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Velhice, gênero e sexualidade

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Estudos em Envelhecimento
Professor: Izaque Machado Ribeiro
Aula do dia 07 de Maio de 2018
Acadêmicos: Eduardo Minussi e Marcelo Casarotto
Resumo do texto: “Velhice, gênero e sexualidade: revisando debates e apresentando tendências contemporâneas” da revista “Mais 60 Estudos sobre Envelhecimento”, volume 26, número 63, de Dezembro de 2015. Acessado em: https://www.sescsp.org.br/files/edicao_revista/a21b7270-e797-4ccc-a526-9f83f89db9df.pdf. 
Sobre os autores*:
Carlos Eduardo Henning é Professor Adjunto de Antropologia no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) e na Faculdade de Ciências Sociais (FCS) da Universidade Federal de Goiás (UFG), coordenador do curso de Licenciatura em Ciências Sociais na FCS/UFG. Foi também coordenador da área de Antropologia na FCS/UFG (2014-2016). Doutor em Antropologia Social pela UNICAMP (2014). Mestre em Antropologia Social pela UFSC (2008). Suas pesquisas abordam temas como: relações de gênero, sexualidade, homoerotismo, relações intergeracionais, envelhecimento, meia idade, velhice, sociabilidades, territorialidades, apropriações sociais do espaço e intersecções de marcadores sociais da diferença como idade/geração, gênero, classe, "raça", e corporalidades;
Guita Grin Debert é Professora Titular do Departamento de Antropologia da UNICAMP, possui graduação em Ciências Sociais (1973), mestrado em Ciência Política (1977), doutorado em Ciência Política (1986) pela Universidade de São Paulo, e estudos de pós-doutorado no Department of Anthropology, University of California, Berkeley (1989-1990). Tem experiência na área de Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: velhice, família, curso da vida, gênero e violência. 
*Informações coletadas do Lattes em 03/05/2018.
Sobre a revista: A revista “Mais 60 – Estudos sobre envelhecimento” foi lançada em 1977 e tinha como objetivo divulgar os estudos e as experiências do Programa Trabalho Social com Idosos, do Sesc São Paulo, realizados pela entidade e por outros estudiosos. O Programa prevê o atendimento e oferta de ações socioculturais para pessoas idosas que frequentam as Unidades Operacionais no Estado de São Paulo. A partir de 1988 passou a acompanhou as evoluções de políticas públicas para esta camada da população, a exemplo da revisão da Constituição Brasileira e da criação do Estatuto do Idoso. Possui tiragem de 2.400 exemplares físicos, distribuídos para universidades, bibliotecas e instituições de pesquisa, a versão digital do periódico pode ser acessada gratuitamente no Portal Sesc de São Paulo ou pelo aplicativo. (MADI,
GOMES, LOUZADA, 2017).
Resumo: O artigo apresenta criticamente alguns dos principais debates na literatura na relação ente velhices, relações de gêneros e sexualidades a partir do “processo de erotização da velhice” (DEBERT & BRIGEIRO, 2012). Por muito tempo se discutiu que quando o ser humano chega à velhice sua vida sexual acabaria, sendo que o idoso teria diferença ao chegar nesta fase da vida. Essa discussão foi intimamente ligada ao estudos sobre os gêneros, através de quais modelos corporais e sociais aquele individuo estaria contemplado sendo que, assim, a mulher seria a mais prejudicada pela sua dependência ao homem. Alguns autores argumentam que o homem teria uma velhice mais triste com suas perdas (ereções, saída dos filhos do convívio familiar, etc.), mas ainda vemos ambas perspectivas na literatura sobre o tema. Porém, pesquisar as velhices baseava-se em como os sujeitos significavam o contexto que estavam psiquicamente e fisiologicamente inseridos, e o fator gênero não seria tão importante assim e o sujeito poderia até ser considerado unissex, o que se destacaria se o sujeito permanecesse com uma erotização como era jovem. Com o decorrer dos tempos, a erotização do corpo do idoso não foi sendo vista com tanto tabu, enfatizando-se um novo modelo de ver sua sexualidade ampliando os horizontes no que diz respeito a cuidar do próprio corpo. Com esse apelo midiático, seria necessário o cuidado exacerbado consigo mesmo, o que deixaria o idoso frustrado, pois o contexto de cuidado seria em prol da análise impossível de ser atingida e não um real cuidado consigo mesmo. Além disso, destacava-se que a vida sexual na velhice deveria continuar de forma saudável, colaborando com os relatos de que a velhice é a melhor fase de suas vidas sociais e sexuais, onde a mulher e o homem não têm mais pensamentos sexuais com investimento na penetração, e sim com o toque e carinho, ou até mesmo a independência de não ter alguém sobre os códigos morais da sexualidade analisando seu próprio desejo interno e corporal. Desviando das investigações gerontológicas que se focavam nas diferenças entre os envelhecimentos de homens e mulheres, outras pesquisas destacam a influência de marcadores sociais como gênero, etnicidade, “raça”, classe social, geração, localidade, nível educacional, identidades sexuais nas experiências peculiares de envelhecimento. Porém, segundo Carlos Eduardo Henning (2014) o apagamento das experiências de envelhecimento e velhice que fogem da heteronormatividade está presente nos estudos gerontológicos atuais e nas lutas sociais LGBT, quando estes focam suas ações em adultos jovens, esquecendo dos pioneiros desses movimentos. Para Simões (2014) além de estarmos aprendendo sobre o “envelhecimento LGBT”, as pesquisas em desenvolvimento estariam investigando “uma determinada experiência geracional denominadas de ‘entendidos’ e ‘primeiros gays’”. O campo gerontológico tem, então, contribuído decisivamente para ampliar as visões acerca da pluralidade de experiências de envelhecimento a partir do desenvolvimento urgente de políticas públicas específicas decorrente do isolamento e risco de adentrar na pobreza, características desses sujeitos, ainda que possuem certa tendência a acumular bens. Grupos de apoio tornam-se necessários “tanto na velhice como na doença”, uma vez que muitos presenciaram e sofreram diversas perdas com a epidemia de HIV/Aids. Henning (2014) em uma etnografia crítica de ênfase diferencionsita, destacou um “imperativo identitário” na literatura desses temas que criam expectativas de que pessoas idosas com práticas sexuais com pessoas do mesmo sexo seriam em termos de identidades homossexuais. A ideia de uma autoidentificação como homossexual tornou-se incompatível com os desejos, práticas e percepções de si de velhos gays. Com isso, a complexidade desses assuntos não pode ser estudada pelo binarismo homossexual x heterossexual. É indispensável, então, que as investigações das velhices, gêneros e sexualidades evitem que categorias abrangentes limitem a aceitação e produção de diferenças.
Referências:
DEBERT, G.; BRIGEIRO, M. Fronteiras de gênero e a sexualidade na velhice. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 27, n. 80, outubro 2012.
HENNING, Carlos Eduardo. Paizões, tiozões, tias e cacuras: envelhecimento, meia-idade, velhice e homoerotismo masculino na cidade de São Paulo. 2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social)–Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.
MADI, Cristina Riscalla; GOMES, Jessica L; LOUZADA, Thais G. Revisão bibliográfica da publicação "Mais 60: estudos sobre envelhecimento" 2017. Acessado em Maio de 2018 em: https://www.sescsp.org.br/online/artigo/11198_REVISAO+BIBLIOGRAFICA+DA+PUBLICACAO+MAIS+60+ESTUDOS+SOBRE+ENVELHECIMENTO
SIMÕES, Julio Assis. Gerações e identidades homossexuais entre homens: narrativa, tempo, diferença. In: ASSIS, G.; SIMÕES, L.; FUNCK, S. Entrelugares e mobilidades: desafios feministas. V. 3. Tubarão: Copiart, 2014

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