOS: Este princípio de unificação, esta natureza única à qual se reportam todos os seres é a substância. Há vários modos de pensar o ser dos entes, são vários, pois comportam a multiplicidade da realidade. 
7) O que é lógica e qual a relação com as categorias segundo Aristóteles?
Para Aristóteles, a logica é um instrumento para se pensar, e não uma ciência. As categorias ( substancia, quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, estado, habito, ação e paixão) são relacionadas com a lógica, pois sendo ela uma forma de instrumento para se chegar aquilo que se deseja, as categorias auxiliam, pois dão uma maior capacidade de análise e interpretação de elementos e argumentos do discurso. Também, auxiliam na formação do silogismo.
Livros resumidos
ARISTÓTELES: METAFÍSICA, LIVRO I
O que é a Filosofia para Aristóteles?
Desejo de conhecer está em todos.
Como conhecemos o mundo:
Sensações: em especial a visão, é o sentido que melhor nos faz ver as coisas.
Memória: animais mais aptos e inteligentes 
Audição: capacidade de aprender 
Arte (técnica) e raciocínio: seres humanos
Memória = experiência: recordações repetidas da mesma coisa formam uma única 
Ciência e arte vêm da experiência
Na vida prática, a experiência é igual a técnica
Experiência: conhecimento dos singulares
Técnica: conhecimento dos universais
Conhecer o universal sem experiência, ignorando o particular, pode errar no tratamento, objetivo é o particular.
Há mais saber e conhecimento na técnica do que na experiência.
Homens técnicos são mais sábios que os empíricos.
Empíricos: (homens da experiência) sabem o que, mas não o porque.
Mestre é mais sábio: conhece a teoria e as causas
A possibilidade de ensinar é indicio de saber
Arte (técnica) é mais ciência que a experiência.
Sensações constituem o conhecimento dos singulares, mas não dizem o porque.
Técnica fora das sensações é mais sábio que os outros
Artes são múltiplas: umas surgem pelas necessidades, outras por satisfação
Inventores das artes para satisfação são mais sábios, porque sua ciência não se subordina ao útil
As ciências constituídas: outras se descobriram que não visam nem prazer, nem a necessidade, mas os sábios dessa ciência viviam no ócio, apenas da vida teorética Ex: matemática no Egito (casca sacerdotal)
A filosofia tem por objeto as causas primeiras e os princípios; é a ciência de certas causas e princípios. Filosofia é uma ciência teórica.
De que causas a filosofia é ciencia?
O filosofo conhece todas as coisas (embora não possua a ciência de cada uma em si – técnica), conhece as coisas difíceis e os particulares. Ciência por ela própria é mais filosofia do que uma subordinada. Não convém ao filosofo receber leis, mas as dar. Conhecimento universal está muito além das sensações. A ciência que investiga as causas é a que ensina.
Quem procura o conhecer pelo conhecer escolherá a ciência que é mais ciência: esta é a do sumamente conhecível: princípios e causas. Foi pela admiração que os homens foram levados a filosofar, primeiramente abalados pelas dificuldades mais obvias, até os problemas maiores. Não procuramos a filosofia por qualquer outro interesse, mas por si mesma.
A filosofia é a única ciência livre: Só ela existe por si. Filosofia é a ciência mais divina e mais apreciável: Todas as outras ciências são mais necessárias mais nenhuma é superior.
Ciência das causas primeiras: conhecer cada coisa apenas pela causa primeira
As causas dizemos em 4 sentidos:
Substancia e quididade
Matéria e sujeito
3-Geração movimento
4-finalidade 
a causa formal (a que confere a forma, e portanto a natureza e a essência de cada realidade singular); 
a causa material (ou seja, o "aquilo de que" e composta toda realidade sensível);
a causa eficiente (aquilo que produz geração, movimento ou transformação)
a causa final (ou seja, o escopo, o “fim para que" toda coisa tende).
FILOSOFIA É METAFÍSICA: há uma ciência que considera o ser enquanto ser e as propriedades que lhe cabem enquanto tal. Ela não se identifica com nenhuma das ciências particulares: com efeito, nenhuma das outras ciências considera o ser enquanto ser universal; com efeito, depois de delimitar urna parte dele, cada uma estuda as características dessa parte. Filosofia é metafísica e esta é a ciência do ser enquanto ser. É a ciência mais elevada de todas.
O ser para Aristóteles se diz de vários modos:
1) Categorias: Substancia, qualidade, quantidade, relação, ação, paixão, lugar, tempo, ter, jazer
LIVRO 7: O CONCEITO DE SUBSTÂNCIA
A substância é a unidade de significação dos múltiplos modos de ser.
A palavra substância deriva do latim substantia e foi empregada pelos filósofos da idade média. É uma tradução para o termo grego ousia. Substância não é a tradução de ousia. Esta se traduz por essência. Ousia deriva do substantivo abstrato einai. Em Platão a ousia é o que é uma coisa, a essência, SER. 
Aristoteles considera que os principais problemas relativos a substância são dois:
 1) Quais substâncias existem? Existem apenas substâncias sensíveis (como sustentam alguns filósofos), ou também substâncias supra-sensíveis (como sustentam outros filósofos)?
 2) O que é a substância em geral, ou seja, o que se deve entender quando se fala de substância em geral?
O que é, então, a substância em geral? 
Os Naturalistas apontam os elementos materiais como principio substancial. 
Os Platônicos indicam a forma como principio substancial. 
Para os homens comuns, no entanto, a substância pareceria ser o individuo e a coisa concreta, feitos a um só tempo de forma e matéria. 
Quem tem razão? Segundo Aristóteles, ao mesmo tempo, todos e ninguém têm razão, no sentido de que, tomadas singularmente, essas respostas são parciais, ou seja, unilaterais; em seu conjunto, porém, nos dão a verdade. 
 A matéria (hyle) é um principio constitutivo das realidades sensíveis, porque funciona como "substrato" da forma (a madeira é substrato da forma do móvel, a argila da taça etc.). Se eliminássemos a matéria, eliminaríamos todas as coisas sensíveis. Em si, porém, a matéria é potencialidade indeterminada, podendo tornar-se algo de determinado somente se receber a determinação por meio de uma forma. Assim, só impropriamente a matéria é substância.
Já a forma, enquanto principio que determina, concretiza e realiza a matéria, constitui aquilo "que é" cada coisa, a sua essência, sendo assim de fato substância. "Chamo de forma a essência de cada coisa e a substância primeira.”
Mas o composto de matéria e forma, que Aristóteles chama "sinolo" (que significa precisamente o conjunto ou o todo constituído de matéria e forma) também é de fato substância, porque reúne a "substancialidade" tanto do princípio material quanto do formal. 
O ser é uno, mas tem vários significados. Uno e múltiplo se reduzem ao problema do sentido do verbo ser. Para Aristóteles, o uno pode ser, ao mesmo tempo, uno (em ato) e não-uno (em potência). A validade ontológica desta premissa é dada pela distinção entre ser por si e ser por acidente. O que torna possível a validade do uno e do múltiplo é a substância entendida como unidade de significação, ela representa a unidade dos múltiplos modos do ser. 
O SER SE DIZ DE VÁRIOS MODOS: Este princípio de unificação, esta natureza única à qual se reportam todos os seres é a substância. Há vários modos de pensar o ser dos entes, são vários, pois comportam a multiplicidade da realidade. 
Os principais modos de dizer o ser são: 
- Segundo ato e potência; 
- Segundo forma e matéria; 
- Segundo verdadeiro e falso; 
- Segundo as categorias: Substancia, qualidade, quantidade, relação, ação, paixão, lugar, tempo, ter, jazer
Entre as categorias, a de substânciaé a principal: todas as outras se reportam a ela. A substância é a unidade que permite a significação. Nela concentra-se o ser com o uno, pois ela é a condição de possibilidade dos múltiplos significados do ser, inclusive o não-ser como relação. Todas as categorias se referem à substância, pois os múltiplos significados só podem ser entendidos pela unidade do ser. 
A substancia é a quididade de uma coisa. A quididade é a unidade de significação de um ente. A unidade objetiva da coisa se baseia na unidade de significação das palavras, esta é a ousia enquanto quididade. Esta ousia como quididade (unidade de significação) que permite dizer que o ser e o não-ser são o mesmo, apenas com significações diferentes expressas nas proposições. 
A substância é a essência: essência é o que é dito a respeito dela própria. A dizer do ser de algo só se dá no passado, pois a linguagem é o âmbito de conhecimento do vir-a-ser, do múltiplo e comporta o movimento. O ser é uno e absoluto, e o sentido do ser só pode ser expresso no tempo passado, pois a linguagem não consegue captar a imediatez e absolutez do ser. Quando eu digo algo do ser ele já existiu. A linguagem é posterior ao ser, no sentido temporal. Esta temporalidade se mostra na expressividade da linguagem (fala ou escrita)
CHAUÍ
O que é filosofia? Para que serve a filosofia?
“Nossa primeira surpresa surge ao descobrirmos que não há apenas uma definição da Filosofia, mas várias. A segunda surpresa vem ao percebermos que, além de várias, as definições parecem contradizer-se. Eis porque muitos, cheios de perplexidade, indagam: afinal, o que é a Filosofia que sequer consegue dizer o que ela é?” p14
Filos + sofia= amizade pelo saber – filosofo é amante do saber = não tem a sabedoria, ele busca o conhecimento. 
Filosofia como visão de mundo: conjunto de ideias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma, definindo para si o tempo e o espaço, o sagrado e o profano, o bom e o mau, o justo e o injusto, etc. Qual o problema dessa definição? Ela é tão genérica e tão ampla que não permite, por exemplo, distinguir a Filosofia e religião, Filosofia e arte, Filosofia e ciência. Na verdade, essa definição identifica Filosofia e Cultura, pois esta é uma visão de mundo coletiva que se exprime em ideias, valores e práticas de uma sociedade. A definição, portanto, não consegue acercar-se da especificidade do trabalho filosófico e por isso não podemos aceitá-la. 
Filosofia como sabedoria de vida: identificada com a definição e a ação de algumas pessoas que pensam sobre a vida moral, dedicando-se à contemplação do mundo para aprender com ele a controlar e dirigir suas vidas de modo ético e sábio. A Filosofia seria uma contemplação do mundo e dos homens para nos conduzir a uma vida justa, sábia e feliz, ensinando-nos o domínio sobre nós mesmos, sobre nossos impulsos, desejos e paixões. É nesse sentido que se fala, por exemplo, numa filosofia do budismo. Esta definição, porém, nos diz, de modo vago, o que se espera da Filosofia (a sabedoria interior), mas não o que é e o que faz a Filosofia e, por isso, também não podemos aceitá-la. 
Filosofia como esforço racional para conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido: Nesse caso, começa-se distinguindo entre Filosofia e religião e até mesmo opondo uma à outra, pois ambas possuem o mesmo objeto (compreender o Universo), mas a primeira o faz através do esforço racional (procura discutir até o fim o sentido e o fundamento da realidade), enquanto a segunda, por confiança (fé) numa revelação divina. Pela fé, a religião aceita princípios indemonstráveis e até mesmo aqueles que podem ser considerados irracionais pelo pensamento, enquanto a Filosofia não admite indemonstrabilidade e irracionalidade. Pelo contrário, a consciência filosófica procura explicar e compreender o que parece ser irracional e inquestionável. No entanto, esta definição também é problemática, porque dá à Filosofia a tarefa de oferecer uma explicação e uma compreensão totais sobre o Universo, elaborando um sistema universal ou um sistema do mundo. Há pelo menos duas limitações principais a esta pretensão totalizadora: em primeiro lugar, porque a explicação sobre a realidade também é oferecida pelas ciências e pelas artes, cada uma das quais definindo um aspecto e um campo da realidade para estudo (ciências) e para a expressão (artes), já não sendo pensável uma única disciplina que pudesse abranger sozinha a totalidade dos conhecimentos; em segundo lugar, porque a própria Filosofia já não admite que seja possível um sistema de pensamento único que ofereça uma única explicação para o todo da realidade. Por isso, esta definição também não pode ser aceita. 
Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas. A Filosofia, cada vez mais, ocupa-se com as condições e os princípios do conhecimento que pretenda ser racional e verdadeiro; com a origem, a forma e o conteúdo dos valores éticos, políticos, artísticos e culturais; com a compreensão das causas e das formas da ilusão e do preconceito no plano individual e coletivo; com as transformações históricas dos conceitos, das idéias e dos valores. A Filosofia volta-se, também, para o estudo da consciência em suas várias modalidades: percepção, imaginação, memória, linguagem, inteligência, experiência, reflexão, comportamento, vontade, desejo e paixões, procurando descrever as formas e os conteúdos dessas modalidades de relação entre o ser humano e o mundo, do ser humano consigo mesmo e com os outros. Finalmente, a Filosofia visa ao estudo e à interpretação de idéias ou significações gerais como: realidade, mundo, natureza, cultura, história, subjetividade, objetividade, diferença, repetição, semelhança, conflito, contradição, mudança, etc.
A Filosofia procura diferenciar-se das ciências e das artes, dirigindo a investigação sobre o mundo natural e o mundo histórico (ou humano) num momento muito preciso: quando perdemos nossas certezas cotidianas e quando as ciências e as artes ainda não ofereceram outras certezas para substituir as que perdemos. Em outras palavras, a Filosofia se interessa por aquele instante em que a realidade natural (o mundo das coisas) e a histórica (o mundo dos homens) tornam-se estranhas, espantosas, incompreensíveis e enigmáticas, quando o senso comum já não sabe o que pensar e dizer e as ciências e as artes ainda não sabem o que pensar e dizer.
Atitude filosófica: Ao tomar distância da realidade, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos, esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica. Assim, uma primeira resposta à pergunta “O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido. 
ATITUDE CRÍTICA: A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido. A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica. A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico. 
A Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber; por isso, o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeirae fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei que nada sei”. Para o discípulo de Sócrates, o filósofo grego Platão, a Filosofia começa com a admiração; já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a Filosofia começa com o espanto. Admiração e espanto significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro, através de nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos visto antes, como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos e precisássemos perguntar o que é, por que é e como é o mundo, e precisássemos perguntar também o que somos, por que somos e como somos. 
Para que serve a filosofia? Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.
A Filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem e causas do mundo e de suas transformações, da origem e causas das ações humanas e do próprio pensamento, é um fato tipicamente grego. Quando se diz que a Filosofia é um fato grego, o que se quer dizer é que ela possui certas características, apresenta certas formas de pensar e de exprimir os pensamentos, estabelece certas concepções sobre o que seja a realidade, o pensamento, a ação, as técnicas, que são completamente diferentes das características desenvolvidas por outros povos e outras culturas. Através da Filosofia, os gregos instituíram para o Ocidente europeu as bases e os princípios fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica, arte.
Legado da filosofia grega para o pensamento ocidental:
A idéia de que a Natureza opera obedecendo a leis e princípios necessários e universais, isto é, os mesmos em toda a parte e em todos os tempos.
A idéia de que as leis necessárias e universais da Natureza podem ser plenamente conhecidas pelo nosso pensamento, isto é, não são conhecimentos misteriosos e secretos, que precisariam ser revelados por divindades, mas são conhecimentos que o pensamento humano, por sua própria força e capacidade, pode alcançar.
A idéia de que nosso pensamento também opera obedecendo a leis, regras e normas universais e necessárias, segundo as quais podemos distinguir o verdadeiro do falso. Em outras palavras, a idéia de que o nosso pensamento é lógico ou segue leis lógicas de funcionamento.
A idéia de que as práticas humanas dependem da vontade livre, da deliberação e da discussão, da nossa escolha passional ou racional, de nossas preferências, segundo certos valores e padrões, que foram estabelecidos pelos próprios seres humanos e não por imposições misteriosas e incompreensíveis.
A idéia de que os acontecimentos naturais e humanos são necessários, porque obedecem a leis naturais ou da natureza humana, mas também podem ser contingentes ou acidentais, quando dependem das escolhas e deliberações dos homens, em condições determinadas.
A idéia de que os seres humanos, por Natureza, aspiram ao conhecimento verdadeiro, à felicidade, à justiça, isto é, que os seres humanos não vivem nem agem cegamente, mas criam valores pelo quais dão sentido às suas vidas e às suas ações.
A Filosofia surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida por todos, através da razão, que é a mesma em todos; quando se descobriu que tal conhecimento depende do uso correto da razão ou do pensamento e que, além da verdade poder ser conhecida por todos, podia, pelo mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos.
REALE: HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA
A filosofia foi criação do gênio helênico: não derivou aos gregos a partir de estímulos precisos tornados das civilizações orientais; do Oriente, porem, vieram alguns conhecimentos científicos, astronômicos e matemático-geométricos, que o grego soube repensar e recriar em dimensão teórica, enquanto os orientais os concebiam em sentido prevalentemente pratico. Por causa de suas categorias racionais, foi a filosofia que possibilitou o nascimento da ciência e, em certo sentido, a gerou.
Porque a criação da filosofia não pode ser situada no Oriente:
Na época clássica, nenhum dos filósofos ou dos historiadores gregos acena minimamente a pretensa origem oriental da filosofia.
Está historicamente demonstrado que os povos orientais possuíam de fato uma forma de "sabedoria" feita de convicções religiosas, mitos teológicos e "cosmogônicos", mas não uma ciência filosófica baseada na razão pura (no logos, como dizem os gregos). 
Em todo caso, não temos conhecimento da utilização, por parte dos gregos, de qualquer escrito oriental ou de traduções desses textos.
A partir do momento em que nasceu na Grécia, a filosofia representou nova forma de expressão espiritual, de tal modo que, ao acolher conteúdos que eram fruto de outras formas de vida espiritual, ela os transformava estruturalmente, dando-lhes forma rigorosamente lógica.
A filosofia surgiu na Grécia porque justamente na Grécia formou-se uma temperatura espiritual particular e um clima cultural e politico favoráveis.
 As fontes das quais derivou a filosofia helênica foram: 1) a poesia; 2) a religião; 3) as condições sociopolíticas adequadas.
1) A poesia antecipou o gosto pela harmonia, pela proporção e pela justa medida e um modo particular de fornecer explicações remontando as causas, mesmo que em nível fantástico-poético (em particular com a Teogonia de Hesiodo).
 2) A religião grega se distinguiu em religião publica (inspirada em Homero e Hesiodo) e em religião dos mistérios, em particular a órfica. A religião publica considera os deuses como forças naturais ampliadas na dimensão do divino, ou como aspectos característicos do homem sublimados. A religião órfica considera o homem de modo dualista: como alma imortal, concebida como demônio, que por uma culpa originaria foi condenada a viver em um corpo, entendido como tumba e prisão. Do Orfismo deriva a moral que põe limites precisos a algumas tendências irracionais do homem. O que agrupa essas duas formas de religião é a ausência de dogmas fixos e vinculantes em sentido absoluto, de textos sagrados revelados e de intérpretes e guardiões desta revelarão (sacerdotes). Por tal motivo, o pensamento filosófico gozou, desde o inicio, de ampla liberdade de expressão, com poucas exceções.
3) Também as condições socioeconômicas, conforme dissemos, favoreceram o nascimento da filosofia na Grécia, com suas características peculiares. Com efeito, os gregos alcançaram certo bem-estar e notável liberdade politica, a começar das colônias do Oriente e do Ocidente. Além disso, desenvolveu-se forte senso de pertença a Cidade, ate o ponto de identificar o "individuo" com o "cidadão" e ligar estreitamente a ética com a politica.
Desde seu nascimento, a filosofia apresentou tris conotações, referentes:
a) ao seu conteúdo; a filosofia quer explicar a totalidade das coisas, portanto, propõe-se como objeto a totalidade da realidade e do ser.
b) ao seu método; a filosofia procura ser "explicação puramente racional daquela totalidade". O que vale em filosofia e o argumento da razão, a motivação logica, o logos. A filosofia deve ir além do fato e além das experiências, para encontrar a causa ou as causas apenas com a razão. 
c) ao seu objetivo. O escopo ou fim da filosofia está no puro desejo de conhecer e contemplar a verdade.Podemos distinguir os seguintes períodos:
1) O período naturalista, caracterizado pelo problema da physis (da natureza) e do cosmo, entre os séculos VI e V a.C.
2) O período chamado humanista, que, em parte, coincide com a ultima fase da filosofia naturalista e com sua dissolução, tendo como protagonistas os Sofistas e, sobretudo, Sócrates.
3) O momento das grandes sínteses de Platão e Aristóteles, ( século IV a.C.), caracterizando-se sobretudo pela descoberta do suprassensível.
4) Escolas Helenísticas, que vai da conquista de Alexandre Magno até o fim da era pagã e que, vê surgirem também os grandes movimentos do Epicurismo e do Estoicismo.
5) O período religioso do pensamento viteropagão (Época cristã), caracterizando-se sobretudo por um renascimento do Platonismo, que culminara com o movimento neoplatônico.
6) Nesse period0 nasce e se desenvolve o pensamento cristão, que tenta formular racionalmente o dogma da nova religião e defini-lo a luz da razão.
HEIDEGGER: QUE É ISTO – A FILOSOFIA?
A palavra grega filosofia é um caminho sobre o qual estamos a caminho. A filosofia determina nossa história ocidental; a filosofia é nas origens e na essência grega, isto significa que o ocidente e a Europa são filosóficos.
Isto é testado pelo domínio da ciência (técnica, era atômica). A palavra grega convoca para penetrarmos na historia da origem grega da filosofia. A própria maneira como perguntamos é grega: que é isto? (Ti estin). A questão da filosofia é carregada de historicidade, carrega em si um destino, o nosso destino. A questão mesma é um caminho: ele conduz da existência própria ao mundo grego ate nós, quando não para além de nós mesmos. Filosofia remete a filósofos: quem ama a sabedoria, filen significa falar com o logos, filen é harmonia: reciproca integração de dois seres.
Tudo é um: o ser é ente. O ser recolhe o ente pelo fato de ser o ente. O ser é o recolhimento. Ente é aquilo que é: o ente no ser. Isto se tornou para os gregos o mais espantoso. 
Somente agora o pensamento se torna filosofia. Parmênides e Heráclito são pensadores e ainda não filósofos; esse passo é feito por Platão e Aristóteles. 
A filosofia procura o que é o ente enquanto é. A filosofia está a caminho do ser do ente, a caminho do ente sob o ponto de vista do ser. O que é a entidade do ente? O ser do ente consiste na entidade. 
A ousía (substancia) é para Platão ideia e para Aristóteles é a enérgeia (atividade). Aristóteles delimita a filosofia em sua essência como episteme. A tradução de episteme por ciência é enganosa quando entendemos ciência no sentido moderno. Episteme deriva de epistámenos: assim se chama o homem enquanto competente e hábil. Filosofia é uma espécie de competência. Ela é episteme teorética: ela é capaz de olhar para algo, envolver e fixar com o olhar aquilo que ela examina. O que ela examina? As primeiras razões e causas do ente. A filosofia é uma espécie de competência capaz de examinar o ente, sob o ponto de visto do que ele é, enquanto é ente. 
Os filósofos são interpelados pelo ser do ente para que digam o que o ente é. Nosso dialogo com os filósofos deve ser interpelado pelo ser do ente. Nos devemos vir com nosso pensamento ao encontro daquilo para onde a filosofia está a caminho. A resposta é a correspondência que corresponde ao ser do ente. O caminho para a resposta não significa uma ruptura com a história, mas uma apropriação e uma transformação do que foi transmitido. Essa apropriação é chamada de destruição. Destruição significa: desmontar, demolir e pôr-de-lado às afirmações históricas sobre a história da filosofia. Destruição significa: abrir nosso ouvido, torná-lo livre para aquilo que na tradição do ser do ente nos inspira. 
A correspondência do ser do ente permanece nossa morada constante. Só de tempos em tempos ela se torna um comportamento assumido por nós e aberto a um desenvolvimento. O corresponder ao ser do ente é a filosofia, que fala na medida em que é dócil ao apelo do ser do ente. Corresponder significa ser-disposto: iluminado e entregue ao serviço daquilo que é. O dizer se harmoniza com o ser do ente. Filosofia é correspondência disposta. 
Platão diz que a filosofia é essa disposição, o que ele chama de pathos. O espanto é a arqué da filosofia. O pathos do espanto não está simplesmente no começo da filosofia, mas impera em seu interior. O espanto perpassa qualquer passo da filosofia. Pathos: sofrer, aguentar, suportar, tolerar, deixar-se levar por, deixar-se convocar por. O espanto é a disposição na qual e para a qual o o ser do ente se abre. 
Descartes não pergunta apenas que é o ente, mas qual é o ente verdadeiro. Para Descartes a duvida se torna aquela disposição em que vibra o acordo com o ser certo. A certeza torna-se aquela fixação que resulta na indubitabilidade do cogito. O homem penetra pela primeira vez na esfera da subjetividade no sentido da egoidade. A disposição afetiva da confiança absoluta na certeza do conhecimento permanece o pathos e a arque da filosofia moderna. 
Qual a disposição que mergulha a filosofia atual? Nosso pensamento atual não encontrou seu claro caminho. O que encontramos são disposições de pensamento de diversas tonalidades. Quase por toda parte reina a ideia de que o pensamento se guia pelo modelo da representação e calculo puramente lógicos. Também a frieza do calculo são sinais de um tipo de disposição.
A filosofia é a correspondência que se harmoniza e põe de acordo com a voz do ser do ente. Corresponder é um falar. Está a serviço da linguagem. A essência da linguagem para os gregos se manifesta como logos. 
A poesia, em comparação ao pensamento, está de modo diverso e privilegiado a serviço da linguagem. Relacionar pensar e poetar: ambas intervêm pela linguagem e por ela se sacrificam. Há um abismo entre ambas. A filosofia é a correspondência que manifesta na linguagem o apelo do ser do ente.
Estoicismo e Epicurismo:
Epicurismo ( período helenístico) 
	Ética helenística parte á procura do bem individual, busca da tranquilidade da alma. Conhecidos como filósofos de jardim, filosofia da existência, bem como o que é bom para o individuo. 
	O epicurismo e o estoicismo partem de uma concepção do universo fundamentada na racionalidade.	
	-A realidade é perfeitamente penetrável pela inteligência do homem, conseguimos conhecer a realidade.
	- A felicidade existe
	- Para atingir a felicidade o homem só precisa de si mesmo.
	-Não lhe servem a cidade, instituições, nobreza, as riquezas, o homem é perfeitamente “autárquico”.
	Para Epicuro o conhecimento se fundamenta sobre a sensação, as sensações são sempre verdadeiras
	- Prolepse: antecipação das coisas, uma memória.
	Ataraxia: ausência de dor na alma
A ausência da dor, tanto em relação a alma (ataraxia) como em relação ao corpo (aponia), é considerada como sumo prazer, porque é o único que não pode crescer ulteriormente e, portanto, não pode nos deixar insatisfeitos.
epicurismo
A perda da liberdade política — primeiro dominada pelos macedônios, depois pelos romanos — alterou profundamente os quadros dentro dos quais a Grécia Antiga vinha desenvolvendo sua experiência cultural e, em particular, sua criação mais arrojada: a especulação filosófica. 
Depois da batalha de Queronéia (338 a.C), que marca a derrota dos gregos frente à Macedônia, a situação muda completamente. O desaparecimento da autonomia da cidade-Estado torna sem sentido qualquer sentimento isolacionista. A cultura grega se difunde, tornando-se patrimônio comum a todos os países mediterrâneos.
No período helenístico as ciências particulares começam a ter desenvolvimento autônomo, despregadas do tronco original da antiga sabedoria filosófica.
As éticas helenísticas partem à procura do bem individual, de uma sabedoria que represente a plenitude da realização subjetiva: o alcance da perfeita serenidade interior, independente das circunstâncias. O bem das éticas helenísticas é o bem como sinônimo do que é bom para o indivíduo, para a vida de cada homem.
Epicurismo, que surgiu em Atenas por voltado fim do sic. IV a.C. (provavelmente em 307-306 a.C.). 
O lugar escolhido por Epicuro para sua Escola é a expressão da novidade revolucionária do seu pensamento: não uma palestra, símbolo da Grécia clássica, mas um prédio com jardim (que era mais um horto), nos subúrbios de Atenas. Estava longe do tumulto da vida pública citadina e próximo do silêncio do campo que se revestia de grande importância para a nova sensibilidade helenística. Por isso, o nome "Jardim” passou a indicar a Escola.
 No que acreditavam os epicuristas:
a realidade é perfeitamente penetrável e cognoscível pela inteligência do homem;
nas dimensões do real existe espaço para a felicidade do homem; 
para atingir essa felicidade e essa paz, o homem só precisa de si mesmo; 
não Ihe servem, portanto, a Cidade, as instituições, a nobreza, as riquezas, todas as coisas e nem mesmo os deuses: o homem é perfeitamente "autárquico”. 
Todos os homens são iguais, porque todos aspiram a paz de espirito, todos têm direito a ela e todos podem atingi-la, se quiserem. Por conseguinte, o Jardim quer abrir suas portas para todos.
O conhecimento se fundamenta sobre a sensação, sobre a prolepse e sobre os sentimentos de dor e de prazer, Epicuro afirma que a sensação é sempre verdadeira e objetiva. Tais sensações, por repetir-se inumeráveis vezes e mantendo-se na alma, dão lugar a imagens apagadas, que, por sua menor nitidez, podem antecipar as características das coisas antes que estas se apresentem ( prolepses, isto e, antecipações), ou representa-las ou antecipa-las em sua ausência .
os sentimentos de dor e de prazer nascem da ressonância interna das sensações ou seja, do efeito que elas produzem de dor sobre nós, e servem de fundamento para a ética, enquanto constituem os critérios para discriminar o bem do mal. 
o homem pode também construir, por via de mediação, partindo das prolepses, dos julgamentos. Temos assim a opinião. Neste caso, porém, falta a garantia da evidência e, por isso, é preciso um critério de avaliação. Portanto, nem todas as opiniões resultam verdadeiras, mas apenas as que são confirmadas pela sensação ou não desmentidas por ela. 
Para Epicuro o verdadeiro bem é o prazer; mas seu hedonismo tem um caráter todo particular. Ele identificou expressamente o máximo prazer como a ausência de dor; considera os prazeres (e as dores) da alma superiores aos do corpo. Com efeito, a alma sofre também por causa das experiências passadas e por causa das futuras, enquanto o corpo sofre apenas por aquelas presentes. Para poder alcançar a ataraxia, Epicuro distinguiu acuradamente os vários tipos de prazeres: 
Os naturais e necessários (comer o suficiente para matar a fome, beber o suficiente para matar a sede etc.); estes seriam os únicos verdadeiramente validos, porque subtraem a dor do corpo, devem ser sempre e habitualmente satisfeitos, porque têm por natureza um preciso "limite", que consiste na eliminação da dor: obtida a eliminação da dor, o prazer não cresce ulteriormente. 
Os naturais e não necessários (comer alimentos refinados, beber bebidas refinadas etc.) todos os desejos e pra- zeres que constituem as variações supérfluas dos prazeres naturais, 0s desejos e prazeres do segundo grupo já não têm mais aquele "limite", porque não subtraem a dor do corpo, mas variam somente no grau do prazer e podem provocar notável dano. 
Os não naturais e não necessários (os prazeres ligados a riqueza, as honras, ao poder). Prazeres "vãos", isto é, nascidos das "vãs opiniões dos homens" não tolhem a dor corpórea e, por acréscimo, produzem sempre perturbação na alma
Hedonismo: é a doutrina que encontra no prazer o sumo bem e na busca do prazer o fim da vida do homem.
Para Epicuro, portanto, o verdadeiro prazer consiste na "ausência de dor no corpo" (aponia) e na "ausência de perturbação da alma" (ataraxia). A regra da vida moral não é o prazer como tal, mas a razão que julga e discrimina, ou seja, a sabedoria prática que, entre os prazeres, escolhe aqueles que não comportam em si dor e perturbação, descartando aqueles que dão gozo momentâneo, mas trazem consigo dores e perturbações subsequentes (imediatas). 
0 que devemos fazer quando somos atingidos pelos males fisicos não desejados? Epicuro responde: se é leve, o mal físico é suportável, nunca sendo tal que ofusque a alegria do espirito; se é agudo, passa logo; se é agudíssimo, conduz logo A morte, a qual, em todo caso, como veremos, é um estado de absoluta insensibilidade.
 E os males da alma? são apenas produtos de opiniões falazes e dos erros da mente. a filosofia de Epicuro se apresenta como o mais eficaz remédio e o mais seguro antidoto contra eles. 
E a morte? A morte é um mal só para quem nutre falsas opiniões sobre ela. Como o homem é um "composto alma" em um "composto corpo", a morte não é senão a dissolução desses compostos, na qual a consciência e a sensibilidade cessam totalmente e, assim, só resta o nada. A morte, portanto, não é pavorosa em si mesma, porque, com sua vinda, não sentimos mais nada, nem pelo seu "depois", exatamente porque não resta nada de nós, a morte tolhe nada da vida, que tenhamos vivido, porque a eternidade não é necessária para a absoluta perfeição do prazer. 
A vida politica, é substancialmente não-natural. Comporta continuamente dores e perturbações, compromete a aponia e a ataraxia e, portanto, compromete a felicidade. Com efeito, os prazeres da vida politica, a que muitos se propõem, são puras ilusões: da vida politica os homens esperam poder, fama e riqueza, que são, como sabemos, desejos e prazeres nem naturais nem necessários, sendo portanto vazias e enganosas miragens. 
Direito, lei e justiça só têm sentido e valor quando e a medida que são ligados ao "util"; seu fundamento objetivo não é senão a utilidade. Assim o Estado, de realidade moral dotada de valor absoluto que fora no passado, torna-se instituiçao relativa, nascida de simples contrato tendo em vista o util; do mesmo modo, de fonte e coroamento dos supremos valores morais torna-se simples meio de tutela dos valores vitais; por fim, torna- se condição necessária para a vida moral, mas não condição suficiente. A justiça torna-se um valor relativo, subordinado ao util. 
o homem deixou de ser homem-cidadão para tornar-se puro homem-individuo. 
O único liame admitido como verdadeiramente factível entre esses indivíduos é a "amizade", q reúne juntos aqueles que sentem, pensam e vivem de modo idêntico. Na amizade, nada é imposto de fora e de modo não-natural; nada viola a intimidade do individuo. No amigo, o epicurista vê outro si mesmo. primeiro se busca a amizade para conseguir determinadas "vantagens" estranhas a ela; depois, uma vez nascida, a amizade torna-se, ela mesma, fonte de prazer e, consequentemente, um fim. 
		Estoicismo
A filosofia estóica formou-se principalmente pela ação de três filósofos que, um depois do outro, deram cada um a , própria original e conspícua contribuição às doutrinas da Escola do Estoicismo, chamada Estoá (termo que significa "pórtico", lugar em que, os filósofos se encontravam) 0s estudiosos dividem a historia da Estoá em três períodos: - a Antiga Estoá de Zenão, Cleanto e Crisipo; - a Media Estoá de Panécio e Possidonio; - a Nova Estoá de Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio. 
Renegava a metafisica e toda forma de transcendência. Como Epicuro, concebia a filosofia no sentido de "arte de viver". Mas, embora compartilhasse o conceito epicurista de filosofia, bem como seu modo de propor os problemas, Zenão não aceitava sua solução para esses problemas. Tornando-se severo adversário dos dogmas do " Jardim". Repugnavam-lhe profundamente as duas ideias básicas do sistema, quer dizer, a redução do mundo e do homem a mero agrupamento de homos e a identifica-lo o bem do homem com o prazer, como suas consequências e corolários.
Todos os seres vivos são dotados de um principio de conservação, que instintivamente os leva a evitar aquilo que os prejudica e a buscar aquilo que os beneficia, que acresce seu ser. Por conseguinte, todo ser vivo pode e deve viversegundo a sua natureza. Ora, a natureza do homem é racionai e a sua essência e a razão. Assim, para no homem atuar o princípio de conservação este deve buscar as coisas e apenas as coisas que incrementam sua razão e fugir das que o prejudicam. 
As realidades que correspondem a estas características são a virtude e o vício: portanto, apenas a virtude é "bem" e só o vicio é "mal". E as condições "indiferentes" como deverão ser julgadas? Conforme as premissas, a conclusão que dai deriva e a seguinte; nem bens nem males, mas moralmente "indiferentes". Moralmente indiferentes: todas as coisas que são relativas ao corpo, quer sejam nocivas, quer não. Entre as coisas moralmente indiferentes colocam-se as coisas física e biologicamente positivas, e as física e biologicamente negativas.
Bens e males derivam sempre e só do interior do próprio eu e não do exterior. A felicidade podia ser perfeitamente conseguida de modo absolutamente independente dos eventos externos. Se devia reconhecer como positivo tudo o que está em conformidade com a natureza física e que garante, conserva e incrementa a vida. Os Estoicos chamaram esse positivo segundo a natureza de "valor" ou "estima", enquanto o oposto negativo foi chamado de "falta de valor" ou "falta de estima". Os "intermediários” embora permanecendo moralmente indiferentes, tornam-se, do ponto de vista físico, "valores" e "desvalores". Os primeiros seria objeto de preferência; os segundos, ao contrario, seria objeto de aversão.
A lei geral da oikeíosis (aprovação, atração) implica na necessidade de reconhecer como positivo tudo o que conserva e incrementa o ser, mesmo no nível físico e biológico, dado que a conservação de si é um instinto de todos os seres, e dado que o instinto é a fonte das avaliações. As coisas situadas entre bens e males morais são, algumas, valores e outras desvalores: algumas são valores em maior ou menor graus e outras desvalores em maior ou menor grau. 
São bens verdadeiros só os bens morais, isto é, os que conservam e incrementam a racionalidade e o logos, e vice-versa, são males só males morais, isto é, os que diminuem a razão e o logos. 
Esses bens são valores em sentido absoluto, e o mesmo se diga dos males morais, que são desvalores em sentido absoluto. 
os ‘indiferentes’, se estão todos do mesmo plano do ponto de vista moral, não estão no mesmo plano do ponto de vista físico e biológico, na medida em que incrementem ou prejudiquem a vida ou não façam nem uma coisa nem outra.
Existirão coisas que, mesmo sendo moralmente indiferentes, todavia, serão do ponto de vista físico e biológico, valores ou desvalores, ou serão totalmente neutras
as coisas que tem valor físico são preferidas, as que têm desvalor são rejeitadas, as neutras são totalmente indiferentes.
os bens morais são valores absolutos. 
Paixões: Sentimentos de amor, misericórdia, etc. são sentimentos de paixão. Estes são vícios da alma. Paixões são erros ou frutos de erros.
Apatia:
Impassibilidade
Eliminar as paixões
Ajuda do sábio é asséptica (sem sentimento)
Posição de distanciamento
O estóico não é um amante da vida como eram os epicuristas 
Para os estóicos a felicidade é viver segundo a natureza. Viver segundo a natureza coincide com viver segundo a razão.
Apropriar-se do próprio ser e conservá-lo
Evitar o que lhe é contrário
Viver conciliando-se com o ser racional
Instinto primário de conservação do seu ser
Felicidade é apatia ou impassibilidade
Pela virtude o estóico se torna perfeitamente autárquico. Não tem necessidade de prazeres, não tem necessidade de uma vida futura que acrescente algo à perfeição já possuída com a virtude.
Se a virtude é o aperfeiçoamento do que é peculiar ao homem, e se peculiar ao homem é a razão e o logos, é evidente que a virtude deve ser a ciência e conhecimento, porque a razão se aperfeiçoa no conhecimento e com ele. Virtude se reduz ao conhecimento dos bens e dos males. Zenão sustentou que a virtude é una e Crisipo que as virtudes são muitas. Como Platão, os estoicos fixaram em 4 as virtudes: sabedoria, temperança, fortaleza e justiça. 
Quem possui a virtude, ou seja, o logos harmonizado de modo perfeito, só pode realizar ‘ações perfeitas’, vale dizer, ações que correspondem totalmente às instâncias do logos perfeito. As ações levam necessariamente consigo a carga de perfeição da fonte da qual derivam. A virtude quando é possuída manifesta-se em todas as ações e em todos os comportamentos morais, até mesmo no inconsciente. Nenhum néscio jamais poderá realizar ações retas e, para realiza-las deverá primeiro tornar-se sábio. Isso significa, porém, que a massa não poderá nunca realizar “ações retas” porque a massa não é sábia. 
Epicuro negou ao direito e a lei uma estrutura ontológica. Os estoicos possuem uma perspectiva metapolítica e universalista. A lei humana não é senão a expressão de uma lei natural eterna, que nasce do próprio logos. O logos impõe obrigações e proibições. A lei deriva do próprio logos que rege o universo; assim o direito é um dado de natureza e o direito positivo humano não é senão a explicitação desse fundamental direito natural. Lei e natureza, com os estoicos, voltam a se reconciliar de modo perfeito: o nomos (lei) não é mais simples convenção e opinião em contraste com a physis, mas tradução e interpretação das instancias da physis.
O homem vive em comunidade, ele é um cidadão do mundo. Condena a escravidão como contraria a igualdade humana. O homem volta a ser animal comunitário, o homem é feito para associar-se com todos os homens, e não só com a polis.
Os estoícos superaram o conceito de escravidão. O homem é proclamado livre; nenhum homem é escravo. O homem livre é o sábio, e o verdadeiro escravo é o tolo.

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