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A CONTROLADORIA E SEU IMPACTO SOBRE O CUSTO FISCAL DAS EMPRESAS

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A CONTROLADORIA E SEU IMPACTO SOBRE O CUSTO FISCAL DAS EMPRESAS: 
Um Enfoque na Gestão e no Planejamento Tributário 
 
Ivan Matos Carvalho1 
Joab de Santana Santos2 
Prof. Esp. Rivaldo José do Nascimento Junior3 (Orientador) 
 
RESUMO 
 
Dentre as diversas perspectivas de atuação no mercado, onde há grande demanda por 
informações eficientes e precisas, a controladoria, aliada a outras ciências empresariais, 
se posiciona como peça fundamental na solidificação do desempenho de qualquer 
negócio nos dias atuais. Neste caso, este ramo científico assume um papel essencial para 
alcançar a gestão ideal dentro das empresas, de forma lógica e estruturada. 
Sobremaneira, ainda é importante acrescentar que o atual mercado encontra-se envolto a 
aspectos tributários que possui uma notória complexidade em relação ao gerenciamento 
de tributos, o que em muitos casos retarda o crescimento das empresas devido ao 
impacto maciço e direto nos custos administrativos destas organizações. A controladoria, 
neste sentido, pode ser decisiva na busca por melhorias efetivas no âmbito tributário. 
Diante destes contextos, este estudo, que se apresenta metodologicamente como uma 
pesquisa bibliográfica, objetiva avaliar o posicionamento da controladoria diante dos 
contextos fiscais, apontando como esta ferramenta pode auxiliar para o desenvolvimento 
de uma gestão tributária mais eficiente, dentro de uma área extremamente complexa e 
onerosa. 
 
Palavras Chaves: Controladoria. Gestão Tributária. Informações. 
 
ABSTRACT 
 
Among several prospects in the market, where there is great demand for efficient and 
accurate information, the controller combined with other sciences business, is positioned 
as a key in solidifying the performance of any business today. In this case, this scientific 
branch has an essential part to achieve optimum management within companies, in a 
logical and structured. Greatly, it is still important to add that the current market is 
shrouded the tax aspects that has a notorious complexity in relation to the management of 
taxes, which in many cases slows the growth of companies due to the massive impact and 
direct administrative costs of these organizations . The comptroller, in this sense, can be 
decisive in the search for effective improvements in tax. Given these contexts, this study, 
which is presented as a methodological literature, aims to evaluate the position of 
 
1
 Contador, Graduado em Ciências Contábeis e Pós-Graduando em Controladoria e Finanças Empresariais 
pela Faculdade José Augusto Vieira – FJAV. E-mail: ivanmatos.in@hotmail.com 
2
 Contador, Graduado em Ciências Contábeis e Pós-Graduando em Controladoria e Finanças Empresariais 
pela Faculdade José Augusto Vieira – FJAV. E-mail: joabcontabeis@hotmail.com 
3
 Contador, Professor Especialista do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade José Augusto Vieira – 
FJAV. E-mail: rivaldojr2006@hotmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
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comptroller before tax contexts, pointing out how this tool can help to develop a more 
efficient tax management within an extremely complex and burdensome. 
 
Key Words: Comptroller. Tax Management. Information. 
 
INTRODUÇÃO 
 
De forma simplificada, a controladoria pode ser entendida como um campo 
científico interdisciplinar amparado por ferramentas ligadas ao âmbito econômico, 
administrativo e, principalmente, contábil. Sua aplicação prática auxilia o funcionamento 
das mais variadas organizações, e contribui com melhorias para o desempenho destas 
frente ao mercado. 
Sobremaneira, vale destacar que dentro de seu cenário de atuação, há um 
complexo sistema tributário que afeta de forma significativa a vida de todas as empresas 
deste país. Além da existência de diversas normas, cada um dos regimes tributários 
atualmente existentes possui particularidades distintas que podem impactar bastante os 
custos das entidades. 
A controladoria neste sentido atua de forma a mensurar melhores informações para 
manter um caminho mais eficiente para a tributação das organizações. Por este motivo, 
esta ciência torna-se uma peça chave para a gestão tributária das empresas. 
Assim, diante dos contextos citados, busca-se evidenciar nesta pesquisa, qual o 
posicionamento da controladoria diante dos contextos fiscais vivenciados pelas empresas, 
de forma a melhorar o desempenho destes empreendimentos frente ao mercado. Da 
mesma forma, o estudo também procura apontar como esta ferramenta pode auxiliar no 
desenvolvimento de uma gestão tributária mais eficiente. 
Para responder tal problemática, esta pesquisa trabalha com o objetivo principal de 
avaliar a posição da controladoria diante dos contextos fiscais, com vista a minimizar o 
impacto econômico deste setor dentro das organizações. 
Especificamente, o estudo busca apontar como esta ferramenta pode auxiliar para 
uma gestão tributária mais condizente à estrutura de cada empreendimento. Procura-se 
também, apresentar as principais diferenças entre o planejamento tributário e a gestão 
tributária, e suas relações com a controladoria. Além destes, a temática busca ainda 
apontar como a falta de informação e a ingerência de resultados pode ser um fato 
impactante no desempenho das empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
243 
Por fim, observado os objetivos propostos para o desenvolvimento deste estudo, 
necessário se faz destacar as razões que justificam a relevância de tal pesquisa. Desta 
forma, o tema retrata uma abordagem voltada à análise da importância na utilização da 
controladoria para as organizações, delimitando seus processos investigativos no tocante 
a gestão dos campos tributários das empresas. Por tal motivo, a pesquisa busca, em sua 
essência, identificar quais os benefícios e quais as particularidades da utilização desta 
ciência, ponderando questões de cunho legal e fiscal, que são vivenciadas por estas 
entidades. 
Vale ressaltar ainda, que este estudo se desenha metodologicamente como uma 
pesquisa amplamente bibliográfica, que buscará com base na apresentação de diversos 
autores, expor um entendimento exemplificativo da temática proposta sem que haja 
pretensão de exaurir todas as discussões sobre este conteúdo. 
 
REFERENCIA TEÓRICO 
 
A Contabilidade e sua Aplicação Fiscal 
 
Em termos conceituais a contabilidade é discutida, tradicionalmente, como uma ciência 
social que mantém seu desenvolvimento voltado ao controle patrimonial das organizações 
através de registros dos atos e fatos administrativos ligados a cada negócio. Nesse 
sentido, Barros (2005, p.17) conceitua a contabilidade como sendo uma ciência que 
estuda e pratica as funções de controle e de registro relativo aos atos e fatos da 
administração e da economia. 
Em parâmetros bem mais abrangentes, Marion (2004, p.26) afirma que esta ciência 
é um instrumento que dispõe do máximo de informações necessárias à empresa, com o 
intuito principal de favorecer a tomada de decisões dentro e fora das organizações, e, 
portanto, desde seu processo evolutivo, sempre se propôs a fornecer orientações para 
seus usuários. 
Dentro deste mesmo campo, a contabilidade no âmbito tributário representa o uso 
especifico da ciência contábil dentro das entidades, sendo ligada à área fiscal. Possui 
esta, diversos objetivos que visam orientar as organizações, bem como aos mais 
diversificados usuários, que possui perspectivas quase sempre distintas. Conceitualmente 
Fabretti (2009, p.5) dispõe: “é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na 
 
 
 
 
 
 
 
244 
prática os conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação 
tributária, de forma simultânea e adequada”. 
Oliveira et al. (2009,p.27), afirma que o entendimento de contabilidade tributária 
pode ser visto como uma especialização da contabilidade que visa o estudo teórico e a 
aplicabilidade prática da legislação tributária. Este conceito também se estende no 
tocante à utilização desta área para o gerenciamento dos tributos ligados às 
organizações, visando a não exposição destas entidades a possíveis penalidades fiscais 
e legais. 
Em entendimento, os conceitos abordados representam a ligação entre a 
aplicabilidade dos critérios contábeis dentro das organizações, em conjunto com os 
preceitos tributários existentes. Esta ligação se reafirma através da utilização de normas, 
princípios e práticas legais, no tocante aos campos contábeis e fiscais. Seu uso efetivo 
liga as empresas ao processo de gestão de tributos no decorrer de suas atividades, 
principalmente para que estas não estejam suscetíveis a penalidades fiscais e legais 
durante suas operações. 
Assim, a contabilidade tributária auxilia bastante o funcionamento das empresas 
ajudando a manter a competitividade e o nível de informações de seus usuários, caso 
esta seja devidamente executada. Por outro lado, a sua execução incorreta, certamente 
acarretará problemas e aumento no custo das operações das entidades. 
Neste sentido, torna-se importante contar com as atribuições da controladoria para 
melhor gerir as informações alcançadas ao âmbito fiscal. A controladoria possui um papel 
fundamental dentro das empresas, haja vista que sua aplicação auxilia com eficiência as 
etapas de planejamento, execução e controle. 
 
A Tributação no Brasil 
 
Sabe-se no meio empresarial que o Brasil além de possuir uma alta carga tributária 
advinda de diversos tributos ao longo da história, possui um elevado nível de 
complexidade em seu sistema de arrecadação. Vigorado por décadas, atualmente 
identifica-se a existência de aproximadamente 60 tributos vigentes, além de diversas leis, 
regulamentos e normas, que são constantemente alterados. (OLIVEIRA ET AL, 2009, 
p.26) 
 
 
 
 
 
 
 
245 
Por carga tributária, entende-se a soma dos recursos constituídos pelo Estado por 
intermédio da arrecadação de tributos pagos pelos cidadãos e pelas empresas, em 
análise à constituição de riquezas de um país. Desta forma, Carlin (2010, p.34), define 
que carga tributária é a medida do volume de recursos financeiros que o Estado retira da 
sociedade na forma de tributos comparada com a geração de riquezas em geral. 
Em síntese, esta alta carga tributária, juntamente com sua complexidade e 
abrangência vivenciadas atualmente pelo país, representa um grande impacto nos custos 
operacionais das empresas, independente do porte em que estas estejam e também em 
todos os setores da economia. 
Para Carlin (2010, p.37), entre as maiores barreiras que impedem o crescimento 
das empresas no Brasil, a mais considerável é o complexo sistema tributário do país. Esta 
complexidade resulta aos contribuintes um considerável custo financeiro e estrutural, 
trazendo consigo a incerteza do cumprimento, ou não, de todas as obrigações exigidas 
pelo fisco em razão da imensa gama de tributos existentes. 
Além destas situações, há também a preocupação em razão das inúmeras normas 
que são constantemente alteradas no atual ordenamento jurídico, bem como em relação 
aos mais variados critérios de tributação em vigor nos dias atuais. Como exemplo, é 
possível citar os conceitos de cumulatividade e não cumulatividade dos tributos, dos 
critérios de tributação monofásica, e das repetidas incidências tributárias sobre a mesma 
base de cálculo. 
Assim, no intuito de amenizar as mencionadas situações, é imprescindível que as 
empresas analisem a necessidade de realização de estudos, que resultem em análises 
criteriosas, seja por meio de um planejamento tributário bastante consistente, ou por 
apoio das ferramentas de uma gestão tributária efetivamente organizada, pautada na 
aplicação prática dos conceitos da controladoria. Tais processos trarão diversos 
benefícios para as organizações, e certamente minimizarão significativamente os mais 
variados custos tributários das empresas. 
 
O Planejamento Tributário 
 
Levando em consideração a alta carga tributária vivenciada pelas empresas no 
Brasil, verifica-se como fator determinante ou como alternativa para o aumento na 
competitividade aos negócios das organizações, a utilização de um critério que possa 
 
 
 
 
 
 
 
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determinar melhores caminhos fiscais a serem adotados pelas empresas, com vista à 
diminuição dos custos tributários. Nesse sentido, surge a necessidade de realização de 
um estudo, denominado planejamento tributário. 
Para Fabretti (2009, p.08), o conceito de planejamento tributário é delimitado pelo 
uso de um estudo que se desenha previamente, ou seja, antes da realização do fato 
administrativo que resulte numa obrigação tributária, pesquisando-se em seus efeitos 
jurídicos e econômicos, as alterações e as alternativas legais menos onerosa para as 
empresas. 
Oliveira et al (2009, p.30) por sua vez define: 
 
Entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a 
carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e de 
bom-senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no 
ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio à concretização dos 
fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de 
determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a 
alternativa legal menos onerosa para o contribuinte. 
 
Nesse sentido, pode-se afirmar que este estudo exige um grande aprofundamento 
sobre as bases legais e fiscais nas quais estão inseridas as empresas, uma vez que sua 
prática mensura criteriosamente as melhores possibilidades de tributação com a 
finalidade de diminuir seus custos operacionais. Verifica-se também, que é necessário 
que as empresas mantenham devidamente organizado o controle de suas atividades, 
para que se possa objetivamente alcançar os alvos especificados. 
Carlin (2010, p.39), afirma que as empresas vivenciam um período de mercado 
bastante competitivo e, que nesse contexto, o planejamento tributário assume o papel de 
extrema importância na estratégia destas organizações. Sua importância é demonstrada 
quando se analisam os balanços das empresas, por exemplo, onde se percebe que os 
encargos relativos aos tributos são, na sua maioria, mais representativos do que os 
custos de produção, ou talvez, do que os próprios resultados finais aos quais os 
acionistas costumam receber. 
Contudo, para que estudos como estes sejam bem aproveitados, as empresas 
devem se apoiar junto às ferramentas da controladoria, com vista a facilitar as soluções 
 
 
 
 
 
 
 
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para quaisquer dificuldades apresentadas em seus processos fiscais. Vale enfatizar que o 
uso da controladoria perpassa por aplicações gerenciais, que resultam em execuções e 
controles bastante eficientes. 
Outro ponto importante a se frisar liga-se a premissa de prudência na aplicação 
deste estudo. Deve-se muitas vezes limitar o impacto desta análise tributária para que 
não haja abordagens fiscais ilícitas dentro das empresas, vinculando o envolvimento a 
práticas de sonegação fiscal. Assim, este programa também deverá atuar criteriosamente 
dentro de parâmetros legais para que sempre sejam evitados maiores transtornos para os 
empreendimentos envolvidos. 
Por fim, presume-se ao entendimento de planejamento tributário que as empresas 
poderão, através de estudos, e vale dizer também através de ferramentas gerenciais, se 
utilizarem de possíveis brechas legais com a finalidade de diminuir o impacto tributário 
sobre seus custos totais. Contudo,este estudo fiscal deverá atuar criteriosamente de 
forma lícita, para que as empresas não sofram posteriores penalidades. 
 
A Gestão Tributária 
 
Antes da realização de um planejamento tributário, as empresas podem analisar 
criteriosamente seus riscos fiscais dentro de um contexto bem mais abrangente do que o 
estudo supramencionado. Este macro processo visa direcionar as operações que 
envolvam riscos tributários dentro das empresas, visando tanto o aumento de seus 
resultados quanto a diminuição de possíveis penalidades fiscais. Este procedimento, 
chamado de gestão tributária, é vivenciado pelas empresas quando estas mantêm seus 
níveis de informações contábeis e tributários amplamente organizados. 
Carlin (2010, p.23), conceitua a gestão tributária como “controle e direcionamento 
das ações e operações relacionadas aos tributos das organizações em geral, visando 
maximizar resultados, minimizando riscos”. 
Padoveze (2010, p.68) por sua vez, conceitua a gestão tributária, como sendo um 
acompanhamento sistemático de todos os tributos das empresas ou estabelecimentos 
fiscais, através da utilização dos critérios contábeis, preconizando que existem diferenças 
significativas entre o planejamento tributário, propriamente dito, e o ato de gerir processos 
tributários. 
 
 
 
 
 
 
 
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Portanto, pode-se inferir aos conceitos citados que o planejamento tributário não se 
confunde com a percepção de gerir tributos, uma vez que o primeiro inevitavelmente 
encontra-se inserido num processo bem mais abrangente, ao qual se denomina “gestão 
tributária”. 
Assim, o primeiro passo, resultado da ideia de diminuição dos custos tributários das 
empresas, é organizar os processos que envolvam estes riscos, analisando-os 
criteriosamente, construindo sistemáticas de trabalhos junto a seus colaboradores, e, 
principalmente, considerando a utilização de uma escrituração contábil organizada, que 
traduza fielmente a posição patrimonial das organizações, pois, somente desta forma, a 
figura do planejamento tributário poderá ser considerada. 
Padoveze (2010, p.68) ainda orienta que, diante da complexidade dos assuntos 
tributários, é importante que as empresas constituam grupos para discussão dos assuntos 
tributários, para que estes examinem as questões fiscais de seus processos de forma 
periódica. Normalmente, este grupo de profissionais, deverá conter um diretor ou gerente, 
profissionais da área jurídica e principalmente um profissional do âmbito contábil que 
realize os procedimentos de sua ciência de forma criteriosa, além de um controller para 
direcionar a aplicação das informações alcançadas de forma mais eficiente. 
Objetivamente, a gestão tributária visa avaliar os impactos dos tributos nos 
resultados das empresas e consequentemente em seus preços de vendas ou serviços. 
Continuamente, sua atuação analisará principalmente, a correção e a restrição de 
possíveis erros e interpretações equivocadas quanto às obrigações tributárias das 
empresas, bem como utilizará os meios contábeis para o devido acompanhamento dos 
impactos tributários junto aos seus resultados. 
Nesse sentido, mesmo trabalhando com ênfase em questões de cunho técnico, o 
ato de gerir tributos alcançará principalmente às pessoas e a forma que estas se 
manifestam diante dos contextos tributários e contábeis ligados às empresas, conforme 
preconiza Carlin (2010, p.23). 
 
A gestão tributária lida com tributos, mas o foco do trabalho são os 
processos e as pessoas. Um bom sistema contábil pressupõe, além 
do suporte informatizado, integração de registros e a capacitação de 
um profissional que administre as rotinas contábeis na velocidade 
necessária a gestão. 
 
 
 
 
 
 
 
249 
 
Por fim, é importante considerar que fatalmente o conceito de gestão tributária, 
vivenciada pelas empresas, se encontrará num contexto bastante extenso e complexo, 
que é o atual sistema tributário nacional. Para tanto, estas organizações deverão ponto a 
ponto analisar, além das situações fiscais existentes, sua realidade vivenciada num 
determinado lapso temporal a fim de minimizar o impacto dos custos fiscais. Tais análises 
deverão ser consideradas diante de informações que são conquistadas por uma aplicação 
contábil eficiente, e geridas pelo uso efetivo da controladoria dentro destes 
empreendimentos. 
 
O Uso da Controladoria e seu Impacto no Custo Fiscal 
 
Após todas as considerações sobre o potencial de mensuração de dados e 
disponibilização de informações oferecidas pela contabilidade e também pelo uso efetivo 
da controladoria com vista tributária, chega o momento de se analisar o que a falta destas 
aplicações poderão ocasionar às empresas em geral, principalmente pela ausência da 
aplicação da controladoria. É importante afirmar, no tocante a contabilidade, que sua 
presença é obrigatória dentro de qualquer empresa, conforme prevê os atuais parâmetros 
legais. No entanto a aplicação da controladoria não é considerada impositiva, mas seu 
uso pode ser avaliado como fundamental para o desenvolvimento mais sólido dos 
empreendimentos. 
Conceitualmente Mosimann (1999, p.96) retrata: 
 
A Controladoria pode ser conceituada como o conjunto de princípios e 
métodos oriundos das ciências da Administração, Economia, Psicologia, 
Estatística e principalmente da Contabilidade, que se ocupa da gestão 
econômica das empresas, com o fim de orientá-las para eficácia. 
 
Ainda com uma visão mais detalhada e específica, Padoveze (2010, p.3) expõe 
que embora alguns autores enxerguem a Controladoria como uma ciência autônoma e 
que não se confunde com a Contabilidade, mesmo utilizando incessantemente de seu 
instrumental, esta deve ser necessariamente vista como a Ciência Contábil amplamente 
evoluída, pois sua aplicação trata efetivamente do alargamento do já vasto campo de 
atuação contábil. 
 
 
 
 
 
 
 
250 
Neste sentido pode-se inferir que a Controladoria é uma ciência empresarial, com 
ênfase nas práticas contábeis, e com características administrativas focada na 
maximização dos resultados. 
No tocante à contabilidade, ao se analisar as desvantagens encontradas pela sua 
ausência, é possível identificar inúmeras situações adversas. Contudo, a principal 
desvantagem ao abdicar-se do uso desta ciência será a falta de informação sobre as 
atividades desempenhadas pelas empresas, onde neste ponto não será possível adotar 
as ferramentas gerenciais da controladoria. 
Num caso simples, pode-se exemplificar o desconhecimento real da lucratividade 
de um determinado negócio das organizações. Muitas empresas acabam insolventes por 
não perceberem quando determinada operação não estar trazendo os resultados 
esperados para o seu crescimento, e sem a utilização dos critérios contábeis, dificilmente 
é possível mensurar criteriosamente uma resposta condizente. 
 
A dispensa da escrituração contábil, a consequente falta de controles e a 
inexistência de conhecimentos mínimos de administração e contabilidade 
são os principais motivos que levam a maior parte das microempresas e 
das empresas de pequeno porte a fecharem suas portas nos primeiros 
dois anos de existência. (PARADA FILHO, Américo Garcia, 2010). 
 
A falta de mensuração do lucro impacta diretamente as operações das empresas. 
O desconhecimento do resultado faz com que as mesmas não saibam se o atual custo 
tributário sobre o lucro esperado está ou não ocasionando riscos para a manutenção de 
suas atividades, ou seja, sem conhecer seus resultados não é possível identificar a 
viabilidade de suas operações, e em consequência os altos custos dos tributos acabam 
as impedindo de crescer. 
Por fim, diante das informaçõesexpostas, entende-se que a ciência contábil traz 
consigo inúmeras vantagens para o desenvolvimento da vida empresarial em geral, 
ficando devidamente exposta a sua importância para o crescimento sólido das entidades, 
e sendo ainda mais visível quando da sua aplicação de forma mais evoluída, ou seja, o 
uso efetivo da controladoria. 
Assim, a utilização das ferramentas contábeis e o efetivo uso da controladoria no 
âmbito fiscal torna-se um fator primordial na busca de informações e resultados positivos 
para os empreendimentos, o que diminui o custo tributário efetivo, uma vez utilizadas 
aplicações mais coerentes nas operações das empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
251 
CONCLUSÃO 
 
O presente estudo se propôs a demostrar que o desenvolvimento sólido e a 
consequente permanência no mercado tem sido o principal foco de todas as empresas, 
independente do ramo a qual estejam inseridas, principalmente diante dos desafios no 
âmbito fiscal que estes empreendimentos tendem a enfrentar ao longo de sua existência. 
Para tal exposição, se faz necessário que as empresas possuam uma contabilidade 
condizente, e que ainda haja uma aplicação coerente dos conceitos da controladoria, que 
é um fator preponderante na eficiência fiscal das empresas. 
Vale reforçar que atualmente a carga tributaria nacional é o principal fator que 
retarda ou até mesmo impede o crescimento de muitos empreendimentos. A sua 
complexidade e o grande número de tributos dificulta a escolha de um caminho mais 
eficiente e menos oneroso ao atender o fisco. É nesse momento que controladoria, 
através dos estudos desses impactos busca o melhor caminho para minimizar os efeitos 
causados pelo sistema tributário brasileiro. 
Ao considerar a complexidade desse sistema fiscal, a Controladoria demostra que 
é preciso encontrar caminhos que minimizem os impactos causados por suas imposições. 
Contudo para encontrar o melhor caminho é necessário desenvolver estudos que 
proporcionem uma redução na carga tributaria de forma lícita, ou seja, através de 
métodos legais. Este estudo, denominado de planejamento tributário, é uma das 
ferramentas mais utilizadas pela controladoria atualmente. 
Entende-se, portanto, que a controladoria atua como fator decisivo na 
competitividade das empresas, uma vez que o tratamento às informações que lhes são 
pertinentes permite direcionar de forma mais condizente a estrutura tributária de cada 
empreendimento, o que propicia às empresas crescerem de forma mais sólida e segura 
em seus mercados. 
Neste sentido, o objetivo principal desta pesquisa foi demostrar a importância da 
controladoria dentro da aplicação tributária, por se tratar esta ciência, de um seguimento 
que se utiliza de várias informações advindas da contabilidade, e que apoia suas funções 
à aplicação de uma gestão mais eficiente. 
Para tal alcance, a controladoria se utiliza de várias ferramentas de controle e 
planejamento, que devem se constantemente implantadas dentro das empresas. Como 
exemplificação, existe a figura da criação de um comitê de assuntos tributários, onde sua 
 
 
 
 
 
 
 
252 
aplicação permitirá a empresa se antecipar e monitorar com maior eficiência o impacto 
fiscal de suas atividades. 
Desta forma, a controladoria direciona todos os seus esforços com vista a uma 
gestão tributária adequada a cada empreendimento, onde se é possível acompanhar com 
maior eficiência os tributos que estejam ligados às atividades das empresas, permitindo o 
desenvolvimento de planejamentos tributários coerentes, e o aperfeiçoamento dos 
processos e também dos responsáveis pelos procedimentos executados no 
desenvolvimento das atividades. 
Por fim, é importante enfatizar que este trabalho se propôs a expor a importância 
que a controladoria possui dentro das empresas, principalmente diante de um sistema 
tributário tão complexo. Campo este, onde a falta de informações, devido ao desprezo aos 
preceitos básicos da administração e principalmente da contabilidade, pontos cruciais 
para o desenvolvimento da controladoria, impede as empresas de saber o real resultado 
das suas operações, o que impacta diretamente no desenvolvimento e na estabilidade 
econômica das atividades empresariais. 
 
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