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241 A CONTROLADORIA E SEU IMPACTO SOBRE O CUSTO FISCAL DAS EMPRESAS: Um Enfoque na Gestão e no Planejamento Tributário Ivan Matos Carvalho1 Joab de Santana Santos2 Prof. Esp. Rivaldo José do Nascimento Junior3 (Orientador) RESUMO Dentre as diversas perspectivas de atuação no mercado, onde há grande demanda por informações eficientes e precisas, a controladoria, aliada a outras ciências empresariais, se posiciona como peça fundamental na solidificação do desempenho de qualquer negócio nos dias atuais. Neste caso, este ramo científico assume um papel essencial para alcançar a gestão ideal dentro das empresas, de forma lógica e estruturada. Sobremaneira, ainda é importante acrescentar que o atual mercado encontra-se envolto a aspectos tributários que possui uma notória complexidade em relação ao gerenciamento de tributos, o que em muitos casos retarda o crescimento das empresas devido ao impacto maciço e direto nos custos administrativos destas organizações. A controladoria, neste sentido, pode ser decisiva na busca por melhorias efetivas no âmbito tributário. Diante destes contextos, este estudo, que se apresenta metodologicamente como uma pesquisa bibliográfica, objetiva avaliar o posicionamento da controladoria diante dos contextos fiscais, apontando como esta ferramenta pode auxiliar para o desenvolvimento de uma gestão tributária mais eficiente, dentro de uma área extremamente complexa e onerosa. Palavras Chaves: Controladoria. Gestão Tributária. Informações. ABSTRACT Among several prospects in the market, where there is great demand for efficient and accurate information, the controller combined with other sciences business, is positioned as a key in solidifying the performance of any business today. In this case, this scientific branch has an essential part to achieve optimum management within companies, in a logical and structured. Greatly, it is still important to add that the current market is shrouded the tax aspects that has a notorious complexity in relation to the management of taxes, which in many cases slows the growth of companies due to the massive impact and direct administrative costs of these organizations . The comptroller, in this sense, can be decisive in the search for effective improvements in tax. Given these contexts, this study, which is presented as a methodological literature, aims to evaluate the position of 1 Contador, Graduado em Ciências Contábeis e Pós-Graduando em Controladoria e Finanças Empresariais pela Faculdade José Augusto Vieira – FJAV. E-mail: ivanmatos.in@hotmail.com 2 Contador, Graduado em Ciências Contábeis e Pós-Graduando em Controladoria e Finanças Empresariais pela Faculdade José Augusto Vieira – FJAV. E-mail: joabcontabeis@hotmail.com 3 Contador, Professor Especialista do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade José Augusto Vieira – FJAV. E-mail: rivaldojr2006@hotmail.com 242 comptroller before tax contexts, pointing out how this tool can help to develop a more efficient tax management within an extremely complex and burdensome. Key Words: Comptroller. Tax Management. Information. INTRODUÇÃO De forma simplificada, a controladoria pode ser entendida como um campo científico interdisciplinar amparado por ferramentas ligadas ao âmbito econômico, administrativo e, principalmente, contábil. Sua aplicação prática auxilia o funcionamento das mais variadas organizações, e contribui com melhorias para o desempenho destas frente ao mercado. Sobremaneira, vale destacar que dentro de seu cenário de atuação, há um complexo sistema tributário que afeta de forma significativa a vida de todas as empresas deste país. Além da existência de diversas normas, cada um dos regimes tributários atualmente existentes possui particularidades distintas que podem impactar bastante os custos das entidades. A controladoria neste sentido atua de forma a mensurar melhores informações para manter um caminho mais eficiente para a tributação das organizações. Por este motivo, esta ciência torna-se uma peça chave para a gestão tributária das empresas. Assim, diante dos contextos citados, busca-se evidenciar nesta pesquisa, qual o posicionamento da controladoria diante dos contextos fiscais vivenciados pelas empresas, de forma a melhorar o desempenho destes empreendimentos frente ao mercado. Da mesma forma, o estudo também procura apontar como esta ferramenta pode auxiliar no desenvolvimento de uma gestão tributária mais eficiente. Para responder tal problemática, esta pesquisa trabalha com o objetivo principal de avaliar a posição da controladoria diante dos contextos fiscais, com vista a minimizar o impacto econômico deste setor dentro das organizações. Especificamente, o estudo busca apontar como esta ferramenta pode auxiliar para uma gestão tributária mais condizente à estrutura de cada empreendimento. Procura-se também, apresentar as principais diferenças entre o planejamento tributário e a gestão tributária, e suas relações com a controladoria. Além destes, a temática busca ainda apontar como a falta de informação e a ingerência de resultados pode ser um fato impactante no desempenho das empresas. 243 Por fim, observado os objetivos propostos para o desenvolvimento deste estudo, necessário se faz destacar as razões que justificam a relevância de tal pesquisa. Desta forma, o tema retrata uma abordagem voltada à análise da importância na utilização da controladoria para as organizações, delimitando seus processos investigativos no tocante a gestão dos campos tributários das empresas. Por tal motivo, a pesquisa busca, em sua essência, identificar quais os benefícios e quais as particularidades da utilização desta ciência, ponderando questões de cunho legal e fiscal, que são vivenciadas por estas entidades. Vale ressaltar ainda, que este estudo se desenha metodologicamente como uma pesquisa amplamente bibliográfica, que buscará com base na apresentação de diversos autores, expor um entendimento exemplificativo da temática proposta sem que haja pretensão de exaurir todas as discussões sobre este conteúdo. REFERENCIA TEÓRICO A Contabilidade e sua Aplicação Fiscal Em termos conceituais a contabilidade é discutida, tradicionalmente, como uma ciência social que mantém seu desenvolvimento voltado ao controle patrimonial das organizações através de registros dos atos e fatos administrativos ligados a cada negócio. Nesse sentido, Barros (2005, p.17) conceitua a contabilidade como sendo uma ciência que estuda e pratica as funções de controle e de registro relativo aos atos e fatos da administração e da economia. Em parâmetros bem mais abrangentes, Marion (2004, p.26) afirma que esta ciência é um instrumento que dispõe do máximo de informações necessárias à empresa, com o intuito principal de favorecer a tomada de decisões dentro e fora das organizações, e, portanto, desde seu processo evolutivo, sempre se propôs a fornecer orientações para seus usuários. Dentro deste mesmo campo, a contabilidade no âmbito tributário representa o uso especifico da ciência contábil dentro das entidades, sendo ligada à área fiscal. Possui esta, diversos objetivos que visam orientar as organizações, bem como aos mais diversificados usuários, que possui perspectivas quase sempre distintas. Conceitualmente Fabretti (2009, p.5) dispõe: “é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na 244 prática os conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada”. Oliveira et al. (2009,p.27), afirma que o entendimento de contabilidade tributária pode ser visto como uma especialização da contabilidade que visa o estudo teórico e a aplicabilidade prática da legislação tributária. Este conceito também se estende no tocante à utilização desta área para o gerenciamento dos tributos ligados às organizações, visando a não exposição destas entidades a possíveis penalidades fiscais e legais. Em entendimento, os conceitos abordados representam a ligação entre a aplicabilidade dos critérios contábeis dentro das organizações, em conjunto com os preceitos tributários existentes. Esta ligação se reafirma através da utilização de normas, princípios e práticas legais, no tocante aos campos contábeis e fiscais. Seu uso efetivo liga as empresas ao processo de gestão de tributos no decorrer de suas atividades, principalmente para que estas não estejam suscetíveis a penalidades fiscais e legais durante suas operações. Assim, a contabilidade tributária auxilia bastante o funcionamento das empresas ajudando a manter a competitividade e o nível de informações de seus usuários, caso esta seja devidamente executada. Por outro lado, a sua execução incorreta, certamente acarretará problemas e aumento no custo das operações das entidades. Neste sentido, torna-se importante contar com as atribuições da controladoria para melhor gerir as informações alcançadas ao âmbito fiscal. A controladoria possui um papel fundamental dentro das empresas, haja vista que sua aplicação auxilia com eficiência as etapas de planejamento, execução e controle. A Tributação no Brasil Sabe-se no meio empresarial que o Brasil além de possuir uma alta carga tributária advinda de diversos tributos ao longo da história, possui um elevado nível de complexidade em seu sistema de arrecadação. Vigorado por décadas, atualmente identifica-se a existência de aproximadamente 60 tributos vigentes, além de diversas leis, regulamentos e normas, que são constantemente alterados. (OLIVEIRA ET AL, 2009, p.26) 245 Por carga tributária, entende-se a soma dos recursos constituídos pelo Estado por intermédio da arrecadação de tributos pagos pelos cidadãos e pelas empresas, em análise à constituição de riquezas de um país. Desta forma, Carlin (2010, p.34), define que carga tributária é a medida do volume de recursos financeiros que o Estado retira da sociedade na forma de tributos comparada com a geração de riquezas em geral. Em síntese, esta alta carga tributária, juntamente com sua complexidade e abrangência vivenciadas atualmente pelo país, representa um grande impacto nos custos operacionais das empresas, independente do porte em que estas estejam e também em todos os setores da economia. Para Carlin (2010, p.37), entre as maiores barreiras que impedem o crescimento das empresas no Brasil, a mais considerável é o complexo sistema tributário do país. Esta complexidade resulta aos contribuintes um considerável custo financeiro e estrutural, trazendo consigo a incerteza do cumprimento, ou não, de todas as obrigações exigidas pelo fisco em razão da imensa gama de tributos existentes. Além destas situações, há também a preocupação em razão das inúmeras normas que são constantemente alteradas no atual ordenamento jurídico, bem como em relação aos mais variados critérios de tributação em vigor nos dias atuais. Como exemplo, é possível citar os conceitos de cumulatividade e não cumulatividade dos tributos, dos critérios de tributação monofásica, e das repetidas incidências tributárias sobre a mesma base de cálculo. Assim, no intuito de amenizar as mencionadas situações, é imprescindível que as empresas analisem a necessidade de realização de estudos, que resultem em análises criteriosas, seja por meio de um planejamento tributário bastante consistente, ou por apoio das ferramentas de uma gestão tributária efetivamente organizada, pautada na aplicação prática dos conceitos da controladoria. Tais processos trarão diversos benefícios para as organizações, e certamente minimizarão significativamente os mais variados custos tributários das empresas. O Planejamento Tributário Levando em consideração a alta carga tributária vivenciada pelas empresas no Brasil, verifica-se como fator determinante ou como alternativa para o aumento na competitividade aos negócios das organizações, a utilização de um critério que possa 246 determinar melhores caminhos fiscais a serem adotados pelas empresas, com vista à diminuição dos custos tributários. Nesse sentido, surge a necessidade de realização de um estudo, denominado planejamento tributário. Para Fabretti (2009, p.08), o conceito de planejamento tributário é delimitado pelo uso de um estudo que se desenha previamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo que resulte numa obrigação tributária, pesquisando-se em seus efeitos jurídicos e econômicos, as alterações e as alternativas legais menos onerosa para as empresas. Oliveira et al (2009, p.30) por sua vez define: Entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e de bom-senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte. Nesse sentido, pode-se afirmar que este estudo exige um grande aprofundamento sobre as bases legais e fiscais nas quais estão inseridas as empresas, uma vez que sua prática mensura criteriosamente as melhores possibilidades de tributação com a finalidade de diminuir seus custos operacionais. Verifica-se também, que é necessário que as empresas mantenham devidamente organizado o controle de suas atividades, para que se possa objetivamente alcançar os alvos especificados. Carlin (2010, p.39), afirma que as empresas vivenciam um período de mercado bastante competitivo e, que nesse contexto, o planejamento tributário assume o papel de extrema importância na estratégia destas organizações. Sua importância é demonstrada quando se analisam os balanços das empresas, por exemplo, onde se percebe que os encargos relativos aos tributos são, na sua maioria, mais representativos do que os custos de produção, ou talvez, do que os próprios resultados finais aos quais os acionistas costumam receber. Contudo, para que estudos como estes sejam bem aproveitados, as empresas devem se apoiar junto às ferramentas da controladoria, com vista a facilitar as soluções 247 para quaisquer dificuldades apresentadas em seus processos fiscais. Vale enfatizar que o uso da controladoria perpassa por aplicações gerenciais, que resultam em execuções e controles bastante eficientes. Outro ponto importante a se frisar liga-se a premissa de prudência na aplicação deste estudo. Deve-se muitas vezes limitar o impacto desta análise tributária para que não haja abordagens fiscais ilícitas dentro das empresas, vinculando o envolvimento a práticas de sonegação fiscal. Assim, este programa também deverá atuar criteriosamente dentro de parâmetros legais para que sempre sejam evitados maiores transtornos para os empreendimentos envolvidos. Por fim, presume-se ao entendimento de planejamento tributário que as empresas poderão, através de estudos, e vale dizer também através de ferramentas gerenciais, se utilizarem de possíveis brechas legais com a finalidade de diminuir o impacto tributário sobre seus custos totais. Contudo,este estudo fiscal deverá atuar criteriosamente de forma lícita, para que as empresas não sofram posteriores penalidades. A Gestão Tributária Antes da realização de um planejamento tributário, as empresas podem analisar criteriosamente seus riscos fiscais dentro de um contexto bem mais abrangente do que o estudo supramencionado. Este macro processo visa direcionar as operações que envolvam riscos tributários dentro das empresas, visando tanto o aumento de seus resultados quanto a diminuição de possíveis penalidades fiscais. Este procedimento, chamado de gestão tributária, é vivenciado pelas empresas quando estas mantêm seus níveis de informações contábeis e tributários amplamente organizados. Carlin (2010, p.23), conceitua a gestão tributária como “controle e direcionamento das ações e operações relacionadas aos tributos das organizações em geral, visando maximizar resultados, minimizando riscos”. Padoveze (2010, p.68) por sua vez, conceitua a gestão tributária, como sendo um acompanhamento sistemático de todos os tributos das empresas ou estabelecimentos fiscais, através da utilização dos critérios contábeis, preconizando que existem diferenças significativas entre o planejamento tributário, propriamente dito, e o ato de gerir processos tributários. 248 Portanto, pode-se inferir aos conceitos citados que o planejamento tributário não se confunde com a percepção de gerir tributos, uma vez que o primeiro inevitavelmente encontra-se inserido num processo bem mais abrangente, ao qual se denomina “gestão tributária”. Assim, o primeiro passo, resultado da ideia de diminuição dos custos tributários das empresas, é organizar os processos que envolvam estes riscos, analisando-os criteriosamente, construindo sistemáticas de trabalhos junto a seus colaboradores, e, principalmente, considerando a utilização de uma escrituração contábil organizada, que traduza fielmente a posição patrimonial das organizações, pois, somente desta forma, a figura do planejamento tributário poderá ser considerada. Padoveze (2010, p.68) ainda orienta que, diante da complexidade dos assuntos tributários, é importante que as empresas constituam grupos para discussão dos assuntos tributários, para que estes examinem as questões fiscais de seus processos de forma periódica. Normalmente, este grupo de profissionais, deverá conter um diretor ou gerente, profissionais da área jurídica e principalmente um profissional do âmbito contábil que realize os procedimentos de sua ciência de forma criteriosa, além de um controller para direcionar a aplicação das informações alcançadas de forma mais eficiente. Objetivamente, a gestão tributária visa avaliar os impactos dos tributos nos resultados das empresas e consequentemente em seus preços de vendas ou serviços. Continuamente, sua atuação analisará principalmente, a correção e a restrição de possíveis erros e interpretações equivocadas quanto às obrigações tributárias das empresas, bem como utilizará os meios contábeis para o devido acompanhamento dos impactos tributários junto aos seus resultados. Nesse sentido, mesmo trabalhando com ênfase em questões de cunho técnico, o ato de gerir tributos alcançará principalmente às pessoas e a forma que estas se manifestam diante dos contextos tributários e contábeis ligados às empresas, conforme preconiza Carlin (2010, p.23). A gestão tributária lida com tributos, mas o foco do trabalho são os processos e as pessoas. Um bom sistema contábil pressupõe, além do suporte informatizado, integração de registros e a capacitação de um profissional que administre as rotinas contábeis na velocidade necessária a gestão. 249 Por fim, é importante considerar que fatalmente o conceito de gestão tributária, vivenciada pelas empresas, se encontrará num contexto bastante extenso e complexo, que é o atual sistema tributário nacional. Para tanto, estas organizações deverão ponto a ponto analisar, além das situações fiscais existentes, sua realidade vivenciada num determinado lapso temporal a fim de minimizar o impacto dos custos fiscais. Tais análises deverão ser consideradas diante de informações que são conquistadas por uma aplicação contábil eficiente, e geridas pelo uso efetivo da controladoria dentro destes empreendimentos. O Uso da Controladoria e seu Impacto no Custo Fiscal Após todas as considerações sobre o potencial de mensuração de dados e disponibilização de informações oferecidas pela contabilidade e também pelo uso efetivo da controladoria com vista tributária, chega o momento de se analisar o que a falta destas aplicações poderão ocasionar às empresas em geral, principalmente pela ausência da aplicação da controladoria. É importante afirmar, no tocante a contabilidade, que sua presença é obrigatória dentro de qualquer empresa, conforme prevê os atuais parâmetros legais. No entanto a aplicação da controladoria não é considerada impositiva, mas seu uso pode ser avaliado como fundamental para o desenvolvimento mais sólido dos empreendimentos. Conceitualmente Mosimann (1999, p.96) retrata: A Controladoria pode ser conceituada como o conjunto de princípios e métodos oriundos das ciências da Administração, Economia, Psicologia, Estatística e principalmente da Contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com o fim de orientá-las para eficácia. Ainda com uma visão mais detalhada e específica, Padoveze (2010, p.3) expõe que embora alguns autores enxerguem a Controladoria como uma ciência autônoma e que não se confunde com a Contabilidade, mesmo utilizando incessantemente de seu instrumental, esta deve ser necessariamente vista como a Ciência Contábil amplamente evoluída, pois sua aplicação trata efetivamente do alargamento do já vasto campo de atuação contábil. 250 Neste sentido pode-se inferir que a Controladoria é uma ciência empresarial, com ênfase nas práticas contábeis, e com características administrativas focada na maximização dos resultados. No tocante à contabilidade, ao se analisar as desvantagens encontradas pela sua ausência, é possível identificar inúmeras situações adversas. Contudo, a principal desvantagem ao abdicar-se do uso desta ciência será a falta de informação sobre as atividades desempenhadas pelas empresas, onde neste ponto não será possível adotar as ferramentas gerenciais da controladoria. Num caso simples, pode-se exemplificar o desconhecimento real da lucratividade de um determinado negócio das organizações. Muitas empresas acabam insolventes por não perceberem quando determinada operação não estar trazendo os resultados esperados para o seu crescimento, e sem a utilização dos critérios contábeis, dificilmente é possível mensurar criteriosamente uma resposta condizente. A dispensa da escrituração contábil, a consequente falta de controles e a inexistência de conhecimentos mínimos de administração e contabilidade são os principais motivos que levam a maior parte das microempresas e das empresas de pequeno porte a fecharem suas portas nos primeiros dois anos de existência. (PARADA FILHO, Américo Garcia, 2010). A falta de mensuração do lucro impacta diretamente as operações das empresas. O desconhecimento do resultado faz com que as mesmas não saibam se o atual custo tributário sobre o lucro esperado está ou não ocasionando riscos para a manutenção de suas atividades, ou seja, sem conhecer seus resultados não é possível identificar a viabilidade de suas operações, e em consequência os altos custos dos tributos acabam as impedindo de crescer. Por fim, diante das informaçõesexpostas, entende-se que a ciência contábil traz consigo inúmeras vantagens para o desenvolvimento da vida empresarial em geral, ficando devidamente exposta a sua importância para o crescimento sólido das entidades, e sendo ainda mais visível quando da sua aplicação de forma mais evoluída, ou seja, o uso efetivo da controladoria. Assim, a utilização das ferramentas contábeis e o efetivo uso da controladoria no âmbito fiscal torna-se um fator primordial na busca de informações e resultados positivos para os empreendimentos, o que diminui o custo tributário efetivo, uma vez utilizadas aplicações mais coerentes nas operações das empresas. 251 CONCLUSÃO O presente estudo se propôs a demostrar que o desenvolvimento sólido e a consequente permanência no mercado tem sido o principal foco de todas as empresas, independente do ramo a qual estejam inseridas, principalmente diante dos desafios no âmbito fiscal que estes empreendimentos tendem a enfrentar ao longo de sua existência. Para tal exposição, se faz necessário que as empresas possuam uma contabilidade condizente, e que ainda haja uma aplicação coerente dos conceitos da controladoria, que é um fator preponderante na eficiência fiscal das empresas. Vale reforçar que atualmente a carga tributaria nacional é o principal fator que retarda ou até mesmo impede o crescimento de muitos empreendimentos. A sua complexidade e o grande número de tributos dificulta a escolha de um caminho mais eficiente e menos oneroso ao atender o fisco. É nesse momento que controladoria, através dos estudos desses impactos busca o melhor caminho para minimizar os efeitos causados pelo sistema tributário brasileiro. Ao considerar a complexidade desse sistema fiscal, a Controladoria demostra que é preciso encontrar caminhos que minimizem os impactos causados por suas imposições. Contudo para encontrar o melhor caminho é necessário desenvolver estudos que proporcionem uma redução na carga tributaria de forma lícita, ou seja, através de métodos legais. Este estudo, denominado de planejamento tributário, é uma das ferramentas mais utilizadas pela controladoria atualmente. Entende-se, portanto, que a controladoria atua como fator decisivo na competitividade das empresas, uma vez que o tratamento às informações que lhes são pertinentes permite direcionar de forma mais condizente a estrutura tributária de cada empreendimento, o que propicia às empresas crescerem de forma mais sólida e segura em seus mercados. Neste sentido, o objetivo principal desta pesquisa foi demostrar a importância da controladoria dentro da aplicação tributária, por se tratar esta ciência, de um seguimento que se utiliza de várias informações advindas da contabilidade, e que apoia suas funções à aplicação de uma gestão mais eficiente. Para tal alcance, a controladoria se utiliza de várias ferramentas de controle e planejamento, que devem se constantemente implantadas dentro das empresas. Como exemplificação, existe a figura da criação de um comitê de assuntos tributários, onde sua 252 aplicação permitirá a empresa se antecipar e monitorar com maior eficiência o impacto fiscal de suas atividades. Desta forma, a controladoria direciona todos os seus esforços com vista a uma gestão tributária adequada a cada empreendimento, onde se é possível acompanhar com maior eficiência os tributos que estejam ligados às atividades das empresas, permitindo o desenvolvimento de planejamentos tributários coerentes, e o aperfeiçoamento dos processos e também dos responsáveis pelos procedimentos executados no desenvolvimento das atividades. Por fim, é importante enfatizar que este trabalho se propôs a expor a importância que a controladoria possui dentro das empresas, principalmente diante de um sistema tributário tão complexo. Campo este, onde a falta de informações, devido ao desprezo aos preceitos básicos da administração e principalmente da contabilidade, pontos cruciais para o desenvolvimento da controladoria, impede as empresas de saber o real resultado das suas operações, o que impacta diretamente no desenvolvimento e na estabilidade econômica das atividades empresariais. BIBLIOGRAFIA BARROS, Sidney Ferro. Contabilidade básica. 2. ed. São Paulo: IOB Thomson, 2005. BEUREN, Ilse Maria (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3. ed. 4. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009. CARLIN, Everson Luiz Breda. Auditoria, planejamento e gestão tributária. 1. ed. 2. reimpr. Curitiba: Juruá, 2010. CATELLI, Armando. Controladoria. São Paulo: Atlas, 1999. FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade tributária. 11. Ed. São Paulo: Atlas, 2009. HIGUCHI, Hiromi; HIGUCHI, Hiroshi Fábio; HIGUCHI, Celso Hiroyuki. Imposto de renda das empresas: interpretação e prática. 35. ed. 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