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Apostila Manejo Florestal UFMT

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MANEJO DE FLORESTAS NATIVAS: PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E 
MONITORAMENTO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versides Sebastião de Moraes e Silva 
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANEJO DE FLORESTAS NATIVAS: PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E 
MONITORAMENTO 
 
 
 
VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIABÁ - MT 
2006 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 
iii
S U M Á R I O 
 
 
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................ vi 
LISTA DE QUADROS......................................................................................................................... vii 
LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................... viii 
1.0 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, PLANEJAMENTO E MANEJO FLORESTAL. ..... 1 
1.1 - Conceituação de Desenvolvimento Sustentável ............................................................ 1 
1.2 - Planejamento Florestal................................................................................................... 5 
1.2.1 - Noções Gerais de Planejamento.............................................................................. 5 
1.2.2 - Espírito do Planejamento ........................................................................................ 6 
1.2.3 - Natureza do Planejamento ...................................................................................... 7 
1.2.4 - Definição de Planejamento ..................................................................................... 7 
1.2.5 - O Planejamento da Produção Florestal ................................................................... 8 
1.3 - Manejo Florestal ............................................................................................................ 9 
1.3.1 - Conceito .................................................................................................................. 9 
1.3.2 - Histórico e Desenvolvimento................................................................................ 15 
1.3.3 - Importância do setor florestal para o Desenvolvimento Regional........................ 16 
2.0 - LEGISLAÇÃO REFERENTE AO MANEJO FLORESTAL ...................................................... 18 
3.0 - FUNDAMENTOS DO MANEJO FLORESTAL......................................................................... 20 
3.1 - Sistemas de Manejo ..................................................................................................... 20 
3.2 - Ciclo de Corte .............................................................................................................. 21 
3.3 - Análise da Vegetação................................................................................................... 22 
3.3.1 - Considerações Gerais............................................................................................ 22 
3.3.2 - Inventário florestal ................................................................................................ 23 
3.3.2.1 - Amostragem .................................................................................................. 24 
3.3.2.1.1 - Intensidade de amostragem..................................................................... 28 
3.3.2.2 - Tamanho e forma de amostra ....................................................................... 28 
3.3.3 - Estrutura e Composição ........................................................................................ 30 
3.3.3.1 - Composição Florística ................................................................................... 30 
3.3.3.2 - Diversidade Florística ................................................................................... 31 
3.3.3.2.1 - Diversidade ............................................................................................. 31 
3.3.3.2.2 - Agregação das Espécies .......................................................................... 33 
3.3.3.3 - Estrutura Horizontal....................................................................................... 35 
3.3.3.3.1 - Abundância ............................................................................................. 35 
3.3.3.3.2 - Dominância ............................................................................................. 35 
3.3.3.3.3 - Freqüência............................................................................................... 36 
3.3.3.3.4 - Índice de valor de importância (IVI) ...................................................... 37 
3.3.3.4 - Estrutura Vertical ........................................................................................... 38 
3.3.3.4.1 - Posição Sociológica ................................................................................ 38 
3.3.3.4.2 - Regeneração Natural ............................................................................... 40 
3.3.3.5 - Índice de Valor de Importância Ampliado (IVIA) ........................................ 47 
 
 
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iv 
3.3.3.6 - Estrutura Diamétrica ...................................................................................... 48 
3.3.3.6.1 - Distribuições do número de árvores ....................................................... 48 
3.3.3.6.2 - Distribuições do volume ......................................................................... 49 
3.3.3.6.3 - Distribuições da área basal...................................................................... 50 
3.3.3.7 - Descrições das Funções de Distribuições ...................................................... 51 
3.3.3.7.1 - Função Exponencial................................................................................ 51 
3.3.3.7.2 - Função Hiperbólica................................................................................. 52 
3.3.3.7.3 - Função Potencial ..................................................................................... 52 
3.3.3.7.4 - Função Polinomial .................................................................................. 53 
4.0 - PROPOSTA TÉCNICA DE MANEJO FLORESTAL................................................................. 54 
4.1 - Planejamento das Ações para o Manejo ...................................................................... 54 
4.1.1 - Mapeamento e Delimitação da Propriedade ......................................................... 54 
4.1.2 - Inventário Diagnóstico.......................................................................................... 55 
4.1.2.1 - Coleta de dados para cubagem ..................................................................... 55 
4.1.2.2 - Sistema de Amostragem ................................................................................ 56 
4.1.2.2.1 - Locação das Amostras ............................................................................ 57 
4.1.2.2.2 - Instrumentos e Métodos de Medição ...................................................... 58 
4.1.2.2.3 - Informações Requeridas.......................................................................... 58 
4.1.2.2.4 - Coleta de dados por Amostragem ........................................................... 59 
4.1.2.3 - Processamento dos Dados.............................................................................63 
4.1.2.3.1 - Cubagem ................................................................................................. 63 
4.1.2.3.2 - Parcelas Amostrais.................................................................................. 63 
4.1.2.4 - Preparação de Relatório do Inventário ......................................................... 64 
4.1.3 - Definição da Base de Produção na Área de Manejo Florestal.............................. 65 
4.2 - Definição do Sistema de Manejo ................................................................................. 65 
4.3 - Ciclo de Corte .............................................................................................................. 65 
4.4 - Determinação das Unidades de Manejo Florestal (UMF) ........................................... 66 
4.5 - Unidade de Produção Anual e de Trabalho ................................................................. 67 
4.6 - Censo Florestal o Planejamento e Execução ............................................................... 68 
4.6.1 - Censo Florestal - Planejamento ............................................................................ 68 
4.6.2 - Censo Florestal: Preparação da área ..................................................................... 69 
4.6.3 - Censo Florestal: Execução.................................................................................... 70 
4.6.4 - Censo Florestal: Processamento ........................................................................... 71 
4.7 - Planejamento e implantação da Infra-estrutura de manejo .......................................... 72 
4.7.1 - Planejamento......................................................................................................... 72 
4.7.2 - Implantação da Infra-estrutura para o Manejo...................................................... 72 
4.7.2.1 - Estradas principal e secundaria..................................................................... 72 
4.7.2.2 - Trilhas de Arraste.......................................................................................... 73 
4.7.2.3 - Abertura de Esplanadas ................................................................................ 73 
5. PREPARO DA FLORESTA PARA CORTE E EXTRAÇÃO ......................................................... 74 
5.1 - Corte de Cipós.............................................................................................................. 74 
5.2 - Corte das árvores.......................................................................................................... 74 
 
 
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5.3 - Arraste.......................................................................................................................... 74 
5.4 - Traçamento .................................................................................................................. 75 
5.5 - Empilhamento na esplanada ........................................................................................ 75 
5.6 - Carregamento............................................................................................................... 75 
6. CONTROLE E MONITORAMENTO DO MANEJO FLORESTAL.............................................. 76 
6. 1 - Medições ..................................................................................................................... 76 
6.1.1 - Pátio de estocagem (esplanadas):.......................................................................... 76 
6.1.2 - Estrada secundária: ............................................................................................... 76 
6.1.3 - Trilhas de arraste:.................................................................................................. 76 
6.1.4 - Árvores Abatidas: ................................................................................................. 76 
6.2 - Avaliação de Danos ..................................................................................................... 77 
6.3 - Avaliação de Desperdícios........................................................................................... 78 
6.3.1. - Quantificação de Danos e Desperdício ................................................................ 78 
6.3.1.1 - Danos............................................................................................................. 78 
6.3.1.1.2 - Área alterada ........................................................................................... 79 
6.3.1.1.3 - Área do pátio de carregamento ............................................................... 79 
6.3.1.1.4 - Pátio de descarregamento ....................................................................... 79 
6.3.1.1.5 - Abertura de copa provocada pela queda ................................................. 79 
6.3.1.1.6 - Danos nas remanescentes provocados pela queda árvores e arraste....... 79 
6.3.1.2 - Desperdícios .................................................................................................. 79 
6.3.1.2.1 - Volume da tora........................................................................................ 79 
6.3.1.2.2 - Volume do desperdício na esplanada...................................................... 80 
6.3.1.2.3 - Volume do desperdício pela altura do corte ( toco ) ............................... 80 
6.3.1.2.4 - Volume do desperdício na ponta............................................................. 81 
6.4 - Monitorar Regeneração Natural................................................................................... 81 
6.4.1 - Avaliação do Crescimento, Incremento, Ingresso e Mortalidade da Floresta 
Estabelecida...................................................................................................................... 82 
6.5 - Plano de Prevenção, Controle e Combate a Incêndios Florestais ................................ 83 
6.5.1 - Recomendações Técnicas De Prevenção E Contra A Incêndios Em Florestas 
Tropicais........................................................................................................................... 85 
6.5.1.1 - Medidas Preventivas: .................................................................................... 85 
6.5.1.2 - Medidas de Segurança: .................................................................................. 85 
6.5.1.3 - Normas de Segurança: ................................................................................... 85 
7. LITERATURA CONSULTADA...................................................................................................... 86 
ANEXO................................................................................................................................................. 90 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 – Ilustra a divisão de área em função do ciclo de corte. 21 
Figura 02 - Exemplo de amostragem sistemática de múltiplo estágio. 26 
Figura 03 - Exemplo de Amostragem mista em conglomerados. 27 
Figura 04 - Exemplo de Amostragem com repetição total. 27 
Figura 05 - Exemplo de amostragem com repetição parcial. 28 
Figura 06 – Disposição das Amostras Permanentes com Sub-Amostra na Estação 
Demonstrativa. 
 
29 
Figura 07 – Disposição da Amostras Permanentes com Sub-Amostra na Fazenda São 
Nicolau. 
 
30 
Figura 08 - Exemplo de distribuição de área basal 50 
Figura 09 – Demonstrativo da distribuição das árvores cubadas 56 
Figura 10 – Esquema de medição da árvore cubada 56 
Figura 11 – Distribuição espacial das amostras na área de manejo florestal daestação 
demonstrativa – UFMT/FENF. 
 
57 
Figura 12 - Exemplo de planilha para coleta de dados para elaboração do plano de 
manejo florestal 
 
60 
Figura 13 - Plaqueta de identificação de árvores nas amostras. 62 
Figura 14 – Esquema da posição de coleta dos dados para determinação da altura 62 
Figura 15 – Detalhe da unidade de produção anual (UPA) em azul, e unidade de 
trabalho (UT) 
 
68 
Figura 16 - Distribuição Espacial das Picadas de Orientação 69 
 
 
 
 
 
 
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vii
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 01 – Composição da equipe de campo para Avaliação da Regeneração 42 
 
Quadro 02 - Exemplo de definição de base de produção em um plano de manejo 
florestal 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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viii
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 01 - Comercio mundial de madeira e a participação do estado e Mato Grosso em 
1996. 
 
17 
Tabela 02 - Comparação entre os Sistemas de Manejo Florestal. 
 
20 
Tabela 03 - Classe de tamanho, terminologia e símbolo das plantas. 
 
43 
Tabela 04 - Área de produção anual por unidade de manejo florestal no primeiro ciclo de 
corte. 
 
67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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1 
1.0 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, PLANEJAMENTO E MANEJO 
FLORESTAL. 
 
1.1 - Conceituação de Desenvolvimento Sustentável 
 
A expressão desenvolvimento sustentável vem merecendo grande destaque nos dias atuais 
nos diversos fóruns de discussão, sejam eles acadêmicos, políticos, científicos ou empresariais, 
quando se discute o desenvolvimento das economias industriais modernas. 
 Essa expressão foi popularizada a partir do Relatório Nosso Futuro Comum, com a 
finalidade de fazer um balanço do desenvolvimento econômico em nível mundial e das principais 
conseqüências sócio-ambientais desse estilo de desenvolvimento, e propor estratégias de longo 
prazo, visando um desenvolvimento sustentável. 
 O surgimento da noção de desenvolvimento sustentável, entretanto, não se deve única e 
exclusivamente às preocupações da ONU com o futuro global ameaçado com os rumos do 
desenvolvimento. Essa noção possui raízes históricas nos movimentos ambientalistas que buscavam 
uma proposta alternativa de desenvolvimento ante os riscos da degradação do meio ambiente, 
ganhando força à medida que se incorporavam à discussão as preocupações de cunho social. 
 Dada a relevância que assume esse tema no contexto de uma economia mundial cada vez 
mais globalizada, cujo progresso econômico tem gerado graves distúrbios na biosfera a ponto de 
ameaçar a base de sustentação da vida sobre o planeta, estas múltipla formas de interpretação vem 
servindo aos mais diversos interesses político-ideológicos, gerando propostas bastante diversificadas 
com vistas à implementação do desenvolvimento sustentável. 
Essa multiplicidade de interpretações da concepção do desenvolvimento sustentável tem 
sido responsável pela inclusão da temática relativa ao meio ambiente − e pela adoção de algumas 
estratégias de ação, com resultados satisfatórios na mitigação de alguns efeitos danosos ao 
ambiente. Por outro lado, o debate teórico sobre a noção de desenvolvimento sustentável tem 
servido para desviar o eixo da discussão principal, no que diz respeito da não sustentabilidade do 
modelo de desenvolvimento econômico mundial, principal responsável pelos graves problemas 
sócio-ambientais presentes para a humanidade. 
 Os esforços empreendidos e os resultados até aqui obtidos com a multiplicidade de 
interpretações sobre o desenvolvimento sustentável têm demonstrado que essa é ainda um 
conceito em formação. O papel da Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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2 
Desenvolvimento, a Rio-92, que resultou em alguns pontos positivos, entre os quais a 
“desnaturalização” e a “humanização” do desenvolvimento sustentável, pelo reconhecimento da 
imperiosidade de se considerar e incluir os problemas sociais neste conceito. 
 Desde o pós-guerra, diversas correntes do pensamento econômico buscaram discutir os 
problemas do subdesenvolvimento do Terceiro Mundo. Essas discussões têm sido dominadas 
basicamente por dois paradigmas concorrentes. As teorias desenvolvimentistas, que 
predominaram durante a longa fase de expansão da economia mundial, marcada pela 
predominância do otimismo da modernização, que durou até 1973, e o pessimismo das teorias da 
dependência, que prevaleceram na longa fase recessiva estabelecida em seguida. 
 O agravamento da questão ambiental - entendida como a contradição que se estabeleceu 
entre os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem e a capacidade de sustentação desse 
desenvolvimento pela natureza - contribuiu para engrossar as críticas à sociedade industrial e o 
estilo de desenvolvimento que ela imprimiu, resultando na degradação ambiental e social. 
 Dois conceitos importantes estão contidos na noção de desenvolvimento sustentável: o de 
desenvolvimento e o de sustentabilidade, ambos caracterizados pela multiplicidade e controvérsia 
conceitual. 
 O conceito de desenvolvimento é bastante abrangente, permitindo uma gama muito 
grande de interpretações e formulações teóricas, envolvendo, desde direitos individuais, de 
cidadania, até esquemas de classificação dos Estados-Nações. Internamente, ao sistema mundial, 
passa por atribuições de valor à mudança, tradição, justiça social, bem-estar, destino da 
humanidade, acumulação de poder econômico, político e militar. Outras conotações vinculadas a 
ideais de relações apropriadas entre os homens e entre estes e a natureza estão associadas ao 
conceito de desenvolvimento. 
 O desenvolvimento apresenta uma conotação qualitativa, a qual implica em melhoria da 
qualidade de vida das pessoas. Essa melhoria envolve múltiplos aspectos de ordem econômica, 
social, política, ambiental e cultural. 
 Por outro lado, a noção de crescimento econômico, em geral confundido com 
desenvolvimento, reflete principalmente o aumento da produção material de riqueza de um 
determinado país. É bem verdade que o desenvolvimento de uma nação se dá, na maioria das vezes, 
com crescimento econômico, entretanto, esse crescimento pode ocorrer ao mesmo tempo em que as 
condições de vida, de cidadania ou mesmo a qualidade do ambiente estejam sendo deterioradas. 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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3 
Os critérios puramente quantitativos de medição do crescimento econômico são, 
portanto, insuficientes para medir o desenvolvimento qualitativo proposto no desenvolvimento 
sustentável. Nesse sentido, o crescimento econômico, como um aumento em quantidade, não 
pode ser sustentável indefinidamente em um planeta finito. Já os desenvolvimentos econômicos, 
que é uma melhora da qualidade de vida, sem causar necessariamente um aumento na quantidade 
dos recursos consumidos, pode ser sustentável. 
 O desenvolvimento sustentável consiste na busca de umdesenvolvimento alternativo, em 
que as preocupações com a qualidade da vida e do ambiente estejam presentes como fatores 
determinantes nas definições do estilo de desenvolvimento. 
 A definição adotada pela FAO alinha-se entre aquelas que vinculam desenvolvimento 
sustentável e sociedade sustentável. Então o desenvolvimento sustentável “é o manejo e 
conservação da base dos recursos naturais e a orientação da mudança tecnológica e institucional, 
de tal maneira que assegure a contínua satisfação das necessidades humanas para as gerações 
presentes e futuras”. 
Sustentabilidade pode ainda ser definida é “a relação entre os sistemas econômicos, 
humanos, dinâmicos e os sistemas ecológicos mais abrangentes, dinâmicos, mas normalmente 
com mudanças mais vagarosas, na qual”: 
a) a vida humana possa continuar indefinidamente, 
b) as individualidades humanas possam florescer, 
c) a cultura humana possa se desenvolver, 
d) os efeitos das atividades humanas permaneçam dentro de limites a fim de que não 
destruam a diversidade, complexidade e funções do sistema ecológico de suporte da 
vida”.(Constanza, 1991). 
 Em geral, as definições de sustentabilidade incluem conceitos relacionados com as 
dimensões ecológica, econômica e social espacial e cultural. 
“Sustentabilidade ecológica no sentido de que o ecossistema em uso mantém através do 
tempo as características fundamentais quanto a componentes e interações em forma 
indefinida; sustentabilidade econômica no sentido de que o sistema em uso produz uma 
rentabilidade razoável e estável ao longo do tempo para quem o administra, que torna 
atrativo continuar seu manejo, e sustentabilidade social, no sentido de que ambos são 
compatíveis com os valores culturais e éticos, outorgando continuidade ao sistema” 
(IICA, 1992). 
 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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4 
 A sustentabilidade social tem como meta a construção de uma civilização com maior 
eqüidade na distribuição de renda e de bens. 
 A sustentabilidade econômica deve ser alcançada via alocação e gerenciamento mais 
eficiente dos recursos e por meio de um fluxo constante de investimentos públicos e privados. 
Deve ser avaliada em termos macro-sociais, e não apenas através do critério da rentabilidade 
empresarial de caráter macroeconômico. 
 A sustentabilidade ecológica deve ser obtida por meio de uma série de medidas que 
objetivem a ampliação da capacidade de carga do planeta, a limitação do uso de combustíveis 
fósseis, a redução do volume de resíduos e de poluição, a limitação do consumo de materiais, a 
intensificação das pesquisas para a obtenção de tecnologias mais eficientes e menos poluidoras e 
a definição de normas para uma adequada proteção ambiental. 
 A sustentabilidade espacial deve ter por fim a obtenção de uma configuração rural-urbana 
mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das 
atividades econômicas. 
 Finalmente, a sustentabilidade cultural inclui a procura de raízes endógenas de processos de 
modernização e de sistemas agrícolas integrados, processos que busquem mudanças dentro da 
continuidade cultural e que traduzam o conceito normativo de ecodesenvolvimento em um conjunto 
de soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área. 
 Essas definições de sustentabilidade são bastante abrangentes e inscreve-se num campo 
maior das relações homem-homem e homem-natureza no nível da sociedade, em uma dimensão 
espacial e temporal que remete à necessidade de garantir a conservação tanto do substrato 
biofísico de suporte à vida quanto do bem-estar humano no seu sentido amplo, incluindo as 
preocupações com as gerações futuras. 
 O objetivo do ecodesenvolvimento é a busca de um modelo de desenvolvimento que 
conjugue eficiência econômica, prudência ecológica e justiça social. Para tanto, uma teoria do 
desenvolvimento que se pretenda fundamentada nesse novo paradigma deverá considerar a noção 
de sustentabilidade a partir da incorporação, em seu campo de análise, de pelo menos três 
dimensões que compõem o desenvolvimento: a econômica, a biofísica e a sócio-política . 
 A dimensão biofísica é entendida como o espaço físico onde desenvolve-se a vida e todos 
os fenômenos do mundo material. 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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 A dimensão sócio-política representa o universo dos valores humanos. Muito embora 
distinto, ele não é independente do mundo biofísico e do mundo econômico. Inscrevem-se nessa 
dimensão todos os aspectos que compõem a relação homem-homem e homem-natureza. 
 A dimensão econômica é aquela que tem sido responsável, historicamente, pelo ritmo do 
desenvolvimento baseado na racionalidade econômica capitalista do processo de produção 
caracterizado pela lógica da valorização que imprime o dinamismo da economia industrial-
capitalista na qual o Estado exerce ou não um papel regulador. 
 O domínio exclusivo da lógica econômica tem gerado fortes desequilíbrios na sociedade 
global, tanto no nível social quanto no nível ecológico. 
A proposta de inserção do manejo florestal com instrumento do desenvolvimento 
sustentável está apoiada na visão tridimensional do desenvolvimento econômico, incorporar a 
lógica biofísica e a sócio-política na busca de um desenvolvimento regional que combine 
eficiência econômica, prudência ecológica e justiça social, conforme as pressupostas do 
ecodesenvolvimento. 
 
 
 
1.2 - Planejamento Florestal 
 
1.2.1 - Noções Gerais de Planejamento 
 
“O planejamento é a mais relevante e cerebral atividade do 
homem. A capacidade de planejar torna o homem único no 
reino animal”, ( Jack Bologna ). 
 
 A atividade do planejamento sempre foi vista como fundamental à administração das 
empresas. Os primeiros pensadores da administração já descreviam os processos administrativos 
composto das seguintes etapas: planejamento, comando, coordenação e controle. Com esta 
concepção do processo administrativo, a empresa era vista como uma máquina, em que o 
Gerente-de-Topo verificava seu desempenho, comparava-o ao planejado e tomava medidas para 
correção de rumos. 
 Desta maneira, o planejamento sempre foi considerado como uma atividade que permitia 
o controle sobre a alocação de recursos financeiros, com vistas ao alcance dos objetivos da 
empresa. Por esta razão, muitos administradores consideravam e, ainda, consideram o 
planejamento como sendo uma atividade adjunta do controle orçamentário. 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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6 
 A grande mudança nos conceitos de planejamento empresarial acabou ocorrendo quando 
motivado pela necessidade de enfrentar os ambientes externos, cada vez mais turbulentos, as 
empresas “importaram” os conceitos estratégicos, que eram utilizados pelos militares, para 
aplicação na gestão de empresas. A partir dessa época, novas reflexões foram surgindo a respeito 
do conceito de planejamento que, modernamente, é considerado uma atividade política e social 
complexa, que não pode ser estruturada por regras ou procedimentos quantitativos. 
 A atividade de planejamento é visto com indiferença por um grande número de gerentes, 
apesar da sua importância, motivada principalmente por três causas: 
 
 a - A primeira diz respeito ao imediatismo 
 Os gerentes acabam envolvidos pela atividade do dia-a-dia da empresa, e acabam perdendo o 
controle do seu próprio tempo, deixando de enxergar os verdadeiros objetivos do seu trabalho. Com 
isso, qualquer tempo dedicado ao planejamentoé visto como perda de tempo. 
 
 b - A segunda razão refere-se ao desconhecimento 
 Para não planejar, os gerentes alegam desconhecimento das técnicas do planejamento, 
pois as mesmas são muitos complexas. Na realidade, o que há é o desconhecimento, causado pelo 
desinteresse. 
 
 c - Finalmente, a terceira causa diz respeito à incerteza quanto ao futuro 
 O planejamento é considerado, por grande parte dos gerentes, inútil, por ser o futuro 
incerto. Na realidade, o raciocínio deveria ser o inverso, ou seja, quanto mais incerto é o futuro, 
maior necessidade tem a empresa de planejar, a fim de poder administrar e reduzir as incertezas. 
O planejamento deve ser considerado como uma forma de transformar as incertezas em riscos 
calculados. 
 
 
1.2.2 - Espírito do Planejamento 
 
Para caracterizar o espírito da atividade do planejamento deve-se preocupar com dois 
aspectos fundamentais: 
- a antecipação dos acontecimentos ou, em outras palavras, a preocupação com o futuro; 
 - a preparação para a ação, representada pela análise e reflexão dos fatos esperados. 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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7 
1.2.3 - Natureza do Planejamento 
 
 A natureza do planejamento pode ser definida através de um conjunto de características. 
A maioria delas, no entanto, são somente aplicáveis às concepções mais modernas, como o 
planejamento estratégico. Deve-se observar que quaisquer umas das características aplicam-se a 
qualquer tipo atividade de planejamento. Os principais aspectos que ajudam a melhor entender a 
natureza do processo do planejamento são: 
 - a antecipação dos acontecimentos; 
 - o compromisso com o futuro da organização; 
 - a tomada de decisões de forma organizada; 
 - a preocupação constante com a eficácia; 
 - a atenção em relação às mudanças do meio ambiente externo; 
 - a correta utilização dos recursos internos; 
 - o cuidado à manutenção da cultura organizacional; 
 - a caracterização de um processo interno de mudanças; 
 - a identificação da necessidade de mudança de mentalidade; 
 - caracterização do processo de aprendizado institucional. 
 
 
1.2.4 - Definição de Planejamento 
 
 Com base nas reflexões sobre a natureza do planejamento, é possível apresentar uma 
definição ampla e geral, válida para qualquer tipo de planejamento: 
“O Planejamento é um processo intuitivo ou estruturado que 
visa especular sobre o futuro, de forma a possibilitar a 
tomada de decisões antecipadamente” (Dorodame Leitão). 
 
 Para efeitos dos objetivos do manejo, contudo, faz-se necessário mais essa definição, a 
fim de podermos caracterizar o processo de planejamento estratégico de uma empresa florestal 
como atividade central da administração estratégica. Para tanto, é necessário introduzir na 
definição alguns conceitos como: 
- processo ordenado e racional; 
- atividade contínua e racional; 
- otimização dos processos de produção; 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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- mudanças do meio ambiente externo; 
- mitigação dos impactos na floresta. 
 
Com isso, adotar a definição para o processo de Planejamento Estratégico Empresarial 
Florestal: 
“Planejamento Estratégico Empresarial Florestal é uma 
atividade permanente e contínua, que é obtido por um 
processo sistematizado de tomada de decisões, com vista ao 
alcance dos objetivos que permitirão otimizar a produção 
atual e futura da empresa, a despeito de mudanças aleatórias 
ou organizadas no meio ambiente futuro” . 
 
 Da definição, podemos observar: Trata-se de uma atividade permanente e contínua, isto é, 
de um processo e não de um ato. O planejamento é desenvolvido de modo ordenado e racional, 
ou seja, é um processo de tomada de decisões que é estruturado no nível da empresa, e não de 
decisões intuitivas, baseadas na “genialidade” de alguns gerentes. Neste sentido, o planejamento, 
visa identificar e permitir o alcance de objetivos de longo prazo da empresa e, ainda, 
preocupando com o futuro da organização. O planejamento prevê a investigação e se prepara para 
as mudanças futuras no ambiente da empresa florestal. 
 
 
 
1.2.5 - O Planejamento da Produção Florestal 
 
 O manejo florestal assegura o interesse do proprietário e da sociedade à floresta, 
considerando os aspectos econômicos, ecológicos e ambientais. O manejo envolve desde a coleta 
de dados e o fornecimento de informações para tomada de decisões, planejamento da produção 
por unidade de trabalho, bem como o planejamento da produção para o conjunto das áreas 
florestais e, ainda, permite o gerenciamento de todo o processo de produção florestal. 
 O planejamento da produção florestal é efetuado em duas etapas: na primeira fase planeja-
se todas as ações necessárias para a produção de uma unidade de trabalho (UT); depois 
prossegue-se com o planejamento geral da produção em toda a área de manejo fazendo os ajustes 
necessários que eventualmente ocorram no planejado para as unidades de trabalho. 
 Os aspectos que devem ser levados em consideração no planejamento da produção 
florestal são os seguintes: 
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- Regular o manejo da floresta produtora ajustando-se à capacidade de suporte do ecossistema, na 
existência ou não do estoque remanescente, da regeneração e a demanda. 
- Obter informações sobre a potencialidade das florestas mediante o planejamento e execução 
de inventários prévios, tecnicamente concebidos com objetivos claros e bem definidos para o 
fornecimento de informações sobre a composição, estrutura e estoque por espécie, por grupo 
de espécies e para o total de espécies existente na área sob manejo. 
- Planejar o monitoramento da evolução da floresta com o propósito de conhecer a taxa de 
recuperação e outros processos relativos à sua dinâmica. 
- Conceber programas de plantio de enriquecimento com objetivos e metas bem definidos que 
garantam rentabilidade e não causem impactos negativos ao ambiente. 
- Planejar a incorporação de novas espécies ao aproveitamento. 
- Agrupar as espécies, no planejamento, segundo critérios tecnológicos, econômicos e 
ambientais. 
 
 
1.3 - Manejo Florestal 
 
1.3.1 - Conceito 
 
 Manejo Florestal é classicamente definido pela sociedade Americana de Engenheiros 
Florestais SAF (1958), como aplicação de métodos empresariais e princípios técnicos na 
operação de uma propriedade florestal. A silvicultura, parte integrada do manejo, é a parte da 
ciência florestal que trata do estabelecimento, condução e colheita de árvores. 
 No Decreto n° 1.282, de 19.10.94 que regulamentou a exploração das florestas da Bacia 
Amazônica, o termo manejo florestal sustentável é definido como a administração da floresta 
para a obtenção de benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentação 
do ecossistema. 
É necessário salientar que o manejo florestal, além de ser uma técnica, é também uma 
estratégia política, administrativa, gerencial e comercial, que utiliza princípios e técnicas 
florestais no processo de intervenção do ecossistema, visando a disponibilização de seus produtos 
e benefícios para usos múltiplos, de forma a garantir os pressupostos do desenvolvimento 
sustentável. 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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10 
O manejo florestaltem sido considerado por muitos pesquisadores, como um processo de 
tomada de decisão. Neste contexto o profissional florestal necessita ter uma visão global de 
planejamento, utilizando-se para tal, modelos matemáticos que possibilitem a previsão da 
produção, assim como gerenciar informações através de planos de manejos em que a otimização 
seja a tônica do processo. O manejador florestal deve balizar suas decisões em informações 
biológicas, econômicas, sociais, ambientais e de mercado de modo a propiciar a sustentabilidade 
desta prática e a perpetuação da atividade florestal no empreendimento. 
 O sucesso da atividade florestal, depende, em grande parte, da existência de um plano que 
defina, com clareza, seus objetivos e os meios para alcançá-los. A falta de um planejamento 
sistemático favorece a definição de objetivos com base em critérios subjetivos, incorreta 
distribuição temporal das ações, com dificuldade de coordenação e aferição dos resultados. O 
planejamento é particularmente relevante no manejo florestal, em razão de longos períodos 
envolvidos, como também das dificuldades em se promover mudanças bruscas no processo de 
gestão de uma floresta. 
São consideradas florestas manejadas aquelas, com importância para a conservação de 
biodiversidade, para as quais há prescrições de cortes, tratamentos silviculturais e proteção com o 
objetivo de produção comercial e outros benefícios de forma sustentada. 
As florestas naturais heterogêneas, particularmente as tropicais, acham-se em regiões 
onde se localiza em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. As causas de depredação 
destas florestas são os cortes seletivos da madeira, o crescimento populacional e a crescente 
atividade da agropecuária extensiva. Na América Latina, o fator principal de depredação das 
florestas tropicais é a atividade agropecuária influenciada por pressões de demandas geradas 
pelas políticas governamentais. 
 As florestas tropicais são caracterizadas por imensa diversidade flora e fauna. No passado 
e, atualmente, grandes partes desse potencial foram exploradas de maneira desordenada, 
causando grandes impactos ambientais e danos irreversíveis ao ecossistema florestal. Estes 
impactos no passado foram motivos dos movimentos conservacionistas, que reivindicavam uma 
maior conservação das florestas tropicais. 
 Com a diminuição e a degradação das florestas tropicais de outras regiões, a Amazônia 
passou a ser o centro das atenções. Considerando a sua expressiva cobertura vegetal, cada vez 
mais se torna evidente a sua importância como proteção e abrigo às diferentes formas de vida. 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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11 
Neste processo, o manejo florestal contribui, de forma decisiva ao visar a sustentabilidade da 
produção madeireira sem comprometer o funcionamento do ecossistema e conserva os seus 
processos estruturais e funcionais. 
 Para que seja efetivamente concretizada a conservação da biodiversidade nos trópicos é, 
necessário conhecer os processos de dinâmica da sucessão natural, crescimento e produção das áreas 
florestais nativas. O manejo para produção sustentável destas florestas, quando praticado sob critérios 
técnicos, econômicos e sociais, garante os níveis de satisfação e necessidade das gerações presentes e 
futuras, bem como a sustentabilidade e renovabilidade do recurso. 
A temática envolvendo as possibilidades de conciliar o desenvolvimento e o manejo 
sustentável dos recursos naturais fortaleceu-se, a partir do lançamento e popularização do 
conceito de desenvolvimento sustentável. 
 Os modelos predatórios de desenvolvimento, que visa prioritariamente os benefícios 
econômicos imediatos, privilegiando o crescimento econômico em detrimento dos benefícios 
ambientais e da melhoria da qualidade de vida das populações, passou a ser questionado, em prol 
de um modelo alternativo. Impõe-se a necessidade de um modelo de desenvolvimento que 
incorpore e integre em suas propostas e ações as dimensões sociais, econômicas e ecológicas. 
 Mas a proposta de desenvolvimento sustentável, longe de ser consensual, tem gerado 
polêmicas e suscitado críticas diversas. A principal delas revela-se na própria contradição entre as 
propostas que a concepção de desenvolvimento sustentável encerra e a realidade das relações que 
se estabelecem, na prática, entre as nações ricas e pobres do planeta. 
 Existe, não obstante as contradições que o termo encerra, um certo consenso quanto à 
importância dessa noção como referência para a análise, entendimento e apontamento de 
caminhos em busca de estilos alternativos de desenvolvimento, a partir da integração das 
dimensões social, econômica, política e ecológica. 
 A dissociação dessas quatro dimensões de análise tem caracterizado o instrumental teórico 
disponível em todas as disciplinas, constituindo um problema paradigmático da ciência moderna, 
cujos caminhos para a superação apontam a necessidade de uma interdisciplinaridade ampla entre 
as ciências sociais e as ciências naturais. 
 Isso significa que qualquer processo ou modelo de desenvolvimento, por mais que esteja 
associado a um setor específico, deve ser analisado e interpretado por uma ótica interdisciplinar, 
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em que as preocupações de cunho econômico, por exemplo, não estejam desvinculadas das 
questões políticas, sociais e ecológicas. 
 No campo da economia, as novas formulações teóricas propostas pela economia 
ambiental neoclássica e, mais recentemente, pela economia ecológica procuram a resolução dos 
problemas que resultam da relação entre desenvolvimento econômico, sociedade e natureza por 
meio da incorporação integral da natureza e dos serviços ambientais ao sistema de mercado, 
buscando uma eficiência global no seu uso. 
 No campo da ecologia, um novo paradigma aponta para a compreensão do meio ambiente 
como sistema aberto, complexo e dinâmico. Nesse sentido, os problemas ambientais, longe de 
serem localizados e delimitados, são, ao contrário, transfronteiriços, isto é, não podem ser 
circunscritos a partir de limites estabelecidos politicamente. 
 No âmbito da ciência florestal, essas duas interpretações têm provocado polêmicas entre 
aqueles que se alinham com maior ou menor intensidade a cada uma dessas concepções. Nesse 
contexto, as discussões sobre as formas de uso e o futuro dos grandes ecossistemas globais, 
ameaçados por esse modelo de desenvolvimento, têm colocado as florestas tropicais, em especial a 
amazônica, no centro das atenções internacionais nos diversos fóruns de debates sobre essa temática. 
 O processo de destruição gradativa das florestas tropicais destaca-se como um tema prioritário 
nas formulações de políticas com vistas à conservação das florestas, em nível tanto nacional quanto 
internacional. Em relação ao setor madeireiro, por exemplo, o panorama internacional aponta para o 
esgotamento, num futuro bem próximo, das fontes tradicionais de suprimento do mercado 
internacional de madeiras tropicais, nos principais países produtores do sudeste asiático. As 
perspectivas são de que os interesses desse mercado voltem-se para a Amazônia, com o conseqüente 
aumento das pressões sobre os recursos florestais madeireiros da região. 
 Diante desse quadro, fica patente a necessidade de reestruturação das atividades 
madeireiras na Amazônia, buscando corrigir e aprimorar o modelo atual de utilização dos 
recursos florestais, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável do setor florestal, 
em geral, e do madeireiro, mais especificamente. 
 A postura predominantemente economicista-produtivista em relação aos recursosflorestais tem sido apontada como a causa principal do padrão insustentável de exploração, que 
tem colocado em risco a manutenção física não só desses recursos, mas também dos múltiplos 
bens e serviços que eles fornecem. 
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13 
 Se, para a sociedade em geral, a floresta é considerado um bem patrimonial capaz de 
fornecer múltiplos bens e serviços, do ponto de vista da empresa florestal privada, ela é vista 
como um estoque de recursos (ou capital) madeireiros. O predomínio da racionalidade econômica 
define o padrão de uso desses recursos madeireiros. 
 O manejo florestal madeireiro há muito vem sendo considerado um dos instrumentos mais 
viáveis de gestão (decisões e ações negociadas entre atores sociais envolvidos) dos recursos florestais 
com vistas à produção sustentada de madeiras. Sob a influência dessa nova ótica de desenvolvimento, 
o manejo florestal passa a incorporar, também, a idéia de desenvolvimento sustentável. 
 Para atender aos princípios do desenvolvimento sustentável, o manejo florestal precisa 
contemplar, em seus objetivos, a busca da sustentabilidade em relação às dimensões social, 
política, ecológica e econômica. Compatibilizar e articular essas quatro dimensões constitui o 
principal desafio para o manejo florestal sustentável. 
 Historicamente, a concepção de manejo florestal passou de uma noção economicista, onde 
a ênfase maior era dada à maximização da produção de madeireira, para uma noção de manejo 
florestal sustentável, na qual a ênfase passou a ser dada ao ecossistema florestal como um todo e 
aos múltiplos bens e serviços que ele é capaz de fornecer a toda a sociedade. 
 Essa mudança implica uma nova concepção, uma nova postura em relação à floresta e aos 
múltiplos recursos florestais. Isso não significa que esses aspectos eram anteriormente 
desconsiderados pela ciência florestal, ao contrário, as preocupações com a ecologia, o meio ambiente 
e o uso múltiplo das florestas em relação aos benefícios sociais a serem gerados sempre estiveram 
presentes, embora desarticuladas das preocupações principais da economia florestal. 
 O grande avanço foi a integração de campos de análise que anteriormente eram tratados 
separadamente. Tal mudança é concernente a um novo paradigma da ciência florestal, que 
pretende articular em seu arcabouço teórico-metodológico e técnico as quatro dimensões contidas 
na proposta de desenvolvimento sustentável. 
 Sob essa nova ótica, a floresta é concebida como um ecossistema complexo, capaz de 
fornecer uma multiplicidade de bens e serviços, para a sociedade em geral. Com a incorporação 
da dimensão sócio-ambiental de análise passa-se a considerar aspectos da relação entre seres 
humanos e destes com a natureza, o que permite reconhecer a existência de limites 
ecossistêmicos para as atividades econômicas e sociais, e de um contexto histórico-social no qual 
a atividade econômica está inserida. 
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14 
 Essa nova concepção, apesar de se configurar como mais viável, no atual estágio de 
conhecimento técnico-científico, não encontra expressão prática na Amazônia, onde ainda 
prevalece um modelo de exploração seletiva, desorganizado e altamente predatório dos recursos 
florestais e as preocupações de cunho social permanecem ainda no campo da retórica, nas 
formulações de políticas públicas para o meio ambiente. 
 Não obstante a evolução da legislação e os avanços técnico-científicos em relação ao 
manejo florestal, a exploração e o uso dos recursos florestais na Amazônia continuam baseados 
em modelos predatórios e pouco eficientes, gerando efeitos negativos que comprometem a 
sustentabilidade em longo prazo dessas atividades. 
 As causas relatadas são variadas referem-se, por exemplo, à estrutura, organização atual 
do setor florestal, às inadequações da legislação e da política florestal, às deficiências 
institucionais, aos riscos e incertezas em relação aos problemas fundiários e sócio-econômicos, à 
falta de tecnologias apropriadas e à baixa rentabilidade do manejo florestal sustentável, que 
envolve investimentos elevados em longo prazo. 
Atualmente, existem boas informações sobre técnicas de manejo sustentável de florestas 
naturais inequiâneas na Ásia, África e na América, as quais, sem dúvida poderão ser adaptados às 
condições das florestas tropicais brasileiras. 
 As pesquisas que têm sido desenvolvidas para testar a viabilidade do manejo florestal 
madeireiro têm privilegiado principalmente a verificação de aspectos técnico-científicos. As análises 
econômicas ainda estão limitadas a experiências em projetos demonstrativos, carecendo de 
informações sobre o comportamento econômico em escala empresarial e envolvendo mais de um 
ciclo de corte. Enfim, não existem, na Amazônia, experiências de pesquisas que busquem agregar e 
integrar a dimensão social, política, ecológica e econômica numa mesma proposta de análise. 
 É preciso ter claro que a identificação das vinculações entre o manejo florestal madeireiro 
e o desenvolvimento sustentável não subentende, necessariamente, a aceitação tácita e irrestrita 
do conjunto dos pressupostos dessa proposta de desenvolvimento. Tampouco se pode deduzir que 
as bases de uma sociedade mais justa social e ambientalmente podem ser construídas sem que se 
processem profundas modificações nas relações sociais e nas relações de poder entre indivíduos, 
sociedades e nações nos níveis local, nacional e mundial. 
 
 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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1.3.2 - Histórico e Desenvolvimento 
 
 Desde a origem das civilizações as florestas começaram a ser derrubada, pois as árvores 
eram usadas como material de construções e combustível. Isto perdurou por mais de cinco mil 
anos, desde a Idade do Bronze até meados do século XIX. Para a maioria das pessoas que 
habitam o planeta as árvores ainda cumprem essas funções (PERLIN, 1992). 
 Quanto a origem, o manejo florestal não tem uma data precisa de nascimento. Entretanto, 
há relatos muito antigos das primeiras tentativas de manejo ordenado das florestas, porém estas 
tentativas não chegaram a formar uma base teórica sobre o assunto. 
 Dentre os mais antigos relatos há registros que em 1122 a.C., um imperador chinês contratou 
um silviculturista cuja principal tarefa era o desbaste, a poda e a limpeza das florestas. Os romanos 
conheciam o regime de alto fuste e começaram a planejar a utilização das florestas desde 23-79 d.C. 
 Na Europa Central, onde nasceu o ordenamento florestal, o sistema de talhadia é 
conhecido desde o período de Carlos Magno (742-814 d.C.). 
 Práticas de rendimento sustentado foram desenvolvidas, na Alemanha no século 14, 
mediante a divisão da área em parcelas iguais tamanho. O número de parcelas coincide com a 
idade de rotação. Durante o século 18, também na Alemanha, começava incentivada pelo perigo 
de escassez de madeira, a elaboração de uma teoria de ordenamento para regular o corte com base 
no volume em vez da área; calculava-se já o volume normal de uma floresta. 
Foram escritos vários manuais sobre ordenamento florestal e em 1.789 foi fundada a 
primeira escola de floresta por G.L. HARTIG que formulou em 1804 a teoria básica do manejo 
sustentado: “manejar as florestas de maneira que os descendentes possam obter dela pelo menos 
os mesmos benefícios que a geração vivente”. 
 A administração florestal foi introduzida na França em 1346, 1376 e de 1820, com 
objetivo de inventariar as florestas efiscalizar os cortes. Em 1669 a lei incentivava uma época de 
desenvolvimento do manejo florestal. 
 Os sistemas silviculturais utilizados em manejo nos paises com florestas tropicais, são 
adaptações dos modelos clássicos desenvolvidos para as florestas temperadas. As principais 
experiências silviculturais voltadas para o manejo florestal foram executadas na Índia e Birmânia, 
em meados do século XIX. 
 A história do manejo florestal para os paises com florestas tropicais tornou-se conhecida 
com o surgimento dos reinos coloniais europeus. Dietrich Brandis escreveu, em 1860, o primeiro 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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16 
plano de ordenamento para Tectona grandis L.F. da Birmânia, desenvolvendo o método 
“taungya” e na Índia foi funda o serviço florestal indiano. 
 O serviço florestal da Malásia foi criado em 1883, e teve como principais atividades o 
controle do extrativismo madeireiro, a manutenção de reservas florestais, legislação e administração. 
Neste serviço as atividades de manejo florestal praticamente não foram executadas. 
 Nos paises africanos as primeiras experiências silviculturais são registradas desde o início do 
século XX. As primeiras pesquisas implantadas em Togo e Camarões datam de 1908. Entre 1920 e 
1930, na África Ocidental Britânica, foram instalados os primeiros experimentos florestais da região. 
 No continente americano, as primeiras experiências silviculturais foram implantadas em 
Trinidad entre 1890 e 1900. 
 O conceito de manejo florestal em regime de rendimento sustentado foi introduzido, no 
Brasil, a partir da realização dos inventários florestais, executados por peritos da FAO, em fins da 
década de 50. O primeiro plano de manejo da Amazônia brasileira foi elaborado para a FLONA 
de Tapajós, em 1978, para uma área de 130.000 ha. Atualmente diversos estudos e ensaios estão 
sendo praticados por agentes públicos e privados. Desde 1980, o INPA vem desenvolvendo 
estudo sobre a dinâmica das intervenções do processo pós-exploratório. 
 
 
1.3.3 - Importância do setor florestal para o Desenvolvimento Regional 
 
 A exploração seletiva de madeira começa a desempenhar papel importante, tanto na 
alteração da paisagem, como na manutenção das atuais taxas de desmatamento na Amazônia. Até 
recentemente, fins dos anos 80 e início dos anos 90 a madeira era considerada como subproduto 
de projetos de desenvolvimento na Amazônia, principalmente agropecuários. 
O Estado de Mato Grosso, apesar de oferecer vantagens para a indústria de base florestal, 
esta é pouco desenvolvida e ainda encontra-se alicerçada no extrativismo seletivo. O setor de 
base florestal é um componente muito importante na economia do Estado em termos de geração 
de renda, manutenção de empregos diretos e indiretos e geração de impostos. 
Em função da exuberância das florestas existente no Estado o processo de aproveitamento 
da madeira e outros produtos trouxeram associado um importante parque industrial de base 
florestal com 35,65% do total das indústrias instaladas (MATO GROSSO, 2001). A atividade do 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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setor florestal é responsável pela ocupação de 26% da mão de obra, o que equivale a 39 mil 
postos de trabalho (PRODEFLORA, 2001). 
 O segmento de desdobramento e beneficiamento de madeiras é, hoje, numa das principais 
atividades econômicas, cujo parque industrial é formado por aproximadamente 1.214 indústrias 
composta por serrarias, laminadoras e compensados, constituindo-se no maior segmento industrial 
instalado em Mato Grosso. O Brasil participou do mercado mundial de madeiras tropicais em 2000 
com 2,1% e, deste total, Mato Grosso contribuiu com 1,5%. 
 A participação do setor florestal na arrecadação de ICMS foi em média no período de 
1991 a 1999 de 8,65%, correspondendo a cifra de R$ 67.103.394,65. 
Para aumentar a participação brasileira e também mato-grossense no mercado mundial de 
madeiras tropicais não basta apenas aumentar indiscriminadamente a extração de madeira. Torna-
se necessário sensibilizar o proprietário rural sobre a importância do valor da floresta, que se bem 
utilizada pode lhe conferir renda a curto prazo, para isto é necessário tomar medidas que reduzam 
os riscos decorrentes da atividade. Nesse aspecto salienta-se a importância do manejo florestal no 
sentido de minimizar os efeitos da intervenção na floresta, de perpetuar a atividade e de torná-la 
mais produtiva. 
 O Brasil participa do comércio mundial de madeira tropical com pouco mais de 2%, deste 
total Mato Grosso participa com 1,5% conforme é demonstrado na tabela 01, a seguir. 
 
 Tabela 01 - Comercio mundial de madeira e a participação do estado e Mato Grosso em 1996 
PRODUTO 
 
TOTAL 
(US$ 1.000) 
BRASIL 
(US$ 1.000) 
% MATO GROSSO 
(US$ 1.000) 
% 
Tora 11,131.000 25,800 0,2 - - 
Serrados 24,580.000 34,500 1,4 13,100 37,9 
Compensado 8,676.000 248,000 2,9 16,278 6,5 
Aglomerado 3,483.000 22,500 0,6 - - 
Chapa dura 754,000 83,700 11,1 - - 
MDF 1,000.000 - 0,0 - - 
Outros 92,376.000 2,285.000 2,5 18,684 0,8 
Total 142,000.000 3,010.000 2,1 48,062 1,5 
 Fonte: Mato Grosso, 2000 
 
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2.0 - LEGISLAÇÃO REFERENTE AO MANEJO FLORESTAL 
 
 Para que a implantação de Projetos de Manejo Sustentado seja feita com sucesso é 
necessário o comprimento da legislação específica norteadora da atividade florestal. O Governo 
Federal, o Ministério do Meio Ambiente, o IBAMA e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente 
estabelecem os instrumentos legais que disciplinam o desenvolvimento do manejo florestal, que 
estão previstos em Leis, Decretos, Portarias e Instruções Normativas: 
 O artigo 225 da Constituição Federal (1988): 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações.” 
 
Lei 4.771 de 15 de setembro de 1.965 – Código Florestal 
 
Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto 2001 – Altera o Código Florestal. 
 
Decreto n°1.282 de 19 de outubro de 1.994 – Regulamenta o artigo 15 da Lei n° 4.771. 
 
Decreto n° 2.788 de 28 de setembro de 1.998 - Altera dispositivos do Decreto n°. 1.282, 
de 19 de outubro de 1994, e dá outras providências. 
 
Decreto n°1.963 de 25 de julho de 1.996 – Suspensão da Exploração da Exploração de 
Mogno e Virola na Região Amazônica. 
 
Decreto n° 3.559 de 14 de agosto de 2000 - Suspende a exploração da espécie mogno 
(swetenia macrophylla king), na região Amazônica, pelo período de dois anos, e dá outras 
providências. 
 
Instrução Normativa n° 3 de 4 de março de 2002 – Sobre conversão para uso do Solo 
(reedição da IN 003, de 10.05.01, publicada em 14.05.01). 
 
Instrução Normativa n° 7, de 22 de agosto de 2003 – Sobre o Manejo Florestal 
Sustentável do Mogno. 
 
Portaria nº 19 de 11 de abril de 2003 – Institui a Declaração de acompanhamento e 
Avaliação de Plano e Manejo Florestal Sustentável – DAAPMF, que deverá ser 
apresentada pelos responsáveis técnicos dos Planos de Manejo Florestal Sustentável. 
 
Com a assinatura do Termo de Cooperação Técnica para Gestão Florestal entre o estado de 
Mato Grosso e o Ministério do Meio Ambiente, a legislação florestal está toda em aparato 
legal pelo executivo estadual. Desta feita o Estado passou a ter uma legislação concorrenteao 
da União, como assegura o Art.24, inciso VI da Constituição federal de 1988. 
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19 
 
Lei Complementar Estadual nº232, de 21 de dezembro de 2005 – Altera o código Estadual 
do Meio ambiente. 
 
Lei Complementar Estadual nº233, de 21 de dezembro de 2005 – Dispõe sobre a Política 
Florestal do Estado de Mato Grosso. 
 
Decreto 6958 de 29 de dezembro de 2005 - Regulamenta a Gestão Florestal do Estado de 
Mato Grosso 
 
Decreto 7773 de 30/06/06 – Disciplina Guia Florestal (GF). 
 
Portaria 01 de 01/01/06 – Regulamenta o parágrafo 3º do art.13 do Decreto 6.958 de 
29/12/05, institui o cadastro de consumidores de produtos florestais (CC-SEMA) 
 
Portaria 02 de 01/01/06 – Aprova os roteiros mínimos para Plano de Manejo Florestal e 
Plano Operacional Anual 
 
Portaria 03 de 01/01/06 – Institui os Termos de Responsabilidade de Manutenção de 
Floresta Manejada e o de Vinculação de Reposição Florestal 
 
Portaria 30 de 30/03/06 – Disciplina o uso da Guia Florestal para o Transporte de 
Produtos e Subprodutos de Origem Florestal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 
 
 
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3.0 - FUNDAMENTOS DO MANEJO FLORESTAL 
 
3.1 - Sistemas de Manejo 
 
 
O manejo das florestas depende de um planejamento eficiente, do rígido controle na 
elaboração, execução e gerenciamento do plano de manejo, medidas fiscais e do financiamento 
da atividade. De acordo com a forma de extração das árvores os sistemas de manejo aplicados em 
florestas tropicais classificam-se, basicamente, em duas categorias: monocíclicos e policíclicos. 
 - Monocíclico – Neste sistema, a retirada da madeira comercial se dá de uma só vez, e a 
próxima colheita é baseada nas mudas das espécies comerciais existentes no momento do primeiro 
corte. Os ciclos de corte dependem do crescimento médio das espécies a regenerar, mas em geral, são 
longos, de 70 a 100 anos. Um exemplo clássico de um sistema monocíclico é o Sistema Uniforme 
Malaio. Este sistema permite que seja retirado apenas o crescimento da floresta acumulado no ciclo 
de corte. A figura 01 ilustra melhor a divisão da área em função do ciclo de corte. 
 - Policíclico – Neste, uma parte ou todas as árvores comerciais que atingiram o tamanho 
de corte são retiradas. As árvores de tamanho intermediário que permanecem na floresta passam a 
constituir o estoque remanescente para o próximo corte. Devido a isso, os ciclos de corte são bem 
menores que os do sistema monocíclico, variando de 20 a 40 anos. Exemplos típicos de manejo 
policíclico é o Sistema Seletivo da Indonésia, o Sistema de Seleção de Gana e o Sistema CELOS 
do Suriname. A comparação entre os dois sistemas, é mostrada na tabela 02. 
 
 Tabela 02 – Comparação entre os Sistemas de Manejo Florestal. 
Referindo-se ao Policíclico Monocíclico 
- Objetivo - Floresta de seleção - Floresta uniforme 
- Semelhança ao processo 
natural 
- Considerável: somente 
modificações florísticas 
- Menos considerável: 
modificações florísticas e 
estruturais 
- Custos de transformação - Menores - Maiores 
- Colheita de madeira - Mais cedo, menor 
volume, porém mais 
freqüente 
- Mais tarde, maior volume, 
porém apenas uma vez por 
rotação 
- Danos ao povoamento 
residual 
- Relativamente altos e 
freqüentes 
- Baixos, somente na 
regeneração e apenas uma vez 
por rotação 
- Controle - Difícil - Menos difícil 
 Fonte: LAMPRECHT (1993) 
 
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 Figura 01 – Ilustra a divisão de área em função do ciclo de corte 
 
 
 
3.2 - Ciclo de Corte 
 
 
 O ciclo de corte é o período entre duas reduções de densidade, ou seja, é o tempo 
necessário para que o estoque em crescimento atinja o estoque florestal. Pode-se entender o ciclo 
de corte como o período de tempo planejado no qual, todas as porções de uma área florestal 
devem ser cortadas em uma seqüência ordenada. 
 A periodização do ciclo de corte permite um manejo com rendimento sustentado. Em um 
ciclo de corte de 30 anos, por exemplo, deve-se dividir a área em 30 unidades de produção com a 
mesma produtividade. A cada ano reduz-se a densidade na seqüência da primeira unidade até a 
trigésima. A partir desta idade a primeira unidade terá atingido o nível de estoque total, 
permitindo assim, reiniciar o ciclo de utilização. Neste período a floresta terá recuperado em 
espécie, área basal e volume o que foi retirado na primeira extração, conforme mostra a figura 01. 
 
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3.3 - Análise da Vegetação 
 
3.3.1 - Considerações Gerais 
 
 O Manejo de Florestas tropicais heterogêneas constitui o maior desafio da Ciência 
Florestal, devido a sua complexidade e a dificuldade de interpretação das múltiplas inter-relações 
do ecossistema natural. Estas dificuldades redobram-se na proporção direta do aumento da 
diversidade de espécies que compõem a comunidade vegetal. A vegetação é um fenômeno 
natural complexo, que pode ser medido por diversos parâmetros e está relacionado com alguns 
fatores do meio, tais como: climáticos, edáficos e bióticos, dando como resultado distintas 
classificações dos tipos ecológicos. 
 A estrutura das florestas pode ser caracterizada, não só pelos métodos quantitativos, mas 
sim através de fórmulas combinadas, símbolos ou perfis esquemáticos, como apresentado, a 
seguir nos diferentes sistemas: 
a) – O sistema Klükler, baseia-se em uma série de combinações de letras e números, para 
designar os diversos tipos de vegetação. 
b) – O sistema Dansereau, para descrever a fisionomia da estrutura da vegetação, utiliza 
combinações de letras, números e mais uma série de símbolos para representá-los graficamente. 
c) – A representação de estrutura da floresta através das organizações arquitetônicas 
utilizando caracteres horizontais e verticais das espécies ou grupamentos vegetais. 
 
Os dados exclusivamente numéricos e os métodos descritos não satisfazem, já que as 
florestas geralmente são bastante complexas. É necessário, portanto, para melhor compreender a 
estrutura, desenvolver perfil dos povoamentos, que devem ser adaptados às características 
especiais da floresta. Como existe uma grande variação entre métodos já empregados para análise 
estrutural, e como ainda não alcançou uma uniformidade perfeita dos mesmos no cenário 
internacional, é necessário estabelecer alguns requisitos a ser seguidos, para que o sistema 
empregado seja realmente satisfatório: 
 
1. Que seja capaz de fornecer um quadro representativo da estrutura do tipo de floresta 
estudada. 
2. Deve ser aplicável, não importando o tipo de floresta estudada. 
3. Os resultados devem ser objetivos, isto é, devem ser livres de qualquer influência 
subjetiva , sendo portanto, desejável que se expresse por diagramas e números. 
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4. As análises dos resultados procedentes do mesmo tipo florestal ou de tipo diferente, 
sejam diretamente comparáveis. 
5. Que seja aplicável o método de estatística,na compilação e avaliação dos dados de 
campo, bem como na interpretação e comparação dos resultados. 
 
Dentre as técnicas que cumprem com os principais requisitos anteriormente mencionados, 
pode-se distinguir as seguintes: 
1. As técnicas analíticas, nas quais se aplicam os procedimentos clássicos de investigação 
cientifica; entre elas pode-se citar análise da estrutura florística (horizontal e vertical) e 
da estrutura diamétrica das florestas. 
2. As técnicas de síntese, para o estudo da estrutura vertical das florestas, nas quais se 
procura obter uma imagem completa da floresta. 
 
No manejo de florestas nativas tropicais, cumpre este papel a análise da vegetação em que 
estão inseridos as estruturas florísticas. Para o manejo destas florestas é necessário obter além da 
sua descrição fisionômica, que contém as listas de espécies e a apresentação de perfis e 
diagramas, o conhecimento das medidas de abundância, dominância, freqüência, índice de valor 
de importância, valor de cobertura e regeneração. 
Os métodos de análise estrutural baseado nos cálculos de abundância, freqüência e 
dominância, devido a sua boa aceitação e motivados pela facilidade operacional, estão sendo 
crescentemente empregados nas pesquisas florestais e, também, como parâmetros de tomada de 
decisão na elaboração e execução dos planos de manejo florestal. 
 
 
 
 
3.3.2 - Inventário florestal 
 
A Análise da Vegetação é realizada por meio do Inventário florestal que pode utilizar a 
técnica de Amostragem ou Censo. 
Os tipos de inventários são classificados de acordo com: 
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Cunho tático
Cunho estratégico
Inventário florestal nacional
Inventário florestal regional
Inventário florestal de ares restritas
Amostragem ���� Plano de manejo
Enumeração total ou censo ���� Plano Operacional
Tabela de produção
Inventários de uma ocasião ou temporarios
Inventários de multiplas ocasiões ou contínuas
Inventários exploratórios
Inventários de reconhecimento
Inventários detalhados
Detalhamento dos resultados 
Objetivos 
Abrangência 
Obtenção dos dados
Abordagem no tempo 
 
 
 
3.3.2.1 - Amostragem 
 
 Como as populações florestais são geralmente extensas, de difícil acesso e com freqüência 
necessitam ser inventariadas em curto espaço de tempo, a realização de inventários florestais está 
intimamente vinculada à teoria de amostragem. 
É importante ressaltar que inventário amostral e censo florestal são atividades que visam obter 
informações sobre a qualidade e a quantidade de recursos florestais existentes em uma determinada 
área. A única diferença entre os métodos consiste em que o inventário amostral (amostragem) 
observa uma porção da floresta (amostra) para obter estimativas representativas do todo. Já o censo 
ou enumeração total é a abordagem feita em todos os indivíduos da população (100%). 
Para um melhor entendimento, os principais conceitos utilizados no inventário são 
descritos a seguir: 
 
� População 
Pode ser definida como um conjunto de seres de mesma natureza que ocupam um 
determinado espaço no tempo. 
 
� Amostra 
Pode ser definida como uma parte da população, constituída de indivíduos que apresentam 
características comuns que identificam a população a que pertencem. 
 
 
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� Unidade Amostral 
 É o espaço físico sobre o qual são observadas e medidas as características quantitativas e 
qualitativas da população. As unidades amostrais podem ser constituídas por parcelas de área 
fixa, pontos amostrais ou árvores. 
 
� Métodos de amostragem 
 Abordagem referente a uma unidade amostral. A seleção desta unidade amostral é feita 
de acordo com um critério probabilístico previamente definido, o qual estabelece o método de 
seleção. Existem vários métodos de amostragem, destacando-se entre eles os seguintes: 
 
• Método da Área Fixa: método em que a seleção dos indivíduos é feita proporcionalmente 
à área da unidade e à freqüência dos indivíduos que nela ocorrem. 
 
• Método de Bitterlich: o método consiste em contar as árvores em um giro de 360°, cujos 
diâmetros à altura do peito (dap) são iguais ou maiores que a abertura angular equivalente 
a (2x sen θ/2). O vértice do angulo (θ) é o ponto central da unidade amostral. 
 
• Método de Strand: este método focaliza o critério probabilístico de seleção dos indivíduos 
na unidade amostral com proporcionalidade ao diâmetro, para o cálculo da área basal e o 
número de árvores por hectare, e proporcional à altura das árvores, para se obter o volume 
por hectare. Sua abordagem é feita em linhas dentro da floresta e em pontos de estação 
como no caso de Bitterlich. 
 
• Método de 6 Árvores (Prodan): método em que se considera a medição de seis árvores e a 
distância ou raio da Sexta árvore como referência da unidade amostral. 
 
� Processo de Amostragem 
É a abordagem da população referente ao conjunto das unidades amostrais. De acordo 
com as periodicidades podem ser: 
• Uma ocasião: quando é efetuada uma única abordagem na população considerada. 
• Múltiplas ocasiões: quando são realizadas várias abordagens da mesma população. 
 
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Uma ocasião: 
- Aleatório 
 Irrestrito – Inteiramente aleatório 
 Restrito – Estratificada 
 Dois Estágios 
 Múltiplos Estágios 
 
- Sistemático 
Único estágio 
 Múltiplo Estágio (Figura 02) 
 
- Misto – Amostragem em conglomerados (Figura 03) 
 Múltiplos inícios aleatórios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02 - Exemplo de amostragem sistemática de múltiplo estágio. 
 
 
Hidrografia
Parcela
Estradas
Propriedade
N
S
EW
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 Figura 03 - Exemplo de Amostragem mista em conglomerados 
 
Múltiplas ocasiões: 
- Amostragens independentes 
Amostragem com repetição total (Figura 04) 
- Amostragem dupla 
Amostragem com repetição parcial (Figura 05) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 04 - Exemplo de Amostragem com repetição total 
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 Figura 05 - Exemplo de amostragem com repetição parcial 
 
 
3.3.2.1.1 - Intensidade de amostragem 
 
 
A intensidade de amostragem é uma função da variável de interesse, do erro de amostragem 
máximo admitido para as estimativas e da probabilidade de confiança fixada para as mesmas. 
 A intensidade deve ser definida pela equação: 
 
 
 =n t² . Cv² , 
 E² 
 
onde: Cv – Coeficiente de variação; 
 t – Valor de t tabelado; 
 E – Erro maximo admissível. 
 
 
E = LE * x 
em que: LE – Limite de erro admissível; 
 x – média da variável de interesse na amostragem. 
 
 
3.3.2.2 - Tamanho e forma de amostra 
 
A definição do tipo de amostra e os limites de medições foram estudados por diversos 
pesquisadores

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