Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MICOLOGIA GERAL CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS FUNGOS 1.1. ULTRA-ESTRUTURA DA CÉLULA FÚNGICA 1.1.1. PAREDE CELULAR • QUITINA • CELULOSE 1.1.2. MEMBRANA CELULAR • ERGOSTEROL 1.1.3. CITOPLASMA • LOMASSOMA • RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO • COMPLEXO DE GOLGI • VACÚOLOS DIGETIVOS E DE RESERVA • LISOSSOMAS • MITOCÔNDRIAS • RIBOSSOMAS 1.1.4. NÚCLEO • MEMBRANA DUPLA E COM POROS • CROMATINA E NUCLÉOLO • FUSO MITÓTICO INTRANUCLEAR 1.2. ESTRUTURA SOMÁTICA (TALO) 1.2.1. MULTICELULAR (FILAMENTOSO) • HIFAS SEPTADAS HIALINAS • HIFAS SEPTADAS DEMÁCEAS • HIFAS ASSEPTADAS 1.2.2. UNICELULAR • LEVEDURAS 1.2.3. TIPOS MORFOLÓGICOS • FUNGOS FILAMENTOSOS SEPTADOS HIALINOS SEPTADOS DEMÁCEOS ASSEPTADOS • FUNGOS LEVEDURIFORMES 1.3. DIMORFISMO 1.3.1. FASE FILAMENTOSA A 25-30O C OU EM VIDA SAPRÓBIA 1.3.2. FASE LEVEDURIFORME A 37O C OU EM VIDA PARASITÁRIA 1.4. NUTRIÇÃO 1.4.1. HETEROTROFISMO PARA CARBONO • ACLOROFILADOS • SAPRÓBIOS OU DECOMPOSITORES • SIMBIONTES • COMENSAIS • PARASITAS • PREDADORES 1.4.2. TOMADA DE NUTRIENTES: ABSORÇÃO • EXOENZIMAS DIGETIVAS: HIDRÓLISE EXTRACELULAR DE MACROMOLÉCULAS • ENZIMAS ADAPTATIVAS: SÍNTESE DE NOVAS ENZIMAS 1.4.3. RESERVA GLICÍDICA: GLICOGÊNIO 1.5. RESPIRAÇÃO 1.5.1. AERÓBIOS 1.5.2. MICROAERÓFILOS 1.5.3. FERMENTADORES OBRIGATÓRIOS 1.5.4. ANAERÓBIOS OBRIGATÓRIOS 1.6. CRESCIMENTO VEGETATIVO 1.6.1. FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO • TEMPERATURA MESÓFILOS FAIXA:10-40o C ÓTIMO: 25-30o C TERMÓFILOS OU TERMO-TOLERANTES FAIXA: 20 -50o C ÓTIMO: 40o C MÁXIMO: 60-62o C PSICRÓFILOS OU PSICRO-TOLERANTES ÓTIMO: 0o C MÁXIMO: 20o C • UMIDADE XERÓFILOS: Aw 0,85 OSMOFÍLICOS OU OSMO-TOLERANTES: Aw 0,60 • LUMINOSIDADE FENÔMENO DE ZONEAMENTO CICLO DIA-NOITE • CONCENTRAÇÃO DE HIDROGÊNIO IONTE (pH) FAIXA: 4,5 - 8,0 ÓTIMO: 5,5 - 7,5 ACIDÓFILOS OU ÁCIDO-TOLERANTES: 2,0 - 3,0 BASÓFILOS: 10,0 -11,0 • AERAÇÃO METABOLISMO FÚNGICO 1.6.2. FORMAS DE CRESCIMENTO • ALONGAMENTO DAS ESTREMIDADES DA HIFA • ANASTOMOSE OU FUSÃO DE HIFAS • RAMIFICAÇÃO DE HIFAS 1.7. REPRODUÇÃO 1.7.1. UNIDADE REPRODUTIVA: ESPORO 1.7.2. MORFOLOGIA DAS ESTRUTURAS REPRODUTIVAS • ESPOROS • CÉLULAS ESPOROGÊNICAS • ESPORÓFOROS • ESPOROCARPOS 1.7.3. REPRODUÇÃO ASSEXUADA (IMPERFEITA OU ANAMÓRFICA) • FORMAÇÃO DE ESPOROS EXÓGENOS CONÍDIOS • FORMAÇÃO DE ESPOROS ENDÓGENOS ESPORÂNGIOSPOROS ZOOSPOROS • FRAGMENTAÇÃO DO TALO ARTROSPOROS CLAMIDOSPOROS FRAGMENTAÇÃO ACIDENTAL • BROTAMENTO OU GEMULAÇÃO BLASTOSPOROS PSEUDOHIFAS • CISSIPARIDADE OU DIVISÃO BINÁRIA 1.7.4. REPRODUÇÃO SEXUADA (PERFEITA OU TELEOMÓRFICA) • FASES DA REPRODUÇÃO SEXUADA PLASMOGAMIA CARIOGAMIA MEIOSE • FORMAÇÃO DE ESPOROS EXÓGENOS BASIDIOSPOROS • FORMAÇÃO DE ESPOROS ENDÓGENOS ASCOSPOROS ZIGOSPOROS 1.7.5. CICLO PARASSEXUADO • FASES DO CICLO PARASSEXUADO PLASMOGAMIA CARIOGAMIA MITOSE CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL REINO FUNGI FILO MYXOMYCOTA (FUNGOS GELATINOSOS OU SEM PAREDE CELULAR): APRESENTAM EM DETERMINADO ESTÁGIO DE SEU CICLO DE VIDA FASE PLASMODIAL OU PSEUDOPLASMODIAL FILO EUMYCOTA (FUNGOS COM PAREDE CELULAR): NÃO MOSTRAM FASE PLASMODIAL, FORMADOS POR HIFAS OU CÉLULAS DE LEVEDURAS SUBFILO BASIDIOMYCOTINA: HIFAS SEPTADAS OU LEVEDURAS; ESPOROS SEXUADOS (BASIDIOSPOROS) FORMADOS EM BASÍDIAS; ESPOROS ASSEXUADOS (CONÍDIOS) SUBFILO ASCOMYCOTINA: HIFAS SEPTADAS OU LEVEDURAS; ESPOROS SEXUADOS (ASCOSPOROS) FORMADO DENTRO DE ASCOS; ESPOROS ASSEXUADOS (CONÍDIOS) SUBFILO ZYGOMYCOTINA: HIFAS ASSEPTADAS; ESPOROS SEXUADOS (ZIGOSPOROS); ESPOROS ASSEXUADOS IMÓVEIS (ESPORÂNGIOSPOROS) FORMADOS NO INTERIOR DE ESPORÂNGIOS SUBFILO MASTIGOMYCOTINA: HIFAS ASSEPTADAS OU UNICELULAR; PRODUZEM ESPOROS ASSEXUADOS MÓVEIS POR PULSAÇÃO DE FLAGELOS (ZOOSPOROS); PRODUÇÃO DE OOSPOROS NA FASE SEXUADA SUBFILO DEUTEROMYCOTINA: HIFAS SEPTADAS OU LEVEDURAS; ESPOROS ASSEXUADOS (CONÍDIOS OU BLASTOSPOROS); ESTÁGIO SEXUAL AUSENTE OU NÃO DETERMINADO CLASSIFICAÇÃO MODERNA REINO FUNGI REINO FUNGI REINO FUNGI FILO FILO FILO MYXOMYCOTA BASIDIOMYCOTA BASIDIOMYCOTA EUMYCOTA ASCOMYCOTA ASCOMYCOTA SUBFILO ZYGOMYCOTA ZYGOMYCOTA BASYDIOMYCOTINA DEUTEROMYCOTA CHYTRIDIOMYCOTA ASCOMYCOTINA ZYGOMYCOTINA FUNGOS MITOSPÓRICOS MASTIGOMYCOTINA DEUTEROMYCOTINA NOMENCLATURA • DENOMINAÇÃO ANAMÓRFICA (IMPERFEITA OU ASSEXUADA) • DENOMINAÇÃO TELEOMÓRFICA (PERFEITA OU SEXUADA) ANAMORFO TELEOMORFO BLASTOMYCES AJELLOMYCES CANDIDA PICHIA CRYPTOCOCCUS FILOBASIDIELLA FILOBASIDIUM HISTOPLASMA AJELLOMYCES MICROSPORUM ARTHRODERMA SPOROTHRIX CERATOCYSTIS TRICHOPHYTON ARTHRODERMA MICOLOGIA MÉDICA COLETA DOS ESPÉCIMENS CLÍNICOS ESPÉCIMENS PROCEDIMENTOS Pele • Antissepsia das lesões com gaze embebida em álcool 70% • Escamas Dérmicas: coletar por raspagem a margem da lesão com uma lâmina de bisturi ou com o bordo cortante da lâmina de microscopia e pela técnica da fita adesiva • Vesículas e Bolhas: excisar com lâmina e bisturi ou bordo cortante da lâmina de microscopia Pêlos • Antissepsia das lesões de couro cabeludo com gaze embebida em álcool 70% • Coletar com raiz e bulbo piloso por arrancamento com pinça, técnica da escova de cabelo, técnica do quadrado de tapete, lâmpada de Wood • Lesões do tipo “pontos negros” e “poeira branca”: excisar com lâmina de bisturi Unhas • Antissepsia das lesões com gaze embebida em álcool 70% • Regiões Descoloradas, Distróficas ou Quebradiças: raspar com lâminas de bisturi ou cortar profundamente com tesoura Cascas e Crostas • Antissepsia das lesões com gaze embebida em álcool 70% • Coletar por arrancamento com pinça • Coletar eventuais grãos com seringa e agulha ou gaze umedecida em salina Mucosas • Cavidade Oral e Vaginal: coletar com swabs ou raspar com cureta ou espátula Abscessos • Antissepsia das lesões com gaze embebida em álcool 70% • Abscessos Fechados: punção do pus com seringa e agulha • Abscessos Abertos e Fístulas: swabs (não recomendável) Úlceras e Feridas • Antissepsia das margens da lesão com gaze embebida em álcool 70% • Coletar o pus das profundidades das feridas com seringa e agulha ou com swabs (não recomendável) • Coletar as úlceras por excisão ou biópsia • Coletar eventuais grânulos com seringa e agulha ou com gaze umedecida em salina Grãos • Coletar com seringa e agulha ou com gaze umedecida em salina ou soro fisiológico Olhos e Conjuntivas • Queratomicose: coletar material de infecção de córnea por raspagem com espátula ou lâmina de bisturi • Endoftalmite: coletar o material de lesão do globo ocular por punção com seringa e agulha • Conjuntivites: coletar o material da lesão com pipeta plástica ou swabs (não recomendável)Ouvido • Conduto auditivo externo: coletar o material por raspagem com espátula ou swabs (não recomendável) Nariz e Seios Paranasais • Coletar material da lesões por punção com seringa e agulha, curetagem, swabs ou biópsia Garganta e Nasofaringe • Coletar o material das lesões com swabs da faringe posterior (pilares tonsilares e úvula) ou curetagem Escarro • Antissepsia da cavidade bucal e orofaringe com escovamento com dentifrício e gargarejos com antessépticos • Espectoração Espontânea: obter três amostras matinais de escarro (5-10ml) • Expectoração Induzida: obter amostras matinais por fisioterapia ou nebulização com salina ou mucolíticos (10- 15ml) • Aspiração Gástrica: obter aspirado matinal de suco gástrico (10ml) • Trato Respiratório Inferior: obter por aspiração transtraqueal, escovamento brônquico, lavagem brônquica, e lavagem alveolar com broncoscópio Urina • Coletar três amostras matinais pelo jato médio de micção, cateterismo a partir do fluxo livre e aspiração suparpúbica (25-50ml) Fezes • Obter de forma natural ou com swabs retais Líquido Céfalorraquidiano • Antissepsia da região lombar • Coletar três amostras por punção lombo-espinhal no espaço entre as vértebras L3 e L4 (5-10 ml) Medula Óssea • Coletar por punção do osso esterno ou ilíaco (3-5 ml) com agulha e seringa com heparina estéril (1:1000) Sangue • Antissepsia do local da punção • Coletar por punção venosa (10 ml) com seringa e agulha ou frasco com vácuo e agulha dupla com heparina estéril (1:1000) Fluidos Corporais • Coletar por aspiração com seringa e agulha com heparina estéril (1:1000) Tecidos • Coletar por biópsia, abrangendo tecidos normais e lesionados (centro e periferia) Sorologia e Ensaio com Antifúngicos • Coletar sangue por punção venosa (10 ml) com seringa e agulha ou frasco com vácuo e agulha dupla com heparina estéril (1:1000) ESPÉCIMENS CLÍNICOS E PATÓGENOS RELACIONADOS Pele, Pêlos, Unhas e Tecido Subcutâneo Trato Respiratório Trato Genito- Urinário Sangue e Medula Óssea LCR Microsporum spp. Aspergillus spp. Candida spp. Candida spp. Cryptococcus neoformans Trichophyton spp. Histoplasma capsulatum Cryptococcus neoformans Cryptococcus neoformans Histoplasma capsulatum Epidermophyton floccosum Paracoccidioides brasiliensis Sporothrix schenckii Histoplasma capsulatum Coccidioides immitis Malassezia fufur Coccidioides immitis Histoplasma capsulatum Paracoccidioides brasiliensis Candida spp. Piedraia hortae Cryptococcus neoformans Paracoccidioides brasiliensis Coccidioides immitis Trichosporon beigelii Agentes hialohifomicose Coccidioides immitis Blastomyces dermatitidis Candiada spp. Agentes feohifomicose Sporothrix schenckii Agentes zigomicose Cryptococcus neoformans Histoplasma capsulatum Paracoccidioides brasiliensis Coccidioides immitis Paracoccidiides loboi Pele, Pêlos, Unhas e Tecido Subcutâneo Trato Respiratório Trato Genito- Urinário Sangue e Medula Óssea LCR Rinosporidium seeberii Agentes hialohifomicose Agentes feohifomicose Agentes cromomicose Agentes zigomicose TRANSPORTE DOS ESPÉCIMENS CLÍNICOS ESPÉCIMENS PROCEDIMENTOS Espécimens Dermatológicos • Placa de Petri • Lâmina de microscopia • Papel dobrado ou envelope 10x10 cm • Fita adesiva colada à lamina de microscopia Cascas e Crostas • Placa de Petri • Papel dobrado ou envelope Mucosas • Swabs em frasco com meio de transporte ou com salina ou água destilada • Refrigeração a 4o C Abscessos • Seringa de coleta • Placa de Petri • Tubo de ensaio Úlceras e Feridas • Frasco com salina ou água estilada • Gaze embebida em salina ou água destilada Grãos • Seringa de coleta • Gaze embebida em salina ou água destilada • Frasco com salina ou água destilada Olhos e Conjuntivas • Material coletado é inoculado diretamente no meio de isolamento Ouvido • Placa de Petri • Tubo de ensaio • Swabs em meio de transporte ou com salina Nariz e Seios Paranasais • Punção: seringa de coleta • Biópsia: frasco com salina ou água destilada Escarro e Secreções Pulmonares • Placa de Petri • Frascos de coleta • Refrigeração a 4o C Urina • Frasco de coleta • Refrigeração a 4o C Fezes • Frasco de coleta Líquido Cefalorraquidiano • Frasco de coleta Médula Óssea • Seringa de coleta • Frasco de coleta • Frasco de heomocultura bifásico Sangue • Seringa de coleta • Frasco de coleta Fluidos Corporais • Seringa de coleta • Frasco de coleta Tecidos • Frasco com salina ou água destilada • Refrigeração a 4o C PROCESSAMENTO DO ESPÉCIMEN CLÍNICO 1. ESPÉCIMENS INADEQUADOS Amostra transportada incorretamente Amostra sem identificação Amostra insuficiente para execução de todos os procedimentos requeridos Amostra tardiamente enviada Amostra para análise micológica “formalina-fixada” Amostra em swabs ressecados Amostra de urina com mais de 24 horas CRITÉRIOS DE INADEQUAÇÃO Amostra de escarro com mais de 24 horas e/ou com saliva ou secreções nasais 2. EXAME MACROSCÓPICO DOS ESPÉCIENS CLÍNICOS OBJETIVOS • Avaliar a natureza e a qualidade da amostra • Detectar as regiões mais representativas • Sanguinolentas • Purulentas • Caseosas REGIÕES DE ELEIÇÃO • Necróticas • Grãos 3 PREPARAÇÃO DOS ESPÉCIMENS CLÍNICOS PARA ANÁLISES OBJETIVOS • Aumentar as chances de detecção de patógenos presentes em pequenas quantidades na amostra clínica • Permitir o cultivo quantitativo 3.1. CONCENTRAÇÃO DE ORGANISMOS • CENTRIFUGAÇÃO Escarro Urina Pus Líquido Céfalo-raquidiano 1500-2500rpm / 10-15 minutos (ressuspensão do sedimento em salina) • FILTRAÇÃO Espécimens Clínicos Membrana filtrante de 0,45µm 3.2. LIQUEFAÇÃO E HOMOGENEIZAÇÃO DE ORGANISMOS Espécimens Clínicos Processamento Escarro • Pancreatina 0,5% • N-acetil-L-cisteína 0,5% • Ditiotreitol Tecido • Fragmentos de 0,5-1,0 cm • Trituração em gral e pistilo Fezes • Homogeneização de 0,3 g de amostra em 3 ml em água destilada • Diluições decimais da suspensão de fezes em água destilada • Plaqueamento com alíquotas de 1,0-0,5 ml ESQUEMA DE TRABALHOCentrifugação Sobrenadante Sedimento Sorologia Desprezar Microscopia Cultura Escarro (5-10ml) Liqüefação (frasco de Agitar em Pancreatina 0,5% (2h temperatura ambiente) 4. EXAME MICROSCÓPICO DIRETO DOS ESPÉCIMENS CLÍNICOS OBJETIVOS • Avaliar a magnitude e o tipo de resposta inflamatória • Confirmar a qualidade da amostra • Evidenciar presuntivamente a presença de elementos fúngicos 4.1. MICROSCOPIA Campo Claro Campo Escuro 20X Contraste de Fase FONTE DE LUZ Fluorescência OBJETIVAS 40x 4.2. COLORAÇÕES DIRETAS • Elementos fúngicos visualizados em sua coloração natural Montagem em Salina • Diagnóistico diferencial com o Trichomonas vaginalis Montagem em Hidróxido de Potássio • Dissolução das estruturas teciduais e clareamento dos pigmentos sem alteração das estruturas fúngicas Montagem em Hidróxido de Potássio e Dimetilsulfóxido • Aumento da velocidade de dissolução das estruturas teciduais • Coloração específica para parede celular fúngica Montagem em Ácido Periódico de Schiff • Fungos visualizados em vermelho sobre um fundo verde • Coloração de fundo Montagem em Tinta da China • Visualização das cápsulas de Cryptococcus neoformans • Absorção específica pela parede celular fúngica Montagem em Branco de Calcoflúor • Elementos fúngicos fluorescentes • Empregada em bacteriologia (esfregaços sangue) Montagens em Gram, Giemsa ou Wright • Leveduras (Gram positivas) 4.3. EXAME MICROSCÓPICO DIRETO DOS ESPÉCIMENS CLÍNICOS ESPÉCIMENS PROCEDIMENTO Espécimens Dermatológicos (pele, pêlos e unhas) • Digerir as escamas de pele, fragmentos de unha e fios de cabelo em KOH sobre lâmina e lamínula durante 15-20 minutos e/ou aquecer a preparação sobre a chama do bico de Bunsen • Amostra obtida em fita adesiva: digerir em KOH e fazer a leitura sem lâmina • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Abscessos • Digerir o espécimen cru ou processado (Liquefação e/ou centrifugação) em KOH sobre lâmina e lamínula durante 5-10 minutos • Confeccionar esfregaços corados pelo Gram • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Úlceras e Feridas • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Cascas e Crostas • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Mucosas • Estender o swab sobre a lâmina de vidro e cobrir com lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Olhos e Conjuntivas • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Ouvido • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Nariz e Seios Paranasais • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Garganta e Nasofaringe • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Confeccionar esfregaços corados pelo Gram • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Escarro e Secreções Pulmonares • Digerir por 5-10 minutos os espécimens crus ou tratados (liquefação e centrifugação) em KOH sobre a lâmina de vidro e cobrir com lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Urina • Digerir o sedimento centrifugado de urina em KOH sobre lâmina e lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Fezes • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Confeccionar Gram • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro ou contraste de fase Líquido cefalorraquidiano • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Contracorar com tinta da china • Confeccionar esfregaços corados pelo Giemsa ou Wright ou Gram • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Medula Óssea • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula • Confeccionar esfregaços corados pelo Giemsa, Wright ou Gram • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Sangue • Confeccionar esfregaços corados pelo Giemsa, Wright ou Gram • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro, contraste de fase Fluidos Corporais • Digerir o espécimen em KOH sobre lâmina e lamínula por 5-10 minutos • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase Tecidos • Digerir os fragmentos representativos dos espécimens em KOH sobre lâmina e lamínula • Fonte de Luz: campo claro, campo escuro e contraste de fase 5. CULTURA 5.1. OBJETIVOS ISOLAMENTO PRIMÁRIO • Recuperar fungos a partir dos espécimens clínicos • Avaliar características específicas e diferenciais fúngicas (estrutura de reprodução e produção de pigmentos) • Confirmação bioquímica • Eliminar a contaminação e confirmar a pureza ISOLAMENTO SECUNDÁRIO • Eliminar a presença de inibidores 5.2. MEIOS DE CULTURA • ISOLAMENTO PRIMÁRIO MEIOS BÁSICOS MEIOS DE CULTURA Não Seletivos FINALIDADE Agar de Sabouraud dextrosado (SDA) Recuperação de fungos oportunistas de sítios não contaminados Agar infusão de cérebro-coração (BHIA) Recuperação de fungos patogênicos de sítios anatômicos não contaminados Agar triptocaseína-soja (TSA) Recuperação de fungos patogênicos de sítios anatômicos não contaminados Agar de Sabouraud e infusão de cérebro-coração (SABHI) Recuperação de fungos patogênicos de sítios anatômicos não contaminados Infusão de cérebro-coração bifásico Recuperação de fungos patogênicos de sangue Triptocaseína-soja bifásico Recuperação de fungos patogênicos de sangue MEIOS SELETIVOS • ANTIMICROBIANOS SUPLEMENTAÇÃO COM ANTIMICROBIANOS Cloranfenicol Estreptomicina Gentamiciana Antibióticos Penicilina Antifúngico Cicloheximida (actidione) • TIPOS DE MEIOS MEIO DE CULTURA SELETIVOS FINALIDADE Agar de Sabouraud dextrosado com cloranfenicol Recuperação de fungos oportunistas de sítios contaminados Agar mycosel (SDA com cloranfenicol e cicloheximida) Recuperação de dermatófitos Dermatophyte Teste Medium (DTM) Recuperação de dermatófitos Agar infusão de cérebro-coração com cloranfenicol e cicloheximida Recuperação de fungos patogênicos de sítios contaminados Agar triptocaseína soja com cloranfenicol e cicloheximida Recuperação de fungos patogênicosde sítios contaminados Agar de Sabouraud dextrosado e infusão de cérebro-coração com cloranfenicol e cicloheximida Recuperação de fungos patogênicos de sítios contaminados MEIOS ENRIQUECIDOS MEIOS COM SANGUE DE CARNEIRO FINALIDADE Agar infusão de cérebro-coração com ou sem antimicorbianos e sangue (BHIA) Recuperação de fungos patogênicos Agar de Sabouraud e infusão de cérebro- coração com ou sem antimicrobianos e sangue (SABHI) Recuperação de fungos oportunistas e patogênicos • ISOLAMENTO SECUNDÁRIO MEIOS DE CULTURA MEIOS DE CULTURA FINALIDADE Agar de Sabouraud dextrosado Identificação de dermatófitos, Hifomicetos (fungos filamentosos hialinos e demáceos), zigomicetos e leveduras Agar batata dextrosado Identifiação de dermatofitos e hifomicetos Meio de arroz Identifiação de dermatofitos e hifomicetos Agares “Trichophyton” Identificação de dermatófitos do gênero Trichophyton Agar uréia de Christensen Identificação de dermatófitos e leveduras Agar Czapeck Identificação de Aspergillus e Penicilliun Agar infusão de cérebro-coração Identificação de fungos dimórficos Agar triptocaseína-soja Identificação de fungos dimórficos Agar milho com tween 80 Identificação de leveduras Agar semente de niger Identificação de Cryptococcus neoformans Agar CGB Identificação das variedades de Cryptococcus neoformans Agares ascosporos-indutores (meio de Gorodkowa, e agar malte) Identificação de leveduras ascosporadas Agar base de nitrogênio-leveduras (YNB) Assimilação de carbohidratos Agar base de carbono-leveduras (YCB) Assimilação de nitrato Caldo de fermentação extrato de levedura-petona (ou extrato de carne-peptona) Fermentação de carbohidratos 5.3. RECIPIENTES DE CULTURA PLACA DE PETRI X TUBO DE ENSAIO CARACTERÍSTICA PLACA DE PETRI TUBO DE ENSAIO Área superficial Grande Pequena Suprimento de oxigênio Bom Pobre Taxa de desidratação do meio Relativamente rápida Relativamente lenta Segurança na abertura e fechamento Relativamente pequena Relativamente boa Risco de contaminação da cultura e ambiente Relativamente alto Relativamente baixo Detecção de culturas mistas Relativamente fácil Relativamente difícil Espaço ocupado Relativamente grande Relativamente pequeno 5.4. TÉCNICAS DE INOCULAÇÃO • ISOLAMENTO PRIMÁRIO Alças de metal Swabs Seringas e agulhas Pipetas Alça de Drigalski EQUIPAMENTOS Alça de Hockey Formato de letra “C” ESGOTAMENTO Formato de letra “X” • ISOLAMENTO SECUNDÁRIO Alça em “L” (fungos filamentosos) EQUIPAMENTOS Alça em “gota” (fungos leveduriformes) Picada (fungos filamentosos) ESGOTAMENTO Estrias (fungos leveduriformes) • INOCULAÇÃO NO MEIO DE CULTURA ESPÉCIMENS PROCEDIMENTO Espécimens dermatológicos (pele, pêlos e unhas) • Inocular diretamente no meio de cultura fragmentos de escamas dérmicas, unha e pêlos com alça umedecida em salina ou água destilada • Inocular os espécimens obtidos em fita adesiva com a parte gomada diretamente sobre o meio de cultura, deixando por 3 dias • Inocular espécimens de couro cabeludo obtidos pelas técnicas do “quadrado de tapete” ou “escova de cabelo” por impressão no meio de cultura (agar mycosel, DTM) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Abscessos • Inocular o material cru ou processado diretamente sobre o meio de cultura (BHIA, SDA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Úlceras e Feridas • Inocular o material diretamente sobre o meio de cultura (BHIA, SDA) • Grãos devem ser lavados em salina por 3 vezes e então esmagados com bastão de vidro e inoculados no meio com pipetas • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Cascas e Crostas • Inocular diretamente os espécimens sobre o meio de cultura (BHIA, SDA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Membrana Mucosa • Esgotar o swab sobre a superfície do meio de cultura (SDA, BHIA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Olhos e Conjuntivas • Inocular diretamente sobre o meio de cultura (SDA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativa depois de 4 semanas Ouvído • Inocular diretamente sobre o meio de cultura (SDA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Nariz e Seios Paranasais • Inocular diretamente sobre o meio de cultura (SDA, BHIA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Garganta e Nasofaringe • Esgotar o swab na superfície do meio de cultura (SDA, BHIA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Escarro • Inocular 0,5 ml do espécimen cru ou processado (liquefeito e/ou centrifugado) no meio de cultura (BHIA, SDA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Urina • Inocular o sedimento de urina diretamente sobre a superfície do meio de cultura (BHIA) • Contagens padrões: inocular 100-500µl do sedimento de urina em SDA • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Fezes • Amostras pastosas: inocular diretamente sobre o meio de cultura (SDA) • Amostras em salina (homogeneizadas em salina): suspensões ou diluições decimais são inoculadas diretamente no meio de cultura (SDA) em alíquota de 0,1-0,5 ml • Swabs retais: esgotar sobre o meio de cultura (SDA) • Contagens padrões: inocular diretamente em SDA • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Líquido Céfalo-raquidiano • Inocular com pipeta os espécimens crus ou processados (sedimento) sobre o meio e cultura (BHIA, AGAR NIGER) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Medula Óssea • Inocular diretamente sobre o meio de cultura (BHIA) • Inocular em frasco de hemocultura bifásico (BHI- BIFÁSICO) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas (Histoplasma capsulatum: 12 semanas) Sangue • Inocular (0,5ml) diretamente sobre o meio de cultura (BHIA) • Inocular (10ml) em frasco de hemocultura bifásico (BHI-BIFÁSICO) • Incubar aerobicamente a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas(Histoplasma capsulatum: 12 semanas) Fluidos Corporais • Inocular os epécimens crus ou processados (sedimento) diretamente no meio de cultura (BHIA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas Tecidos • Inocular 4-5 fragmentos diretamente sobre o meio de cultura (BHIA) • Grãos: lavar em salina, esmagar e inocular diretamente no meio de cultura (BHIA) • Incubar a 30o C e examinar diariamente • Descartar como negativo depois de 4 semanas 5.5. TEMPERATURA DE INCUBAÇÃO INCUBAÇÃO ORGANISMO Temperatura 27-28o C Sporothrix schenckii Temperatura de 30o C Fungos oportunistas Temperatura de 37o C Fungos dimórficos 5.6. TEMPO DE INCUBAÇÃO 1 semana (leveduras) 2 semanas (dermatófitos, hifomicetos e zigomicetos) 4 semanas (outros, incluindo os dimórficos INCUBAÇÃO 12 semanas (Histoplasma capsulatum) 5.7. TAXA DE CRESCIMENTO Tipo de meio de cultura Temperatura de incubação Características fisiológicas dos fungos Quantidade de inóculo (no.. de UFC’s) Isolamento Primário Presença de substâncias inibidoras Tipo de meio de cultura Temperatura de incubação Isolamento Secundário Características fisiológicas dos fungos 5.8. VELOCIDADE DE CRESCIMENTO GRUPO CRESCIMENTO Crescimento Rápido < 5 dias Crescimento Intermediário 6-10 dias Crescimento Lento > 11 dias FUNGOS FILAMENTOSOS LEVEDURAS Hifas Asseptadas Hifas Septadas Zygomycetes Demáceos Hialinos Isolados comumente: Rhizopus Mucor Isolados raramente: Syncephalastrum Circinella Cunninghamella Absidia Conídios multicelulares: Septos transversais e longitudinais Alternaria Stemphylium Epicoccum Curvularia Dreschslera Conídios unicelulares: Cladosporium Nigrospora Aureobasidium Produção de picnídios: Phoma Produção de peritécios: Chaetomium Espécies de crescimento lento: Cladosporium carrionii Phialophora verrucosa Exophiala jeanselmei Fonsecaea pedrosoi Conidióforos que terminam em uma vesícula: Aspergillus spp. Conidióforos que se ramificam em um penicilio: Penicillium Paecilomyces Scopulariopsis Conídios em rácimos: Acremonium Trichoderma Gliocladium Fusarium Conídios transportados isoladamente: Chrysosporium Sepedonium Scedosporium (P. boydii) Dermatófitos: Espécies de Microsporum M. audouinii M. canis M. gypseum Espécies de Trichophyton T. mentagrophytes T. rubrum T. tonsurans T. verrucosum T. schoenleinii T. violaceum Espécies de Epidermophyton E. floccosum Fungos dimórficos: Blastomyces dermatitidis Histoplasma capsulatum Coccidioides immitis Paracoccidioides brasileinsis Sporotrix schenckii Formam hifas em agar milho com tween 80 Pseudohifas: Espécies de Candida C. albicans C. tropicalis C. parapsilosis C. pseudotropicalis C. krusei C. guilliermondii Artrosporos: Geotrichum Trichosporon Não formam hifas em agar milho com tween 80 Cryptococcus Rhodotorula Candida glabrata Saccharomyces FUNGOS COMUMENTE ENCONTRADOS NO LABORATÓRIO CLÍNICO: UM ESQUEMA PRÁTICO IDENTIFICAÇÃO DOS ISOLADOS FÚNGICOS 1. FUNGOS FILAMENTOSOS 1.1. EXAME MACROSCÓPICO GRANDE VARIAÇÃO DEVIDO ÀS CONDIÇÕES DE CULTIVO BAIXA CONFIABILIDADE, MESMO PARA ISOLADOS ENDÊMICOS CULTURAS PRIMÁRIA SECUNDÁRIA PERMITE A DISTINÇÃO ENTRE FUNGOS FILAMENTOSOS E LEVEDURIFORMES CARACTERÍSTICAS COLONIAIS TEXTURA (DESCRIÇÃO DA ALTURA DAS HIFAS AÉREAS) ALGODONOSA: ALTO E DENSO MICÉLIO AÉREO VELUTINA: BAIXO MICÉLIO AÉREO GRANULAR OU PULVERULENTA: PLANA E ARENOSA GLABROSA: LUSTROSAS, LISAS E PLANAS (SEM MICÉLIO AÉREO) TOPOGRAFIA (RELEVO SUPERFICIAL DAS COLÔNIAS) PLANA OU LISA: SEM TOPOGRAFIA RUGOSA: SULCOS PROFUNDOS UMBELIFORME: ELEVAÇÃO CENTRAL EM FORMA DE BOTÃO UMBELICADA: REENTRÂNCIA CENTRAL VERRUCOSA: SUPERFÍCIE RUGOSA COM REENTRÂNCIAS ELEVADA: MODERADA ELEVAÇÃO MONTICULAR: GRANDE ELEVAÇÃO CONVEXA: PEQUENA ELEVAÇÃO CURVA COLORAÇÃO PIGMETAÇÃO DE ESPOROS E MICÉLIO 1.2. EXAME MICROSCÓPICO DA CULTURA BASE PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS FILAMENTOSOS CULTURAS PRIMÁRIA SECUNDÁRIA ESTUDO DA MICROMORFOLOGIA DAS ESTRUTURAS REPRODUTIVAS E VEGETATIVAS TÉCNICAS EXAME DIRETO • FRAGMENTOS DA CULTURA EM TUBO OU PLACA MONTADOS ENTRE LÂMINA E LAMÍNULA • PERMITE ESTUDO IMEDIATO DAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS • DESORGANIZA AS ESTRUTURAS FÚNGICAS DURANTE A CONFECÇÃO DA PREPARAÇÃO MICROSCÓPICA CULTIVO EM LÂMINA • INOCULAÇÃO EM MEIO SÓLIDO (AGAR DE SABOURAUD) OU LÍQUIDO (CALDO DE SABOURAUD) DEPOSITADOS SOBRE LÂMINA OU LAMÍNULA • DEMORA NO DIAGNÓSTICO DEVIDO AO TEMPO DE INCUBAÇÃO DOS MICROCULTIVOS • MANUTANÇÃO DA INTEGRIDADE DAS ESTRUTURAS MICROSCÓPICAS FÚNGICAS LÍQUIDOS DE MONTAGENS • LACTOFENOL DE AMAN: FUNGOS DEMÁCEOS • LACTOFENOL COM AZUL DE ALGODÃO: FUNGOS HIALINOS 1.3. DIMORFISMO • Critério útil para a identificação de fungos patogênicos • Fungos dimórficos apresentam uma morfologia filamentosa na natureza e uma morfologia leveduriforme ou de esférulas em parasitismo 1.4. TAXA DE CRESCIMENTO • Velocidade de crescimento é um critério aplicável a identificação fúngica • Fatores intrínsecos e extrínsecos condicionam a velocidade de crescimento 1.5. TERMO-TOLERÂNCIA Influencia a taxa de crescimento Empregada para a obtenção da fase leveduriforme de fungos dimórficos Temperatura de Incubação Seleção de organismos resistentes a altas temperaturas (crescimento a cima de 40o C) TERMO-TOLERÂNCIA DE ALGUNS FUNGOS DE INTERESSE MÉDICO FUNGO LIMITE DE CRESCIMENTO Absidia corymbifera 45-50o C Aspergillus fumigatus 48-50o C Cladosporium bantianum 42-43o C Cladosporium carreonii 37o C Cladosporium trichoides 37-42o C Cunnighamella bertholletiae 42o C Cunnighamella ellegans 40o C Fonsecaea pedrosoi 38o C Pseudoallescheria boydii 37o C Rhizomucor pusillus 50-55o C Rhizopus microsporus 45o C Rhizopus oryzae 45o C Trichophyton concentricum 37o C Trichophytonmentagrophytes 37o C Trichophyton schoenleinii 37o C Trichophyton verrucosum 37o C Wangiella dermatitidis 42-43o C 1.6. RESISTÊNCIA À CICLOHEXIMIDA • Permite a separação de fungos contaminantes (sensíveis) e patogênicos (normalmente resistentes) • Emprega-se o agar mycosel em conjunto com o agar de Sabouraud e incuba-se a 25o C FUNGOS RESISTENTES FUNGOS SENSÍVEIS Blastomyces dermatitidis Aspergillus fumigatus Paracoccidioides brasiliensis Penicillium spp. Histoplasma capsulatum Scopulariopsis spp. Sporothrix schenckii Paecylomyces spp. Coccidioides immitis Absidia spp. Epidermophyton foccosum Mucos spp. Trichophyton spp Rhizopus spp. Microsporum spp. Alterrnaria spp. Curvularia spp. OBS: Dimórficos: fase leveduriforme inibida a 37o C e não a 25o C 1.7. DEMOSTRAÇÃO DE BALISTOSPOROS • Fungos Zygomycetes (Basidiobolus e Conidiobolus) podem ser presuntivamente identificados pela produção de balistosporos, que são violentamente ejetados para o ambiente 1.8. TESTE DA PERFURAÇÃO DO FIO DE CABELO • Utilizado para diferenciar o Trichophyton mentagrophytes do Trichophyton rubrum • Trichopyton mentagrophytes produz perfurações cônicas no pêlo 1.9. TESTES FISIOLÓGICOS • Menor importância no diagnóstico de fungos filamentosos 1.10. HIDRÓLISE DA URÉIA • Empregado para diferenciar o Trichophyton mentagrophytes do Trichophyton rubrum • Trichophyton mentagrophytes é urease-positiva, alterando a coloração do meio de amarelo para vermelho 1.11. PROVAS NUTRICIONAIS • Utilizado para diferenciar, dentro do gênero Trichophyton, as diversas espécies que apresentam diferentes requerimentos de vitaminas e ácidos orgânicos PROVAS NUTRICIONAIS ESPÉCIES DE TRICHOPHYTON REQUERIMENTO NUTRICIONAL (AGARES TRICHOPHYTON) Trichophyton tonsurans Trichophyton violaceum Tiamina Trichophyton verrucosum Tiamina (84%) Tiamina e Inositol (16%) Trichophyton equinum Ácido Nicotínico Trichopyton megninii Histidina 1.12. PROVA DE CRESCIMENTO EM ARROZ • Empregado na distinção do Microsporum canis e Microsporum audouinii • Microsporum canis cresce, produzindo descoloração amarelada no meio 1.13. PRODUÇÃO DE PIGMENTOS • Empregado para separar o Microsporum persicolor do Trichophyton mentagrophytes: Microsporum persicolor produz pigmento rosa • Empregado para separar o Trichophyton mentagrophytes do Trichophyton rubrum: Trichophyton rubrum produz pigmento vinho 2. FUNGOS LEVEDURIFORMES CRITÉRIO PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS LEVEDURAS Aparência e cor da colônia (produção de pigmentos) Tamanho e formato da célula Presença de cápsula Produção de hifas e/ou pseudohifas Habilidade de produzir tubo germinativo Habilidade de produzir clamidosporos Critérios Morfológicos Habilidade de produzir artrosporos Assimilação de carbohidratos Assimilação de Nitrato Critérios Bioquímicos Fermentação de Carbohidratos QUANDO IDENTIFICAR AS LEVEDURAS ISOLADAS ? • Cinquenta por cento ou mais de todas as amostras remetidas ao laboratório para cultivo contém leveduras. Comumente, estas fazem parte da microbiota e não é necessário identificaçá-las • Menos de dez por cento dos pacientes com cultura positiva para leveduras apresentam infecção por esses organismos • JUSTIFICATIVAS PARA A IDENTIFICAÇÃO 1. Leveduras recuperadas de sítios estéreis, incluindo LCR, sangue. Líquido sinovial, abdominal e toráxico devem ser identificados 2. Leveduras obtidas de pacientes seriamente debilitados ou imunocomprometidos ou daqueles com fortes suspeitas de infecção micótica devem ser identificadas 3. Leveduras obtidas de secreções respiratórias não devem ser identificadas na rotina; contudo, deve-se pesquisar a presença de Cryptococcus neoformans 4. Leveduras isoladas em grande quantidade devem ser identificadas 5. Leveduras isoladas de vários espécimens coletados sucessivamente de um mesmo sítio anatômico, com exceção das secreções respiratórias, devem ser identificadas 6. Leveduras recuperadas simultaneamente de mais de um sítio anatômico devem ser identificadas. Se os isolados são da mesma espécie pode-se suspeitar de uma infecção disseminada 7. Leveduras diferentes recuperadas de múltiplos espécimens colhidos de um mesmo paciente não devem ser identificadas. Normalmente indicam contaminação 2.1. EXAME MACROSCÓPICO CULTURAS PRIMÁRIA SECUNDÁRIA Pouco distintivo paras as espécies de levedura • CRITÉRIOS MACROMORFOLÓGICOS Textura Topografia Bordos Meios Sólidos Coloração Meios Líquidos (Caldo de Sabouraud) Película • CARACTERÍSTICAS COLONIAIS Úmida / Seca Membranosa Glabrosa Cremosa / Pastosa TEXTURA Mucóide Plana Rugosa Topografia Elevada Forma Compacta Branca Creme Acinzentada Amarelas Vermelhas Coloração Alaranjadas Brilhantes ou Lustrosas Outros Aspectos Opacas 2.2. EXAME MICROSCÓPICO CULTURAS PRIMÁRIA SECUNDÁRIA Fragmentos de cultura depositados em azul de algodão sobre lâmina e lamínula. Luz reduzida para a análise micromorfológica 2.3. TUBO GERMINATIVO • Presuntivo para Candida albicans • Produzido em soro humano ou animal ou em clara de ovo a temperatura de 37o C em 2-3h 2.4. PRODUÇÃO DE CLAMIDOSPOROS EM AGAR MILHO • Presuntiva de Candida albicans • Morfologia em agar milho: identificação presuntiva de outras Candidas e leveduras (Cryptococcus neoformans, Geotrichum e Trichosporon) ESTRUTURAS MORFOLÓGICAS ENCONTRADAS EM AGAR MILHO Micélio Pseudomicélio Clamidosporos Blastosporos com diversas disposições Artrosporos gemulantes / não gemulantes ORGANISMOS E ESTRUTURAS RELACIONADAS Candida albicans Clamidosporos Trichosporon Artrosporos gemulantes Geotrichum Artrosporos não gemulantes Rhodotorula Blastosporos sem hifa e pseudohifas Candida glabrata Blastosporos densamente agrupados sem hifas e pseudoihifas Cryptococcus neoformans Blastopsoros sem hifas e pseudohifas 2.5. DEMOSTRAÇÃO DE CÁPSULA • Presuntivo para Crytptococcus neoformans • Preparações com tinta da china ou nigrosina (coloração de fundo) • Cápsulas hialinas são vistas em trono das células gemulantes 2.6. PRODUÇÃO DE BALISTOSPOROS • Distinção entre Rhodotorula e Sporobolomyces (leveduras vermelhas) • Balistosporos são produzido por Sporobolomyces 2.7. PRODUÇÃO DE ASCOSPOROS • Identificação de Saccharomyces e Hansenula que produzem fase sexual em cultura • Exame microscópico em salina com objetiva de imersão • Exame microscópico em colorações para ascosporos ASCOSPOROS: VERMELHOS MÉTODO DE ZIEL-NEELSEN CÉLULAS VEGETATIVAS: AZUIS ASCOS: ROSAS ASCOSPOROS: VERDES MÉTODO DE WIRTZ BLASTOSPOROS: VERMELHOS2.8. TESTES FISIOLÓGICOS Empregado para a identificação específica das leveduras. A maioria não produz estruturas morfológicas aproveitáveis para a identificação • ASSIMILAÇÃO DE CARBOHIDRATOS Empregada para determinar a habilidade da levedura em utilizar um carbohidrato específico como única fonte de carbono na presença de CO2 • ASSIMILAÇÃO DE NITRATO Empregado para determinar a capacidade da levedura em utilizar o nitrato inorgânico como única fonte de nitrogênio • FERMENTAÇÃO DE CARBOHIDRATOS Empregada para deteminar a capacidade da levedura em desdobrar um carbohidrato específico, formando CO2 e etanol, na ausência de Oxigênio • HIDRÓLISE DA URÉIA Empregada para determinar a capacidade da levedura em produzir urease para hidrolisar a uréia • TESTE DA FENOL OXIDASE Empregada para determinar a capacidade da levedura em produzir fenol-oxidase para formar pigmentos melanóides a apartir de orto e para difenóis • CRESCIMENTO A TEMPERATURA DE 37O C Empregada em conjunto com outras provas, pois isoladamente é de valor marginal • RESISTÊNCIA À CICLOHEXIMIDA Utilizada em conjunto com outras provas LEVEDURA SENSÍVEIS LEVEDURAS RESISTENTES Candida parapsilosis Candida albicans Candida krusei Candida tropicalis Candida glabrata Crytptococcus neoformans • AGAR CANAVANINA-GLICINA-AZUL DE BROMOTIMOL Empregado para determinar as variedades de Cryptococcus neofromans: Variedade neoformans Veriedade gatti HISTOPATOLOGIA Coloração Cor do Fungo Vantagens Limitações Hematoxilina & Eosina Rosa a rosa azulado Mostra a resposta tecidual; cora alguns fungos; não mascara a coloração natural fúngica; revela o fenômeno de Splendore- Hoppli Muitos fungos são pobremente corados ou não se coram Gormori-Grocott Marron escuro sobre um fundo verde claro Os fungos são mais prontamente detectados Mascara a coloração fúngica natural e pode encobrir detalhes internos dos fungos; a resposta tecidual pode ser detectada Ácido Periódico de Schiff Rosa avermelhado sobre um fundo verde Os fungos são mais prontamente detectados Mascara a coloração fúngica natural e pode encobrir detalhes internos dos fungos; a resposta tecidual pode ser estudada; muitos elementos teciduais também se coram C o l o r a ç õ e s E s p e c i a i s p a r a F u n g o s Gridley Vermelho púrpura sobre um fundo amarelo Os fungos são mais prontamente detectados; detalhes morfológicos dos fungos são visíveis Mascara a coloração fúngica natural; fungos não viáveis no momento da fixação tecidual podem não ser corados Mucicarmin de Mayer Cápsula de Cryptococcus neoformans vermelha sobre um fundo púrpura Permite a diferenciação do C. neoformans das outras leveduras Não é específica para C. neoformans e algumas células podem não se corar; o Rhinosporidium seeberi e o Blastomyces dermatitidis podem ser corados IMUNODIAGNÓSTICO Micoses Sistêmicas F i x a ç ã o d e C o m p l e m e n t o C o n t r a i m u n o e l e t r o f o r e s e E n s a i o i m u n o e n z i m á t i c o E x o a n t í g e n o A n t i c o r p o F l u o r e s c e n t e I m u n o d i f u s ã o A g l u t i n a ç ã o e m L á t e x P r o v a d o Á c i d o N u c l é i c o ( D N A ) R a d i o i m u n o e n s a i o T e s t e d e S s e n s i b i l i d a d e C u t â n e a A g l u t i n a ç ã o e m T u b o P r e c i p i t a ç ã o e m T u b o Aspergilose X X X X X X X Blastomicose X X X X X X X X Candidíase X X X X X X Coccidioidomicose X X X X X X X X Criptococose X X X X X Histoplasmose X X X X X X X X X Paracoccidioidomicose X X X X X X X Esporotricose X X X X X X X X
Compartilhar