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IED - 2ª avaliação

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2ª AVALIAÇÃO – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS 
QUANTO AO SISTEMA: 
NORMAS DO DIREITO ESTRANGEIRO: São as normas jurídicas criadas fora dos limites de um dado Estado soberano. Compreendem tanto as normas do Direito Internacional Clássico como também as normas do Direito Comunitário.
 Direito Internacional Clássico: Só terão validade no ordenamento jurídico se estiverem no parlamento nacional. O que justifica esse fato é a existência de uma SOBERANIA ESTATAL entre as ordens, ou seja, a lei de outro país não valerá mais que a constituição do local.
 Direito Comunitário: É um grupo separado do Direito Internacional. Por exemplo, o que está fora do direito da União Europeia é o Direito Internacional.
NORMAS DO DIREITO INTERNO: São aquelas normas criadas pelo próprio Estado soberano dentro de seus limites territoriais.
QUANTO À VONTADE DOS SUJEITOS DE DIREITO:
NORMAS COGENTES: São as normas que impõem preceitos obrigatórios.
NORMAS DISPOSITIVAS: São normas jurídicas que admitem a modulação dos seus efeitos pela vontade dos sujeitos de direito.
QUANTO À RELAÇÃO DAS NORMAS ENTRE SI:
NORMAS PRIMÁRIAS: São aquelas que regulam diretamente o comportamento humano seja para proibir ou permitir uma dada conduta.
NORMAS SECUNDÁRIAS: Tratam do modo de criação, interpretação e aplicação de outras normas jurídicas.
*OBS* Não há relação de hierarquia entre as normas primárias e secundárias. 
QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO LEGAL:
NORMAS CODIFICADAS: São as normas que pertencem aos códigos: leis que apresentam alta generalidade* e alto grau de coerência interna**.
*Te acompanha do início da vida até a morte.
**Não há contradição entre seus códigos.
NORMAS CONSOLIDADAS: Aquela que pertencem às consolidações – leis de menor generalidade e menor coerência lógica quando comparadas ao código, visto que originam-se de material legislativo pré-existente.
NORMAS EXTRAVAGANTES OU ESPAÇAS: São aquelas leis que tratam de temas e destinatários específicos.
QUANTO AOS GRAUS DE APLICABILIDADE:
APLICABILIDADE PLENA: Normas cuja produção de seus efeitos não depende da criação de outras normas jurídicas.
APLICABILIDADE LIMITADA: Norma cuja produção de seus efeitos dependem da criação de uma posterior norma jurídica.
APLICABILIDADE CONTIDA OU RESTRINGÍVEL: Norma que, num primeiro momento, produz amplos efeitos jurídicos, mas, num segundo instante, tem seus efeitos restringidos por uma norma posterior.
APLICABILIDADE CONSUMADA OU EXAURIDA: Cujos efeitos já se produziram no mundo dos fatos.
QUANTO Á ESTRUTURA NORMATIVA:
REGRAS: São normas que apresentam estrutura fechada, pois descrevem situações específicas e determinadas, impondo, previamente, as consequências jurídicas para o operador do direito. A função das regras é oferecer marcos de segurança e previsibilidade para as relações sociais. 
PRINCÍPIOS: São normas que apresentam uma estrutura normativa aberta que aponta para a realização de altos valores e fins do sistema jurídico, potencializando a realização da justiça. A maior maleabilidade dos princípios confere ao intérprete maior espaço hermenêutico e decisivo, permitindo que o direito seja adaptado em função dos fatos e valores sociais.
QUANTO AOS ÂMBITOS DE VALIDADE:
ESPACIAL:
Gerais: São as normas válidas em todo território de um Estado soberano.
Especiais: São as normas válidas em parcelas específicas do território de um Estado soberano.
PESSOAL:
Genéricas: Se dirigem á destinatários indefinidos, alcançando, assim, a totalidade da comunidade jurídica.
Individualizadas: São aquelas normas jurídicas que se dirigem á destinatários específicos.
MATERIAL:
Normas do Direito Público: Disciplinam a relação entre o poder público e os particulares, bem como as relações entre os órgãos estatais, tendo em vista o princípio da supremacia do interesse da comunidade. São, em regra, normas cogentes (obrigatórias).
Normas do Direito Privado: São normas que regulam as relações entre particulares, tendo em vista o respeito aos princípios da liberdade e da autonomia da vontade. Em regra, são normas dispositivas cujos efeitos podem ser modulados pelos particulares.
*OBS* Atualmente, verifica-se a tendência convergente de publicização do Direito Privado e de privatização do Direito Público. Sobre o primeiro aspecto, constata-se a criação de empresas estatais e o estabelecimento de leis para a proteção dos contratantes mais vulneráveis na relação privada, por meio de empresas estatais. Por sua vez, a privatização do Direito Público implica a colaboração do particular na prestação dos serviços públicos e na realização de obras públicas. A privatização das empresas estatais barateia os serviços permitindo maior alcance.
FONTES DO DIREITO 
CONCEITO: São os diversos modos de manifestação da normatividade jurídica que surgem a partir de uma dada realidade social.
MONISMO x PLURALISMO JURÍDICO: Na Teoria das Fontes do Direito, duas grandes correntes são discutidas no âmbito da ciência jurídica. De um lado, os monistas defendem a ideia de que o direito seria um produto exclusivo do Estado (visão positivista). Nesse sentido, a sociedade estaria afastada do processo nomogenético. De outro lado, encontramos o Pluralismo Jurídico, paradigma que se tornou hegemônico após a 2ª Guerra Mundial. Segundo este, o direito estatal coexistiria com o direito não estatal, pois o Estado e sociedade criariam as normas jurídicas. Essa relação seria dialética, sendo marcada por convergências e divergências. 
TIPOLOGIAS:
FONTES MATERIAIS: Elementos econômicos, políticos e ideológicos de natureza extrajurídica que servem de matéria-prima para a criação e aplicação das normas jurídicas. Por exemplo, violência doméstica como fonte material da Lei Maria da Penha. 
FONTES FORMAIS: São aquelas normas jurídicas propriamente ditas que se formam a partir da positivação das normas fontes materiais no mundo jurídico. As fontes formais podem ser Estatais, quando oriundas diretamente do Estado, como também podem ser fontes Não Estatais, quando decorrem de poderes sociais. 
ESPÉCIES DE FONTES FORMAIS DO DIREITO:
LEGISLAÇÃO: Trata-se de todas aquelas normas qualificadas como leis – normas escritas, genéricas, abstratas oriundas, predominantemente, do parlamento que disciplina as relações sociais. Apresenta-se como a principal fonte formal dos países que seguem a tradição romano-germânica (Civil Law).
JURISPRUDÊNCIA: Trata-se da reiteração de decisões judiciais no mesmo sentido, formando um padrão interpretativo capaz de inspirar futuros julgamentos. É a principal fonte formal dos países que seguem a tradição anglo-americana (Common Law). Atualmente, verifica-se a tendência no sentido de ‘commonização’ dos sistemas de Civil Law, ante a valorização progressiva da jurisprudência. No Brasil, este processo se iniciou após a Constituição de 1988 e se consolidou após o Código de Processo Civil de 2015 (teoria dos precedentes). A jurisprudência brasileira vem propiciando inúmeras inovações. Por exemplo, a guarda compartilhada e os direitos de transexuais. 
*OBS* Após reiteradas decisões no mesmo sentido, os tribunais podem sintetizar a jurisprudência através de súmulas – enunciados objetivos que orientam a interpretação dos julgadores e da comunidade jurídica. Existem dois tipos de súmulas - as persuasivas (não obrigatórias) e as vinculantes (obrigatórias). No Brasil, todos os tribunais podem criar súmulas persuasivas, porém, somente o STF pode ditar as vinculantes. As súmulas são como faróis que apontam o caminho para o tribunal, gerando segurança, generalidade e isonomia. Por fim, os tribunais não são obrigados a sumular, o que é comum já que eles preferem analisar caso a caso. 
BALANÇO CRÍTICO DAS SÚMULAS VINCULANTES:
VANTAGENS: Realiza o princípio da celeridade processual; materializa o princípio da economia processual; fortalece o princípio da segurança jurídica (previsibilidade decisória); realizao princípio da igualdade (isonomia decisória); desafoga o Poder Judiciário, permitindo que os julgadores possam voltar-se para as novas questões jurídicas. 
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS: Viola o princípio do livre convencimento judicial (fordismo judicial); viola o princípio do duplo grau de jurisdição (direito de recorrer); bloqueia a possibilidade da mudança e atualização judicial (petrificação do direito) gera a monopolização hermenêutica, vedando o debate democrático de ideias e argumentos (supremocracia) - o STF costuma ser um tribunal conservador e refém dos grandes interesses econômicos e políticos; viola o princípio da separação dos poderes (STF como legislador positivo). 
MAIS FONTES DO DIREITO: 
DOUTRINA: Conjunto de obras, estudos e pesquisas realizados pelos grandes doutrinadores ou juristas. Essa produção científica oferece a possibilidade de convencimento pela autoridade intelectual dos argumentos.
COSTUME JURÍDICO: Trata-se do conjunto de práticas sociais reiterados que criam normas não escritas capazes de regular bilateralmente os direitos e deveres políticos. O costume, ao lado da jurisprudência, desponta como a principal fonte jurídica nos sistemas de Civil Law. Sua importância, contudo, não pode ser desprezada no sistema de Common Law, inclusive no direito brasileiro.
NEGÓCIO JURÍDICO: Trata-se de uma fonte formal e não estatal que surge de declarações de vontade. Os particulares podem, no exercício de da sua liberdade e da sua autonomia privada, ajustar acordos bilaterais (contratos) e também emitir declarações unilaterais de vontade (testamentos).
PODER NORMATIVO DOS GRUPOS SOCIAIS: Trata-se da prerrogativa às instituições para que criem os seus próprios ordenamentos jurídicos dentro dos limites das fontes estatais, como por exemplo, regulamentos de empresas e convenções condominiais.
TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
CONCEITO: Trata-se da parte da Teoria Geral do Direito que se ocupa da reflexão do sistema jurídico. Em qualquer campo do conhecimento humano, o sujeito cognocente se vale de sistemas para a ordenação racional do universo a fim de conferir certa lógica ao caos.
A NOÇÃO DE SISTEMA JURÍDICO: No mundo do Direito, podemos perceber que existem diversas tentativas de sistematização jurídica. Até hoje, a melhor proposta foi a oferecida por Hans Kelsen: a pirâmide normativa estruturada através de laços de validade. Tal concepção sistêmica se revela extremamente didática e útil para a descrição e aplicação do Direito.
O PROBLEMA DA COMPLETUDE DA ORDEM JURÍDICA: Para que um sistema seja considerado racional, é necessário que o mesmo pretenda ser completo por oferecer respostas normativas a todas as situações sociais. No Direito, discute-se sobre a sua completude - ausência de lacunas jurídicas, ou sobre a sua incompletude - existência de lacunas jurídicas.
ARGUMENTOS EM PROL DA COMPLETUDE:
1 – O Direito seria completo porque se aplicaria o raciocínio lógico de que tudo que não está juridicamente proibido é juridicamente permitido – argumento de Hans Kelsen.
2 – O Direito seria tão completo pois ele prevê instrumentos de integração – analogias, princípios, costumes e equidade. 
3 – O Direito se revela completo porque o juiz não pode deixar de decidir, sendo a sua decisão a resposta negativa do sistema jurídico.
ARGUMENTOS EM PROL DA INCOMPLETUDE:
1 – O Direito se revela incompleto pois a sociedade se transforma sempre num ritmo mais célere.
2 – A existência de instrumentos de integração é a comprovação de que o Direito reconhece a existência de lacunas. 
3 – O Direito só seria completo se o legislador pudesse regular a forma detalhada o passado, presente e futuro. 
*OBS* - LACUNAS JURÍDICAS: São imperfeições que comprometem a totalidade sistêmica do Direito. 
TIPO 1 – LACUNA NORMATIVA: Verifica-se diante da ausência de norma expressa para a regulação da vida social. Por exemplo, a ausência de legislação sobre a utilização de inteligência artificial no Brasil.
TIPO 2 – LACUNA FÁTICA: Ocorre toda vez que a norma jurídica vigente perde contato com a realidade social – perda de efetividade. 
TIPO 3 – LACUNAS VALORATIVAS OU AXIOLÓGICAS: Ocorrem toda vez que a norma jurídica perde contato com a concepção de justiça – perda de legitimidade (aderência das normas aos valores sociais). 
INTEGRAÇÃO DO DIREITO: É uma atividade de preenchimento das lacunas jurídicas que restaura a completude da ordem jurídica. Existem quatro instrumentos que podem ser utilizados de modo isolado ou em conjunto diante de caso concreto. 
ANALOGIA: Consiste na aplicação de norma jurídica que trata de uma dada situação social para outra situação social semelhante que carece de regulação normativa expressa.
COSTUMES JURÍDICOS: Consiste no conjunto de práticas sociais reiteradas que podem oferecer elementos para o preenchimento das lacunas jurídicas. 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: Normas semanticamente abertas que apontam para os mais altos valores e fins do sistema jurídico. Verifica-se, assim, que os princípios aproximam o direito da moral potencializando a realização da justiça. Por exemplo, a aplicação do princípio de insignificância penal diante dos chamados furtos famélicos.
EQUIDADE: Consiste na aplicação do sentimento de justiça do aplicador do direito diante do caso concreto. Nesse sentido, a equidade apresenta como fundamento um conteúdo essencialmente moral. Em outras palavras, é o sentimento de injustiça diante do julgador do direito.
O PROBLEMA DA COERÊNCIA DA ORDEM JURÍDICA: Trata-se da exigência nacional de que o sistema jurídico venha a oferecer soluções para as eventuais contradições normativas. Sendo assim, as chamadas antinomias jurídicas entre normas jurídicas que orientam o comportamento humano devem ser devidamente solucionadas pelos juristas.
CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO DA ANTINOMIA JURÍDICA:
CRITÉRIO DE HIERARQUIA: Havendo conflito entre uma norma jurídica e outra norma jurídica que proíbe a conduta humana, prevalece a norma superior. Neste caso, será utilizada a pirâmide.
CRITÉRIO CRONOLÓGICO: Havendo conflito entre uma norma posterior e outra norma anterior, ambas de mesma hierarquia, prevalece a norma posterior.
CRITÉRIO DE ESPECIALIDADE: Por esse critério, havendo conflito entre norma geral e norma especial, prevalece a norma especial.
*OBS* De todos estes critérios, o mais importante é o hierárquico, prevalecendo, inclusive, sobre os demais, quando houver um conflito entre eles, nas chamadas antinomias jurídicas de segundo grau.
PONDERAÇÃO DE BENS E INTERESSES: Trata-se de técnica hermenêutica que o jurista utiliza para a solução de conflitos entre princípios constitucionais, diante da impossibilidade de utilização dos critérios anteriores. Ponderar é estabelecer uma relação de prioridade concreta dos princípios constitucionais em disputa, a partir do exame dos fatos e valores presentes em dada situação social. Como por exemplo, o conflito entre o princípio da igualdade e o princípio da liberdade religiosa em face de candidatos adventistas que participam de concursos públicos.
RELAÇÃO JURÍDICA 
CONCEITO: Trata-se do vínculo intersubjetivo, surgido com a exteriorização do fato jurídico, polarizando, no campo da ilicitude, direito subjetivo e dever jurídico e, no campo da ilicitude, a não prestação do dever jurídico e a respectiva sanção de direito. A relação jurídica apresenta duas características básicas: é bilateral e exterior.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS:
1 - FATO JURÍDICO: É todo e qualquer acontecimento natural ou humano que, uma vez materializado, produz consequências no mundo do direito. Compreende tanto o fato jurídico Stricto Sensu (decorrente de um acontecimento natural – passagem do tempo, direito ao voto que ocorre aos 16 anos) e o ato jurídico (acontecimento humano – contratos).
2 - SUJEITO JURÍDICO: São todos aqueles entes que integram os polos ativo e passivo de uma relação jurídica. Compreendem os entes personalizados e os despersonalizados. Os personalizadoscompreendem tanto as pessoas físicas, dotadas de existência corpórea e as pessoas jurídicas dotadas de existência ficta. Existem pessoas jurídicas do direito público e privado. Não se pode confundir a pessoa jurídica com as pessoas físicas dos seus membros. Admite-se, contudo, a possibilidade de utilização da teoria de desconsideração da pessoa jurídica para combater fraudes em execução. Os entes despersonalizados são aqueles que não apresentam personalidade, mas titularizam direitos e cumprem deveres jurídicos (um embrião, por exemplo). Atualmente, verifica-se um amplo debate em favor do reconhecimento de novas formas de subjetividade, a exemplo dos animais e dos seres dotados de inteligência artificial. 
3 - DEVER JURÍDICO: Trata-se do comportamento exigido pelo sujeito ativo ao sujeito passivo da relação jurídica. Compreende três tipos de obrigações: obrigação de fazer, obrigação de dar e obrigação de não fazer. Obrigação de fazer é uma obrigação de realizar um comportamento positivo (uma prestação de serviço, por exemplo). Obrigação de dar consiste na obrigação de entrega de um bem (qualquer tipo de pagamento, por exemplo). Obrigação de não fazer consiste na abstenção de um comportamento que é exigida ao sujeito passivo (cláusula de confidencialidade num contrato, por exemplo).
Suassivo: Aquele dever jurídico cumprido ao longo do tempo através dos atos – pagamento de pensão alimentícia, por exemplo.
Instânt: Aquele dever jurídico que se consuma num único ato – pagamento à vista, por exemplo. 
Patrimonial x Extrapatrimonial: Patrimonial é aquele que apresenta um conteúdo econômico (pagamento de um tributo econômico, por exemplo). Já o extrapatrimonial é aquele desprovido de conteúdo econômico (respeito à vida alheia).
Positivo x Negativo: Positivo é aquele q compreende obrigações de fazer e/ou dar. Já o negativo corresponde ao direito de não fazer.
4 - DIREITO SUBJETIVO: Trata-se do conjunto de faculdades oferecidas pela norma jurídica (direito objetivo) ao sujeito ativo de uma relação jurídica, afim de que seja possível exigir-se, do sujeito passivo, o cumprimento de um dever jurídico correlato. O objeto do direito subjetivo é sempre o cumprimento de um dever jurídico correlato.
Patrimoniais x Extrapatrimoniais: Patrimoniais são aqueles que possuem conteúdo econômico – direito à propriedade. Já o extrapatrimonial é o direito que não possui conteúdo econômico – direito à privacidade.
Absoluto x Relativo: Absoluto é o direito exercido perante toda a comunidade jurídica (sujeito passivo indeterminado) – direito à vida. Relativo é aquele exercido perante um sujeito passivo determinado que assume um dever jurídico positivo (obrigação de fazer ou dar). 
Público x Privado: Público é aquele exercido no âmbito de uma relação entre o Estado e os cidadãos. Privado é aquele exercido no âmbito entre particulares.
TEORIAS FUNDAMENTADORAS DO DIREITO SUBJETIVO:
Jusnaturalista: O fundamento dos direito subjetivos seria uma ideia de justiça absoluta e universal que poderia ser acessada por todo e qualquer indivíduo.
Da vontade: O fundamento dos direitos subjetivos seria a vontade individual.
Do interesse: O fundamento dos direitos subjetivos seria o nexo entre o sujeito e um dado bem numa dimensão material.
Eclética: O fundamento dos direitos subjetivos seria, ao mesmo tempo, a vontade humana e o interesse material do indivíduo.
Existencialista: Consiste na ideia de que os direitos subjetivos se fundamentariam na noção de liberdade humana.
Da proteção processual: O fundamento dos direitos subjetivos é a noção da ação judicial. Sendo assim, os direitos subjetivos seriam respeitados pois haveria possibilidade do acesso à justiça para a tutela judicial.
Normativista: É aquela que estabelece como fundamento dos direitos subjetivos a norma jurídica (direito objetivo). – Hans Kelsen.
5 - ILICITUDE: Consiste na conduta positiva (ação) ou negativa (omissão) que viola a normatividade jurídica. Trata-se da mais grave forma de infração ética. A prática ilícita pode decorrer tanto de um abuso de direito do sujeito ativo ou através do inadimplemento por parte de um sujeito passivo. 
6 - SANÇÃO: Trata-se da consequência imputada ao ilícito. Compreende todo e qualquer constrangimento patrimonial ou pessoal imposto ao infrator que pratica a ilicitude. Na sociedade ocidental contemporânea, reveste-se de natureza organizada.
ESCOLAS DO PENSAMENTO JURÍDICO 
JUSNATURALISMO: Trata-se da doutrina dos direitos naturais. Sustenta que os direitos nasceriam com os indivíduos, estando inseridos na própria essência humana. Segundo esta visão, haveria um código absoluto e universal de justiça que serviria de fonte para os direitos naturais. Sendo assim, o chamado Direito Positivo (criado pelo Estado) deveria ser desenvolvido com base nos preceitos de Direito Natural, sob pena de realizar profundas injustiças.
FASES DO JUSNATURALISMO: 
1ª – JUSNATURALISMO COSMOLÓGICO (IDADE ANTIGA): Para essa visão, o fundamento dos direitos naturais seria a ideia de uma justiça cósmica que governaria todo o universo.
2ª – JUSNATURALISMO TEOLÓGICO (IDADE MÉDIA): Sustenta que o fundamento dos direitos naturais seria a vontade de Deus. Esta persiste até hoje nos ideais da Igreja Católica e no senso comum. 
3ª – JUSNATURALISMO RACIONALISTA (IDADE MODERNA): O fundamento dos direitos naturais seria a razão humana universal.
4ª – JUSNATURALISMO COSMOPOLITA (IDADE CONTEMPORÂNEA): Após a decadência do jusnaturalismo durante o século XIX, este retomou o seu transcurso histórico associando-se ao processo de internacionalização dos direitos humanos. 
CRÍTICAS POSITIVAS AO JUSNATURALISMO: 
1 – Teve o mérito de demonstrar a conexão necessária entre direito e justiça.
2 – Ofereceu o fundamento para o surgimento dos direitos humanos – verdadeiros pilares das atuais democracias.
CRÍTICAS NEGATIVAS AO JUSNATURALISMO:
1 – O conceito de justiça não pode ser colocado como se fosse um valor absoluto e universal.
2 – Confunde validade com legitimidade ao sustentar, por exemplo, que a lei injusta não seria lei.
3 – A expressão ‘direito natural’ revela-se vaga, gerando profunda insegurança jurídica. 
POSITIVISMO LEGALISTA: Surge após as revoluções liberais burguesas do século XVII e XVIII. Colocou-se em posição contrária ao jusnaturalismo. A maior expressão foi a Escola de Exegese formada pelos comentadores do Código Napoleônico.
TESES FUNDAMENTAIS DO POSITIVISMO LEGALISTA:
1ª – Identificação do direito com a lei (legalismo).
2ª – Crença na perfeição racional do legislador. 
3ª – Defesa da completude do sistema legislativo (ausência de lacunas jurídicas). 
4ª – Reconhecimento da coerência do sistema jurídico (ausência de antinomias jurídicas). 
5ª – Defesa do monismo jurídico. 
6ª – Neutralização política do poder judiciário – o juiz como a boca da lei. 
7ª – Interpretação gramatical da lei – ao pé da letra. 
8ª – Separação do direito em face da moral (teoria dos círculos éticos)
9ª – Identificação do Direito positivo com a própria ideia de justiça. 
BALANÇO CRÍTICO: 
CRÍTICAS POSITIVAS – Promoveu um inegável avanço em matéria doutrinária, especialmente no âmbito do Direito Civil (teorias, critérios, classificações); A lei trouxe a segurança jurídica necessária para o desenvolvimento do capitalismo no plano econômico e da democracia representativa no plano político; A valorização da lei permitiu a formação do Estado de Direito (limitação do governo à lei).
CRÍTICAS NEGATIVAS – A lei não é a única fonte do direito; O legislador e a lei não são dotados de perfeição (ocorrência de antinomias e lacunas legais); A moderação judicial conduz a uma aplicação dogmática do direito que pode resultar em injustiças.
HISTORICISMO JURÍDICO: Trata-se de concepção contrária ao positivismo legalista. Esse movimento surgiu após a unificação da Alemanha no século XIX. O seu maior expoente foi o jurista alemão Savigny. 
TESES FUNDAMENTAIS DO HISTORICISMOJURÍDICO: 
1ª – Afirmação do costume como principal fonte do direito.
2ª – Afirmação do espírito do povo (volksgeist).
3ª – Defesa do pluralismo jurídico (produção social e estatal do direito).
4ª – Reconhecimento da imperfeição racional do legislador e da lei (ocorrência de lacunas e antinomias jurídicas).
5ª – Reconhecimento da possibilidade do costume contra legem – costume contra a lei. 
6ª – Valorização do Direito Romano para o estudo da ciência jurídica. 
7ª – Valorização da interpretação histórica do direito (busca da origem das normas jurídicas).
BALANÇO CRÍTICO: 
CRÍTICAS POSITIVAS: Teve um mérito de situar o direito na zona dos objetos culturais; Demonstrou que o legislador e a lei não podem ser perfeitos, havendo sempre possibilidade de ocorrência da incompletude e da incoerência das normas jurídicas; Reconhecimento da sociedade como protagonista na criação do direito. 
CRÍTICAS NEGATIVAS: O costume, por ser uma fonte não escrita do direito, implica uma atmosfera de insegurança jurídica, sendo pouco usado na prática do direito; Comprometeu a autonomia da ciência jurídica, ao torna-la refém da história; A noção de espírito do povo é vaga e falsa, pois pressupõe uma unidade resistente que reforça estereótipos sociais. 
SOCIOLOGISMO JURÍDICO: Trata-se de mais uma corrente de crítica ao positivismo legalista, surgida na França no final do século XIX. Representou a aplicação da sociologia ao estudo do direito. Foi uma concepção extremamente difundida durante a 1ª metade do século XX, especialmente em países como os EUA, Rússia, Inglaterra e países escandinavos.
TESES FUNDAMENTAIS DO SOCIOLOGISMO JURÍDICO: 
1ª – Valorização da dimensão fática do direito (o direito como expressão no mundo do ser).
2ª – Valorização da efetividade como principal atributo das normas jurídicas. 
3ª – Afirmação do pluralismo jurídico como origem estatal do direito. 
4ª – Demonstração da insuficiência do positivismo legalista (desmistificação da perfeição do legislador e da lei). 
5ª – Reconhecimento da possibilidade de lacunas e de antinomias jurídicas.
6ª – Valorização da jurisprudência como principal fonte do direito.
7ª – Desenvolvimento da interpretação sociológica do direito (atualização da norma jurídica à realidade social). 
BALANÇO CRÍTICO:
CRÍTICAS POSITIVAS – Possibilitou uma abordagem mais realista do fenômeno jurídico, ao conectá-lo com os fatos sociais; A jurisprudência é seguramente uma fonte jurídica capaz de atualizar o direito aos novos tempos; A interpretação sociológica apresenta-se como um método da nova hermenêutica jurídica; Demonstrou que o direito não é exclusivo do Estado, nem tampouco se esgota na lei.
CRÍTICAS NEGATIVAS – Confunde validade com efetividade; O direito pertence ao mundo do dever-ser e não está circunscrito ao mundo do ser; Comprometeu a autonomia da ciência jurídica ao subordiná-la à sociologia; A valorização da jurisprudência pode conduzir a resultados patentemente injustos (ditadura dos juízes).

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