Buscar

IPI IMPOSTO DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Cursos: Ciências Contábeis
Disciplina: Planejamento e Contabilidade Tributária
Prof. Aloisio Teti
E-Mail: prof.teti@yahoo.com.br NA 08
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados
Nesta nota de aula será explanado os principais aspectos do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), sendo apresentados os procedimentos contábeis e tributários, objetivando a correta apuração e recolhimento do imposto devido. 
INTRODUÇÃO
	O IPI nasceu em 1964 com o nome de Imposto de Consumo, conforme a Lei n.º 4.502/64, que criou em decorrência da Constituição Federal 1946, o Imposto de Consumo, incidente sobre os produtos industrializados.
Por produto industrializado entende-se que é aquele obtido através de qualquer processo ou operação que, mesmo de forma incompleta, parcial ou. Intermediária, transforme, beneficie, monte, acondicione, ou renove o produto a ponto de modificar sua natureza ou finalidade ou que o aperfeiçoe para consumo.
COMPETÊNCIA 
 	O Imposto sobre os Produtos Industrializados-IPI é um tributo da esfera de competência federal. A Constituição Federal de 1988 determina que a competência tributária do IPI é da União e está determinada no artigo 153 e seus incisos, que dispõe sobre os impostos.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS do IPI
Ao exercer a competência tributária para instituir e disciplinar obrigações do IPI, o legislador deve observar os princípios gerais aplicáveis ao tributo, e princípios especiais, que são particulares a mesmo.
Princípio da reserva legal tributaria ou legalidade: (art. 150, inciso I, da CF/1988)
 Define que nenhum tributo será exigido sem que lei anterior o estabeleça. O decreto ou norma de hierarquia inferior não pode instituir o tributo. O Princípio da legalidade, atinge a criação, o aumento e a cobrança do tributo. O aumento do tributo, por sua vez, está sujeito ao princípio da anterioridade ou anuidade que será oportunamente comentado.
Porém a CF 88 mitiga este princípio em relação ao IPI e outros tributos de caráter extrafiscal, ao autorizar o poder executivo de alterar as alíquotas do IPI por decreto, dentro dos limites estabelecidos.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
............................
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.(II, IE, IPI, e IOF)
Princípio da Anterioridade (art. 150, inciso III, “b”) e Regra da Noventena.
Determina que nenhum tributo poderá ser cobrado no mesmo exercício financeiro que haja sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
O § 1° do artigo 150 da Constituição, entretanto, estabelece uma ressalva a esse princípio, estabelecendo que o Princípio da Anterioridade não se aplica ao IPI. Assim, o legislador pode estabelecer aumento do IPI no curso do mesmo exercício financeiro. Isso significa que tais aumentos tornam-se exigíveis com a publicação da respectiva lei ou decreto, ou ato normativo equivalente.
Com relação à entrada em vigência da instituição ou aumento do IPI, deve ser observado o Princípio da Noventena, na qual a instituição ou majoração de tributo somente produzirá efeitos após 90 (noventa) dias da data da publicação da lei, conforme Emenda Constitucional 42/2003.
Princípio da “Noventena” – por este princípio estabelecido pela Emenda Constitucional 42/03, a instituição ou majoração de tributo somente produzirá efeitos após 90 (noventa) dias da data da publicação da lei que os instituiu ou aumentou (art. 150, III, “c” da CF/88). São exceções a este princípio, ou seja, podem ser instituídos ou majorados antes de noventa dias o Imposto de Importação (II), o Imposto de Exportação (IE), o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Observação: verifica-se que o IPI não se sujeita à Anterioridade, mas se sujeita à “Noventena”, enquanto o Imposto de Renda não se sujeita a “Noventena”, mas se sujeita à Anterioridade.
Princípio da Seletividade (art. 153, §3°, inciso I)
A seletividade está diretamente relacionada com a essencialidade do produto a ser tributado. O imposto será seletivo quando maior a sua alíquota, determinada pelo o poder executivo, que tributa os produtos de acordo coma sua utilidade. À medida que o produto for adquirindo uma utilidade secundária, a tributação será aumentada. 
O IPI é um imposto seletivo em função da essencialidade do produto, sendo os produtos supérfluos e beneficia aqueles que são mais essenciais a população.
Em decorrência desse princípio a uma enorme game de alíquotas para este imposto, variando entre 0% e 300%.
Princípio da Não-Cumulatividade (art. 153, §3°, inciso II)
O IPI é um imposto não não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Na prática, abate-se o imposto exigido na operação anterior, de forma que o tributo não se acumule ao longo das operações subsequentes, evitando a incidência em cascata.
DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DO IPI
O IPI tem parcela significativa de sua arrecadação destinada a estados e municípios. Os percentuais a seguir:
»» 21,5 % destinados ao Fundo de Participação dos Estados (FPE).
»» 3% destinados exclusivamente às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
»» 24,5% destinados ao Fundo de Participação dos Municípios.
»» 10% destinados ao Fundo de Participação das Exportações, para os estados (incluindo Distrito Federal) exportadores.
Portanto, o IPI deve ser, obrigatoriamente, distribuído para estados e municípios, enquanto as contribuições como PIS, COFINS e CSLL, que ultrapassaram o IPI em importância na arrecadação federal, têm arrecadação integralmente destinada à União.
FATO GERDADOR
O Código Tributário Nacional (Lei na 5.172166) define, em seu art. 46, que o Imposto sobre Produtos Industrializados tem como fato gerador:
a) o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
b) a sua saída dos estabelecimentos industriais ou equiparados;
c) a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
O Regulamento do IPI (Decreto n.º 7.2l2ll0) assim define o que é o fato gerador do IPI é:
1. o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou
2. a saída de produto do estabelecimento industrial,
São irrelevantes para caracterizar a operação como industrialização não só o processo utilizado para obtenção do produto, como também a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados.
DEFINIÇÃO LEGAL DE INDUSTRIALIZAÇÃO
O conceito de produto industrializado, conforme definido na norma legal, é o resultante de qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação, a finalidade, ou aperfeiçoe o produto original para consumo.
Portanto, a definição de industrialização, dada pelo art. 40 do Regulamento do IPI (RIPI/2010, Decreto n.º 7.212/10), caracteriza os seguintes tipos de enquadramento para os produtos industrializados: beneficiamento, montagem, transformação, acondicionamento e renovação.
Beneficiamento
Consiste em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto. No beneficiamento o produto apenas sofre um melhoramento, conservando a classificação fiscal original.
Exemplos:
a. as operações, tais como: perfuração, ondulação, estriagem ou laminação;
b. os processos de gravação de fita virgem, bem como a reprodução de fita gravada para o acetato(disco);
c. a colocação do terceiro eixo (truck) em veículos de carga;
d. a plastificação de impressos em geral.
Montagem	
É a reunião de produtos, peças ou partes de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal.
Na montagem, o produto final, embora possa manter a mesma classificação das partes, poderá ser classificado de forma autônoma. Sendo assim, se o bem resultante de montagem, em face das regras de classificação vigentes, não puder ser classificado como um todo, paraefeitos da legislação do IPI, inexistirá industrialização. (Parecer Normativo, 446 e 526/71).
Exemplos:
a reunião de lentes e armação para formar óculos; e
a colocação de carrocerias sobre chassis, para formar um veículo completo (caminhão, ônibus, furgão etc.)
Transformação
Significa a operação que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na obtenção de espécie nova. Nesta operação normalmente ocorrerá mudança da classificação fiscal do produto final em relação ao transformado.
Exemplos:
1. a obtenção de madeira serrada ou aparelhada, a partir de madeira em bruto; e
2. a obtenção de tijolos, telhas e manilhas (produtos de cerâmica vermelha) a partir da argila.
Acondicionamento ou Reacondicionamento
É a operação que importa em alterar a apresentação do produto, pela colocação de embalagem, ainda que em substituição do original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte de mercadoria.
No que diz respeito a acondicionamento e reacondicionamento, a industrialização fica caracterizada sempre que se engarrafar, embalar etc, quaisquer produtos tributados. Excetuam-se, contudo, conforme a parte final do dispositivo regulamentar, os casos em que a destine apenas ao transporte da mercadoria .
O recipiente, envoltório ou embalagem segue o regime do produto que acondicionar: não tributado o produto, também não o será a embalagem.
Incidência Condicionada à embalagem dos produtos
Quando a incidência do imposto estiver condicionada à forma de embalagem do produto, entender-se-á como acondicionamento para transporte o que se destinar precipuamente a tal fim e atender, cumulativamente, as seguintes condições:
1º) originados em caixa, caixotes, engradados, barricas, latas, tambores, sacos, embrulhos e semelhantes, sem acabamento, rotulagem de função promocional e que não objetive valorizar o produto em razão da qualidade do material nele empregado da perfeição do seu acabamento, da sua utilidade adicional;
2º) tiver capacidade acima de 20 quilos ou superior àquela em que o produto é comumente vendido, no varejo, aos consumidores.
O não atendimento às condições estabelecidas nos tópicos acima citadas configura embalagem de apresentação.
Assim, de forma objetiva, torna-se evidente que quaisquer embalagens, desde que excluídas de uma das condições a serem cumpridas cumulativamente, deixam de ser transporte para se enquadrar como de apresentação.
Exemplos de acondicionamento:
a. A substituição de embalagem original, de transporte, por uma promocional (objetivando revenda) em produto acabado adquirido de outro fabricante;
b. engarrafamento de vinho natura;
c. acondicionamento de álcool em embalagem que não seja de simples transporte.
Renovação e Recondicionamento
É a operação que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização.
Nesta situação, encontram-se, por exemplo, os produtos obtidos a partir de reciclagem de latas.
A renovação só se processa sobre produtos usados, diferentemente do beneficiamento, que tem por objeto bens sem uso ou semiacabados.
No recondicionamento ou renovação não basta que o produto sofra pequenos consertos, mesmo em substituição das peças, mas é necessário que a operação restitua ao produto condição de funcionamento, como se fosse novo.
EXCLUSÃO
O art. 5º do Decreto ne 7.212/10 diz que não se considera industrialização, alguns exemplos:
o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de apresentação:
o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor;
a confecção ou preparo de produto de artesanato;
a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, em oficina ou na residência do confeccionador;
a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, de medicamentos oficinais e magistrais, mediante receita médica;
a montagem de óculos, mediante receita médica;
o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediante substituição de partes e peças, quando a operação for executada gratuitamente, ainda que por concessionários ou representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante;
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do IPI em regra geral, é o valor da operação por qual a mercadoria deixa o estabelecimento do industrial ou do comerciante a ele equiparado, em geral acobertando um negócio juridicamente econômico, ou seja, uma operação de compra e venda.
Já no caso de importação, a base de cálculo do IPI é acrescida do valor do imposto sobre importação e das despesas aduaneiras efetivamente pagas, necessárias ao desembaraço das mercadorias.
Quanto às mercadorias apreendidas ou abandonadas, arrematadas em leilão das autoridades fiscais, a base do IPI será o preço alcançado no Leilão.
Obs: 
i) No caso do IPI incidente sobre a saída de um produto do estabelecimento onde o mesmo foi industrializado, sua base de cálculo deve ser o valor da operação.
ii) Os descontos incondicionais concedidos pelo fabricante aos seus clientes não integram a base de cálculo do IPI porque não fazem parte do valor da operação da qual decorre a saída da mercadoria.
Exemplo: Um produto seria vendido por R$ 1.000,00. No entanto, para atender um cliente especial, o fornecedor concede um desconto ao comprador antes que a compra seja concretizada, de R$ 50,00. Portanto, o valor da Operação e R$ 950,00.
IMUNIDADES NO IPI
O art. 18 do Decreto na 7.212/10 consolida as imunidades previstas na Constituição Federal para o IPI:
Os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
Os produtos industrializados destinados ao exterior.
O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial.
A energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país
ISENÇÃO DO IPI
Isenção é a dispensa de pagamento do tributo ou cumprimento de uma regra legal, devendo constar expressamente na lei; não anula a obrigação, mas exonera o dever de cumpri-la.
A isenção difere da imunidade e da não incidência, sendo sempre relativa a determinado imposto.
Salvo expressa disposição em lei, as isenções do imposto se referem ao produto e não ao contribuinte ou adquirente.
A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares e, salvo disposição de lei em contrário, não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria e aos tributos instituídos posteriormente a sua concessão (CTN, arts. 176, parágrafo único, 177).
Existem muitas situações onde há isenção de IPI. 
O Regulamento do IPI apresenta os itens isentos e os detalhes de aplicação das isenções a partir do art. 54. A partir do art. 81 há menção da isenção para produtos industrializados na Zona Franca de Manaus.
As Leis no 8.032/90 (art. 2º,I) e ne 8.402/92 (art. 1º,IV) definem a isenção em produtos importados pelos entes estatais, partidos políticos, instituições científicas e tecnológicas, dentre outras isenções.
ALÍQUOTAS
As alíquotas são variáveis e seguem a classificação dos produtos da tabela de incidência do IPI (Tipi), aprovada por Decreto Federal.
As alíquotas do IPI estão estabelecidas na Tabela do IPI - TIPI (Decreto nº 4.542/02), de acordo com a classificação fiscal da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), e podem variar de 0% (zero por cento) a 300% (trezentos e trinta por cento), é o exemplo da alíquota dos cigarros que contenham tabaco, mas varia conforme o produto.
Para identificar a alíquota aplicável a cada produto sujeito à tributação do IP], é necessário ter a classificação NCM, de acordo com a TIPI e sobre esse valor que deve ser calculado o IPI.
CONTRIBUINTES
O art. 24 do Decreto 7.212/10, define como contribuinte desse imposto o importador, o industrial ou quem a lei equiparar, além dos arrematantes de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.Como já ocorre com o Imposto de Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), se uma empresa industrial possuir várias fábricas, cada uma delas deve ser considerada como um contribuinte para efeito de apuração e cobrança do IPI e controle da não cumulatividade.
Contribuinte de direito, ou responsável tributário, é a entidade legalmente designado como tal, enquanto que contribuinte de fato é a entidade que efetivamente assume o ônus do tributo.
Considera-se contribuinte autônomo qualquer “estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante e cada estabelecimento é um contribuinte autônomo independente, devendo manter escrituração própria:
Dos livros fiscais do IPI (Registro de Entradas e Saídas e Apuração do IPI); 
Controles das entradas e saídas das mercadorias em estoques de produtos acabados, produtos em processo, matérias-primas e embalagens;
Registro contábil das transações envolvendo cada estabelecimento.
Em uma transação comercial entre o fabricante e uma distribuidora de remédios, por exemplo, o fabricante seria o contribuinte de direito e a distribuidora contribuinte de fato.
CRÉDITO DO IMPOSTO e NÃO CUMULATIVIDADE
É assegurado ao contribuinte, salvo disposição expressa de lei em contrário, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado na aquisição de insumos (matéria-prima, material de embalagem e produtos intermediários) empregados na industrialização de produtos tributados destinados à venda.
Para ter direito ao crédito do IPI, o contribuinte deve seguir todos os procedimentos legais exigidos, como, por exemplo, destacar o crédito em livros específicos.
O direito ao crédito será extinto após cinco anos contados da data de emissão do documento fiscal.
Importante ressaltar que somente pode gerar crédito o produto das entradas de insumos utilizados na elaboração de produto destinado à venda, cujas saídas sejam tributadas.
Em regra, se a saída for isenta ou não tributada, ou então com alíquota reduzida ou zero, o crédito pela entrada deverá ser anulado, através de lançamento de estorno.
Entretanto, em casos especiais, é permitida a manutenção do crédito do IPI mesmo em saída não tributada, isenta ou com alíquota zero, a título de incentivo fiscal. Esse direito à manutenção do crédito deve estar expresso através de lei federal.[1: O art. 2º da Lei 9.779/99 – permite a manutenção do crédito do IPI incidente nas aquisições de insumos aplicados na industrialização de produtos, isentos, ou tributados alíquotas zero.]
A não cumulatividade está prevista no art. 225 do Decreto 7.212/10.
Para facilitar o entendimento da metodologia da não cumulatividade do IPI, apresenta-se um caso prático:
a) supondo a inexistência de saldo de IPI em 31-12-20X9;
b) Em abril de 20X9, um determinado contribuinte do setor industrial tenha adquirido R$ 2.000.000 de matérias-primas para uso na elaboração de seus produtos, as quais geraram um crédito de R$ 410.000 de IPI;
c) supondo, ainda, que as vendas em abril de 20X9 dos produtos industrializados foram de R$ 2.700.000, com incidência de R$ 630.000 de IPI. 
d) conclusão: em abril a empresa teria que recolher aos cofres públicos o montante de R$ 220.000. (R$ 630.000 de IPI incidentes nas saídas dos produtos industrializados menos R$ 410.000 de IPI creditados nas compras de insumos produtivos). Existe um prazo legal para esse recolhimento.
e) o mesmo contribuinte adquiriu, em maio de 20X9, R$ 3.000.000 de matérias-primas, com incidência de R$ 660.000 de IPI;
f) vendeu durante o mês de maio X9 R$ 1.900.000 de produtos industrializados, com incidência de R$ 443.000 de IPI;
g) conclusão: em maio o contribuinte não precisa recolher qualquer centavo aos cofres públicos, a título de IPI. Pelo contrário, sua contabilidade vai apurar um saldo credor de 1PI no total de R$ 217.000 (R$ 660.000 de IPI nas entradas menos R$ 443.000 de IPI nas saídas).
Esse saldo credor apurado em maio pode ser utilizado nos meses subsequentes, para adicionar aos saldos de IPI nas compras futuras e deduzir do IPI incidente das vendas futuras.
 Não há prazo limite para essas compensações, ou seja, enquanto o total do IPI nas vendas efetuadas nos meses subsequentes não ultrapassar o total acumulado do IPI nas compras (saldo credor do IPI nos meses anteriores mais o total do IPI incidentes nas compras do mês) o contribuinte não precisa efetuar recolhimentos.
Quando o contribuinte opta sistemática de cálculos e recolhimentos unificada de tributos conhecida como SIMPLES, não se aplica a sistemática da não cumulatividade do IPI.
Período de apuração
Segundo a Instrução Normativa da SRF n.º 446/2004, ficou estabelecido que o período de apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), incidente nas saídas de produtos do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, passou a ser mensal, exceto para determinados produtos em relação aos quais o período de apuração continua sendo decendial (10 dias) conforme IN SRF Nº 394/04.
Quando o estabelecimento industrial ou equiparado a industrial der saída a produtos industrializados sujeitos a periodicidades de apuração distintas, mensal e decendial, a escrituração deverá ser efetuada com apuração dos débitos e créditos, de acordo com a periodicidade de apuração a que os produtos estão sujeitos.
Por sua vez, a escrituração no livro Registro de Apuração do IPI, modelo 8, será efetuada concomitantemente em páginas distintas separando a apuração decendial da mensal, organizando no referido livro fiscal, ao longo do mês: 1º decêndio, 2º decêndio,3º decêndio e mês.
O prazo de recolhimento também deve obedecer à escala de vencimento prevista, segundo a forma de apuração decendial ou mensal.
Tratamento fiscal e contábil do ICMS e do IPI nas empresas industriais
Nas empresas industriais o ICMS e o IPI são tributos pagos por ocasião das aquisições de matérias-primas, materiais de embalagens e outros materiais utilizados na industrialização ou fabricação de produtos acabados. Esses insumos obrigatoriamente devem ser incorporados ou consumidos no processo industrial ou, ainda, podem ser identificados nos produtos - por esse motivo, tais impostos devem ser recuperados pela empresa por ocasião das vendas, desde que tais vendas sejam tributadas pelo ICMS e pelo IPI.
De maneira semelhante à metodologia já apresentada no caso do ICMS, quando as entradas superarem as saídas, torna-se o chamado saldo credor, isto é, quando o ICMS e/ou o IPI sobre as compras corresponder a valor superior ao ICMS e ao IPI sobre as vendas, o valor acumulado pode, nesse caso, ser transferido para períodos subsequentes. Importante destacar que, nas empresas industriais, o IPI incide sobre o preço do bem que, por sua vez, já inclui o ICMS, e é, portanto, um imposto agregado ao valor.
Exemplo:
Compra a prazo de matéria-prima por uma indústria, cujo produto acabado será tributado tanto pelo ICMS, como pelo IPI.
Aquisição da matéria-prima-$ 10.000 (já incluindo $ 1.800 de ICMS)
Mais IPI de 30% $ 3.000
Total a pagar ao fornecedor $ 13.000
Como a saída do produto acabado será tributada, a indústria tem direito tanto ao crédito do ICMS, como do IPI nas compras. 
Assim, a contabilização seria a seguinte:
DÉBITO
D- Estoque de matérias-primas 8.200
D - ICMS a Recuperar 1.800
D - IPI a recuperar 3.000
C - Fornecedores - 13.000
Obs: O estoque de matérias-primas foi debitado por S 8.200, que é o valor do material líquido do ICMS e do IPI, visto que tais tributos são recuperáveis, não devendo, portanto, integrar o custo de aquisição dos estoques.
Sistemática de apuração em uma indústria dos saldos periódicos de ICMS e do IPI
Para facilitar o entendimento, verifica-se as seguintes compras de materiais e vendas de produtos acabados em determinado período.
	Mês
	Valor da Compra
	ICMS 
	IPI
	Valor das Vendas
	ICMS 
	IPI
	
	
	18%
	10%
	
	18%
	12%
	jan
	500.000
	90.000
	50.000
	700.000
	126.000
	84.000
	fev
	800.000
	144.00080.000
	300.000
	54.000
	36.000
	mar
	400.000
	72.000
	40.000
	400.000
	72.000
	48.000
	abr
	600.000
	108.000
	60.000
	750.000
	135.000
	90.000
	mai
	550.000
	99.000
	55.000
	720.000
	129.600
	86.400
	jun
	300.000
	54.000
	30.000
	650.000
	117.000
	78.000
Com base nos dados acima, tem-se:
	Livro Fiscal - Demonstrativo do saldo IPI
	 
	 
	 
	 
	Saldo do IPI
	 
	Mês
	IPI nas Vendas- Débito
	IPI nas Compras- Crédito
	No Mês
	 
	Acumulado
	 
	jan
	84.000
	50.000
	34.000
	D
	34.000
	D
	fev
	36.000
	80.000
	44.000
	C
	44.000
	C
	mar
	48.000
	40.000
	8.000
	D
	36.000
	C
	abr
	90.000
	60.000
	30.000
	D
	6.000
	C
	mai
	86.400
	55.000
	31.400
	D
	25.400
	D
	jun
	78.000
	30.000
	48.000
	D
	48000
	D
Comentários:
No mês de janeiro, o saldo do IPI foi desfavorável para a empresa, havendo saldo a recolher aos cofres públicos de $ 34.000;
No mês de fevereiro, o saldo foi favorável à empresa ($ 44.000) e pode ser compensado com o IPI nas saídas dos meses subsequentes;
No mês de março, o IPI nas vendas foi superior em $ 8.000 ao IPI nas compras. Como havia, porém, saldo favorável do mês anterior; de $ 44.000, a empresa não precisa recolher nada aos cofres públicos, permanecendo ainda com saldo favorável para os meses seguintes, de $ 36.000;
No mês de abril, o IPI nas vendas foi superior em $ 30.000 ao IPl nas compras. No entanto, como havia saldo favorável acumulado do mês anterior, de $ 36.000, a empresa não precisa recolher nada aos cofres públicos, permanecendo ainda com saldo favorável para os meses seguintes, de $ 6.000;
No mês de maio, o IPI nas vendas foi superior em $ 31.400 ao IPI nas compras. Como havia saldo favorável acumulado do mês anterior de 6.000, a empresa precisa recolher somente a diferença, de $ 25.400. Como demonstrado, não restou nenhum saldo favorável para os meses subsequentes. Ao contrário, em 31-05, a empresa era devedora do IPI, e precisava recolher nos prazos legais;
No mês de junho, o IPI nas vendas foi superior em $ 48.000 ao IPI nas compras. Como não havia saldo favorável acumulado do mês anterior, a empresa precisa recolher esse valor,$ 48.000.
Observação quanto ao aproveitamento do IPI e ICMS
Uma empresa faz uma aquisição de R$ 1.200.000,00 sendo o preço da mercadoria R$ 1.000.000, (sendo que o ICMS está incluso com 15%) e R$ 200.000 de IPI , teríamos os seguintes valores contabilizados como Estoque:
i) Industria
Recupera IPI e ICMS
Custo Total de R$ 850.000
Exclui do custo IPI e o ICMS
ii) Comercio
Recupera ICMS
Custo Total de R$ 1.050.000
Exclui do custo o ICMS
iii) Prestadora de Serviços
Não recupera IPI e ICMS
Custo total de R$ 1.200.000,00
Exclui o IPI e ICMS
Obs: Não compreenderá, na base de cálculo do ICMS, o montante do imposto sobre produtos industrializados IPI, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos (ICMS e IPI).
Entretanto, integrará a base de cálculo do ICMS se ocorrer qualquer das seguintes condições:
(1) a operação não for realizada entre contribuintes;
(2) o objeto da operação for produto não destinado à industrialização ou à comercialização; e
(3) a operação não configurar fato gerador de ambos os impostos.
Fonte:: Constituição Federal, artigo 155, § 2º, XI e artigo 13, parágrafo 2º da Lei Complementar 87/1996.
Exercícios:
01)   A indústria de matéria-prima Pigmentos S/A vendeu para a Industria Plásticos RN S/A no mês de Fevereiro de 20X3, 450 kg da matéria-prima A, ao valor de R$ 60,00 / kg, com prazo de pagamento de 30 e 60 dias, sabe-se que a matéria – prima tem uma alíquota de ICMS de 18% e IPI de 10% e seu custo de aquisição foi de R$ 41,00 por kg e a empresa tinha 500 kg em estoque.
Qual o valor do ICMS e IPI a recolher da operação?
Qual o valor a receber da mercadoria vendida?
Fazer o razonete destes lançamentos.
02)   A indústria Plásticos RN S/A faturou 300 unidades de utensílios domésticos para o distribuidor atacadista de Plásticos Silva Junior Ltda no valor de R$ 2,00 cada unidade à vista. 
Os estoques de produtos acabados eram de 900 unidades com um custo de R$ 1,90 cada unidade, e que a alíquota do ICMS é de 18% e IPI 10%. Sabe-se que na escrita fiscal a indústria Plásticos RN S/A, o saldo das contas ICMS a recuperar e IPI a recolher era de R$ 3.500,00 de R$ 245,00, respectivamente.
Qual o valor do ICMS e IPI a recolher da operação?
Qual o valor a receber da mercadoria vendida?
Fazer o razonete destes lançamentos.
​
03)   O distribuidor atacadista de Plásticos Silva Junior Ltda vendeu 300 unidades de utensílios ao preço de R$ 4,00, sendo 50% a vista e 50% a prazo. Sabendo que no seu estado o ICMS é de 18%. 
Obs: A única operação de aquisição de produtos realizado pelo atacadista foi a da operação do quesito anterior.
Qual o valor do ICMS e IPI a recolher da operação?
Qual o valor a receber da mercadoria vendida?
Fazer o razonete destes lançamentos.
​
04) A simples troca de embalagem de produtos faz com que o estabelecimento passe a ser considerado como indústria, sujeito, assim, a todas as regras pertinentes a esse tributo federal?
05) Não se considera industrialização a operação:
(A) Definida como tal, mas que esteja incompleta, ou seja parcial ou intermediária.
(B) Que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na obtenção de espécie nova.
(C) Que altere a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, quando esta se destine apenas ao transporte da mercadoria.
(D) Que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, sob a mesma classificação fiscal.
(E) Que apenas modifique, aperfeiçoe ou altere o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto.
06) 0 engarrafamento de vinho natural representa fato gerador do IPI, sendo caracterizado como:
(A) Montagem.
(B) Beneficiamento.
(C) Transformação.
(D) Renovação.
(E) Acondicionamento.
07) A reunião de lentes e armações para formar óculos é:
(A) Caracterizada como industrialização por transformação.
(B) Caracterizada como industrialização por acondicionamento.
(C) Caracterizada como industrialização por beneficiamento.
(D) Caracterizada como industrialização por montagem.
(E) Não caracterizada como industrialização.
08) Analise as assertivas a seguir em relação ao IPI:
1. 0 IPI é um imposto federal, cujos recursos pertencem à União, que transfere, de forma obrigatória, mais da metade do dinheiro arrecadado para estados e municípios.
2. A montagem de um computador pela junção de diversas peças, é considerada montagem e, como tal, representa fato gerador do IPI.
Podemos afirmar que:
(A) Apenas a assertiva n.º 1 está correta.
(B) Apenas a assertiva n.º 2 está correta.
(C) As duas assertivas estão corretas.
(D) As duas assertivas estão erradas.
09) A Cia. Piedade adquire partes de cadeados de metais comuns (8301.60.00 - 10 %), com os quais produz cadeados classificados no código 8301.10.00 com alíquota de 10 %. A operação que executa se caracteriza melhor como:
(A) Montagem.
(B) Beneficiamento.
(C) Transformação.
(D) Recondicionamento.
(E) Reacondicionamento.
10) Cia. Roma vendeu no início de N0V/15 seu produto para a Cia. Milão por B$ 950 (recebimento em 50 dias), composto da seguinte forma:
(+) Preço de Venda de R$ 1.000
(+) Frete e Seguro na Venda de R$ 50
(-) Desconto incondicional (dado na nota fiscal) de H$ 100
{*) Desconto Condicional (caso o pg. seja feito em até 15 dias) de R$ 75
Se a Cia. Roma pagar antecipadamente, a Cia. Milão receberá B$ 875.
A alíquota de IPI é de 4% no produto vendido. Informe o valor de IPI que será cobrado pela Cia. Roma e acrescido no preço de venda para a Cia. Milão, considerando que a empresa exerceu a opção de pagar antecipadamente.
(A) R$ 35
(B) R$ 38
(C) B$ 3e
(D) R$ 40
(E) H$ 42
Não te deixes vencer pelo mal,Mas vence o mal com o bem.
Provérbios 11:17

Continue navegando