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Transaction: HP1851494669904 1 Personal Training – Artur Monteiro CAPÍTULO 1 Transaction: HP1851494669904 2 Personal Training – Artur Monteiro PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS DO TREINAMENTO FÍSICO Os princípios do treinamento físico são regras gerais com base nas ciências biológicas e pedagógicas. A importância destes é sua influência na melhoria ou na manutenção da aptidão física. O conhecimento destes facilitará a seleção de conteúdos, meios, métodos, e a organização do treinamento. Na hipótese em que um destes princípios seja desrespeitado, perde-se as diretrizes sobre o controle do treinamento e consequentemente a obtenção de resultados. Será analisado então cada princípio individualmente para utilização posterior no planejamento, no controle e na aplicação da carga de treino. 1.1. Princípio da Conscientização O princípio da conscientização compreende realizar o exercício de forma a entender os reais motivos de sua aplicação, obtendo assim, resultados mais eficientes devido a maior canalização sobre os aspectos motivacionais por parte do praticante (Figura 1). A proposta de trabalho deve então ser transmitida aos praticantes, relacionando os objetivos, os meios e os métodos utilizados no planejamento, tornando o processo de treinamento mais eficaz. Figura 1 Transaction: HP1851494669904 3 Personal Training – Artur Monteiro 1.2. Princípio da Saúde A prática da atividade física vem sendo utilizada para atingir objetivos como lazer, melhoria da estética corporal, profilaxia, melhoria da aptidão física geral ou com finalidades competitivas. A atividade física definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos, resultando em um gasto energético superior ao de repouso. Porém, as atividades desenvolvidas nas academias e no treinamento personalizado têm como principais objetivos à promoção da saúde e a estética corporal. A Organização Mundial da Saúde – OMS define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade. O conceito moderno de saúde é dividido em pólos, onde o positivo é definido como a capacidade em apreciar a vida e resistir aos desafios do cotidiano, e o negativo está associada a morbidade e a mortalidade (Bouchard, 1990). A qualidade de vida é melhorada através da manutenção de seus hábitos saudáveis como evitar consumo do fumo e alimentação com grandes quantidades de gordura, e realizar programas de exercícios físicos regulares. Para Paffenbarger et al (1996), menores riscos de morte prematura e aumento da longevidade estão associadas a um estilo de vida fisicamente ativo. O exercício físico é toda atividade planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física. A aptidão física segundo a OMS é a capacidade de realizar trabalho muscular de maneira satisfatória. Dentro dessa concepção, estar apto fisicamente significa o indivíduo apresentar condições que lhe permitam bom desempenho motor submetido a situações que envolvam esforços físicos. Guedes et al (1995) definiram como a capacidade de realizar esforços físicos que possam garantir a sobrevivência das pessoas em boas condições orgânicas no meio ambiente em que vivem. Os componentes da aptidão física mais freqüentemente citados estão incluídos em dois grupos, um relacionado com a saúde e outro com o desempenho atlético. A aptidão relacionada com o desempenho atlético é integral para o sucesso nos esportes (tênis, futebol, basquetebol, voleibol, etc.) e seus componentes são a agilidade, a velocidade, a potência e as capacidades coordenativas. A aptidão física relacionada com a saúde é a capacidade de realizar as atividades diárias com vigor e esta relacionada a menor risco de doenças crônico-degenerativas (Nieman, 1999). Transaction: HP1851494669904 4 Personal Training – Artur Monteiro Segundo o mesmo autor a aptidão física relacionada com a saúde inclui os seguintes componentes: Aptidão cardiorrespiratória: capacidade de continuar ou persistir em tarefas extenuantes envolvendo grandes grupos musculares por períodos de tempo prolongados. Composição corporal: quantidade relativa de gordura corporal e massa magra (músculos, ossos, pele, sangue e outros tecidos não-gordurosos). Aptidão músculo-esquelética: 1. Flexibilidade: capacidade das articulações moverem-se com grande amplitude de movimento. 2. Força muscular: força máxima exercida contra uma resistência somente em um movimento. 3. Resistência muscular: capacidade dos músculos realizarem um determinado movimento o maior tempo possível sem perder a efeciência. 1.3. Princípio da Individualidade Biológica A individualidade biológica é o princípio que mostra as diferenças individuais entre as pessoas, sendo estas divididas em sua carga genética (genótipo) e suas experiências adquiridas após o nascimento (fenótipo). No esporte de alto rendimento a genética é um fator importante na determinação de uma modalidade correta para um indivíduo. A distribuição dos tipos de fibras musculares no indivíduo (fibras de contração lenta e rápida) é importante no encaminhamento a modalidades de velocidade e força ou modalidades de resistência. A estatura e a morfologia também têm grande importância. Porém na prática do exercício físico para a aptidão relacionada à saúde, deve-se analisar outros componentes, como identificar as doenças de caráter hereditário (diabetes, cardiopatias, hipertensão e algumas formas de câncer) para uma prescrição mais segura. Como exemplo sobre o fenótipo podemos citar a carga intelectual, o treinamento físico, a alimentação no dia a dia, etc. Para uma correta prescrição e orientação quanto à prática do exercício, deve-se estar ciente das características e particularidades do aluno, no que diz respeito tanto aos hábitos diários, quanto à aptidão física atual. Todo treinamento então deveria ser programado de maneira individualizada para um maior controle de suas variáveis. A avaliação física é a melhor forma de obter dados sobre o cliente através de testes passivos como a anamnese clínica, a anamnese física, composição corporal e testes físicos metabólicos e neuromusculares. Transaction: HP1851494669904 5 Personal Training – Artur Monteiro 1.4. Princípio da Sobrecarga O princípio da sobrecarga preconiza a aplicação de um aumento progressivo na carga de trabalho apartir do momento que o indivíduo se adapta a mesma para a melhoria da aptidão física. A sobrecarga pode ser aplicada em duas distintas situações, em volume ou em intensidade. O incremento do volume refere-se ao aumento da quantidade, ou seja, no exercício aeróbio aumenta-se a duração da sessão e a freqüência semanal, na flexibilidade a duração da aula e no treinamento de força o número de repetições, séries e exercícios. Referente à intensidade, interpreta-se como qualidade, aumentando então a velocidade na corrida, a amplitude na sessão de flexibilidade, e o peso no treinamento de força. Um programa de treinamento eficiente e seguro é aquele que a sobrecarga aplicada no organismo é de forma progressiva e do tempo de recuperação é suficiente para a adaptação a cada nível de solicitação. No treinamento da resistência tanto aeróbia quanto anaeróbia pode-se utilizar o teste proposto por Berxoshanki (apud Monteiro e Lopes, 2009) para detectar o efeitoda carga no organismo: O teste consiste na medição da FC após a aplicação da carga de treinamento, como referência (ex. uma corrida contínua constante a 180 bpm). Medição da FC no 1º minuto de descanso. A FC reduzindo em 30 - 40 bpm em relação à referência indica que se pode manter ou aumentar a carga. Medição da FC no 2º minuto de descanso. A FC reduzindo em 30 - 40 bpm em relação à referência indica que se pode repetir a carga, por mais algumas vezes. Medição da FC no 3º minuto de descanso. Se a FC é reduzida de 30 a 40 bpm, é necessário diminuir a carga de treino. No treinamento da força (máxima e resistência), uma forma de determinar a adaptação do organismo à carga de treinamento é utilizar o teste de repetições máximas (RM): Determinar o número de repetições de acordo com a capacidade física desejada (Ex: 20 repetições – Resistência Muscular Localizada) Ajustar o peso para que o indivíduo não ultrapasse as 20 repetições Aumentar a carga em volume ou intensidade quando o indivíduo conseguir executar um número superior de repetições com o mesmo peso. Transaction: HP1851494669904 6 Personal Training – Artur Monteiro 1.5. Princípio da Continuidade e Reversibilidade Devido ao fato do organismo adaptar-se a um nível habitual de solicitação, os efeitos do treinamento revertem-se caso o indivíduo se tornar mais inativo, ou em outras palavras, os efeitos do treinamento são transitórios e reversíveis. Sendo o oposto do princípio da sobrecarga, este estabelece que o organismo também pode adaptar-se a inatividade. O conceito de reversibilidade defende que a suspensão ou a redução do treinamento, leva a reajuste dos sistemas corporais de acordo com o estímulo fisiológico diminuído. O estudo realizado por Coyle et alii (1984) utilizando um período de 84 dias de paralisação após um período de treinamento de 6 meses (5 sessões semanais a 70- 80% VO2max por 60 minutos), em praticantes regulares de corrida e ciclismo de fundo, demonstrou um decréscimo significativo no VO2max e no limiar anaeróbio nas duas primeiras semanas. A maior parcela de redução ocorreu durante os primeiros 12-21dias (- 7%), mostrando uma tendência à estabilização após 56 dias. Concluiu- se, portanto que períodos de tempos prolongados de destreinamento, conduz o indivíduo treinado a condições próximas de um sedentário (figura 8). Figura 8 – Efeitos do destreinamento aeróbio O estudo realizado por Hakkinen e Komi (1983) utilizando14 indivíduos treinados do sexo masculino com idades entre 20 e 30 anos demonstrou na o percentual de variação da força isométrica máxima (FIM) durante 16 semanas de treinamento seguido de 8 semanas de paralisação (Figura 9). 0 10 20 30 40 50 60 70 m l/k g/ m in Treino 21d Dest 56d Dest 84 Dest Efeitos do Destreinamento VO2max Lim Anae Transaction: HP1851494669904 7 Personal Training – Artur Monteiro Figura 9 – Efeito de destreinamento de força 1.6. Princípio da Manutenção O volume de carga para manter um determinado nível de desempenho é menor do que o volume necessário para atingi-lo. Uma vez que a pessoa esteja adaptada a um nível de estimulação e que não haja mais sobrecarga, não se desenvolvem maiores adaptações. Os estudos realizados por Hickson et al (1981 e 1982) mostraram que, quando a frequência e a duração dos treinamentos foram reduzidas, o VO2max permanecia essencialmente o mesmo durante as 15 semanas adicionais de treinamento reduzido. Os mesmos autores realizaram outro estudo (1985) reduzindo a intensidade do exercício, observou-se uma redução significativa de 10% no VO2max. No treinamento de força, Häkkinen et al (1985) encontraram uma diminuição significativa na ativação neural, medida através de eletromiografia, durante treinamento com baixa intensidade. Portanto se o indivíduo estiver satisfeito com seu nível de desempenho, ele poderá mantê-lo até mesmo com leve redução da duração e frequência de treinamento por curtos períodos de tempo, porém mantendo a mesma intensidade. 1.7. Princípio da Especificidade Os efeitos do treinamento são específicos para as partes e sistemas corporais solicitados (Monteiro e Lopes, 2009). Isso quer dizer que se realizarmos um treinamento de força, os efeitos produzidos serão diferentes dos efeitos produzidos pelo treinamento de resistência. Isso é válido não só para as capacidades físicas, mas também para as atividades. 0 5 10 15 20 % de va ria çã o 4 8 12 16 4 8 Efeitos do Destreinamento FIM Transaction: HP1851494669904 8 Personal Training – Artur Monteiro Um treinamento para corrida de longa distância tem outros efeitos do que um para natação ou ciclismo, ainda que todas essas atividades sejam de resistência. Alguns aspectos devem ser levados em consideração neste princípio: Sistema de produção de energia predominante Grupos musculares envolvidos Movimento específico (Biomecânica) O princípio da especificidade é provavelmente mais importante para pessoas com metas específicas (hipertrofia muscular, perda de peso, etc.), mas é menos importante para aqueles que se exercitam por diversão ou para manter o condicionamento geral. Transaction: HP1851494669904 9 Personal Training – Artur Monteiro CÁPÍTULO 2 Transaction: HP1851494669904 10 Personal Training – Artur Monteiro ADAPTAÇÃO DO ORGANISMO AO EXERCÍCIO 2.1. Lei da Adaptação A adaptação fisiológica representa o conjunto de reações fisiológicas que asseguramos fundamentos da adaptação do organismo à troca das condições circundantes e tendem a conservar a estabilidade relativa de seu meio interno. Situações estimuladoras provocam no organismo uma série de reações fisiológicas que alteram o equilíbrio homeostático, provocando simultaneamente uma série de reações como forma de resposta. Se os estímulos atuarem de forma contínua, dará origem a reações diferentes, e que podemos descrever do seguinte modo: reações de alarme, reações de resistência e reações de exaustão. As reações de alarme acontecem quando um estímulo com uma intensidade suficiente produz um desequilíbrio, ativando um conjunto de mecanismos provocando uma diminuição na capacidade do organismo. Ao término do estímulo, segue-se a recuperação do mesmo ultrapassando o nível do equilíbrio inicial, necessitando de um estímulo mais forte para causar qualquer novo desequilíbrio (Figura. 2). Figura 2 As reações de resistência são determinadas pelo tempo em que se mantém o novo estado de equilíbrio, mesmo frente a uma persistência de atuação do agente agressor. As reações de exaustão são determinadas quando o organismo não suporta por mais tempo o processo de luta e superação ao estímulo. Para melhor entendimento, este princípio ocorre sempre quando aplicamos uma carga de treinamento acima do limiar. Visto que nem todo estímulo acima do limiar leva à adaptações positivas ao treinamento, evidencia-se que apenas os estímulos fortes levam à adaptação ideal. ESTÍMULO RECUPERAÇÃO ESTÍMULO MAIS FORTE SUPERCOMPENSAÇÃO Transaction: HP1851494669904 11 Personal Training – Artur Monteiro No entanto estímulos com intensidade débil e médio são interessantes na aplicação de cargas com objetivo regenerativo, como por exemplo, após um treinamento com cargas elevadas ou pós-competições. A tabela1 classifica a intensidade dos estímulos e suas respectivas respostas no organismo. Tabela 1 Intensidade do Estímulo Respostas Débil Não acarretam adaptações Médio Apenas excitam Forte Provocam adaptações Muito forte Causam danos A execução sistemática do trabalho físico causará alterações no sistema funcional formado no corpo (utilização selecionada de forma central e periférica). Durante o tempo da carga e recuperação, esse sistema parece ser dominante. Os processos anabólicos e catabólicos (processos de síntese e degradação) são usualmente encontrados em equilíbrio dinâmico no organismo durante o repouso, mas o exercício o desloca para o lado do catabolismo. No período de descanso há uma ativação de transformação de síntese que ultrapassa a degradação. Então, como consequência das cargas periódicas, a base para formar gradualmente a adaptação é criada. Isso resulta numa síntese mais forte, na acumulação de proteínas enzimáticas e estruturais, na formação de um sistema funcional adequado e num aumento em potência e capacidade de trabalho (Korobov et al, 1987). A figura 2 apresentou o que ocorre durante uma sessão de treino e sua recuperação. No treinamento personalizado, aplica-se o exercício físico, que representa uma atividade física programada e repetitiva, fazendo-se necessário então o entendimento na realização de várias sessões para analisar o processo de adaptação. Na prática do exercício físico de forma geral, existem três situações que podem ocorrer referente à adaptação biológica, uma positiva e duas negativas. A figura 3 mostra a adaptação biopositiva, onde o período de recuperação foi adequado para que ocorresse a curva de supercompensação, e aumento da capacidade geral. A figura 4 mostra a curva de adaptação bionegativa, onde o período de descanso é extremamente prolongado, e a curva de supercompensação retorna ao início, não havendo melhoria na aptidão. Transaction: HP1851494669904 12 Personal Training – Artur Monteiro A última curva de adaptação bionegativa é mostrada na figura 5, onde o período destinado à recuperação foi insuficiente e/ou uma dieta inadequada para que ocorresse restauração completa dos sistemas. Neste caso pode aparecer um processo chamado sobretreinamento, facilmente identificados pelos seguintes sintomas: cansaço frequente, dores musculares constantes, falta de apetite, insônia, irritabilidade e possivelmente o aparecimento de lesões. Existem algumas variáveis a serem analisadas para seu maior entendimento. A recuperação compreende o período de descanso somado a uma alimentação que favoreça a restauração das reservas de energia. Outro ponto de análise é o estímulo. Quanto mais forte for o estímulo aplicado, maior deverá ser o período de recuperação. Por exemplo, uma corrida realizada a uma velocidade de 12 km/h durante 30 min., acarretará em um catabolismo orgânico maior comparado a uma corrida com a mesma duração a 10 km/h, para o mesmo indivíduo. Estes conceitos serão revistos com mais detalhes nas próximas unidades. Quando alguém não apresenta dificuldades em se ajustar às demandas do exercício, pode-se dizer que a adaptação está completa. Por outro lado, quando as demandas impostas ao organismo são grandes ou rapidamente aplicadas com grande frequência, ou por um tempo prolongado, a adaptação ainda está incompleta. Este ajuste parcial geralmente manifesta-se sob a forma de fadiga, dor ou aparecimento de lesão. Figura 3 CARGA CARGA CARGA CARGA Transaction: HP1851494669904 13 Personal Training – Artur Monteiro Figura 4 Carga Carga Carga Figura 5 CARGA CARGA CARGA CARGA Para Zakharov (1992), a adaptação foi analisada sobre o aspecto dos efeitos do treinamento (Figuras 6 e 7) e divididos em: -Efeito Imediato: são as alterações que ocorrem durante o trabalho físico, podendo ser após a realização de uma tarefa ou ao término da sessão de treino. -Efeito Posterior: caracteriza-se por alterações no organismo, no período de tempo entre o término do trabalho físico até o próximo estímulo. -Efeito Sumário: é o resultado da soma dos efeitos de treinamento de várias cargas, -Efeito Acumulativo: é o resultado da combinação dos efeitos imediatos e posteriores das sessões de treino. Transaction: HP1851494669904 14 Personal Training – Artur Monteiro Figura 6 A – Sub-recuperação B – Supercompensação Figura 7 Efeito Sumário Efeito Acumulativo O efeito posterior também denominado como retardado apresenta diferentes níveis de efeito de treino, o de sub-recuperação, o de recuperação simples e o de super- recuperação ou supercompensação. O nível de sub-recuperação é o primeiro nível do efeito de treino e caracteriza-se por uma recuperação incompleta, não atingindo se quer o nível inicial. Para que uma nova carga seja aplicada nesta fase é necessário que o intervalo entre cada sessão seja curto. O nível de recuperação simples refere-se a uma recuperação completa. Neste caso uma nova carga é aplicada ao mesmo nível da sessão anterior. O nível de supercompensação constitui o terceiro nível de efeito de treino posterior e está ligado ao fenômeno da super-recuperação. A instalação deste nível corresponde à possibilidade de aumentar a carga de treino. Entende-se então a importância em saber os tempos de recuperação para uma adaptação biopositiva. A tabela 2 apresenta a caracterização dos tempos necessários à recuperação dos sistemas de fornecimento de energia e remoção do lactato (Volkov, 1990). B A Imediato Posterior Transaction: HP1851494669904 15 Personal Training – Artur Monteiro Tabela 2 PROCESSO TEMPO DE RECUPERAÇÃO Reservas de O2 10 a 15 segundos Reservas Glicolíticas 2 a 5 minutos Eliminação do Lactato 30 a 120 minutos Ressíntese do Glicogênio Muscular 12 a 48 horas Ressíntese do Glicogênio Hepático 12 a 48 horas Síntese das Proteínas 12 a 72 horas Em programas de exercícios para iniciantes seria prudente aguardar que ocorra a curva de supercompensação. De acordo com a tabela 2, um período de 24 a 48 pode ser suficiente para uma recuperação completa, pois a carga aplicada nestas condições, é submáxima. Já para indivíduos mais treinados, um novo estímulo poderia ser aplicado em um estado de sub-recuperação, até três sessões consecutivas, com um posterior período de recuperação para que ocorra a supercompensação representado na figura 7 (Monteiro e Lopes, 2009). Esta recuperação pode ser passiva (descanso total) ou ativa (exercícios com cargas recuperativas). Transaction: HP1851494669904 16 Personal Training – Artur Monteiro CAPÍTULO 3 Transaction: HP1851494669904 17 Personal Training – Artur Monteiro MEIOS E MÉTODOS DE TREINAMENTO 3.1. MEIOS DE TREINAMENTO NO DESPORTO Os meios de treinamento são os exercícios que serão utilizados para melhoria da aptidão física. Os meios utilizados no treinamento desportivo são denominados exercícios preparatórios gerais, preparatórios especiais e competitivos. 3.1.1. Exercícios Preparatórios Gerais Apresentam um complexo de exercícios bastante variados e inclui tanto exercícios próximos aos exercícios preparatóriosespeciais. Na seleção destes, deverão ser consideradas duas condições básicas: exercícios variados para garantir um desenvolvimento das capacidades físicas do desportista deverão ser adequados às particularidades da especialização desportiva, facilitando uma transferência do efeito destes exercícios para a modalidade praticada. 3.1.2. Exercícios Preparatórios Especiais Estes exercícios incluem elementos próximos das ações competitivas. É importante que os exercícios selecionados também sejam realizados nas condições em que são solicitados durante as competições. 3.1.3. Exercícios Competitivos Apresentam ações íntegras exatamente como ocorrem no momento competitivo e se realizam nas condições e regras oficiais das competições. Estes são os únicos meios que permitem a reconstrução do conjunto de exigências específicas de uma modalidade desportiva, estimulando assim um alto nível de desenvolvimento do treinamento. 3.2. MEIOS NO TRAINAMENTO PERSONALIZADO No treinamento personalizado, faz-se necessário uma adaptação, pois os clientes objetivam melhorar a saúde e a estética corporal, onde raramente competem. O ACSM (2014) recomenda desenvolver a resistência cardiorrespiratória, a flexibilidade, a força e a resistência muscular localizada, pois são capacidades físicas que melhoram a aptidão geral e interferem na saúde. Em conseqüência divide-se então em exercícios de efeito geral e exercícios de efeito localizado. 3.2.1. Exercícios de Efeito Geral As atividades de efeito geral ou exercícios aeróbios caracterizam-se pela mobilização de uma massa muscular maior que 1/6 a 1/7 da musculatura esquelética total por um Transaction: HP1851494669904 18 Personal Training – Artur Monteiro longo período de tempo, com baixa intensidade, promovendo, portanto, adaptações no sistema cardiorrespiratório e nos processos celulares oxidativos (Weineck, 2005). Pode-se dividir estes exercícios em cíclicos e acíclicos. Os exercícios cíclicos, como a corrida e o ciclismo, são realizados por meio de movimentos que iniciam e terminam completando um ciclo, facilitando a manutenção estável da freqüência cardíaca. A ginástica aeróbica, o step e os esportes coletivos apresentam exercícios acíclicos, devido à grande variedade de movimentos, implicando em uma variação da intensidade. As atividades de resistência podem ser classificadas conforme a variabilidade e o potencial para a manutenção de uma taxa constante do gasto energético (ACSM, 2014). Grupo 1: caminhada, corrida e ciclismo; pois podem ser facilmente mantidas em uma intensidade constante e a variabilidade do gasto energético é relativamente baixa. Grupo 2: natação, pois o gasto energético está altamente relacionado com a habilidade técnica, mas um indivíduo pode manter a atividade constante. Grupo 3: dança, ginástica aeróbica, step, jogos esportivos, etc, são altamente variáveis em intensidade. 3.2.2. Exercício de Efeito Localizado Os exercícios de efeito localizado são caracterizados pela solicitação isolada de um determinado segmento corporal, seja para alongar ou fortalecer. As capacidades físicas desenvolvidas com a realização destes exercícios são a força, a resistência muscular localizada e a flexibilidade. 1. Força Máxima o Coordenação Intramuscular – conseguir recrutar maior quantidade de unidades motoras e consequentemente exercer mais força. o Hipertrofia – aumentar a sessão transversal do músculo, aumentando assim o seu tamanho. Resistência o Aeróbia – realizar maior quantidade de repetições sem perder a eficiência em condições aeróbias. o Anaeróbia - realizar maior quantidade de repetições sem perder a eficiência em condições anaeróbias. Transaction: HP1851494669904 19 Personal Training – Artur Monteiro 2. Flexibilidade Ativa – realizar um exercício com grande amplitude através da contração do músculo agonista e alongamento do antagonista. Passiva - realizar um exercício com grande amplitude através da ação de agentes externos, como a ação da gravidade, a ajuda de um parceiro ou através de um equipamento. Estático – permanecer um determinado tempo em uma posição sem que haja movimento. Dinâmico – executar movimentos balísticos ou com insistência. 3.3. MÉTODOS DE TREINAMENTO Os métodos de treinamento são as diferentes formas de como os exercícios podem ser realizados. Segundo Monteiro e Lopes (2009), compreendem no verdadeiro sentido da palavra os vários procedimentos tomados para sistematizar os meios que devem garantir os resultados almejados. Como exemplo, a corrida pode ser organizada com vários métodos diferentes, dependendo da etapa de treinamento e objetivos. O exercício pode ser realizado então de forma contínua ou intervalada. 3.3.1. Método Contínuo O método contínuo, também chamado de método de duração é fundamental para o treino das modalidades cíclicas de longa duração (natação, corrida e ciclismo) e para desenvolver a resistência de base em outras modalidades. Possui a característica de desenvolvimento da resistência aeróbia, pois utiliza grandes volumes de treino, baixa intensidade e ausência de intervalos. Transaction: HP1851494669904 20 Personal Training – Artur Monteiro 3.3.2. Método Intervalado O método intervalado também chamado de fracionado compreende períodos destinados ao estímulo (exercício) e períodos destinados à recuperação. Dependendo da orientação da carga de treino (distância, velocidade e tempos de recuperação) os sistemas de produção de energia e as capacidades físicas serão diferenciados. 3.3.3. Método de Repetição O método de repetição pode ser utilizado para desenvolvimento da velocidade, resistência anaeróbia, força máxima e força explosiva. A grande diferença entre o método intervalado e de repetição é a intensidade do esforço e os intervalos de recuperação. As características do método de repetição são apresentadas na tabela 3.5. Tabela 3. Características do método de repetição. Variáveis da Carga de Treinamento Características do Método de Repetição Intervalos de Recuperação Pausas Completas Intensidade do Esforço Máxima Volume da Carga Baixo Densidade da Carga Baixa Exemplo: corrida - 10 x 50m – Vmax – pausa 5 min Transaction: HP1851494669904 21 Personal Training – Artur Monteiro 3.3.4. Método Complexo ou PPA (Potencialização Pós-Ativação) A PPA é uma estratégia também adotada a fim de promover respostas crônicas ao treinamento de potência, sendo tal metodologia denominada “treinamento complexo”. O objetivo desta metodologia tem como objetivo aumentar a potência muscular, mas podem gerar também aumentos na força máxima. A atividade contrátil prévia pode produzir o incremento da força e potência musculares, a potencialização pós ativação (PPA) refere-se ao fenômeno através do qual a resposta aguda da força e potência musculares podem ser aumentadas decorrentes de uma atividade contrátil prévia. A concepção básica da PPA pressupõe que a força e potência muscular podem ter sua expressão incrementadas se precedidas de uma ativação, realizada geralmente através de exercícios intensos. Segue um exemplo bastante utilizado: Agachamento a 90-95%1RM e logo após 2 a 4 minutos realizar um salto vertical máximo (este procedimento pode ser realizado durante treino de potência ou velocidade). Figura 8. Lembre-se que este método só pode ser utilizadopor pessoas treinadas. 3.3.5. Método Pliométrico ou Pliometria O termo pliometria também pode ser substituído por “exercícios cíclicos de alongamento-encurtamento” que é uma seqüência de ações concêntricas e excêntricas executadas num no menor espaço de tempo em apenas um único movimento. O meio mais utilizado para o treinamento de potência é o de saltos pliométricos e (ou) saltos profundos onde se utiliza de saltos com plintos, bancos, steps e barreiras Transaction: HP1851494669904 22 Personal Training – Artur Monteiro com inúmeras variações dos saltos. Já os exercícios utilizando lançamentos de bolas (medicinebol) são empregados para o desenvolvimento da potência dos membros superiores. Do ponto de vista fisiológico o trabalho pliométrico também pode ser chamado de ciclo alongamento-encurtamento resulta uma ação concêntrica poderosa devido a energia elástica armazenada em músculo e tendões e da pré-inervação gerada pelo reflexo do fuso muscular. O maior proveito da força se dá pelo acúmulo de energia potencial elástica. O número de saltos, a altura de queda e a pausa são as principais variáveis que devem ser manipuladas no treinamento pliométrico. Figura 9. Figura 10. 3.3.6. Método em Circuito ou Circuit Training O método em circuito é uma forma de treinamento fracionado para desenvolver a resistência geral. Do ponto de vista metabólico a resistência manifestada neste método pode ser a resistência aeróbia e a resistência anaeróbia. O termo circuito segue o modelo original que foi idealizado em forma de círculo. Transaction: HP1851494669904 23 Personal Training – Artur Monteiro Em relação a estrutura metodológica os estímulos são submáximos e os intervalos de recuperação incompletos. Transaction: HP1851494669904 24 Personal Training – Artur Monteiro CAPÍTULO 4 Transaction: HP1851494669904 25 Personal Training – Artur Monteiro CARGA DE TREINAMENTO Os níveis baixos de capacidade funcional pós-atividade e sua posterior recuperação são determinados pelos estímulos que se aplicam durante o processo de treinamento. Durante o exercício, os estímulos utilizados determinam a carga de trabalho que se submete o praticante. Carga é a causa que provoca as alterações de adaptação no organismo do desportista (ZAKHAROV, 2003). Carga de treinamento segundo Manso et al (1996) é o resultado em relacionar a quantidade de trabalho (volume) com seu aspecto qualitativo (intensidade). A carga de treino pode ser classificada segundo Monteiro e Lopes (2009) em: 4.1. Tipos de Carga: Carga Geral - melhoria da capacidade orgânica geral com maior quantidade de exercícios. Carga Específica - desenvolvimento máximo da eficiência motora. 4.2. Orientação da Carga: Carga Seletiva – realização da carga para um único objetivo, a força ou a resistência por exemplo. Carga Complexa – realização da carga para dois ou mais objetivos, método intervalado onde se desenvolve a resistência aeróbia, anaeróbia e a resistência de força especial. 4.3. Componentes da Carga: 4.3.1. Intensidade da Carga - Na seleção dos critérios de intensidade, será preciso levar em consideração no exercício físico, o peso utilizado no treinamento de força e a velocidade na corrida, por exemplo. 4.1.2. Duração do Exercício- Está estreitamente ligada à intensidade, pois os exercícios com durações diferentes são assegurados por diferentes mecanismos energéticos. 3.3.3. Intervalos de Descanso – Os intervalos podem ser divididos em: Intervalo Rígido – Períodos de recuperação com tempos muito curtos, o que leva ao desenvolvimento da fadiga em progressão muito rápida. Intervalo Curto – Períodos de recuperação que permitem a restauração próxima ao nível inicial do exercício. Embora a fadiga também ocorra, o sue ritmo é relativamente mais baixo que o anterior permitindo assim um volume de trabalho muito maior. Intervalo Completo – Períodos de recuperação que permitam a restauração completa do organismo para o próximo estímulo. 4.3.4. Característica dos Intervalos: Ativos – Utilização de movimentos mais brandos ou exercícios de menor intensidade promovendo a regeneração. Transaction: HP1851494669904 26 Personal Training – Artur Monteiro Passivos – Recuperação após um determinado estímulo sem a utilização de qualquer movimento. 4.4. Grandeza da Carga A grandeza da carga representa a relação entre o exercício e a respostas do organismo a este fator. A tabela 3 apresenta a relação variação da carga de treinamento e seus respectivos tempos de recuperação. Quanto mais forte for a carga aplicada, maior será o tempo de recuperação para que ocorra a supercompensação, e cargas leves proporcionam recuperações rápidas (Zakharov, 2003). Tabela 3 CARGA (% do volume máximo) RECUPERAÇÃO (horas) Recuperativa - 10 a 20% 4 a 5 horas Recuperativa de Manutenção - 20 a 40% 4 a 8 horas Estabilizadora - 40 a 60% 12 a 18 horas Ordinário - 60 a 80% 24 a 36 horas Choque - 80 a 100% 48 a 72 horas Uma divisão mais criteriosa segundo Platonov e Bulatova (1998) apresentada nas tabelas 4 e 5 mostram as características da carga de treino, objetivos e tempos de recuperação para cargas aplicadas para atletas com boa experiência no desporto. Tabela 4 CARGA CRITÉRIOS DE MAGNITUDE OBJETIVOS Pequena 15 – 20% do volume Aceleração dos processos de recuperação Média 40 – 60% do volume Manutenção do nível conseguido Importante 60 – 75% do volume Estabilização e aumento do nível de treinamento Grande Fadiga clara Aumento do nível de treinamento Tabela 5 DURAÇÃO DOS INTERVALOS (HORAS) SESSÕES CARGA MÉDIA CARGA IMPORTANTE CARGA GRANDE Força máxima 36 – 48 48 – 60 60 – 90 Força explosiva 24 – 36 36 – 48 48 – 60 Velocidade 12 – 24 24 – 48 48 – 72 Coordenação 6 – 12 12 – 24 24 – 48 Flexibilidade 6 – 12 12 – 24 24 – 48 Transaction: HP1851494669904 27 Personal Training – Artur Monteiro Resistência anaeróbia máxima 12 – 24 24 – 48 48 – 60 Resistência anaeróbia submáxima 36 – 48 48 – 60 60 – 72 Resistência aeróbia máxima 36 – 48 48 – 60 60 – 72 Resistência aeróbia submáxima 48 – 60 60 – 72 72 – 96 Resistência com pouca potência aeróbia 48 – 72 72 – 96 96 – 120 Transaction: HP1851494669904 28 Personal Training – Artur Monteiro CAPÍTULO 5 Transaction: HP1851494669904 29 Personal Training – Artur Monteiro TREINAMENTO DAS CAPACIDADES FÍSICAS 5.1. Treinamento da Resistência Aeróbia 5.1.1. Treinamento Contínuo Duração A melhoria da resistência aeróbia também esta relacionada com a duração do exercício que por sua vez também depende da intensidade. A duração recomendada para desenvolvimento da resistencia aeróbia fica entre 30 e 60 minutos. Para indivíduos sedentários, os programas podem ser iniciados com 20 minutos de duração. Frequência Semanal Na realização de atividades aeróbias a recomendação é de 3 a 5 vezes por semana Intensidade Existem algumas formas para determinar a intensidade. Prefiro abordar as formas que se aproximam de nossa realidade prática. Zona de Treinamento Esta forma de determinação da intensidade utiliza percentuais da frequência cardíaca máxima (FCmax). A FCmax pode ser encontrada através de um teste máximo ou por equações que podem prever estes valores.A equação mais comum é: FCmax = 220 – IDADE (anos) Embora alguns profissionais façam críticas na utilização de equações para predizer a FCmax e a intensidade de treinamento, esta pode ser aplicada para personal trainers que não tem recursos para utilizar testes mais fidedignos. A zona sensivel ao treinamento encontra-se entre 60 a 90%FCmax. Exemplo: para um indivíduo com 20 anos, a FC de trabalho fica entre 120 a 180bpm. Zona de Treinamento Determinada Através de Testes A aplicação de testes de esforço de caráter progressivo permitem a determinação da potência aeróbia (VO2max) e da capacidade aeróbia através do limiar ventilatório ou limiar 1 (LV ou L1) e ponto de compensação respinatória ou limiar 2 (PCR ou L2). Transaction: HP1851494669904 30 Personal Training – Artur Monteiro O conhecimento das velocidades e das frequências cardíacas correspondentes a essas variáveis é importante para determinar a intensidade de esforço no treinamento aeróbio. Tabela 6. Zonas de Treinamento Zona Intensidade 1 Abaixo do Limiar Ventilatório 2 No Limiar Ventilatório 3 Entre Limiar Ventilatório e PCR 4 No PCR 5 Acima do PCR 6 Na Velocidade do VO2max Uma estratégia interessante para determinar o Limiar Ventilatório é o teste de Conconi adaptado para esteira. Segue os passos para aplicação do teste: 1- Faça um aquecimento prévio 2- A velocidade para o início do teste é de 5km /h para sedentários, 8km /h para ativos e 10km /h para treinados 3- Aumentar a velocidade em 0,5 km /h a cada 5 min até atingir uma fadiga acentuada. Se deseja verificar a velocidade do VO2max você pode conduzir o teste até a exaustão. 4- Colocar os dados em um gráfico – FC x Velocidade 5- Detectar o ponto de perda de linearidade Figura 11. Frequência cardíaca (bpm) 186 178 170 162 144 130 120 110 182 110 125 140 155 170 185 200 5,0 Km /h 5,5 Km /h 6,0 Km /h 6,5 K m /h 7 K m /h 7,5 K m /h 8,0 K m /h 8,5 K m /h 9,0 K m /h Linearidade da Frequência (bpm) Transaction: HP1851494669904 31 Personal Training – Artur Monteiro 5.1.2. Treinamento Intervalado O treinamento intervalado pode ser direcionado para o desenvolvimento das resistências aeróbia e anaeróbia. Como este livro não é direcionado para atletas, nossas recomendações serão direcionadas para o desenvolvimento da resistência aeróbia. Duração do Estímulo – 30 segundos até 4-5 minutos Intensidade do Estímulo – 85 a 90%FCmax Duração da Pausa – até 2 minutos Intensidade da Pausa – 60 a 65%FCmax Tipo de Pausa – ativa Volume Total – o treinamento deve durar pelo menos 20 minutos Obs: quando a FC de recuperação atingir 60 a 65%FCmax, iniciar imediatamente o próximo estímulo 5.1.3. Treinamento em Circuito O treinamento em circuito também pode desenvolver as resistências aeróbia e anaeróbia conforme a manipulação dos componentes da carga de treinamento. Para que o objetivo seja desenvolver a resistencia aeróbia, recomenda-se que a intensidade permaneça entre 60 e 90%FCmax. A tabela 7 mostra um resumo dos componentes da carga de treinamento em circuito. Tabela 7. Componentes da carga de treinamento. No de estações 6 a 12 No de repetições 10 a 40 Duração do estímulo 20 a 40 segundos Pausa 10 a 30 segundos No de passagens 2 a 3 Intervalo Até 5 minutos Tempo total 20 a 60 minutos 5.2. Treinamento da Força 5.2.1. Elaboração do treino Para elabora um programa de treinamento temos que analisar nosso cliente, entender seus objetivos, e ir de encontro a eles, realizar uma anamnese, ver o histórico de atividade física dele, interrogar sobre quadros de doenças pessoal e familiar, se existir estudar quais os procedimentos a serem tomados no treinamento de musculação, Transaction: HP1851494669904 32 Personal Training – Artur Monteiro mostrar a importância do treinamento para a sua qualidade de vida. Se tiver um objetivo estético analisar sua composição corporal, similaridade muscular, e desenho postural. A busca a musculação pode ser por carência afetiva ou apenas para um convívio social, atletas buscando maior ganho de força ou potência, sedentarismo, estresse, moda entre outros Para muitos que trabalham com treinamento de musculação montar um programa é simples, mas depois de analisar o cliente, tem que ser analisados os aspectos como: seleção de exercícios, respiração, repetições, cargas, intervalos entre as séries, séries totais, frequência das sessões, número de exercícios, sequência dos exercícios, divisão de treino entre outras variáveis. Isto vem mostrar que um programa de treinamento de musculação é muito complexo e que dificilmente poderá existir programas iguais. 5.2.2. Variáveis do Treinamento de Força Equipamento Podem ser aparelho com peso fixo (polias, placas de peso, barras guiadas onde o cliente realiza o movimento padrão das maquinas tornando interessante em alguns aspectos como: rápida adaptação de peso, mais conforto, mais seguros com utilização de grandes cargas. Os pesos livres (barras, halteres e anilhas) onde algumas vantagens são muito interessantes como: movimentos similares ao da vida e dos esportes, permite movimentos multiarticulares, utiliza toda a musculatura estabilizadora para realizar o exercício. Ambos são de fundamental importância para o desenvolvimento da força e da estética, um dando maior segurança e permitindo um uso de carga maior, outro exigindo mais dos músculos agonistas e estabilizadores. Exercícios A escolha dos exercícios é de fundamental importância para o sucesso do treinamento, o ângulo em que o exercício vai ser realizado pode ter uma ação mais rápida e especifica para os ideais do cliente. Exercícios multiarticulares que envolvem várias articulações são mais aconselhados para iniciantes pois tem um estresse mecânico distribuído entre várias articulações, e cria uma exigência de vários grupos musculares alguns exemplos destes são: supino, agachamento, remada sentada. Transaction: HP1851494669904 33 Personal Training – Artur Monteiro Os monoarticulares, que isola uma única articulação já tem uma indicação para trabalhar mais isoladamente um grupo muscular, causando uma maior fadiga muscular, como é o caso da: cadeira extensora, rosca schott, tríceps na polia Sequência de exercícios Muito analisada por grandes treinadores e pesquisadores e infelizmente desprezadas pela maioria dos instrutores a sequência de exercícios devem ser minuciosamente estudada e analisada, uma ideia que foi criada no passado que era a utilização dos grandes grupos musculares antes dos pequenos grupos musculares, esta sequência visa conseguir maior efeito de treinamento para exercícios de grandes grupos musculares, o que se torna muito interessante para iniciantes e intermediários. Exercícios multiarticulares antes dos exercícios monoarticulares, tem como ação principal a utilização de mais resistência em exercícios mais complexos. Pré-exaustão pode ser realizada de várias maneiras como veremos nos métodos, mas o básico é realizar um exercício monoarticular antes de um exercício multiarticular exemplo realizar o crucifixo com halteres pra causar uma exaustão no músculo peitoral depois realizar o exercício supino, isto é realizado muitas vezes por que o tríceps é muito presente no exercíciode supino principalmente em pessoas que possuem uma envergadura grande, e isto faz com que o peitoral não se fadigue, por isto da pré exaustão. Complexidade Complexidade dos exercícios devem ser levados em consideração na sequência dos exercícios, estes devem ser executados em primeiro lugar, em alguns casos com clientes avançados e atletas, pode ser alternada esta ordem. No trabalho de força de exercício funcional a ênfase é dada para os exercícios básicos de força como: agachamento, supino, levantamento terra devem ser realizados no começo da sessão a sequência imprópria pode comprometer a capacidade. Número de repetições O número de repetições está diretamente relacionado com o objetivo desejado com a musculação, elas também estão relacionadas a intensidade do treino, que é um dos fatores mais importante do treinamento. Ela pode ser media através de repetições máxima (RM) que significa utilizar uma carga para atingir um número de repetições máximas possíveis (12 repetições RM), ou aproximado utilizando uma carga para um número aproximado (10 a 12 RM). Pode ser utilizado 1 Repetição Máxima (RM) onde avalia-se a carga máxima em que o indivíduo realiza uma única repetição esta será considerada seu 100% e elabora o Transaction: HP1851494669904 34 Personal Training – Artur Monteiro treinamento com a porcentagem ideal, exemplo se a carga máxima é de 80 kg um treino com 70 % vai ser realizado com 56 kg para o número de repetições determinada. Número de séries O número de séries é de fundamental importância para a elaboração do treinamento, é importante salientar que este número não precisa ser igual entre os exercícios, as séries servem para o controle de volume do treinamento. Uma análise feita demonstrou que tanto para indivíduos treinados como não treinados o número de 4 séries por grupo muscular promove o ganhos máximos de força, os indivíduos não treinados conseguiram maior aumento com grandes volumes, além da necessidade de variações no treinamento com volumes menores. Atletas de alto nível utilizam de oito a dose séries por grupo muscular, a sensação dolorosa no dia seguinte é um bom parâmetro para quantificar o número de séries a ser utilizado. Intervalos entre as séries Intervalos entre as séries, em pesquisas para três séries com dez repetições pode se notar que o intervalo de recuperação ideal é de 3 minutos, com um minuto de intervalo os números de repetições alcançados foram de 10, 8, 7, no treinamento de força absoluta o intervalo passa para 3 a 5 min. Já no trabalho de quinze repetições os intervalos curtos (30segundos e 1 minuto) não são suficientes para promover uma recuperação ideal e que o intervalo de dois minutos foi o que surgiu a melhor resposta. Em pessoas não condicionadas sempre que os batimentos cardíacos chegarem próximos a frequência cardíaca máxima deve- se aumentar o intervalo. Descanso entre sessões Descanso entre sessões depende diretamente da capacidade de recuperação de cada aluno, três treinamentos por semana 1 dia de descanso entre as sessões permite uma recuperação adequada, especialmente para principiantes. Atletas de elite podem ser capazes e têm a necessidade de treinamento de 5 dias em sequência para melhorar significativamente durante períodos curtos de treinamento. É importante que o indivíduo seja capaz de tolerar a exigência física de modo que não desenvolva o estresse físico devido ao excesso de treino. Quando são utilizados treinamentos em dias consecutivos pode ser benéfico usar exercícios diferentes para os mesmos grupos musculares e cargas diferentes os levantadores competitivos podem tolerar até 3 dias de exercícios consecutivos por semana. Transaction: HP1851494669904 35 Personal Training – Artur Monteiro Dor excessiva no dia seguinte pode indicar que a exigência do exercício está muito grande. Respiração Respiração, na musculação existe vários tipos de respiração entre elas: Continua – quando o atleta respira livremente. Ativa – Quando o atleta inspira na fase concêntrica do exercício. Passiva – Quando o atleta expira na fase concêntrica. Bloqueada – Quando o atleta inspira e realiza as duas fases (concêntrica e excêntrica) e expira no final. Combinada – Nas repetições mais difíceis o atleta bloqueia a respiração. Organização do treinamento A estrutura no treino de musculação deve ser planejada para satisfazer as necessidades e os objetivos do indivíduo. É muito importante para identificar o grau de condicionamento físico do atleta uma avaliação minuciosa, e que esta não deve ser realizada enquanto não houver a certeza que ele pode suportar a avaliação, ou que os dados sejam expressivos. Um dos erros mais sérios feitos nos planejamentos de treinamento é colocar muito estresse para o cliente antes que ele possa suportar, por isto a necessidade de saber quantificar e qualificar o treinamento. Volume É um requisito quantitativo Peso levantado por unidade de tempo Repetições Duração do treino (sob tensão) Ele representa a quantidade total de atividade, soma de trabalho, para avaliar o volume na musculação, é interessante selecionar uma medida que pode ser o peso em quilos ou repetições. O volume por si só é um dado insuficiente para programar ou avaliar um treino, a dinâmica do volume varia dentro das fases do treinamento. Normalmente ele é encontrado pela multiplicação das séries pela repetição pelo peso exemplo: 3 x 10 com 50Kg= 1500kg Podendo ser analisado pelo numero de séries por repetição (15) Na elaboração de programas e periodização na musculação o indivíduo deve no início dos treinos utilizar períodos curtos e grande volume, para sua melhora nos aspectos fisiológicos para tolerar exercícios de alta intensidade. Transaction: HP1851494669904 36 Personal Training – Artur Monteiro Volume para desenvolver força varia para cada esporte, uma sessão de treinamento de força dura normalmente entre 45 minutos a 90 minutos dependendo do período de treinamento, idade, sexo entre outros. Intensidade Componentes qualitativos, variáveis mais importantes na musculação, ela é a função da força dos impulsos nervosos que o indivíduo emprega em uma sessão de treinamento, esta força depende da carga, velocidade e intervalos, normalmente utilizada através da porcentagem da carga máxima ou através das repetições máximas. O trabalho muscular e o envolvimento do sistema nervoso central (SNC) na contração máxima determinam a intensidade. Ela é representada pelo peso utilizado ou absolutos ou relativos, existem outras formas de intensidade que é necessário considerar, como: Intensidade máxima absoluta é expressa pelo peso utilizado, a intensidade máxima relativa é expressa pela porcentagem de carga que equivale o peso máximo, exemplo: Aluno A levanta 170 kg e seu peso é de 81 kg, sua força relativa é de 2,09 Aluno B levanta 220 kg e seu peso é de 118 kg , sua força relativa é de 1,86 O aluno B tem mais força absoluta 220 kg, e o aluno A tem mais força relativa 2,09. Densidade Refere-se à freqüência de treinamento e ao tempo de recuperação tanto em séries com sessões, quanto maior a pausa menor a intensidade, Potência e/ou velocidade de execução na musculação temos algumas dependência que são peso utilizado, potência e/ou velocidade de execução número de repetições totais e por série, cada repetição está relacionada com uma velocidade de execução ou potência de acordo com a qualidadefísica que queremos visar um desvio excessivo dessa velocidade de execução ou potência o exercício pode se dirigir para objetivos diferente. É importante reconhecer o elemento psicológico também está classificada dentro da intensidade. Intensidade por repetições Um estudo buscou qual a carga que o indivíduo seria capaz de deslocar uma, três, cinco ou dez vezes, e chegou como resultado da sua pesquisa que 100%, 94%, 86% e 70%, respectivamente, com objetivo superar o peso com a qual as repetições possam ser realizadas, e estabeleceu uma zona de treinamento que relaciona as repetições com a carga: Transaction: HP1851494669904 37 Personal Training – Artur Monteiro 10 repetições 70 a 80% da carga máxima 5 repetições 80 a 90% da carga máxima 3 repetições 85 a 95% da carga máxima 1 repetição 95 a 100% da carga máxima O número de repetições é uma das formas mais eficazes e precisas de aproximar a intensidade ótima do treinamento especialmente em indivíduo de nível avançado. Intensidade média utilizada em um exercício, ou situação podendo ser utilizada absoluta ou relativa, não sendo possível calcular a média de um treinamento apenas de um exercício. Velocidade de execução Variável pouco utilizada para a intensidade, quanto mais lento for realizada maior a dificuldade, o músculo fica mais tempo em tensão. No trabalho de musculação vai depender do objetivo, se ele for força explosiva (potencia), deve ser realizado com grande velocidade, se for resistência muscular localizada deve ser realizado em uma velocidade média e se o objetivo é força máxima e ou hipertrofia já deve ser realizado com uma velocidade mais moderada. A complexidade está relacionada com o grau de dificuldade ou sofisticação de um exercício podendo causar problemas na aprendizagem devido a um esforço muscular extra. 5.2.3. Métodos Série única - neste método realiza-se apenas uma série de cada exercício, comumente realizado entre 8 a 12 repetições. Este método não consegue melhores resultados que as séries múltiplas, mas resulta alguns ganhos significativos, e deve ser utilizado nos primeiros treinos, em pessoas de grupos especiais e pessoas com pouco tempo para treinar. Série múltiplas É o método que ocorre várias séries com cargas semelhantes ou variáveis, o mesmo ocorrendo com as repetições por série, atingindo a fadiga com todas, algumas ou nenhuma série. Comum a utilização de séries múltiplas com aquecimento articular (2 séries), depois realizando um acréscimo de carga. Este método demonstra ganho de força, porém suas utilizações sem alterações nas variáveis de treinamento podem resultar barreiras de força, se utilizado por muito tempo. Transaction: HP1851494669904 38 Personal Training – Artur Monteiro Prioridade Este é um método especifico que consiste em priorizar um grupos muscular e realizá- lo no início do treinamento para que possa ser utilizado a maior carga para o número de repetições desejadas. Alternado por segmento A alternância de segmentos musculares tem como principio evitar a fadiga muscular, recomendado para iniciantes, grupos especiais e pessoas de baixo condicionamentos físico Exemplo: 1- Supino, 2- abdome, 3- remada sentada, 4- leg press, 5- rosca direta, 6- elevação lateral, 7- flexão plantar, 8- tríceps paralelo Localizado por articulação Deve-se realizar todos os exercícios do grupo muscular trabalhado em um mesmo treino e em sequência assim a fadiga muscular ocorre mais rapidamente juntamente com um aumento do fluxo sanguíneo no grupo muscular (hiperemia), sendo que os níveis de hiperemia tem sido relacionados com os níveis de hipertrofia Exemplo: 1- Supino, 2- Crucifixo inclinado, 3- Supino declinado convergente, 4- peck deck Piramides Um dos métodos mais tradicionais na musculação são as pirâmides, elas motivam quebram a rotina, mas existe o momento certo para ser utilizada (18) Pirâmide Crescente Método que deve ser utilizado visando romper barreiras de cargas e ou repetições, sempre no trabalho de resistência e alteração de cargas, é realizado aumentando a carga e diminuindo proporcionalmente as repetições, iniciando com um uma porcentagem de carga para um determinado número de repetições, aumenta-se a carga e diminui a repetição, exemplo: de 10 repetições com 70% da carga máxima depois uma outra série para 8 repetições com 80% 1RM, outra para 6 repetições com 85% 1RM, outra 3 repetições com 90% e finalmente 1 repetição com 100% 1RM. Este método chega a ter até uma certa falta de objetividade fisiológica uma vez que nas duas últimas séries haverá um número muito reduzido de fosfagênio, pois este já Transaction: HP1851494669904 39 Personal Training – Artur Monteiro foi degradado nas séries anteriores, por isto o método atinge em grande parte apenas as fontes glicolíticas, o que não deixa de ser um ótimo método pois possibilita a adequação do sistema músculo articular durante a sua execução, e prepara para a resistência de força, deve ser utilizado em curtos períodos e sempre que for vista uma estabilização da carga e ou repetições. Exemplos: Pirâmide crescente para trabalho de força pura 100 1 97 2 95 3 92 4 90 5 Pirâmide truncada crescente para trabalho de força pura 97 2 95 3 92 4 90 5 Pirâmide crescente para desenvolver força dinâmica 100 1 90 3 85 6 80 8 70 10 Pirâmide truncada crescente para desenvolver força dinâmica 90 3 85 6 80 8 70 10 Transaction: HP1851494669904 40 Personal Training – Artur Monteiro Pirâmide crescente para desenvolver Resistência muscular localizada 60 15 55 20 50 25 45 27 40 30 Pirâmide crescente para trabalho de força explosiva 60 3 55 4 50 6 45 8 30 10 Pirâmide crescente para trabalho de endurance 40 30 35 35 30 40 25 45 Apenas a pirâmide crescente para força pura e força dinâmica foram completas chegando a uma repetição, não havendo a necessidade de realizar pirâmide completas para os outros objetivos. Pirâmide Decrescente Esta por sua vez tem como ideia uma pirâmide invertida, visa tanto o trabalho de força devido a grande quantidade de peso nas primeiras séries que lhe é permitido por estar com a musculatura descansada, é realizado o trabalho de resistência devido o grande número de repetições nas sériesfinais. É realizada redução da carga e aumento proporcionalmente as repetições, iniciando com uma porcentagem alta de carga para um determinado número pequeno de repetições, reduz-se a carga e aumenta a repetição. Um exemplo seria repetição com 100% 1RM depois uma outra série para 3 repetições com 90% 1RM, outra para 6 repetições com 85% 1RM, outra 8 repetições com 80% e outra 12 repetição com 70%. Transaction: HP1851494669904 41 Personal Training – Artur Monteiro Exemplos: Pirâmide decrescente para trabalho de força pura 90 5 92 4 95 3 97 2 100 1 Pirâmide truncada decrescente para trabalho de força pura 60 15 70 10 80 8 85 6 90 3 Pirâmide decrescente para desenvolver força dinâmica 70 10 80 8 85 6 90 3 100 1 Pirâmide truncada decrescente para trabalho de força dinâmica 60 15 70 10 80 8 85 6 90 3 Pirâmide decrescente para trabalho de Resistência muscular localizada 40 30 45 27 50 25 55 20 60 15 Transaction: HP1851494669904 42 Personal Training – Artur Monteiro Pirâmide decrescente para trabalho de força explosiva 60 3 55 4 50 6 45 8 30 10 Pirâmide decrescente para trabalho de força explosiva 40 30 35 35 30 40 25 45 Pirâmide Completa Método que busca uma resistência muscular localizada e uma adaptação neuromuscular do exercício devido ao grande número de séries, é realizado aumentando a carga e diminuindo proporcionalmente as repetições, e depois realiza as mesmas séries em caminho inverso. Iniciando com um uma porcentagem de carga para um determinado número de repetições, aumenta-se a carga e diminui a repetição, e depois diminui a carga e aumenta as repetições, exemplo de 10 repetições com 70% da carga máxima depois uma outra série para 8 repetições com 80% 1RM, 6 repetições com 85% 1RM, outra 3 repetições com 90%, 6 repetições com 85% 1RM ,8 repetições com 80% 1RM ,10 repetições com 70% 1RM. Como se realiza um número de repetições muito elevado do mesmo exercício como intensidades diferentes é uma ótima opção para que os indivíduos criarem uma resistência com intensidades diferentes. 90% 3 85%-6 85%-6 80%- 8 80%- 8 70%- 10 70%- 10 60%- 15 60%- 15 Transaction: HP1851494669904 43 Personal Training – Artur Monteiro Variações das Pirâmides Os métodos de pirâmides não necessariamente tende que seguir um número de repetições tão grandes, e também não a à necessidade de aumentar ou reduzir a carga ou aumentar ou reduzir as repetições, dependendo do seu objetivo as pirâmides crescentes e decrescentes podem ter alterações em sua estrutura: se o ideal é conseguir realizar um número maior de repetições para a carga pode ser realizado o aumento de uma repetição por série e a manutenção da carga exemplo: 5 repetições com 85% depois 6 repetições com 85% e finalmente 7 repetições com 85%. Ou manter as repetições e aumentar a carga exemplo: 3 repetições com 88%, mais 3 repetições com 89%, mais 3 repetições com 90% e mais 3 repetições com 91%. Nos dois casos estará sendo trabalhada uma resistência para a força o primeiro visando um aumento nas repetições e a segunda um aumento na carga. Outra variável importante são os intervalos, com a redução ou aumento deles podemos aumentar as variações das pirâmides. Super –série O método consiste em realizar dois exercícios sem intervalo entre um e outro, ao termino dos dois exercícios realiza-se um intervalo, visa o trabalho de resistência sendo um método que deve ser utilizada para o aumento no número de repetições da série, hipertrofia e definição quando o número de repetições por exercício é alto. Pode ser realizada de três maneiras 1º trabalho de agonista e antagonista, exemplo rosca direta bíceps depois sem intervalo tríceps na roldana, 2º realizar dois exercícios sem intervalo do mesmo grupo muscular, exemplo supino depois supino inclinado, 3º realizar um exercício de membro superior outro de membro inferior. Tri série Idem ao super série porem realiza-se três exercícios seguidos, podendo ser realizado de várias maneiras 1º agonista / antagonista / agonista exemplo: puxada covergente fechada / crucifixo reto / remada cavalinho, ou do mesmo grupo muscular: agachamento/ leg press 45 / avanço. Ou ainda três grupos musculares atuante do treino exemplo: supino / elevação lateral / tríceps na paralela. Este tipo de método busca o aumento no número de repetições nas séries, e é utilizado para a definição quando o número de repetições por exercício for muito alto. Transaction: HP1851494669904 44 Personal Training – Artur Monteiro Pré exaustão Este método tem como ideal buscar um melhor trabalho de um músculo, consiste em realizar um exercício monoarticular, e depois executar um exercício multiarticular, dando ênfase a musculatura desejada. É comum que as pessoas encontrarem uma certa dificuldade de desenvolvimento da musculatura peitoral, dorsal, glúteo entre outras, isto porque nos exercícios multiarticular os músculos menores ou de uma articulação secundaria, se estressam antes e ou participam mais que os músculos principais, esta redução de estímulos acontece devido o comprimento dos seguimentos, desvios posturais, encurtamento dos exercícios ou músculos e as vezes até geneticamente. É comum acontecer nos exercícios multiarticulares, um exemplo são exercícios para a musculatura peitoral, o exercício supino pode vir a estressar primeiro o músculo tríceps braquial, não estimulando a musculatura peitoral maior o suficiente, o mesmo pode ocorrer no deltóide clavicular, na musculatura dorsal o estresse do bíceps braquial antes dos redondos e latíssimo do dorso serve como exemplo assim como no agachamento o estresse do bíceps da coxa semitendíneo e semimembranáceo antes do glúteo também ocorre. Mas como já foi escrito anteriormente analisando o método de pré exaustão nos exercícios leg press e cadeira extensora pode perceber ocorreu uma redução no recrutamento tanto do músculo quadríceps como no músculo glúteo, o que pode prejudicar a força. Exemplos de pré-exaustão seria realizar uma série de peck dec e depois a série de supino, ou peck-dec dorsal e depois a série de remada sentada e ainda extensão do quadril com tornozeleira e depois agachamento. Em pessoas num grau avançado pode ser realizado a exaustão do músculo menor ou articulação secundaria,exemplos disto seria realizar o exercício de tríceps braquial (monoarticular) antes do de peitoral (multiarticular) tríceps testa depois o supino, rosca schott depois puxada fechada pela frente, mesa flexora depois agachamento. Este método pode ser combinado com o super set ou até mesmo com o triset (realizar sem intervalo de uma série para a outra) Uma das atenções neste método é que a carga de trabalho do exercício multiarticular deve cair, e deve-se observar se o estresse no músculo menor e ou articulação secundaria continuam. Tensão lenta e continua Realizar as contrações concêntricas e excêntricas de forma bem lenta por volta de 10 segundos sendo que alguns autores chegam a sugerir até 40 segundos, deve-se evitar encaixes articulares durante a série, a carga deverá sofrer uma redução considerada e Transaction: HP1851494669904 45 Personal Training – Artur Monteiro de acordo com o tempo de execução, o recrutamento de unidades motoras é alta devido o tempo de contração, deve ser utilizado no começo da temporada, visando um melhor controle do movimento motor, flexibilidade e concentração, o número de treinos deve ser pequeno pois se trata de um método monótono onde pode desestimular o cliente. 6-20 repetições Apesar de alguns fisiologistas considerarem um método pouco eficaz, este método tem uma grande aceitação entre os fisiculturistas, consiste em realizar 3 séries de 6 repetições e depois mais 3 séries de 20 repetições com uma carga inferior. Um dos principais métodos para se obter resultados tanto de hipertrofia como de definição, pois deve ser utilizado em fase de treinamento onde o trabalho de hipertrofia é reduzido para um aumento no trabalho de resistência, porém onde a força continua sendo muito importante, e se ocorrer uma interrupção brusca de um método de força dinâmica para o método de resistência a falta de adaptação vai interferir de maneira negativa na intensidade do treino, esta transição é fundamental para o aumento no número de repetições e a manutenção da força, o que não se torna interessante inverter a ordem devido a utilização das fontes energética. Métodos de ondas (gangorra) É realizado através da alternância de carga realiza-se uma série de 6 repetições, após o intervalo realiza-se uma série de 15 ou mais repetições com uma carga inferior, repetir a sequência por três vezes, deve ser utilizado em fase de treinamento onde trabalho de hipertrofia é reduzido para um aumento na de resistência, preparando para um trabalho de definição, semelhante ao método de 6-20 e deve ser utilizado depois do mesmo, uma vez que é as fontes energéticas estão mais direcionadas para o trabalho de resistência, porém onde a força continua sendo muito importante. Repetições parciais Ele é realizado dividindo os ângulos de execução, sendo realizado um número de repetições do início do movimento até a metade do mesmo depois retornando ao início, e depois realizar o mesmo número de repetições da metade do movimento até o final, retornando a metade do movimento, série que deve ser utilizada quando o exercício começar ou já estiver muito encurtado, ou quando a uma dificuldade na parte inicial ou final do movimento. Série 21 Muito utilizada no trabalho de bíceps que é igual ao método de repetições parciais: realizar 7 repetições do início do movimento até a metade do mesmo depois retornando ao início, e depois realizar 7 repetições da metade do movimento até o Transaction: HP1851494669904 46 Personal Training – Artur Monteiro final, retornando a metade do movimento e uma série final de 7 repetições com o movimento completo. Deve ser utilizado quando a série do exercício começar ou já estiver muito encurtado, sendo importante frisar se não houver uma das dificuldades este método pode ser utilizado visando um trabalho de resistência. Deve-se tomar muito cuidado na escolha dos exercícios e na postura do cliente. Uma e meia Uma variação de repetições parciais, sendo que se realiza uma repetição completa e a próxima é realizada apenas a metade do movimento, podendo ser na metade inicial do movimento antes do aumento de carga, para que não haja encurtamento do exercício ou na parte final do movimento buscando um aumento no “pico” do músculo. Pausa e descanso Treina-se com uma carga que possibilite o número de repetições desejadas é dado um intervalo de 15 segundos é repetida a série, ideal a realização de 3 a 4 séries. Este método aumenta muito a intensidade do treino, sendo muito interessante para um melhor recrutamento de unidades motoras, é interessante ser utilizado quando não se deseja um aumento de carga, ou quando não se consegue um aumento de carga. Kamikaze Inicia-se a série com uma carga que permita realizar de 3 a 5 repetições máximas, chegando nesta quantidade de repetições máximas retire o peso para que possa ser realizado mais ou menos o mesmo número de repetições, sem parar com a execução, repetir a retirada de carga até a redução total da carga, método muito avançado onde se trabalha a força de resistência, ideal como trabalho de definição, não deve ser utilizado por muitos treinos devido o risco de lesão, promove um recrutamento muito grande de fibras musculares Roubada Método que visa a hipertrofia e aumento de força, deve ser utilizado em momentos distintos do treinamento visando romper barreiras de cargas, consiste em utilizar um movimento do corpo para vencer o ângulo de maior dificuldade do exercício, não deve ser realizado por iniciantes, pessoas com problemas posturais, não deve ser utilizado por muitos treinos e em grandes grupos musculares. Transaction: HP1851494669904 47 Personal Training – Artur Monteiro Repetições forçadas Realizar o número de repetições estipuladas ou até a exaustão, depois com a ajuda do professor ou parceiro realizar 2 a 3 repetições, com auxílio na fase concêntrica. Deve ser realizado antecipando uma fase de aumento de carga e ou repetição, tem como principal objetivo o aumento da hipertrofia e da força máxima Drop set Este método realiza-se o número de repetições determinado, depois reduz a carga em 20% a 30% e sem intervalo continua as repetições até a exaustão, repetindo o mesmo processo nas próximas séries. Indicado apenas para pessoas num grau avançado, deve ser realizado antecipando uma fase de aumento de carga e ou repetição Utilizado para a hipertrofia, mas dependendo do número de repetições totais por série pode caracterizar-se como resistência Circuito Consiste na realização de vários exercícios seguidos, podem ser realizados com muitas variáveis: 1º exemplo um certo número de exercícios sem intervalo Leg press 45º, Puxada aberta frente, desenvolvimento, extensora de joelho, supino, abdominal . 2º exemplo dar intervalos de 15 a 30 segundos entre os exercícios. 3º exemplo mantendo um exercício como descanso mesa flexora, abdominal supino, abdominal, agachamento, abdominal, remada sentada, abdominal, rosca direta , abdominal, tríceps testa . 4º exemplo utilizando exercícios aeróbios nos intervalos como esteira e bicicletas. Todos os exemplo entre outras variáveis possíveis podem ser realizado de 1 a 3 passagens no circuito, podendo também combinar as variáveis: Exemplo – primeira série realiza-se 8 exercícios sem intervalo, na segunda série realizando 1 minuto de bicicleta entre cada exercício e na terceira 30 segundos de descanso entre cada exercício. Este trabalho visa
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