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MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA Clínica – NP2 Diagnóstico diferencial de Bacilos Gram-negativos Fermentadores (Enterobactérias) Enterobactérias → Maior e mais heterogênea família de BGN de importância médica. → Escherichia coli; Salmonella spp; Shigella spp; Klebsiella pneumoniae → Habitat: solo, plantas, na água e no trato gastrointestinal de humanos e animais. → Sintomas: Abcessos, sepse, pneumonias, meningites, infecções de feridas em trato urinário e gastrointestinal. → A diferenciação de Enterobacteriaceae está baseada na presença e/ou ausência de enzimas produzida pelos microrganismos, que podem ser detectadas pelos meios específicos. MacConkey → Bactérias gram – → Lactose + → Amostras clínicas que contenham microbiota mista, como urina, fezes, feridas e secreções. → Contém vermelho neutro como indicador de pH e, como resultado, as bactérias Gram-negativas que metabolizam lactose aparecem em vermelho/rosa a partir da produção de ácidos orgânicos. Ágar eozina azul de meDleno (EMB) → Seletivo e diferencial - Bactérias gram – → Meio de cultura seletivo e diferencial (inibe o crescimento de bactérias Gram-positivas por conter corantes de eosina e azul de metileno) → Indica se a bactéria é fermentadora ou não de lactose. → Bactérias fermentadoras de lactose apresenta-se com colônias com centro escuro. Meio Triplice Sugar Iron (TSI) - Agar Tríplice Açúcar Ferro → É um meio utilizado para diferenciação de enterobactérias de acordo com: fermentação de lactose, glicose e sacarose e produção de sulfito de hidrogênio e dióxido de carbono. Produção de indol → Indol é um dos produtos da decomposição metabólica do aminoácido triptofano. → Bactérias com a enzima triptofanase conseguem clivar o triptofano e, desse modo, formam indol, ácido pirúvico e amônia. → O indol pode ser detectado no meio de teste com triptofano por observação do aparecimento de cor vermelha depois do acréscimo da solução reativo de Kovac. ÁGAR CITRATO SIMMONS → Seletivo e diferencial → Bactérias gram - → O princípio do teste de utilização do citrato é determinar a capacidade de um microrganismo usar citrato de sódio como única fonte de carbono para metabolismo e crescimento. → A formação de cor azul no meio de teste depois de 24 horas de incubação a 35°C indica a presença de produtos alcalinos – teste positivo. Produção de urease ▪ Os microrganismos que produzem a enzima urease hidrolisam ureia, que libera amônia e produz uma mudança de cor do rosa para o vermelho no meio. Descarboxilação de lisina, arginina e ornitina → Algumas espécies de bactérias têm enzimas capazes de descarboxilar aminoácidos específicos no meio em teste. → As enzimas descarboxilases removem uma molécula de CO2 de um aminoácido formando aminas alcalinas. Produção de sulfeto de hidrogênio → Algumas bactérias produzem tiossulfato redultase, a qual agem sobre tiossulfato de sódio, formando H2S. → H2S na presença de metais pesados como ferro (presente no meio) forma sulfeto de ferro – insolúvel – precipitado negro. Meio EPM-MILi → Meio EPM: Produção de gás por fermentação da glicose, produção de H2S e hidrólise da uréia. → Meio MILI: Checar motilidade, a presença de descarboxilase e produção de indol. Meio Rugai → Meio Rugai Modificado com Indol e Lisina é um meio de cultura diferencial destinado à identificação presuntiva de Enterobactérias oxidase negativas. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES → As ß-lactamases são enzimas que catalisam a hidrólise do anel ß-lactâmico, impossibilitando a atividade antimicrobiana. → Agem degradando o anel β-lactâmico desses antibióticos, o que neutraliza sua atividade bactericida, uma vez que esse anel é o princípio ativo. → Os inibidores de β-lactamase são estruturalmente semelhantes às penicilinas, mas possuem uma cadeia lateral modificada. Isto permite aos inibidores ligar-se irreversivelmente às β-lactamases como substratos suicidas, mantendo-as inativas. Tipos de ß-lactamases ▪ β-lactamases de espectro estendido (ESBL) são capazes de hidrolisar todas as penicilinas, incluindo as associadas a inibidores da β-lactamase, e quase todas as cefalosporinas. ▪ Klebsiella pneumoniae resistentes a carbapenêmicos (KPC) são produtoras de carbapenemases (um tipo de β- lactamases) que inativam todos os β-lactâmicos, inclusive os carbapenêmicos. Diagnóstico diferencial de bacilo Gram-negativo NÃO fermentador ▪ Bactérias aeróbias que não formam esporos; ▪ Não utilizam açúcares como fonte de energia e decompõem os carboidratos por outras vias metabólicas diferentes da fermentação - via oxidativa. → A maioria é oxidase positiva e móvel. ▪ Habitat: água, solo, peixes congelados, leite, soluções desinfetantes etc. ▪ Principais gêneros: Pseudomonas; Acinetobacter; Complexo Burkholderia; Stenotrophomonas; Chryseobacterium. → Importância clínica em casos de infecções relacionadas à assistência à saúde, principalmente em pacientes com fibrose cística. Pseudomonas aeruginosa → Um dos microrganismos mais ubiquitários (que pode estar em vários lugares ao mesmo tempo); → Raramente causa infecção em indivíduo imunocompetente -> É um dos principais agentes de infecção em indivíduos com defesas diminuídas. → Difícil erradicação da infecção e contínuos fracassos terapêuticos - Resistência natural e adquirida a muitos antibióticos/desinfetantes. → Muito virulenta. → Cresce formando colônias irregulares. → Produz pigmentos hidrossolúveis, difusíveis no meio de cultura – cor verde fluorescente –, a pioverdina, que confere a coloração verde-amarelado. → A Pseudomonas aeruginosa é o BGN-NF que mais acomete estes pacientes, infectam aproximadamente 60% da população com fibrose cística e 70% a 80% dos adolescentes/adultos. Protocolos em Microbiologia Clínica ❖ Infecção do Trato Urinário (ITUS) → Prevalência em mulheres e idosos, ▪ Os principais causadores são as → Enterobactérias: Escherichia coli, Proteus spp. E Klebsiella spp. → Entre os grampositivos: Staphylococcus saprophy6cus e o Enterococcus faecalis. UROCULTURA ▪ O ideal é que o paciente realize a coleta no próprio laboratório ▪ As amostras devem ser transportadas em até 2 horas sob refrigeração (2 a 8°C) – não congelar Urocultura - Interpretação Deve-se levar em consideração não apenas a contagem de microrganismos, mas também a presença e/ou ausência de leucócitos e, se possível, a presença e/ou ausência de sintomas. Coprocultura → Devem ser processadas no prazo de duas horas após a coleta. → Caso contrário, ser transferida para frasco contendo solução de transporte de fezes para coprocultura (glicerina tamponada) ou meio de transporte de fezes para coprocultura (Cary Blair) → ▪ Patógenos frequentemente pesquisados: Salmonella sp; Shigella sp; Escherichia coli diarreiogênicas; Yersinia enterocolitica; Campytobacter spp. e Vibrio spp. Caldo de enriquecimento: → Caldo tetrationato e o caldo selenito, considerados meios de enriquecimento → Devem ser utilizados a fim de promover o crescimento e um perfeito isolamento, os quais podem estar em pequenas contagens na amostra biológica - 12 a 18 h a 35 graus de incubação prévia. → Ao se inocular amostra de fezes em caldo tetrationato, é recomendado que se adicione ao meio de 3 a 5 gotas de solução de iodo - inibição de G+. ▪ Culturas positivas → Liberar no laudo nome do patógeno a nível de gênero e espécie, com o respectivo ATB. ▪ Culturas negativas → É incorreto emitir o resultadocomo “não foram isolados patógenos” - Ao invés disso o relatório deve afirmar “não foram isoladas Salmonella, Shigella e Campylobacter” ou para algum outro patógeno Hemocultura ▪ Exame que pesquisa bactérias no sangue através do uso de meios de cultura específicos. ▪ A cultura do sangue é um dos exames bacteriológicos mais importantes. ▪ Sabe-se que a partir do sangue as bactérias podem atingir qualquer sítio do organismo, produzindo o que se chama de focos infecciosos, podendo agravar o quadro clínico e até mesmo levar a óbito. Uma invasão passageira da corrente sanguínea é denominada bacteremia, ao passo que, a situação em que o microrganismo além de invadir se multiplica na corrente circulatória denomina-se sepse. Bacteremias primárias ou secundárias: ▪ Primária: quando a infecção ocorre a partir do próprio sistema circulatório ou pela entrada através de instrumentos como agulhas, cateteres e sondas. ▪ Secundária: ocorre como disseminação a partir de outros sítios para a corrente circulatória. Quando coletar? Os horários de coleta de hemocultura devem ser estabelecidos pelo médico solicitante, podendo ser realizada de hora em hora, no início da febre (o pico febril deve ser evitado) e em horário anterior à administração da medicação, de preferência. Como coletar? → Punção venosa → Não refrigerar a amostra → Temperatura ambiente → Frascos para aeróbios e anaeróbios. Quanto coletar? O número mínimo não deve ser inferior a 2, e o máximo, de 4 amostras em um período de 24 horas. Esse limite é justificado em razão da necessidade de se confirmar um resultado, seja ele positivo ou negativo e, para tal, a análise de uma única amostra poderia deixar dúvidas. Semiautomatizado ▪ Sistema Hemobac Trifásico (probacr) é a metodologia semiautomatizada mais utilizada. ▪ É um laminocultivo contendo duas fases: Na parte inferior, um recipiente plástico contendo caldo suplementado com extrato de levedura (caldo de enriquecimento) é acoplado à parte superior que contém as faces do laminocultivo, o qual é composto de ágar chocolate, ágar Sabouraud (leveduras) e ágar McConkey. Os frascos são incubados em estufa própria, que possibilita sua inversão periódica, procedimento importante para a evolução do isolamento. → A bacterioscopia e o antibiograma são realizados a partir das colônias isoladas. Processo Automatizado → Maior custo - Menor risco de acidente com o material biológico; Baixo risco de contaminação da amostra → Economia de tempo e meio de cultura → Continuo monitoramento da amostra → Agitação - maior rapidez – 3 a 5 dias → Realizado mesmo com antibioticoterapia previa → Frasco adequados para o que se deseja isolar Infecção Relacionada ao Cateter → Na implantação do cateter, colocando o paciente em risco de desenvolver infecções. O local da inserção do cateter torna-se colonizado com bactérias da pele do paciente, principalmente Staphylococcus, ou com as carreadas pelos profissionais de saúde. ▪ Esses agentes podem ser responsáveis por infecções locais, com a possibilidade de infecção da corrente sanguínea adquirida por meio da inserção ou do lúmen, cuja fonte é a colonização do hub ou a infusão de fluidos contaminados. Cultura de Secreções - Trato Respiratório ▪ Escarro: → Exsudatos brônquicos e pulmonares são estudados quase sempre por meio de exame de escarro. → Nas tuberculoses e nas infecções fúngicas causadoras de infeções pulmonares deve-se sempre proceder a coloração de Ziehl-Neelsen e exame a fresco para pesquisa de fungos. → Tuberculose: Mycobacterium tuberculosis → A fucsina fenicada, atuando a quente, vai corar todas as células bacterianas e outras estruturas presentes no esfregaço de vermelho (o calor vai derreter os lipídeos de membrana, tornando-a permeável). -> O ácido diluído em álcool aplicados vão descorar todas as bactérias exceto as ácido-álcool resistentes, que permanecem coradas de vermelho pela fucsina. Diagnóstico de Micoses Caracterização Estrutural e Metabólica dos Fungos ▪ Objetivo de degradar a matéria orgânica ▪ Parede celular rígida – composto de quitina ▪ Uni ou multicelulares → Eucariontes – estrutura complexa - mitocôndrias, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, ribossomos, membrana celular e parede celular; → Estrutura variável - macroscópicos ou microscópicos – unicelulares (leveduras), multicelulares (filamentosos) ou dimórficos (assumem ambas as formas a depender da temperatura); → Quimio-heterótrofos – fontes orgânicas de energia e carbono - decompositores ou parasitas → Composta basicamente por polissacarídeos - quitínica, além de proteínas e lipídios. Essas substâncias conferem rigidez à parede celular Leveduras ▪ Unicelulares e não filamentosas (exceto dimórficos) ▪ Anaeróbias facultativas – adaptadas a variações de oxigênio: → Presença de oxigênio - respiração aeróbica – produção de energia a partir de carboidratos → Ausência de oxigênio - fermentação de carboidratos com a produção de álcool e gás ▪ Reprodução: → Fissão: duplicação da célula-mãe – divisão produz leveduras iguais → Brotamento: formação de brotos na superfície da célula-mãe – separação – completa ou incompleta (pseudo- hifas) Bolores ▪ Multicelulares e filamentosos - hifas - cadeias celulares que agrupadas - micélio: → Estrutura: septadas (pequenas estruturas unicelulares) ou não septadas (estruturas multinucleadas longas) → Função: vegetativas (metabolismo) ou reprodutivas (reprodução). ▪ Aeróbios - respiração celular a partir de carboidratos (inclusive, celulose e lignina). → A porção de uma hifa que obtém nutriente é chamada de hifa vegetativa; a porção envolvida com a reprodução é a hifa reprodutiva ou aérea, assim chamada porque se projeta acima da superfície sobre a qual o fungo está crescendo. ▪ Reprodução: → Sexuada - esporos produzidos a partir de dois fungos diferentes da mesma espécie → Assexuada – fragmentação de hifas ou pela produção de esporos por mitose Diagnóstico Laboratorial ▪ Na grande maioria dos casos clínicos, o método mais empregado é o da MICROSCOPIA DIRETA. Além de ser rápido e sensível, permite a visualização do fungo e, em muitas ocasiões, sua identificação. Microscopia Direta: Colocar uma gota de KOH (aquoso a 20%) em uma lâmina de microscopia e sobre esta, uma porção da amostra a ser examinada; Cobrir a preparação com uma lamínula; Aquecer, sobre a chama de um bico de Bunsen Examinar a preparação após 20 minutos, em microscópio óptico comum, inicialmente, com objetiva de 10x, seguida de 40x. CULTURA: ▪ As características principais deste meio são o seu ph ácido (5,8) e ▪ Elevado teor em glicose que o torna mais seletivo para fungos. ▪ Dificuldades desta técnica: crescimento lento de muitos agentes; contaminação por outros microrganismos e dificuldade de identificação de algumas amostras. → Estratégia: bastante utilizada é acrescentar ao meio de ágar Sabouraud, sangue de carneiro, tornando o mais rico e complexo, podendo torná-lo também seletivo. → Outro meio bastante utilizado em seu estado líquido e que contribui de maneira especial ao processo de proliferação e enriquecimento do espécime clínico é o caldo de infusão de coração e cérebro, conhecido com ágar BHI (brain-heart-infusion). ▪ O ágar batata dextrose também é tradicionalmente utilizado para o isolamento de fungos e leveduras. Ele é seletivo, permitem o crescimento do fungo pesquisado. Identificação de Fungos Leveduriformes ▪ Prova do Tubo Germinativo: → Teste para caracterização e confirmação de leveduras da espécie Candida albicans. → Semeadura de um pequeno inóculo dessa levedura em soro, preferencialmente humano. ▪ Retirar uma pequena porção de uma colônia delevedura suspeita e homogeneizá-la em 0,5 ml de soro. Incubar a 37 °c por 2 horas em banhomaria. -> remover uma gota da suspensão e preparar uma lâmina com lamínula para observação em microscópio -> se positivo, aparecerá filamento fino e cilíndrico a partir da levedura. Auxanograma ▪ Meio básico desprovido de qualquer fonte de carbono, no qual a levedura será semeada, pretendendo avaliar a partir de qual carboidrato ela conseguirá obter sua fonte de carbono. → Após a semeadura, adicionam-se ao cultivo diferentes carboidratos e observa-se a capacidade de utilização deles como fonte de energia -> Quando o carboidrato é assimilado pela levedura, observa-se crescimento dela ao redor da fonte de carbono. Microcultivo em Lâmina ▪ Microscopia - mais rápida para identificação de fungos filamentosos. → Inconveniente: durante o procedimento, pode-se quebrar as estruturas fúngicas, tornando o processo de identificação mais difícil - usar técnica auxiliar: microcultivo em lâmina. ▪ Adicionar um chumaço de algodão ou papel de filtro com água destilada para criar o uma “câmara úmida” -> Manter em temperatura ambiente por 10-15 dias -> retirar a lamínula com e fixar o fungo na lamínula colocando 1/2 gotas de álcool e esperar secar -> Montar essa lamínula, com uma gota de lactofenol azul algodão - observar em microscópio. Principais Infecções Fúngicas ▪ Micoses Superficiais; Cutâneas; Subcutâneas; Sistêmicas e Oportunistas Micoses Superficiais ▪ Localizadas ao longo dos fios de cabelos e em células epidérmicas superficiais, ou seja, atingem as camadas mais superficiais da pele e pelos. ▪ Características gerais → Limitadas às camadas superficiais do estrato córneo - tecidos queratinizados → Alterações estéticas → Climas tropical e sub-tropical Pitiríase Versicolor ▪ Agente etiológico: Malassezia spp. ▪ Dermatite seborreica, caspa... ▪ Infecção sistêmica (Malasseziose), geralmente ocorre em crianças de baixo peso recebendo alimentação lipídica através de cateter e em adultos imunocomprometidos. ▪ Superficial, benigna com recidivas ▪ Assintomática e não contagiosa ▪ Clima tropical e subtropical ▪ Levedura lipolítica ▪ Fatores predisponentes: → Temperatura elevada; Alta umidade relativa do ar; Pele gordurosa; Alta sudorese; Fatores hereditários; Imunossupressão ▪ Aspectos clínicos: → Lesão hipo ou hiperpigmentada → Manchas levemente descamativa → Prurido discreto Tinea Nigra ▪ Infecção assintomática, superficial, benigna caracterizada por lesões maculares (manchas) pouco descamativas de cor marrom a negro, mais comum nas regiões palmar e plantar. ▪ O agente é o fungo melanizado Hortaea werneckii – solo e areia da praia. PIEDRA BRANCA ▪ Infecção fúngica, superficial benigna, que se caracteriza pela presença de nódulos claros ao redor dos pelos, de qualquer parte do corpo, causada por Trichosporon spp. PIEDRA NEGRA ▪ Micose assintomática, caracterizada pela presença de nódulos escuros firmemente aderentes ao pelo causada pelo fungo melanizado Piedraia hortae. Teste Realizado em Consultório ▪ Sinal de Besnier - presença de descamação fina e farinácea ao raspar a lesão com unha. ▪ Sinal de Zileri - ao se estirar a pele comprometida, observa-se descamação fina. ▪ Lâmpada de Wood - fluorescência Micoses Cutâneas ▪ Também conhecidas por ou dermatomicoses ou tineas. ▪ São infecções causadas por fungos dermatófitos que invadem as camadas do extrato córneo ▪ O agente etiológico pode aprofundar-se na epiderme – também infectam o cabelo e as unhas. ▪ Agentes etiológicos: Epidermophyton spp., Trichophyton spp. e Microsporum spp. → Os dermatófitos secretam queratinase, uma enzima que degrada queratina. → A infecção é transmitida entre humanos ou entre animal e humanos por contato direto ou contato com fios e células epidérmicas infectadas. → Lesões eritematosas e descamativas, não dolorosas, pruriginosas. → tendem a se expandir de forma circular → Geralmente não há invasão tecidual → Degradação da queratina e crescimento das hifas -> Hifas se fragmentam, produzindo estruturas de reprodução. Tinea Pedis ▪ Pé de atleta/frieira; ▪ Transmissão indireta: tapetes; saunas; piscinas… ▪ Infecção subclínica por anos ou crônica - portadores; ▪ Reservatório – entre dedos. Tinea Cruris ▪ Coceira de jóquei; ▪ Infecção fúngica na pele dos órgãos genitais, do interior das coxas e das nádegas. ▪ Roupas apertadas que retêm a umidade. ▪ Tinea cruris provoca uma irritação da pele, avermelhada e que coça. TINEA UNGUIUM ▪ Micose das unhas das mãos ou dos pés - ONICOMICOSE ▪ infecção inicia-se pela borda livre. ▪ As unhas tornam-se branco-amareladas, porosas e quebradiças. ▪ Transmissão - contato direto ou indireto ▪ Trichophyton rubrum Tinea Capitis ▪ Dermatófitos invadem o folículo piloso, o pelo perde o brilho, fica quebradiço e cai. O dermatófito pode invadir, novos folículos pilosos e, após algum tempo, aparecem placas de tonsura. Tinea Favosa ▪ Usualmente causada pelo Trichophyton schoenleinii, responsável pela inflamação crônica do couro cabeludo e formação das placas, sendo considerada atualmente uma forma severa da tinha capitis e que evolui para alopecia cicatricial. Diagnóstico Laboratorial → O material, escamas de pele ou unha e fragmentos de pelo, deve ser coletado, através de bisturi → Eventualmente, em lesões de pelos, o material pode ser coletado sob uma luz de Wood, pois os pelos, quando infectados por Microsporum, emitem fluorescência. ▪ Técnica De Microscopia Direta ▪ Cultura Microsporum Canis ▪ Fungo que pode causar tinea capitis em humanos e dermatofitoses, em animais de estimação. O maior reservatório desses animais é em gatos e cães domésticos. ▪ Zoofílico - cães e gatos ▪ Comum em crianças ▪ Ágar Sabouraud dextrose - crescimento rápido ▪ Teste de perfuração do cabelo (+) ▪ Lâmpada de wood – verde-limão ▪ Urease (+) ▪ Crescimento em arroz cozido Epidermophyton Floccosum ▪ Dermatófito antropofílico que pode ser encontrado em todo o mundo. ▪ Antropofílico - que prefere se alimentar em humanos. ▪ Transmissão – direta ou indireta - uso de chuveiros e vestiários coletivos. ▪ Ágar Sabouraud dextrose - crescimento lento a 37°C ▪ Teste de perfuração de cabelo (-) ▪ Urease (+) Trichophyton Rubrum ▪ Fungo dermatófito que coloniza a superfície da pele humana e é a causa mais frequente de pé de atleta, onicomicose e de dermatofitose nas mãos, virilha e corpo. Se alimentam de queratina. Podem causar granulomas em imunodeprimidos. ▪ Antropofílico ▪ Colônias de crescimento rápido, branca pulverulenta ou aveludada, verso com pigmento vermelho ▪ Teste de perfuração de cabelo (-) ▪ Urease (-) Diagnóstico Diferencial de Micoses Subcutâneas MICOSES SUBCUTÂNEAS ▪ infecções causadas por fungos que habitam o solo e os vegetais em decomposição ▪ mais frequentes em climas tropicais e subtropicais. ▪ As lesões se manifestam a partir do ponto de inoculação direta do agente fúngico, principalmente por traumatismo. ▪ atingem principalmente as camadas subcutâneas da pele. Podem permanecer localizadas ou se espalhar pelos tecidos adjacentes, por via linfática ou hematógena. Esporotricose Cromoblastomicose/cromomicose Doença de Jorge Lobo/lobomicose Esporotricose ▪ Agente causador: Sporothrix schenckii ▪ Fungo dimórfico, ubiquitário na natureza, principalmente, no solo e vegetais → Se reproduz por gemulação, forma de levedura, no tecido parasitado e em meios de cultura na temperatura em torno de 37°C. - Na temperatura em torno de 25-28 °C apresenta micélio septado (forma filamentosa) ▪ Lesões geralmente na pele, tecido subcutâneo e linfático e raramente disseminam-se para ossos e órgãosinternos → Infecção: por por meio de material contaminado, como espinhos de plantas, lascas de madeira, mordida de cão ou gato e bicada de aves → forma mais comum: linfocutânea - compromete pele, tecido subcutâneo. Diagnóstico: ▪ Exame direto → Esfregaços de pus ou secreção corados pelos métodos de Gram revela as células leveduriformes pequenas, ovais, cercadas por halo claro como uma cápsula. ▪ Cultura → É o método de escolha para o diagnóstico. → Cresce em meios de ágar Sabouraud dextrose ou ágar Sabouraud suplementado → colônia inicialmente é branca, passando posteriormente para negra – temp. ambiente. → Na temperatura entre 35 e 37°C -> fungo cresce na forma de levedura; colônia cremosa; úmida de cor amarelada. Tratamento: → Iodeto de potássio, por via oral, em doses crescentes. → Em casos de contra-indicação: iodeto de sódio a 10%, por via endovenosa, pode ser utilizado. → Em casos de esporotricose cutânea disseminada, tem sido recomendado o itraconazol e a anfotericina b. Cromoblastomicose/Cromomicose ▪ Também conhecida por dermatite verrucosa; ▪ Os agentes etiológicos são fungos pigmentados; - Fonsecaea pedrosoi é espécie predominante no Brasil; ▪ Infecção: por traumatismo, e as lesões se desenvolvem no local da inoculação. ▪ formação de nódulos cutâneos verrugosos de desenvolvimento lento que podem ou não se ulcerar (podem evoluir para carcinomas), apresentando aspecto de couve-flor nos estágios mais avançados ▪ O prognóstico é bom, mas a cronicidade e/ou dificuldade de tratamento podem afetar o membro atingido. ▪ Exame direto → O exame microscópico revela estruturas globosas, cor marrom, geralmente agrupadas. → Número de parasitas é muito pequeno no material clínico, deve-se fazer várias lâminas e procurar com cuidado antes de liberar um resultado negativo. ▪ Cultura → Material cultivado em ágar Sabouraud, com ou sem adição de cloranfenicol → Colônias: aspecto aveludado, variando da cor esverdeada a marrom-escuro/negro, com hifas septadas escuras. Tratamento: → Quando o acesso é fácil e a lesão não é extensa, a retirada cirúrgica é utilizada, porém, mesmo assim podem ocorrer recidivas. → Os medicamentos anfotericina B, 5-fluorocitosina e itraconazol têm sido utilizados na forma isolada ou associada, com resultados variáveis. → O êxito do tratamento dependerá sempre do tempo de evolução e da forma clínica da micose. Doença de Jorge Lobo/Lobomicose ▪ Agente etiológico Lacazia loboi, fungo não cultivável de classificação incerta ▪ Penetra na pele através de traumatismos, o que explica lesões em determinadas áreas do corpo. ▪ Predominante na região amazônica - Trabalhadores rurais é o principal grupo de risco, visto à sua exposição ▪ Manifestações clínicas: formação de nódulo queloidiano, na forma de massas nodulares com consistência sólida, lisa, brilhante, cor “café com leite” e com pequenas escamas e crostas. ▪ Restrita à pele e ao tecido subcutâneo. ▪ Exame direto → O material coletado por biópsia ou por escarificação da pele - faz um exame direto e histopatológico. → Pode ser feito com KOH 10-40% entre lâmina e lamínula ou corte histológico corado. → Os fungos se apresentam com formas arredondadas, membrana dupla e espessa Tratamento: → As lesões são retiradas por processos cirúrgicos e faz-se uma correção plástica; “o doente não morre da doença, mas morre com ela”. - Nas lesões mais extensas, ocorrem recidivas com frequência. Diagnóstico Diferencial de Micoses Sistêmicas Micoses Sistêmicas ▪ Causadas por agentes fúngicos que invadem sistemas ou órgãos do indivíduo. ▪ São dimórficos; ▪ São de evolução muito rápida ou ainda assintomática; ▪ Vias aéreas superiores são a sua principal porta de entrada Paracoccidioidomicose Histoplasmose Coccidioidomicose Paracoccidioidomicose ▪ Causada pelo Paracoccidioides brasiliensis ▪ Fungo dimórfico, sendo levedura no tecido parasitado e filamentoso nos meios de cultura. ▪ Infecta: principalmente pulmões, seguido pela mucosa da boca, grande incidência de formas clínicas mistas. → A infecção ocorre por inalação dos conídios (esporos) infectantes. → A forma de levedura é a invasiva, sendo responsável pela patologia. Paracoccidioidomicose – Pulmonar ▪ Os conídios se instalam no pulmão, o qual terá o parênquima pulmonar destruído, deixando lesões no pulmão - raramente é diagnosticada por ser quase assintomática ▪ Sintomas em fase crônica: tosse, febre, sudorese noturna, dor no corpo, perda de peso, disfonia ou afonia, estenose de laringe e traqueia, fibrose pulmonar e insuficiência respiratória. Diagnóstico laboratorial: ▪ Baseia-se no exame microscópico através de escarro. ▪ Exame direto → 10% KOH e tinta de Parker ▪ Cultura → Cresce em ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol, em cerca de 21 dias. → Colônia: superfície branco-amarelada e cotonosa, aspecto de pipoca estourada. → Na temperatura entre 35 e 37°C, a forma de levedura cresce em Sabouraud com a colônia de cor creme e aspecto enrugado. Na temperatura entre 25 e 30°C, crescimento da forma filamentosa Tratamento: → a anfotericina B, sulfadiazina e os derivados azólicos (cetoconazol, itraconazol e fluconazol). → acompanhado anualmente, por toda sua vida, garantindo que não haja recidiva. Histoplasmose ▪ Agente etiológico é o Histoplasma capsulatum. - Fungo dimórfico ▪ Hábitat: o solo de cavernas, galinheiros e próximo ao tronco de árvores – e fezes de aves e morcegos. ▪ Ambientes de clima tropical e temperado. ▪ Em vida livre a fase de bolor e, em vida parasitária, a fase de levedura. → Transmissão: via respiratória, por inalação de conídios, podendo disseminar por via linfática e hematogênica. → Manifestações clínicas: variam desde assintomáticas a quadros de histoplasmose pulmonar e histoplasmose disseminada - quadro pulmonar pneumônico com necessidade de suporte ventilatório; forma disseminada são lesões ulcerativas, assim como linfonodos fistulados com pus. - No pulmão, forma-se um processo semelhante ao da tuberculose, podendo se disseminar via hematogênica para outros órgãos. Diagnóstico laboratorial: ▪ Os materiais que podem ser cultivados são escarro, biópsia, nódulo linfático, medula óssea, LCR, sangue. ▪ Exame direto → Em esfregaços corados pelo Giemsa, eventualmente podem ser visualizadas as células arredondadas ou ovaladas, pequenas, dentro de macrófagos. → Os cortes histológicos de material de biópsia podem mostrar intenso parasitismo nas células. ▪ Cultura → O isolamento do fungo, em cultivo, é o método de comprovação diagnóstica mais seguro → Desvantagem de ser demorado. → Ágar Sabouraud dextrose acrescidos de cloranfenicol e incubados à temperatura de 25ºc A 37ºC, a colônia é leveduriforme, de cor creme e aspecto membranoso. → Algodonosa branca - observam-se hifas, septadas → Microscopicamente, observam-se células leveduriformes pequenas, ovais e com brotamento único. Tratamento: → Tratada com anfotericina B. Como drogas alternativas, cetoconazol e itraconazol podem também ser empregados. Diagnóstico Diferencial De Micoses Oportunistas Micoses Oportunistas ▪ Causadas por fungos de baixa virulência, ao encontrarem condições favoráveis, como distúrbios do sistema imunodefensivo, desenvolvem seu poder patogênico, invadindo os tecidos. ▪ Fatores predisponentes: → Fatores intrínsecos (próprios do hospedeiro): neoplasias, diabetes, hemopatias diversas, AIDS e todas as doenças que alteram a imunidade celular, além da velhice, gravidez, prematuridade. → Fatores extrínsecos: antibioticoterapia, corticoidoterapia, cirurgia de transplantes e ambientes hospitalares contaminados. Candidíase – Candida spp. Criptococose– Cryptococcus neoformans Aspergilose – Aspergillus spp. Candidíase ▪ Agente: Candida albicans. → C. albicans pode ser isolada da boca, do tubo digestivo, do intestino, da orofaringe, da vagina e da pele. → A maior parte das infecções causadas por C. albicans é de origem endógena. Mais recentemente, a transmissão exógena, principalmente intra-hospitalar, de C. albicans e de outras espécies do gênero, tem sido relatada. → Candidíases podem ter localizações das mais variadas desde cutâneo-mucosas até disseminadas e atingindo várias vísceras. Candidíase - Mucosa Oral ▪ Também chamada de estomatite cremosa ou sapinho, ▪ aparecimento de placas brancas aderentes à mucosa. ▪ Mais frequente em pacientes gravemente enfermos ou recém-nascidos quando se associa à candidíase da mucosa vaginal da mãe. Candidíase – Genital ▪ Inflamação, coceira intensa e um corrimento branco e espesso na vagina. ▪ Mais frequente em grávidas, diabéticas ou pacientes que recebem terapêutica antimicrobiana prolongada. ▪ No homem, infecção na glande pode ser encontrada, e é comumente considerada como sexualmente adquirida. Candidíase Cutânea Generalizada ▪ Comumente crônica e é observada em pacientes imunodeprimidos. ▪ As lesões são eritematosas, crostosas e com exsudatos. Candidíase Sistêmica ▪ Considerada grave. ▪ Diagnóstico em vida é difícil devido variabilidade de sinais/sintomas que não são específicos ▪ As principais localizações da candidíase sistêmica são nos órgãos: rins, cérebro, coração, trato digestivo, brônquios, pulmões e sangue. ▪ •Febre, mal-estar geral, dor muscular, erupção cutânea e endoftalmites são alguns dos sintomas mais frequentes. Diagnóstico laboratorial: ▪ Exame direto → A verificação da forma invasiva do fungo, que são as hifas e células leveduriformes, em material de biópsia ou raspado das lesões, fundamenta o diagnóstico de candidíase. ▪ Cultura → Sabouraud glicose → Colônias cremosas, de cor creme, opacas, formadas por elementos leveduriformes/ovais/arredondadas. → Teste do tubo germinativo → Pseudo-hifas características desta espécie. Criptococose ▪ Criptococcus neoformans é a principal espécie patogênica. ▪ Nos tecidos, o microrganismo aparece como célula leveduriforme/capsulada/combrotamento. → Fungo é inalado atingindo primeiro os pulmões, com tropismo para o SNC, ocasionando meningite criptocócica. → A criptococose, como a candidíase, é uma das principais infecções em pacientes com AIDS, apresentando alta morbidade e mortalidade. → Leveduras de C. Neoformans têm sido associadas a solo contendo fezes de pombos. Diagnóstico Laboratorial: ▪ Exame direto → O diagnóstico é feito pelo exame microscópico dos materiais clínicos – liquor, pus, escarro. → A técnica de contraste pela tinta-da china ou Nankin permite evidenciar a espessa cápsula do Cryptococcus. ▪ Cultura → Apresenta desenvolvimento rápido em meio de cultura com ou sem antibiótico; em 3/7 dias crescem colônias úmidas brilhantes, mucoides, cor varia do branco/creme ao amarelo/marrom. → Cryptococcus neoformans apresenta-se sempre sob a forma de levedura em culturas e em tecidos. Tratamento: → Candidíase: nistatina, anfotericina B, pimaricina e imidazólicos como itraconazol, fluconazol por via oral; caspofungina é altamente promissora nos casos sistêmicos. → Criptococose: anfotericina B tem sido empregada isoladamente ou associada a 5- fluorcitosina.
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