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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal TEMA: A prática de falta disciplinar grave e o sistema de execução penal. Nome do aluno: Diogo Augusto Gomes Carneiro Trabalho da disciplina: Execução Penal Tutor: Profa. Gisela Vasconcelos Esposel Curitiba - PR 2017 RESENHA: A presente resenha crítica tem como tema “a prática de falta disciplinar grave e o sistema de execução penal”, sendo esta baseada em um caso concreto, na qual o juiz teria aplicado uma sanção ao reeducando antes de ter sido instaurado o processo administrativo disciplinar (PAD) por parte do diretor do estabelecimento prisional e sem ter procedido a oitiva do apenado. Determinando, de imediato, a regressão do regime de cumprimento de pena do regime semiaberto para o fechado. Analisando o teor do HC 334515/RS – STJ, do Resp 1378557/RS, e da Súmula nº 533 do STJ, é possível averiguar que é imprescindível a realização do processo administrativo disciplinar, com o acesso a defesa técnica (presença de advogado constituido ou defensor público), para apuração do cometimento de falta grave no âmbito da execução penal. Somente sendo observada a obrigatoriedade da observância dos princípios e garantias constitucionais processuais para a aplicação de sanção disciplinar é que estaria a decisão judicial de acordo com a norma estatuída no art. 59 da LEP e com a súmula 533 do STJ. Em detida análise, nota-se que por conta da amplitude de sanções administrativas disponíveis, a decisão do magistrado pode trazer prejuízos irreparáveis ao réu, sendo imprescindível o conhecimento prévio por parte da defesa. Desta maneira, deve o encarcerado impugnar a decisão do juiz da execução penal perante o Tribunal competente por intermédio do remédio constitucional do habeas corpus. Devendo a decisão do juízo de execuções ser cassada e, consequentemente, retornar o condenado a cumprir o regime semiaberto, até que a instauração do PAD seja realizada conforme a Lei de Execuções Penais, respeitando o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. Após o término deste processo administrativo disciplinar, o magistrado da execução penal competente poderá decidir motivadamente se o caso em tela é ou não suscetível de regressão de regime.