Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL Higor Lopes de Carvalho Isabella Lavínia Pires de Barros Rodolfo F. Rocha Rodolfo Osorio Martins Ferreira Yoshimitsu Ramos Sonoda PLANTIO DE CROTALÁRIA SPECTABILIS EM ÁREA DE CERRADO COMO PRÁTICA CONSERVACIONISTA Rondonópolis – MT Julho/2019 Higor Lopes de Carvalho Isabella Lavínia Pires de Barros Rodolfo F. Rocha Rodolfo Osorio Martins Ferreira Yoshimitsu Ramos Sonoda PLANTIO DE CROTALÁRIA SPECTABILIS EM ÁREA DE CERRADO COMO PRÁTICA CONSERVACIONISTA Trabalho apresentado à disciplina de Manejo e Conservação do Solo e da Água, a fim de obtenção de média parcial do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, orientado e supervisionado pela Profª Dra. Edna Maria Bonfim-Silva. Rondonópolis – MT Julho/2019 SUMÁRIO SUMÁRIO .................................................................................................................. 3 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4 2. Objetivo............................................................................................................... 5 3. HISTÓRICO DA ÁREA/MÓDULO ....................................................................... 6 4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 7 4.1. Teste de germinação .................................................................................... 7 4.2. Calculo de Semeadura .................................................................................. 8 4.3. Tratos culturais ............................................................................................. 9 4.4. Controle de pragas ........................................................................................ 9 4.5. Variáveis ..................................................................................................... 10 4.6. Análise do pH .............................................................................................. 10 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 13 5.1. Altura da planta ........................................................................................... 13 5.2. Teor de clorofila .......................................................................................... 14 5.3. Números de folhas ...................................................................................... 15 5.4. Massa fresca e seca ................................................................................... 16 5.5. Determinação do pH do solo ....................................................................... 16 5.6. Nódulos ....................................................................................................... 19 6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 20 7. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 21 4 1. INTRODUÇÃO A perda da matéria orgânica do solo causa sérios problemas na estrutura do solo, disponibilidade de água, atividade biológica e na disponibilidade de nutrientes já que é a principal fonte de nutriente mineral requerida pelas plantas (Franco et al., 1991). Para realização do projeto do modulo foi escolhido à espécie de semente com finalidade de adubação verde, Crotalária-spectabilis que é uma leguminosa anual de primavera-verão cuja principal característica é ser má hospedeira de nematoides. O modulo foi divido em duas partes, a primeira com cinza e a segunda sem cinza, para comparação de resultados após o termino do experimento, o grupo foi subdividido em equipes, as quais realizarão as atividades definidas dentro dos prazos estipulados. 5 2. OBJETIVO Este experimento tem por finalidade de pesquisa comparar os resultados obtidos do cultivo da Crotalária Spectabilis, em dois tratamentos: com cinza vegetal, e sem cinza vegetal, em módulos didáticos da Universidade Federal de Rondonópolis, realizado entre maio de 2019 e julho de 2019. Os Resultados serão comparados com outras culturas que também foram cultivadas neste mesmo período e distinguir qual apresentou melhores resultados. 6 3. HISTÓRICO DA ÁREA/MÓDULO Antes da implantação de uma cultura em uma determinada área, é importante que haja conhecimento do histórico do local para que se possa realizar o manejo adequado, por meio de técnicas como a rotação de culturas. Essa prática é de suma importância, pois contribui para o aumento do teor de matéria orgânica no solo, diminuição da degradação e dos processos erosivos, neste aumento da atividade e diversidade biológica que favorece a fixação biológica de nitrogênio. No módulo 6, está sendo realizada a rotação de cultura desde 2013, intercalando diferentes espécies de plantas, como apresentado na tabela a seguir. Tabela 1. Histórico do módulo 6. 2013/1 2013/2 2014/1 2014/2 2015/1 2015/2 2016/1 2016/2 2017/1 2017/2 2018/1 2018/2 Feijão de Porco Girassol Trigo Sorgo Crotalaria Juncea Mucuna Preta Feijão Caupi Crotalária Ochroleuc a Feijão de Porco Crotalária Ochroleuc a Milheto Sorgo O croqui da área conforme a Figura 1: Modulo 6 – Crotalária Spectabilis Bloco A Bloco B N Com cinza vegetal – Bloco A Sem cinza vegetal – Bloco B 9m² 9m² 7 4. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no 6º modulo no Instituto de Ciências Agrárias Tecnológicas da Universidade Federal de Rondonópolis. Localizado na região Sudeste do estado, a 210 km da capital Cuiabá. Possui 222.316 habitantes (2017). A região tem vegetação típica do cerrado, e o clima é tropical quente e úmido, com chuvas concentradas na primavera e no verão. A temperatura média ao longo do ano no município é de 35,9°C, variando de 38,3°C no verão, em média, até 33,5°C no inverno. Em média, o mês mais quente do ano é fevereiro. O solo utilizado foi o Latossolo Vermelho distrófico, coletado amostras compostas nas duas glebas na profundidade de 0-0,20 m em área de Cerrado. Após a coleta, as amostras de solo foram recolhidas para realização das análises químicas. O presente trabalho consiste em plantar Crotalária Spectabilis com e sem cinza vegetal em duas glebas de 9 m² com espaçamento entre linhas de 30 cm e de sementes 30 cm. Foi feito o replantio, das sementes que não germinaram no mês de junho de 2019, após 15 dias foi realizado a capina manual, foi feito a comparação entre as glebas através de formulários dados pela professora e realizou-se mais uma coleta de solo para a obtenção de pH. Esse formulário foi preenchido através da medição de 1 m² no meio na gleba, as plantas escolhidas foram no processo ao acaso. No dia 25/07 fomos no laboratório fazer a determinação de pH dos solos coletados na semeadura e na colheita. 4.1. Teste de germinação O teste de germinação foi feito no Laboratório de Solos do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental. Para isso, foram utilizados: • 40 sementes de CrotaláriaSpectabilis; • 01 placa de Petri; • Algodão; • Água destilada Na placa de Petri, coberta com algodão, foram colocadas 40 sementes e umedecidas com água destilada. Uma semana após, foi feita a contagem de sementes germinadas para determinar a taxa de germinação. 8 Das 40 sementes utilizadas, 35 delas germinaram. A taxa de germinação obtida foi de 87,5%. 4.2. Calculo de Semeadura Para o cálculo da quantidade de semente necessário utilizamos uma população de 216.000 mil plantas por hectare. Aderindo ao espaçamento de 0,3 m entre linhas, com distância de 0,3 m entre plantas. A profundidade da semente a ser utilizada é de 2 cm. Assim: Nº de sulco m² = m² Espaçamento Nº de sulco por m² = 10000 0,30 = 33.333,3 sulcos Obtendo-se a quantidade de sulcos calculamos agora a quantidade de plantas necessárias por metro. Nº de plantas= população/ nº de sulcos Nº de plantas= 216000 33.333,3 = 7 plantas m-1 Posterior aos cálculos da quantidade de plantas é necessário a quantidade de sementes que será utilizada em cada metro. Nº de sementes = nº plantas x 100 poder germinativo Nº de sementes = 8.5 x 100 87 ≅ 8 sementes m² Portanto os resultados obtidos equivalem a um metro linear e a área à ser plantada possui dez linhas de sulcos em três metros, assim efetuando a multiplicação dos resultados por dezoito adquire-se o valor total. Nº de plantas≅ 210 plantas Nº de sementes≅ 240 sementes Obtendo-se a quantidade de sementes necessárias para a área, calculamos assim a quantidade da mesma por sulco. 9 Nº de sementes por sulco = nº de sementes nº de sulcos Nº de sementes por sulcos = 240 10 = 24 sementes/sulco Portanto: Nº de sementes por cova = nº de sementes por sulco nº de covas Nº de sementes por cova = 24 10 ≅ 2 sementes Assim, com os espaçamentos citados anteriormente e com os cálculos concluídos, utilizamos em cada cova duas sementes de Crotalária Spectabilis. Fechamos as covas com o solo. Como decidimos comparar o desenvolvimento da planta em dois tratamentos: com cinza e sem cinza e também com outras culturas de outros módulos. 4.3. Tratos culturais Os tratos culturais devem ser feitos na hora certa. A concorrência das ervas daninhas é muito prejudicial, principalmente durante os 30 primeiros dias após a emergência das plantas. As ervas daninhas são eliminadas através de um ou dois cultivos, mas o equipamento utilizado nessa operação não deve se aprofundar muito, para não prejudicar a cultura e diminuir o seu rendimento. Se houver condições favoráveis, o controle das ervas daninhas na cultura da Crotalária Spectabilis pode ser feito com herbicidas, com bons resultados. 4.4. Controle de pragas Formiga de roça (cortadeira) – esta pode ser controlada através de iscas formicidas ou aplicando o inseticida diretamente no formigueiro. Este controle deve ser iniciado antes do plantio, prolongando-se até 40 dias após (dentro do campo e nos arredores). Quanto ao uso de pesticida foi usado 300 gramas de isca formicida granulado Mirex S. 10 4.5. Variáveis O requerimento nutricional varia diretamente com o potencial de produção. Observa-se que as extrações de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio aumentam linearmente com o aumento da produtividade, e que a maior exigência do sorgo refere-se a nitrogênio e potássio, seguindo-se cálcio, magnésio e fósforo. Devido ao fato de culturas com maiores rendimentos extraírem e exportarem maiores quantidades de nutrientes e, portanto, necessitarem de doses diferentes de fertilizantes, nas recomendações oficiais de adubação para a cultura da Crotalária Spectabilis no Brasil as doses dos nutrientes são segmentadas conforme a produtividade esperada. Isso se aplica mais apropriadamente a nutrientes como nitrogênio e potássio, extraídos em grandes quantidades, mas também é valido para o fósforo e, de certo modo, para o enxofre. O conceito é menos importante para o cálcio e o magnésio, cujos teores nos solos, com a acidez adequadamente corrigida, devem ser suficientes para culturas de Crotalária Spectabilis com altas produtividades. 4.6. Análise do pH No dia 14 de março, no Laboratório de Solos, foi feita a análise do pH das duas amostras de solo coletadas: antes do plantio e após a colheita do Crotalária Spectabilis. Para isso, foram utilizados: • Potenciômetro com eletrodo combinado; • 03 copos descartáveis (cada amostra com uma repetição); • 01 pipeta graduada de 25 mL; • 01 bastão de vidro; • Solução Tampão pH 4,00; • Solução Tampão pH 7,00; • Água destilada. Já com as amostras preparadas pelo monitor da disciplina, em copos descartáveis, foi utilizada a pipeta para adicionar 25 mL de Água destilada nas três amostras, separadas da seguinte forma: três do solo com cinza e três do solo sem 11 cinza, ambas com uma na semeadura e outra na colheita. Utilizando o bastão de vidro, misturou-se as amostras de solo à solução e deixou-as em repouso. Após 1 hora de repouso, as amostras foram agitadas novamente com o bastão de vidro e levadas, uma a uma, ao Potenciômetro calibrado com as soluções tampão de pH 7,00 e pH 4,00, nessa ordem, para serem analisadas. Os métodos de determinação do pH da acidez do solo são os mais variados. Existem laboratórios que fazem a determinação em pH em água, outros pH em Cloreto de Cálcio (CaCl2) 0,01M. O pH em água foi considerado durante muito tempo como o método padrão. O pH em água indica a acidez ativa. Portanto, surgiu o problema de que os ácidos fracos contidos no solo não apareciam na determinação do pH em água. Além disto, como as amostras de solo chegavam úmidas aos laboratórios, a concentração de sais aumentava. Então, os laboratórios, para contornar esse problema, passaram a determinar o pH do solo em CaCl2. Mas, ainda existem laboratórios que fazem a determinação em água. O pH SMP (O método pH-SMP é um método de análise e correção de acidez do solo, que se baseia no poder tampão do solo), consiste na diluição do solo numa solução tamponada que é alterada em função da acidez potencial do solo. Nos resultados da análise do solo, o índice SMP indica a quantidade de calcário para elevar o pH do solo a valores de 5,5 ou 6,0 ou 6,5. Por que então determinar os dois valores? Faz-se essa determinação por dois motivos principais: a) para evitar o efeito d e sais: quando você coleta uma amostra e deixa ela armazenada úmida num saco plástico por longo tempo antes de analisá-la, os microrganismos continuam decompondo a matéria orgânica e liberam nutrientes na forma de sais, que podem reduzir o valor de pH real do solo. O pH em CaCl2, que é geralmente 0,6 unidades menor do que o pH em água, nos nossos solos, não tem esse problema b) para saber se o solo tem predomínio de carga líquida positiva ou negativa: para isso usamos o conceito de pH (delta pH) 12 pH = pH KCl – pH H20 Quando o delta pH é negativo significa que os coloides do solo (argila, óxidos, M.O.) tem predomínio de carga s negativas (neste caso o pHKCl é menor do que pH em água) Quando o delta pH é positivo significa que os coloides do solo (argila, óxidos, M.O.) tem predomínio de cargas positivas (neste caso o pH em água é menor do que o pHKCl). (IZIDRO, 2011) 13 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES A seguir, serão apresentados os resultados das análises feitas na cultura do Crotalária Spectabilis, comparando com as demais culturas dos outros módulos. 5.1. Altura da planta Altura de plantas(cm) - Módulo 06 Variáveis Gleba Com cinza Sem cinza 1 38 28 2 36 32 3 37 23 4 39 28,5 5 40 29 Média 38 28,1 Fonte: Dados de pesquisa A variação da altura das plantas das glebas está relacionada com a adição de cinza vegetal – a mesma ajudou no crescimento e desenvolvimento celular, o que confere aumento de tecidos na planta. Em condições de deficiência de Ca em Crotalária Spectabilis (Vasconcellos et al, 1988) descreveram acentuada redução no crescimento das plantas; ausência de perfilhamento; folhas mais novas apresentando clorose internerval com as margens esbranquiçadas e dilaceradas; as folhas novas não se desenvolveram e se apresentaram enrugadas. Comparando às alturas dos demais módulos, é possível observar que todas as culturas apresentaram variação de altura nos dois módulos. 14 Fonte: Dados de pesquisa 5.2. Teor de clorofila Teor de clorofila SPAD - Módulo 06 Variáveis Gleba Com cinza Sem cinza 1 43,1 44,4 2 44,8 36,9 3 42,6 35,4 4 36,3 34,4 5 36 38,9 Média 40.56 38 Fonte: Dados de pesquisa As clorofilas são pigmentos responsáveis pela conversão da radiação luminosa em energia, sob a forma de ATP e NADPH. Por esta razão, são estreitamente relacionadas com a eficiência fotossintética das plantas e, em consequência, ao seu crescimento e adaptabilidade a diferentes ambientes. Presentes nos vegetais superiores nas formas a e b, as clorofilas são constantemente sintetizadas e destruídas em processos influenciados por fatores internos e externos às plantas. Entre os fatores externos o N se destaca por integrar a estrutura molecular das plantas e também por atuar em alguma etapa das reações que levam à síntese desses pigmentos (Taiz & Zeiger, 2004). Variáveis Mód. 1 Mód. 2 Mód. 3 Mód. 4 Mód. 5 Mód.6 F. Porco F. Caupi Crotalaria J Sorgo Nabo Forrageiro Crotalária Spectabilis C/Cin S/ Cin C/Ci n S/Ci n C/Ci n S/Ci n C/Ci n S/Ci n C/Ci n S/Ci n C/Ci n S/Cin Altura da planta (cm) 1 47 cm 15 cm 60 cm 35,8 cm 51,5 cm 77,5 cm 69 cm 73 cm 72 cm 39 cm 38 cm 28 cm 2 56 cm 22 cm 63 cm 36 cm 55,5 cm 72,4 cm 77 cm 72 cm 105 cm 24 cm 36 cm 32 cm 3 53cm 38 cm 63 cm 31 cm 45,3 cm 76,2 cm 75 cm 68 cm 90c m 51,3 cm 37 cm 23 cm 4 45 cm 29 cm 82 cm 35 cm 42 cm 62,7 cm 70 cm 69 cm 124 cm 51 cm 39 cm 28,5 cm 5 47 cm 25 cm 79 cm 30,5 cm 33,8 cm 75,4 cm 69 cm 62 cm 108, 5 cm 48 cm 40 cm 29 cm 15 A concentração de clorofila das folhas correlaciona-se positivamente com a concentração foliar de N uma vez que 70% do N contido nas folhas estão nos cloroplastos que participam da síntese e da estrutura das moléculas de clorofila e influenciam o desenvolvimento e a produção das culturas (Gil et al., 2002). 5.3. Números de folhas Número de folhas - Módulo 06 Variáveis Gleba Com cinza Sem cinza 1 14 10 2 15 13 3 15 11 4 14 15 5 14 11 Média 14.4 12 Fonte: Dados de pesquisa O Crotalária Spectabilis apresentou maior número de folhas no solo com cinza, possivelmente, devido a maior disponibilidade de nutrientes na solução desse solo. O cálcio (Ca) é um nutriente que participa como ativador enzimático e atua no processo de divisão celular, estimulando o desenvolvimento de raízes e folhas. O nitrogênio é considerado um dos principais nutrientes limitantes para o crescimento e a produtividade dos vegetais. Constitui as moléculas de clorofila e possui alta mobilidade nas plantas, o que permite que migre das folhas mais velhas para as mais novas. Mesmo com a disponibilização dos nutrientes não houve grande diferença entre as glebas quanto ao número de folhas. (Vasconcellos et al, 1988) descreveram que a deficiência de N na cultura da Crotalária Spectabilis se caracterizava por apresentar plantas com reduzido desenvolvimento vegetativo e coloração verde-pálida, onde o amarelecimento ocorreu inicialmente nas folhas baixeiras, ou seja, as mais velhas e podendo progredir para as folhas mais novas com o agravo da deficiência. Coelho et al. 16 5.4. Massa fresca e seca Massa fresca e Massa seca total (kg) - Módulo 06 Gleba Com cinza Sem cinza Massa fresca 0,640 kg 0,290 kg Massa seca 0,128 kg 0,58 kg Média 0,384 0,435 Fonte: Dados de pesquisa A massa seca foi obtida dos 80% da massa fresca total da Crotalária Spectabilis. O que podemos avaliar através dos resultados obtidos em uma parcela de 1 m² das glebas, foi que o total de massa fresca com cinza foi de 0,640 kg e a massa seca é 20% desse valor, tendo 0,128 kg. Já a gleba sem cinza o total de massa fresca em 1 m² foi de 0,290 kg e sua massa seca de 0,58 kg. A acidez do solo é um dos principais fatores capazes de reduzir o potencial produtivo dos solos tropicais. Esta condição limita o desenvolvimento do sistema radicular das culturas e a absorção de água e nutrientes, o que ocasiona redução na produtividade (Nolla et al., 2009). No solo e na planta, o nitrogênio (N) influencia todo o metabolismo vegetal. Após ser absorvido por fluxo de massa pelas raízes das plantas, o N é reduzido à forma amoniacal e transformado em compostos orgânicos formando ácido glutâmico e outros aminoácidos. Esses compostos constituem as unidades básicas para a formação de proteínas, as quais têm importantes papeis funcionais e estruturais nas plantas (Marschner, 1995). A absorção de N promove alterações na morfologia das plantas e, em condições de suprimento adequado, ocorre aumento na área foliar; como consequência, a curvatura das folhas é ampliada de modo a interferir na interceptação de luz refletindo na produção de gemas vegetativas, no número de ramos e na capacidade produtiva das culturas (Malavolta, 2006). 5.5. Determinação do pH do solo As leguminosas adicionam grandes quantidades de nitrogênio no solo, por sua capacidade de absorção nitrogênio da atmosfera; porém este nitrogênio sofre a 17 nitrificação, com consequente lixiviação do nitrato, levando à acidificação do solo em pastagens com leguminosas onde o nitrato lixiviado é o responsável pela acidificação do solo. Sabendo que o pH recomendado para solos cultiváveis, em geral, concentra- se entre 5,0 e 6,5. Foram analisados os valores do pH do solo do módulo 6, antes e após a implantação da leguminosa sendo ela a Crotalária Spectabilis. Com base nos resultados, é possível perceber que, de modo geral, houve uma pequena diminuição do pH (aumento da acidez) entre as glebas com cinza, tanto na semeadura quanto na colheita, nas leituras feitas com água também houve aumento de acidez. Nos valores analisados na gleba sem calagem houve diminuição da acidez tanto na leitura feita com a água quanto no Cloreto de Cálcio. Módulo 6 Com cinza 5,50 5,77 5,79 6,59 6,68 6,36 Sem cinza 5,85 5,55 5,46 5,90 5,65 5,45 Fonte: Dados de pesquisa Muitas vezes, o técnico tem resultados de análises do solo com pH em água e as tabelas de recomendação falam em pH CaCl2. Porque o pH em solução salina é menor que o pH em água? O pH em água foi considerado durante muito tempo como o método padrão, indicando a acidez ativa. Portanto, surgiu o problema de queos ácidos fracos contidos no solo não apareciam na determinação do pH em água. Além disto, quando você coleta uma amostra e deixa ela armazenada úmida num saco plástico por longo tempo antes de analisá-la, os microrganismos continuam decompondo a matéria orgânica e liberam nutrientes na forma de sais, que podem contribui para diminuir a acidez do solo. Estas situações são mais pronunciadas nas leituras feitas em água do que em CaCl2, pois a lavagem do excesso de sais das amostras incubadas concorre para aumentar o pH em água. As leituras de pH em CaCl2 são menos afetadas pela lavagem do que aquelas com pH em água. Por isso O pH em CaCl2 é, 18 em média, 0,6 unidades menores do que o pH em água em qualquer das relações solo: solvente. Fonte: Dados de pesquisa Com relação às outras culturas, o pH se manteve dentro da faixa ideal recomendada: entre 5,0 e 6,5, menos o nabo que passou um pouco dessa faixa. Além disso, vale destacar que nas glebas sem calagem deve uma diminuição da acidez, já nas glebas com calagem sofreu um aumento de acidez entre o período da semeadura para a colheita, com exceção nas glebas do modulo 1, apresentou resultados Módulos Manejo Adotado Leitura do pH (H20) Na semeadura Na Colheita R1 R2 R3 R1 R2 R3 Módulo 1 Com Cinza 6,90 6,78 6,70 7,16 7,17 7,19 Sem Cinza 6,80 6,88 6,80 7,54 7,42 7,36 Módulo 2 Com Cinza 6,35 6,47 6,52 6,32 6,39 6,79 Sem Cinza 6,06 6,31 6,12 7,06 6,56 6,41 Módulo 3 Com Cinza 7,42 7,33 7,16 6,73 6,52 6,64 Sem Cinza 6,06 6,09 5,76 6,48 6,23 6,14 Módulo 4 Com Cinza 6,76 6,78 6,91 5,97 6,18 6,24 Sem Cinza 5,54 5,41 5,50 6,06 5,72 5,56 Módulo 5 Com Cinza 6,78 6,66 6,57 7,62 7,33 7,29 Sem Cinza 5,68 5,80 5,65 5,41 5,32 5,26 Módulo 6 Com Cinza 5,50 5,77 5,79 6,59 6,68 6,36 Sem Cinza 5,85 5,55 5,46 5,90 5,65 5,45 19 invertidos na gleba sem calagem, em quanto os outros módulos diminuiu a acidez o nabo aumentou. 5.6. Nódulos Número de nódulos - Módulo 06 Variáveis Gleba Com cinza Sem cinza 1 5 2 2 11 3 3 5 0 4 12 2 5 14 2 Média 9.4 1.8 A simbiose é restrita às leguminosas e se caracteriza pela formação de estruturas especializadas nas raízes, chamadas nódulos, nos quais ocorre o processo de FBN. Após a formação de nódulos nas raízes, a bactéria passa a fixar o nitrogênio atmosférico em compostos orgânicos que são utilizados pelas plantas, eliminando ou diminuindo a necessidade de uso de adubos nitrogenados. 20 6. CONCLUSÃO A cinza influenciou em todos os aspectos avaliados, mesmo não tendo muita diferença quanto ao nível de pH do sem cinza para o com cinza, os resultados obtidos foram maiores com a cinza vegetal. Diante dos resultados apresentados conforme as análises, podemos relatar algumas observações, como na análise do pH, onde a ideia básica é que, em solos minerais intemperados, o alumínio é o principal agente da acidez no solo, onde a toxidez do alumínio reduz a produtividade da Crotalária Spectabilis, onde não ocorreu interferência do mesmo, por ter sido corrigido com cinza e adubação nos períodos anteriores. Teve uma altura considerável pela cultura no modulo com cinza, chegando à conclusão que a ausência do potássio acarreta em menores alturas, por ele ser um dos elementos fundamentais para crescimento e estrutura da planta onde o mesmo é o nutriente principal responsável pela ativação enzimática de transporte do nitrogênio, onde a ausência causa menores alturas. A produção de massa fresca está relacionada diretamente a suas condições de disponibilidade de nutrientes no solo para planta, quanto maior a disponibilização de nutrientes maior o ganho por área. 21 7. REFERÊNCIAS BRAGA, Gastão Ney Monte. Leguminosas podem acidificar o solo. Disponível em: <http://agronomiacomgismonti.blogspot.com.br/2011/05/leguminosas-podem- acidificar-o-solo.html>. Acesso em: 27 de julho de 2019. JÚNIOR DE PAULA, T.J. et, VENZON, M. 101 Culturas, Manual De Tecnologias agrícolas. EPAMIG, BELO HOZONTE, 2007. CIPRANDI, Maria Arminda Ortiz. Avaliação da Metodologia de Determinação da Acidez Ativa e Potencial em Solos do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/agronomia/materiais/MariaArmindaOrtizCiprandi.pdf>. Acesso em: 25 de julho de 2019. EMBRAPA – AMAZÔNIA ORIENTAL. Feijão-de-porco: Leguminosa para controle de mato e adubação verde do solo. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/407266/1/FeijaoPorcoLegumi nosa.pdf>. Acesso em: 29 de julho 2019. FRIBOURG, H.A.; BRYAN, W.E.; LESSMAN, G.M.; MANNING, D.M. Nutrient uptake by corn and grain sorghum silage as affected by soil type, planting date, and moisture regime. Agronomy Journal, v.68, p.260-263, 1976. Gil, P. T.; Fontes, P. C. R.; Cecon, P. R.; Ferreira, F. A. Índice SPAD para o diagnóstico do estado de nitrogênio e para o prognóstico da produtividade da batata. Horticultura Brasileira, v.20, n.4, p.611-615, 2002. SOUZA DE GOMES, D.M. et, LOBATO, E. Cerrado: Correção do Solo e Adubação. Embrapa informação tecnológica, 2ª ed. BRASILIA 2004. 22 IZIDRO, R. Reação do solo e matéria orgânica. Universidade Federal de Campina Grande. 2º Semestre. 2011. Disponível em:<http://www.cdsa.ufcg.edu.br/portal/outras_paginas/arquivos/aulas/renato_isidro/ reacao_e_mo_do_solo.pdf> Acesso em: 20 de julho de 2019. Marschner, H. Mineral nutrition of higher plants. London: Academic Press, 1995. 889p. Nolla, A.; Palma, I. P.; Sander, G.; Volk, L. B. S.; Silva, T. R. B. Desenvolvimento de milho submetido à aplicação de calcário e silicato de cálcio em um Argissolo arenoso do noroeste paranaense. Cultivando o saber, v.2, n.4, p.154- 162, 2009. PADOVAN, Milton Parron et al. Acúmulo de fitomassa e nutrientes e estádio mais adequado de manejo do feijão-de-porco para fins de adubação verde. Disponível em: <http://orgprints.org/22994/1/Padovan_Ac%C3%BAmulo.pdf>. Acesso em: 25 de julho de 2019. WOLFF, William Messa. INFLUÊNCIA DOS TEORES DE CLOROFILA E DE NITROGÊNIO DAS FOLHAS NO RENDIMENTO DE GRÃOS DE CULTIVARES DE AVEIA-BRANCA (Avena sativa L.). Disponível em: <http://ppgagro.upf.br/download/willian.pdf>. Acesso em: 25 de julho de 2019.
Compartilhar