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Texto1 Plano Metas

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A industrialização pesada e o plano de metas
	O Governo Juscelino Kubitschek (1956- 1960), caracterizou-se pelo absoluto comprometimento do setor público com uma explicita política de desenvolvimento, que tinha como lema político “50 anos de desenvolvimento em 5”.
	O início do governo JK foi marcado por uma herança dos governos anteriores e pela expectativa de uma mudança de atitude por parte do governo americano com o Brasil. Em relação ao primeiro ponto, tem-se que o período de 1937 a 1955 teve uma importância fundamental para a indústria pesada. Compreendendo no 1º Governo Vargas, investimentos na produção de minérios através do início das atividades da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce e da Companhia Nacional de Álcalis. Já no Governo Dutra foi marcada pela proteção ao mercado interno, liberalização das importações e sobrevalorização do câmbio. E por último, no Segundo Governo Vargas foi marcada pela implementação das bases de uma industrialização pesada através das seguintes medidas: criação do BNDE, ampliação da infraestrutura, principalmente nas áreas de energia e transporte; criação da instrução 70 da SUMOC, condicionando as importações aos interesses dos industriais e estabelecimento de um câmbio diferenciado de acordo com as suas essencialidades. Já, no que se refere ao segundo ponto tem-se que nos anos 50, os EUA eram a principal potência econômica mundial. E nesse período, a Europa e o Japão haviam conseguido superar os “horrores da guerra” através do Plano Marshall e de investimentos de multinacionais americanas. Então, o governo JK criou a falsa expectativa de que o governo americano voltaria sua atenção para América-Latina. Uma vez que a ajuda humanitária não veio, o que ocorreu foi à entrada de capital estrangeiro por meio das multinacionais. 
	Durante o governo JK foi adotado o Plano de Metas (PM), simbolizando o auge desse período da industrialização brasileira e de certa forma inaugurando o planejamento governamental no Brasil. A elaboração desse plano teve como base os estudos da CMBEU, BNDE e da influência da CEPAL. O PM tinha como objetivos recuperar o atraso histórico e modernizar o país, montando uma estrutura industrial integrada, e também procurava elevar o padrão de vida da população, aumentando o nível de emprego. Dessa maneira, o plano visava atacar os pontos de estrangulamento existentes e impedir o aparecimento de novos, ou seja, buscava acabar com as áreas de demanda insatisfeitas em função das características desequilibradas do desenvolvimento econômico. Sendo que no âmbito interno alguns exemplos de pontos de estrangulamento eram os setores de energia, transporte e alimentação; já no âmbito externo alguns exemplos de estrangulamento eram os limites à capacidade de importar e a obtenção de crédito. Um detalhe quanto a esse último tipo de estrangulamento era que, diferentemente de Vargas que preferia o capital estrangeiro na forma de empréstimos e financiamentos, JK preferia investimentos produtivos, estimulando a entrada de empresas multinacionais. Ademais, tinha-se que além de alguns investimentos setoriais servirem para atacar alguns pontos de estrangulamento, outros setores também eram tomados como pontos de germinação, em que o investimento gerava demandas derivadas que acarretavam novos investimentos, sustentando a taxa de crescimento do país. Um exemplo de ponto de germinação no plano de metas foi a construção da nova capital federal: Brasília. 
	A política econômica do governo JK combinava medidas referentes ao estado, principalmente na área de infraestrutura; as empresas privadas nacionais como as indústrias tradicionais – têxtil e calçadista; e as multinacionais, sendo orientada, nesse caso, para a indústria de consumo durável. Nesse contexto, ressaltando o que já foi exposto, os objetivos gerais do PM eram recuperar o atraso histórico e modernizar o país, e elevar o padrão de vida da população por meio do aumento do nível de emprego.
	Nesse contexto, o Plano de Metas contemplava investimentos em cinco áreas principais: energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. E além dessas, ainda havia uma meta autônoma, que era a construção da nova capital do país, cujos gastos não estavam definidos no plano, mas deveriam situar-se em torno de 2 a 3 % do PIB do período. Mais especificamente, tem-se primeiramente que energia (elétrica, nuclear, produção e refino de petróleo) e transporte (rodovia, aéreo, portos e reequipamentos de estrada de ferro) eram as áreas principais, com 71,3% do total dos recursos, sendo esses quase exclusivamente cobertos pelo setor público. No que se refere à produção de bens intermediários, esses deveriam corresponder ao aço, cimento, papel e celulose; enquanto, a produção de bens de consumo duráveis deveria ser voltada basicamente a incentivar a indústria automobilística e a de construção naval; sendo que esse último tipo de indústria seria suprida, em sua maior parte, por recursos do exterior. Em relação as medidas referentes a alimentação, esse setor envolveria produção e melhoria nos seguintes itens: trigo, armazéns, frigoríficos, matadouros, fertilizantes e mecanização da agricultura; já a prioridade da educação era a formação de técnicos para atividades produtivas. No final, ficou estabelecido que o financiamento do PM ficaria entre o setor público com cerca de 50% do desembolso, aos fundos privados com 35 % e o restante seria proveniente de agências públicas. 
	Lessa (1981) sugere que a política econômica do plano continha quatro pontos básicos: tratamento preferencial ao capital estrangeiro; financiamento dos gastos públicos e privados por meio da expansão do papel moeda e do crédito bancário, vindo em uma parte significativa do BNDE, mas, essa prática teve o efeito negativo de resultar nas pressões inflacionárias; ampliação da participação do setor público na formação do capital, sendo os recursos financiados pela política fiscal expansionista e provenientes do imposto sobre o consumo e do imposto de renda; e, estímulos às iniciativas privadas. Sendo que esses estímulos à iniciativa privada compreendiam vários aspectos. Em primeiro, as reservas de mercado para bens produzidos no país eram concedidos pela política cambial e pela lei de similares. Essa lei garantia a total exclusão do produto da pauta de importações caso sua produção interna fosse em volume e qualidade suficiente à atender a demanda interna. Ademais, garantia-se câmbio preferencial para a importação de todo o equipamento destinado a setores prioritários. Um segundo grupo de estímulos à empresas privadas correspondiam ao crédito proveniente do BNDE e do BB, que compreendia recursos de longo prazo com juros baixos. Outro incentivo indireto à este setor referia-se a expansão do crédito aos bancos comercias que gerava um déficit na caixa do tesouro, cujo financiamento por meio da emissão de moeda possibilitava a contínua expansão do crédito nominal dos bancos privados. Por fim, outro estímulo à empresa privada era a concessão de avais do BNDE para empréstimos contraídos no exterior. 
	Em agosto de 1957, o governo realizou uma reforma cambial. Essa reforma objetivava simplificar o sistema de taxas múltiplas e privilegiava a substituição de bens de capital. A reforma resultou na redução das cinco categorias existentes para duas, a geral e a especial. Por meio da categoria geral eram importados matérias-primas e outros bens que não contassem com suficiente suprimento interno. Pela categoria especial eram importados bens cujo suprimento fosse satisfatório pelo mercado interno. Um das principais ideias implícitas na reforma foi promover uma mudança no padrão de substituição das importações, mas precisamente procurou-se reduzir a ênfase à substituição de bens de consumo e, por outro lado, privilegia a substituição de bens de capital. Essa orientação relacionou-se com o alcance de um estado mais avançado de industrialização. 
	A política econômica, em especial a de moeda e de crédito,era gerenciada pela SUMOC, pelo BB e pelo Tesouro. Ela tinha um confuso mecanismo de funcionamento, quanto a divisão de atribuições do BB e da SUMOC. Esse problema quanto a divisão de funções é evidente quando se observar que o BB tinha funções de banco comercial e BACEN, e dessa maneira possuía três funções consideras incompatíveis com a política monetária: ser agente financeiro do Tesouro, ser o depositário das reservas voluntárias, ser o maior banco comercial e ao único banco rural. Já a SUMOC, que era o órgão controlador do sistema, tinha funções consideradas típicas de BACEN. Portanto, essas atribuições eram incompatíveis com a política monetária e muitas vezes eram responsáveis pelos seus vazamentos.
	Muitos dos resultados do PM, em termos efetivos, foram positivos. Quantitativamente, primeiramente no que se refere a energia e ao transporte, setores que exigiam um maior esforço do governo, ocorreu uma expansão da capacidade de energia gerada em torno de 82 % e um aumento da produção e refino de petróleo, respectivamente, em torno de 72 % e 26 %, e um elevação da malha ferroviária e da construção de ferrovias, respectivamente, em 32 % e 138 %. No que se refere à produção de bens intermediários, a produção de aço e cimento tiveram praticamente a mesma porcentagem de aumento, sendo a da primeira de 60 % e da segunda de 62 %. Em relação à produção de bens de consumo durável, a fabricação de carros e caminhões teve um aumento de 78 %. Já o PIB, a renda per capita e o produto industrial cresceram, respectivamente, a uma taxa de 7,9 % A.A.; 3,5 % A.A. e 12 % A.A; sendo que no caso desse último houve uma exceção para o último ano. Portanto, os resultados quantitativos demonstraram uma profunda e rápida transformação da estrutura econômica, com considerável crescimento, modernização e diversificação do setor industrial. 
	Quanto aos resultados qualitativos tem-se: primeiramente, que a ampliação da capacidade produtiva interna possibilitou uma consolidação do PSI�. Sendo essa ampliação um resultado de um sistema industrial mais integrado e de um salto tecnológico experimentado pelas empresas nacionais, que foram movidas em certa medida pela demanda das multinacionais. Segundo, foi implementado um novo modelo de desenvolvimento que ‘libertou’ o desempenho da economia da dependência do setor agrário exportador. No entanto, ao se articular sob o comando do capital internacional, ampliou-se as relações de dependência da economia. Contrariando os objetivos do projeto, observou-se uma forte concentração econômica por meio do aumento das disparidades regionais. Isso ocorreu porque acreditava-se que o desenvolvimento seria alcançado a partir de um único centro dinâmico, e a partir do mesmo outras áreas seriam contagiadas. Dessa maneira, observou-se uma concentração de investimentos em infraestrutura e de empresas na região Sudeste. O resultado dessa política foi que a região Sudeste teve um relevante crescimento econômico e ocorreu uma diferenciação das regiões em termos de renda e riqueza, ou seja, estabeleceu-se entre as regiões uma relação de central e periférica, na qual a região Sudeste ditava o comportamento daquelas que apresentava menos renda e riqueza. E, por último, é importante destacar que ocorreu um processo de concentração dos capitais acompanhado de uma integração tecnológica e financeira.
	Ao governo JK segue-se um período de contenção de despesas e reequacionamento das contas externas sob Quadros no primeiro semestre de 1961, mas com a renúncia do presidente se inicia um período de instabilidade que irá repercutir fortemente na condução da política econômica brasileira pelo menos até 1967.
�O PSI pode ser definido como um processo de desenvolvimento parcial, que fez com que houvesse uma base exportadora precária e sem dinamismo, e fechado. Esse processo levou em condição as restrições do comércio exterior para repetir aceleradamente e em condições históricas distintas o processo de industrialização dos países desenvolvidos.

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