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CELINA ENTREVISTA 2

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SITUAR O DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NESSE CONTEXTO: DANDO ÊNFASE AOS FAZE PROFISSIONAL.
Resultados: Processo de trabalho do serviço social no centro pop do distrito de Icoaraci- Belém-PA.
As entrevistas foram realizadas no Centro Especializado á População em Situação de Rua – Centro POP /Icoaraci, localizado no Distrito de Icoaraci, município de Belém.
Para alcançar os objetivos da pesquisa foi realizado a pesquisa de campo, de forma individual com 3 profissionais de serviço social, sendo os entrevistados lotados no devido centro. E com a finalidade de garantir o anonimato dos entrevistados de forma ética na pesquisa, a identificação dos entrevistados será por meio de codinomes definidos como Lua, Estrela e Sol.
Os entrevistados foram submetidos a dois blocos de perguntas, o primeiro sobre o centro pop/Icoaraci e a segundo sobre os processos de trabalho do Assistente Social no referido centro.
	Identificação
Assistente social
	Idade
	Tempo de atuação
	Atuação no centro pop
	Lua
	
	
	2 anos
	Estrela
	
	
	2 anos
	Sol
	
	
	2 anos
Gráfico 01: identificação dos profissionais 
CENTRO POP/ICOARACI: 
1.1: Ao questionarmos ao profissional se os Recursos que o centro pop possui não são satisfatórios diante das demandas existentes os mesmos relataram:
 "Sobre o centro a profissional Lua considera que recursos são insatisfatórios, pois o centro POP é localizado no distrito de Icoaraci e é distante do centro, tudo se torna mais longe do centro da cidade. Sendo assim, utilizamos da rede do centro de Belém, devido à rede de serviços de Icoaraci ser bastante fragilizada”. (Lua)
“A profissional estrela diz que os serviços que o centro pop possui são mantidos com recursos que oficialmente deveriam ser garantidos por meio das esferas federal, estadual e municipal, mas que hoje apenas a esfera municipal repassa recursos a instituição, que não da conta do aceite que foi colocado na primeira instancia em 2013, ou seja, não estão sendo satisfatório para a manutenção dos serviços oferecidos o que vai de encontro a legislação vigente. No fazer profissional Estrela entende também que seu limite para executar a política para pessoa em situação de rua perpassa por outras instituições, conhecida como rede de serviços, o fato desses setores não perceberem o individuo como um todo, como um sujeito de direitos, sendo sua constante luta enquanto Serviço Social” (Estrela).
“ A profissional SOL expõe que os serviços que o centro pop possuem são satisfatórios, porem rebate que existe um problema na rede de serviço que influencia no seu trabalho, “o problema está na rede de serviço, os recursos da rede são insuficientes” (sol).
Conforme a politica nacional de assistência social e suas Diretrizes:
Descentralização politico-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais a esfera federal e coordenação e execução dos respectivos programas as esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social, garantido o comando único das ações em cada esfera de governo respeitando-se as diferença e as características societárias locais.
Primazia da responsabilidade do estado na condução da politica de assistência social em cada esfera de governo. 
1.2. Outro questionamento levantado com os profissionais foi a respeito da rede de serviço:
“A profissional Lua consideram que as redes mais acessadas pelos usuários do serviço ainda são da área da Saúde, Defensoria publica, Ministério Público, cartórios de registro, mediante isto, a grande barreira da instituição para a atuação do Serviço Social parte da burocracia, o limite da própria demora ao acesso a rede. pontuar que no centro pop não existe um profissional de Psicologia, visto que para a demanda de vínculos afetivos fragilizados é de muito valor, acreditando que para um espaço que existe vínculos familiares rompidos ou fragilizados o profissional faria toda diferença, pois Lua acaba abarca toda demanda desde profissional de psicologia”.(Lua)
“Segundo Estrela as principais redes acessadas são, segurança pública, saúde, elencada pela entrevistada uma das mais falhas do serviço, a geração de emprego e renda que vai de encontro com a escolaridade dos usuários” (Estrela)
“A profissional Sol diz que à rede de saúde é uma das mais procuradas pela população em situação de rua que está na instituição, sendo especialidades médicas, como neurologia médica. Sol expõe ainda que uma das dificuldades do centro pop é a inexistência de um profissional de Psicologia bem como, a falta de um carro próprio para que pudessem ser feitas visitas domiciliares. uma das rede também mais acessadas pelos usuários são: segurança pública para a retirada de documentos, antecedentes criminais de justiça, inscrição do cadúnico, inscrição em programa habitacional, e uma grande parcela da demanda destinada a desdrogadição relatando a/o técnico, sendo a rede mais comprometida, não conseguindo oferecer nenhum serviço”.(sol)
 Conforme a indica a Politica Nacional para a população em Situação de Rua, a ação desenvolvida para este público deve contar com a participação de diferentes áreas. Esta afirmação exige que o trabalho em rede no acompanhamento as pessoas em situação de situação de rua seja desenvolvido de forma sinérgica, convergente e complementar.
Segundo faleiro (2015 p.32) “No Estado Capitalista para que todo individuo tenha acesso aos mesmos benefícios ou serviços e preciso reduzi-los aos mesmos critérios. Assim, se define o acesso à habitação, ao seguro pela sua capacidade de pagar ou não este serviço. Mas na pratica do cotidiano, parece que a logica da equivalência se desfaz, visto que certos benefícios e certos direitos são concedido pelas relações pessoais e paternalistas”.
2.1 Ao questionarmos os profissionais sobre sua total autonomia em sua atuação profissional:
“Lua afirma que não consegue exercer sua autonomia enquanto profissional, pois acredita que uma coisa é o posicionamento técnico cientifico e outra é o posicionamento que a instituição determina, sendo que o seu fazer profissional que deveria prevalecer. O mesmo sempre será mediado via coordenação e ligado àquilo que a própria coordenação quer e deseja não sendo o posicionamento do próprio técnico que atua diretamente na execução da ação.”(Lua)
“Estrela relacionou a mesma como uma limitação, por não conseguir exercer de fato o serviço, pois, necessita de outros setores para fazer com que seu trabalho seja garantido enquanto direito do individuo, mesmo tendo consciência de que existe uma chefia ou uma política a seguir, mas que não pode baixar a cabeça enquanto profissional ético”. (Estrela) 
“Sol remete-se que não é fácil exercer sua autonomia enquanto profissional de Serviço Social, Por diferenças ideológicas, políticas, partindo do pressuposto que é necessário mediar esses conflitos de interesse político para que consiga dar fluidez ao trabalho”.(Sol)
Segundo faleiro (2015 p.32) “afirma que a reflexão sobre as condições institucionais vieram mostrar a realidade do Serviço Social como subordinado no processo decisório”.
 Já para Marx (1991, p. 28) “a emancipação política é tida como um grande avanço”.
Não há dúvida que a emancipação política representa um grande progresso. Embora não seja a última etapa da emancipação humana em geral, ela se caracteriza como a derradeira etapa da emancipação humana dentro do contexto do mundo atual. É óbvio que nos referimos à emancipação real, à emancipação prática (MARX, 1991, p. 28,grifos originais).
2.2: Questionamos os profissionais como avalio a questão teoria e prática e seu cotidiano de trabalho:
Lua define a questão teórica e prática como “complexa e difícil, pois compreende que pode garantir uma gama de direitos ao usuário, mas o mesmo pode não querer, assim, tem-se um posicionamento teórico que se trabalhe a consciência e autonomia abordando a questão das consequências das escolhas feitas. O profissional dotado de conhecimento interpreta que é necessário partir do pressuposto daneutralidade, do deixar o outro tomar suas próprias decisões”. (Lua)
 
 “Estrela afirma que profissional utiliza do arcabouço teórico metodológico para mediar essas questões do dia a dia na instituição, a fim de compreender qualitativamente de que maneira essas demandas possam ser sanadas”. (estrela) 
“Para Sol é necessário usar da teoria dos fundamentos para compor a sua pratica profissional, visto que, os teóricos se debruçam em prol do conhecimento, então acredita que é muito importante o profissional ser pautado pela dimensão teoria/prática”. (Sol)
Segundo: faleiro (2015 p.132) A realização do trabalho social e bastante complexa. O trabalho social se situa de forma diversificada numa empresa, numa instituição particular na estrutura do estado. O serviço social prestado dentro do aparelho estatal refere-se a serviços que afetam de forma especifica e direta a produção material, mas o próprio trabalhador. Nesse caso sendo o trabalhador objeto da ação do estado, evidentemente há um efeito complexo e contraditório nessa ação.
Código e ética (93) em seu principio:
VII- garantir o pluralismo através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual. 
2.3: outro questionamento levantado, como os profissionais como definem o projeto ético- político do serviço social ou como vislumbra a possibilidade de efetivação do mesmo em seu cotidiano profissional:
“Lua Afirma que para garantir o seu fazer profissional e seu projeto ético político precisa ser executado, discutido da forma que trabalhe a autonomia dos indivíduos. Acredita que um projeto ético político é um projeto de emancipação política, visando que o trabalho e sempre contra o sistema imposto aos trabalhadores, pois e um sistema explorador e contraditório”. (Lua)
“Estrela Elucida ser relevante para a ação do profissional o projeto ético político enquanto respeito ao outro, tendo compromisso ético com as demandas não só do social, mas político, sentimental, físico e sim de um todo”. (Estrela)
“Para Sol quando se fala de código de ética da profissão ela pensa na questão técnico politico, sendo preocupante a técnica, mais principalmente a politica, por sermos uma categoria que levanta a bandeira nuança partidária onde infelizmente alguns colegas acabam não tendo o compromisso com o trabalhador, com o social, com o projeto societário que vislumbre a igualdade social uma economia mais solidaria, uma sociedade alternativa. Então falar de código de ética e um grande desafio para qualquer profissional, principalmente nesse contexto politico da pratica”.(Sol)
Segundo Netto os projetos profissionais apresentam a autoimagem de uma profissão, elegem os valores legitimam socialmente delimitam priorizam seus objetos e funções formulam os requisitos (teóricos práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem as bases da sus relação com os usuários de seu serviços, com as outras profissões e com as organizações e institucionais sociais, privadas e publicas. (Inclusive o estado que cabe o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais). 
Código de ética de (93) em seus princípios:
I-Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas politicas a ela inerente autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais. 
5 . CONSIDERAÇÕES
Compreende-se que o serviço social que tem o objeto de trabalho a questão social.
Que visa por meio de seus instrumentais as expressões contida na sociedade e o serviço social por meio de seus instrumentais de trabalho ações integradas que devem envolver políticas públicas nas mais diversas áreas, envolvendo ações que vão desde a assistência social até a assistência psicológica e médica, já que as condições de debilidade física e mental da população que vive nas ruas, especialmente as que estão há mais tempo nessa condição, o serviço busca emancipação dos sujeitos na tentativa de transforma a realidade social de acordo com seu projeto ético-político. A /o assistente social quanto profissão regulamentado recolhecido como “profissional liberal” é bastante grave, pois várias são as doenças graves observadas com mais frequência nessa população, tais como a AIDS, as doenças sexualmente transmissíveis, a tuberculose (especialmente como doença oportunista de quem já tem AIDS), as doenças de pele, as doenças respiratórias e, de forma bastante acentuada, as doenças mentais, geralmente associadas à dependência de substâncias psicoativas e ao álcool, além das neuroses e psicoses. Nesses casos, há a Política de Saúde Mental, que presta assistência aos portadores de distúrbios mentais e que vem sofrendo nos últimos anos um processo de reordenamento, adequando-se às alternativas antimanicomiais e de inserção social e comunitária. Essa política, porém, não conta com todas as estruturas alternativas capazes de acolher o grande número das pessoas que necessitariam de acesso. Como já foi citado, a maioria das pessoas em situação de rua não é coberta pelos programas governamentais. A realidade dessas pessoas descrita na Pesquisa Nacional Sobre a População em Situação de Rua permite concluir que as que vivem em situação de rua sofrem várias formas de violação de seus direitos humanos, seja na área de segurança, seja na área de saúde ou em relação ao mercado de trabalho e tem que se utilizar de diferentes estratégias para poder sobreviver. A formulação de políticas públicas nessa área deve levar em conta essas estratégias, assim como a idiossincrasia dessa população. A falta de interação das pessoas em situação de rua com os programas sociais do governo não significa, porém, que elas tenham acesso aos serviços públicos. Prova disso é que, na pesquisa, ficou claro que a maioria já passou por diversas instituições públicas, de forma voluntária ou não. Embora a pesquisa não se aprofunde na questão da qualidade do atendimento, mostra que há atendimento nas instituições de saúde, em abrigos públicos, albergues e postos de saúde, o que minora as condições adversas em que essas pessoas vivem. A questão da saúde entre as pessoas em situação de rua também é relevante na elaboração de políticas públicas voltadas para esse segmento da população. O atendimento em saúde dessa população deve ser pensado de maneira a integrar ações médicas e psiquiátricas, além da interação entre as políticas de saúde e de combate ao abuso de álcool e outras drogas. Embora aja atendimento em hospitais, postos de saúde e hospitais psiquiátricos, ainda há certa 52 resistência no atendimento à população em Situação de Rua por motivos diversos, entre eles a burocracia existente nesses estabelecimentos, nos quais a necessidade de comprovação ou de referência de residência para aqueles serviços de saúde que trabalham a partir de bases territoriais nas grandes cidades. Quem vive na rua, em princípio, não pertence a nenhuma área de abrangência específica, portanto, torna-se invisível para a rede de serviços de saúde. A obrigação de portar documentos é valida para a identificação do cidadão e para o controle do atendimento prestado, visto que há um controle do Ministério da Saúde na dispensação de medicamentos nas farmácias dos postos de saúde e hospitais. A necessidade de identificação do local de morada é importante para o controle das endemias e epidemias, já que quanto mais rápidos forem descobertos os focos das mesmas, mais rápido e eficiente será o combate a elas. Por esses motivos, a identificação documental das pessoas em Situação de Rua é de grande importância, não apenas para elas, mas também para toda a sociedade. Além disso, o fato de possuir a documentação faz com que a pessoa em Situação de Rua possa ser cadastrada nos diversos programas sociais do governo, além de facilitar a conquista de um emprego formal. Outra questão a ser abordada pelas políticas públicas está relacionada à qualificação da mão de obra e oferta de emprego, jáque em pesquisas ou em situação de atendimento, as pessoas em situação de rua revelam que seu principal desejo em relação ao poder público é a questão da geração de alternativas de ocupação e renda, mesmo que essa demanda seja uma resposta ao que socialmente é esperado. As políticas de segurança também devem levar em conta as especificidades da vida nas ruas. Viver nas ruas quase sempre significa estar em risco, que pode se apresentar sob a forma de roubo, desavenças, brigas, violência sexual e agressões advindas tanto dos que vivem nas ruas também, por disputas territoriais ou de pontos de venda de drogas, como de setores preconceituosos da sociedade ou mesmo dos órgãos oficiais responsáveis pela segurança. A rua é vivida como um espaço de instabilidade, à parte da sociedade formal, no qual a presença do Estado como garantidor da ordem e da segurança é relativa. Geralmente, as políticas de segurança pública dirigidas a esse público são vistas como não sendo voltadas para a sua proteção, mas para a criminalização de seus comportamentos e em relação aos seus atos de transgressão. Para muitos estudiosos, a forma de atuação dos órgãos de segurança reflete o pensamento socialmente hegemônico, não assegurando a essa população a condição de detentora de direitos humanos. A violência torna-se, então, apenas mais um componente da luta pela sobrevivência. 53 Outra questão abordada pela Política Nacional Para a População em Situação de Rua é a satisfação das necessidades básicas. Na maior parte das grandes cidades brasileiras, a rede de serviços de Assistência Social oferece alternativas capazes de garantir o atendimento a tais necessidades, porém, essa oferta muitas vezes não atende às necessidades, seja pela insuficiência, quando são restritas as vagas e as metas de atendimento disponíveis, seja pela baixa qualidade dos serviços prestados, situação na qual ainda permanece a visão retrógrada de que esses serviços são muito mais um favor prestado à população do que o atendimento aos direitos sociais garantidos. Os próprios usuários costumam ter avaliações diferenciadas sobre esses serviços: uns avaliam como positivos os que realmente apresentam qualidade, enquanto que outros consideram positivos mesmo o que é oferecido sem a mínima dignidade, colocando-se em posição de extrema sujeição àqueles que fazem a oferta, seja o poder público, sejam as entidades sociais. Há, ainda, aqueles que possuem uma postura mais crítica e reivindicatória em relação à garantia do direito de terem serviços de qualidade. Apesar disso, seja de qual maneira os serviços sejam oferecidos, muitas vezes as pessoas que estão em situação de rua não costumam utilizá-los regularmente, buscando alternativas para satisfazer suas necessidades, tais como a mendicância, como fonte de recurso para suprir a alimentação, dos locais públicos com água, para banho e lavagem de roupas, dos banheiros públicos, quando existem, e de outros meios, de acordo com o que está disponível. Percebe-se, portanto, que não bastam Políticas Públicas voltadas para as pessoas em Situação de rua. É necessária uma integração entre as diversas políticas de assistência do Estado, nas mais diversas áreas, como saúde, educação, habitação e segurança, para que, de fato, haja uma assistência global a essas pessoas, como está discriminado na Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, no seu artigo 6º, que trata das diretrizes da política, nos seguintes incisos: III - articulação das políticas públicas federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal; IV - integração das políticas públicas em cada nível de governo; O desafio está em descobrir como, numa sociedade tão diversa, cheia de contradições e contrastes, é possível criar políticas que, ao mesmo tempo em que procurem mudar a vida das pessoas em situação de rua, a façam de maneira integrada e sistematizada, atuando nas diferentes áreas que compõem a assistência social e que possam, de maneira eficaz e efetiva, resolver esse problema tão grave da nossa população.
REFERÊNCIAS
AMARO, Sarita. Visita Domiciliar: Guia para uma abordagem complexa. Porto Alegre: AGE, 2003.
BRASIL. REPÚBLICA FEDERATIVA. Constituição [da] República Federativa do Brasil 1988. 17. Ed. Brasília: Senado, 1994.
FUNPAPA. Boletim n°15/ Maio 2016: vigilância socioassistencial /FUNPAPA.
BRASIL. Planalto. Decreto-lei nº 593, de 27 de maio de 1969. Autoriza o Poder Executivo a instituir uma fundação destinada a prestar assistência à maternidade, à infância e à adolescência. Brasília: Senado, 1969.
BRASIL. Planalto. Decreto Nº 7.053 de 23 de Dezembro de 2009. Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências. Brasília: Senado, 1994.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2008.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Tipificação Nacional de Serviços Sócio assistenciais. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2013 p.36. 
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de ética do/a assistente social. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. 10. ed. rev. e atual. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2002.
DUTRA, Waltensir (Trad). Dicionário do Pensamento Marxista. Rio de Janeiro: Zahar, 1983, p.292-6.
ESCOREL, S. Rua e movimento: vivendo em público na eternidade do transitório. In: _________. Vidas ao léu: trajetórias de exclusão social. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999. p.75-77.
FALEIROS, Vicente de Paula. Globalização, correlação de força e serviço social. São Paulo: Cortez, 2013.
FALEIROS, Vicente de Paula. O que é política social. 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. p. 8.
FALEIROS, Vicente de Paula. Saber profissional e poder institucional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1o mesmo relata que

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