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TCC Processos do Psicodiagnóstico

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ALINE JONAS
PROCESSOS DO PSICODIAGNÓSTICO
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP
MARÇO – 2018
ALINE JONAS
PROCESSOS DO PSICODIAGNÓSTICO
Artigo científico apresentado ao curso de PÓS GRADUAÇÃO, como requisito parcial para obtenção do certificado de TITULAÇÃO ESPECIALISTA, em AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E PSICODIAGNÓSTICO
Prof. Orientador:
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP
MARÇO – 2018
TÍTULO: PROCESSOS DO PSICODIAGNÓSTICO
AUTOR: ALINE JONAS
ORIENTADOR: PROF. ESPECIALISTA ADIVAL JOSÉ REINERT JUNIOR
RESUMO
Diante deste artigo buscou-se um levantamento bibliográfico sobre o psicodiagnóstico e as formas de procedimentos utilizadas pelos psicólogos na prática Clínica. O psicodiagnóstico surgiu em virtude da avaliação psicológica, tem como propósito um estudo clínico da personalidade, levando sempre em consideração que cada indivíduo tem uma personalidade única e inconfundível.
PALAVRAS-CHAVE: Psicodiagnóstico, Características e etapas.
1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem como objetivo descrever o funcionamento do processo psicodiagnóstico. Como base de investigação foi utilizada a revisão de literatura, com o relato de experiência prática em atendimento psicológico.
No Primeiro momento, proponho-me a fazer um levantamento bibliográfico do contexto histórico detalhando um pouco de como surgiu e quais foram os principais autores no processo do psicodiagnóstico.
Já no segundo momento faço um levantamento sobre cada etapa e a importância de cada uma delas no processo do psicodiagnóstico para que assim possamos chegar a um bom resultado avaliativo da personalidade do indivíduo analisado, no momento que o serviço profissional prestado por uma pessoa ocupando o papel de terapeuta ao sujeito ou ao grupo de pessoa ocupando o papel de cliente, ou seja, uma prática social reconhecida e regulamentada, o que configura uma dimensão pública com particularidades e determinações específicas oriundas das condições sociohistórico-políticas em que essa prestação de serviço ocorre.
2. Psicodiagnóstico Conceito
O psicodiagnóstico é considerado uma modalidade da Avaliação Psicológica, que se derivou da Psicologia Clínica, segundo Cunha (2003), o primeiro a mencionar foi Lighter Witmer em 1896, e criada sobre a tradição da psicologia acadêmica e da tradição médica. (Cunha, 2003).
Mas de acordo com Trinca (1984), a paternidade do psicodiagnóstico também é atribuída a três frandes autores, que realizaram os primeiros estudos foi, Galton, que introduziu os primeiros estudos das diferenças individuais; Cattell, a quem se devem as primeiras provas chamadas de testes mentais; Binet, que propôs a utilização dos exames psicológicos por meio de medidas intelectuais. Esses estudos foram lançados no final do século XIX. 
O psicodiagnóstico teve seu surgimento as consequências da psicanálise, que ofereceu novo enfoque para o entendimento e a classificação dos transtornos mentais, caracterizado como um estudo profundo da personalidade, anteriormente, o modelo para o estudo das doenças mentais remontava ao trabalho de Kraepelin e outros, e as suas tentativas para estabelecer critérios de diagnóstico diferencial para a esquizofrenia. ( Araújo, 2007).
Por muitos anos a Psicologia vem se avançando de forma gradativamente, sempre em busca de Técnicas e instrumentos que possam entender o surgimento de muitos fenômenos psicológicos. Com o propósito de chegar a uma conclusão do caso, o psicólogo analisa e concebe os dados que adquiriu durante todo o processo de avaliação psicológica, chegando ao resultado de um diagnóstico e prodiagnóstico para que possa planejar a intervenção terapêutica mais adequada. (Trinca, 1984).
Para Cunha (2003), o significado de psicodiagnóstico é:
Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso. (Cunha, 2003, p. 26).
Portanto, quando identificado o foco do psicodiagnóstico se inicia um levantamento prévio de hipóteses, que serão confirmadas ou não, durante todo o processo de psicodiagnóstico, com um levantamento de bateria de teste. O processo do psicodiagnóstico pode ter um ou vários objetivos, dependendo dos motivos alegados ou reais do encaminhamento e/ou da consulta, para que o psicodiagnóstico seja eficiente, o profissional deve ser muito cauteloso e saber avaliar com atenção a demanda apresentada pelo paciente, a partir disso, realizar considerações éticas sobre o pedido e, quando essas forem favoráveis, tecer os objetivos de sua realização. 
Visto então que o psicodiagnóstico é feito com propósitos clínicos, é um processo que identifica as forças e fraquezas da personalidade do paciente identificada com teoria psicanalítica ou fenomenológica, distanciou-se da preocupação com a neutralidade e a objetividade, passando a enfatizar a importância da subjetividade e dos aspectos transferenciais e contratransferências presentes na relação. ( Araújo, 2007).
3. Passos do processo psicodiagnóstico 
Para Ocampo et al. (2005), o psicodiagnóstico é um procedimento que requer quatro etapas. A primeira etapa é conhecida como o do contato inicial, ou seja, a primeira entrevista com o paciente, para o autor, para se estabelecer uma boa relação deve ser feito o primeiro contato com empatia. A segunda fase é o momento da testagem ou aplicação dos testes e técnicas projetivas; a terceira fase é o encerramento do procedimento, é nesse momento que o terapeuta dará uma devolução oral ao paciente, (no caso de crianças será para os responsáveis). E por último é quando se constituísse a elaboração do laudo para o solicitante.
Diante de Arzeno (2003), o psicodiagnóstico bem estruturado é realizado em sete etapas, no primeiro momento é a solicitação da consulta pelo cliente. Nessa fase, é importante observar como é feito o contato inicial, quais as primeiras impressões. A terceira etapa é quando se tem uma Hipóteses iniciais do material colhido. O quarto passo é o momento que o terapeuta busca estratégia diagnóstica – entrevistas e aplicação dos testes, a quinta etapa é quando se tem uma análise dados levantados. O sexto passo é o momento da devolução dos dados colhidos. E por fim, é a etapa da elaboração do laudo psicológico com as conclusões diagnósticas e prognósticas.
Contrato de Trabalho
O contrato de trabalho é um processo no qual o psicólogo compromete-se a realizar os atendimentos, nesse momento o terapeuta detalha sobre os períodos das sessões, com os horários e duração previstos, formas de pagamento, é ainda nesse momento que o Terapeuta ira esclarecer todas as dúvidas, co dúvidas, expectativas e fantasias sobre o psicodiagnóstico. A partir do momento em que o terapeuta estabelece o contrato inicial e tira todas as dúvidas do paciente acaba se tornando um pacto entre ambos, assim contribuindo para que um plano de avaliação seja realizado em boas qualidades. (Arzeno, 2003).
O contrato de trabalho deve envolver uma flexibilidade, tendo que sempre que necessário deve ser revisto para que possa sofrer algumas modificações, seja por novas suposições no qual precisam ser investigadas, ou seja, por ficar obstaculizado por defesas do próprio paciente. (Cunha, 2003).
Entrevista Inicial
A entrevista inicial é uma ferramenta essencial durante o processo de psicodiagnóstico, portanto, o psicólogo faz um levantamento de informações diante do motivo da busca pelo atendimento, com as observações, construirá uma sintonia de empatia com o cliente, colhendo informações importantes sobre sua história de vida. É no momento da coleta de dados que começa a surgir hipóteses iniciais, começando a traçar os objetivos da avaliação clínica. (Ocampo, 2005)
De acordo com Ocampo e Arzeno (2005), a entrevista inicial
é determinada a um padrão de entrevista semi-dirigida, assim o paciente tem a autonomia de narrar seus sentimentos e conflitos, o psicoterapeuta intervêm no momento que surge uma situação de bloqueio, quando o paciente demostra inibido em dar continuidade ao assunto, ou para esclarecer “lacunas” que não ficaram claros durante a fala do paciente.
Para Bleger (1998) “A Entrevista psicológica consiste em uma relação humana na qual um dos integrantes deve procurar saber o que está acontecendo e deve atuar segundo esse conhecimento”
As entrevistas podem ser de diferentes tipos, estão incluídas entre elas o diagnóstico, a seleção de pessoal, a intervenção psicoterápica, a devolutiva, a de encaminhamento e também as entrevistas que tem como propósito a coleta de dados para pesquisa. Sendo assim o principal objetivo da Entrevista Psicológica fundamenta-se em levantar o maior número de informação para obter dados completos sobre o comportamento total do indivíduo no decorrer da entrevista.
Bateria de testes
A bateria de testes é uma sentença utilizada para nomear um conjunto de testes ou de técnicas, identificando o sujeito em um todo, para confirmar e Validar as hipóteses levantadas sobre o sujeito desde a entrevista inicial. (Cunha, 2000)
A partir de VAN KOLCK (1984), defende que um teste não vai trazer em si o diagnóstico, mas quando associado a outros testes e procedimentos como a observação e entrevistas, acabam representando uma importante contribuição para todo o processo.
A testagem é uma atividade complexa e demanda competência e habilidades específicas, o psicólogo deve considerar os aspectos do contexto Social, Cultural e Familiar do avaliando e sempre focando no objetivo que quer avaliar, para que o sujeito não passe por testagem desnecessária. 
Portanto o terapeuta deve sempre manter alguns cuidados no momento da testagem, para que tenha um resultado satisfatório, deve ficar atento focando no sujeito no momento dos testes, revisando as particularidades do paciente (exemplo: canhoto). Em segundo lugar deve estar sempre se aperfeiçoando com instrumento utilizado, e instruções, buscando sempre estar informado sobre as validações de cada teste. Em terceiro, o psicólogo deve manter todo o material organizado antes do paciente participar do teste, por exemplo cronometro, lápis, borracha, apontador e outros. O ambiente é um elemento fundamental, deve sempre ter uma boa iluminação, posição das carteiras, trazendo um conforto para a aplicação dos testes. e por fim o terapeuta deve orientar o examinador, diante a instrução de toda a testagem, proporcionando um clima agradável, descontraído, de confiança e entendimento, para assegurar o desempenho do teste, pois é nesse momento de testagem que o paciente se sente muito desconfortável, por ser avaliando. (Cunha, 2003).
Levantamento, Análise, Interpretação e integração dos dados
Nesse momento, o psicólogo já possui um acervo diante das observações sobre o comportamento do paciente, durante as várias sessões em que colheu todas as informações necessárias para o processo diagnóstico, desde o contato inicial até a última técnica utilizada. Sendo assim, capaz de identificar a personalidade para obter uma maior compreensão do caso do paciente, exigindo uma grande compreensão analítica do Profissional (Ocampo, 2005)
Nesse momento ainda o psicólogo pode buscar mais informação do paciente ou uma nova testagem, para que as hipóteses iniciais sejam todas esclarecidas da melhor forma. Compreender como o indivíduo se desenvolve, de que maneira o seu funcionamento efetiva sua existência a partir de uma realidade fenomenológica é diagnosticar e parece ser condição necessária para o profissional auxiliar seu cliente no seu processo de conscientização, aprendizagem e mudança.
Os dados obtidos através da bateria de testes e técnicas, deverão ser analisados, interpretados e integrados com as informações da observação, da história clínica e pessoal, chegando ao diagnóstico e prognóstico do caso. A partir daí os resultados são comunicados a quem de direito. (Ocampo, 2005)
Momento da devolução da informação
Nesse momento o psicólogo deve estar muito atento as informações que serão transmitidas na devolução, pois, em alguns casos informações desnecessárias acabam que prejudicando no final do processo, portanto, não transmitindo informação em que o paciente não irá ter uma boa compreensão do caso. (Arezeno, 2003)
Outro ponto importante é a linguagem adquirida no momento, deve sempre ser de maneira mais apropriada ao seu cliente, sempre se expressando com uma linguagem clara, deixando claro que a devolução pode ou não ser a última entrevista, sempre dando oportunidade para o paciente a mais uma entrevista em caso de esclarecer o que já foi dito. (Cunha, 2003).
Frequentemente, durante a entrevista devolutiva, surgem novos elementos, os quais ajudam a validar as conclusões ou esclarecer os pontos obscuros. (Arezeno, 2003)
Diagnostico e Pro diagnostico
O último passo feito pelo terapeuta é o laudo psicológico com as conclusões diagnósticas e prognósticas, nesse laudo é incluso recomendações terapêuticas adequadas para cada caso. A elaboração do laudo é muito importante, desse modo, em casos de pouca atenção ao laudo pode acabar prejudicando o paciente, em vez de ajudá-lo. (Arzeno, 2003).
Geralmente, o laudo é iniciado com dados de identificação, seguidos da época de realização do exame. Registram-se os motivos explícitos e implícitos da consulta, citam-se as técnicas utilizadas (por extenso), comunica-se a impressão sobre o sujeito, apresentam-se dados sobre o estado mental, relata-se sua história clínica, descrevem-se os resultados da testagem, comumente organizados em tópicos; conforme os objetivos do exame, faz-se, se for o caso, o entendimento dinâmico e/ou a classificação nosológica, com prognóstico e possíveis encaminhamentos ou recomendações. (Cunha, 2003).
Diante das palavras de (cunha, 2003), nem sempre o psicólogo precisa chegar, obrigatoriamente, ao nível mais elevado de inferência para obter uma hipótese diagnóstica ou o diagnóstico mais provável. Principalmente em casos mais graves, esta modalidade de processo diagnóstico seguiria mais um modelo médico do que psicológico, o que não significa que somente o psiquiatra tenha competência para tal. 
Para chegar à avaliação compreensiva, o psicólogo deve ter um entendimento da natureza da interação clínica, não só na entrevista, mas durante a realização da série de tarefas, implícitas numa bateria de testes, que constituem um campo fértil para observar vários tipos de comportamento e, especialmente, a maneira como o paciente “formula ou distorce a situação (...) a fim de adaptá-la às suas fantasias, atitudes e expectativas profundamente arraigadas (habitualmente inconscientes) sobre as relações interpessoais” (APA, 1980, p.11).
(Parágrafo único, do Art. 1º, da Resolução CFP nº 015/96, de 13 de dezembro de 1996.)
“Fica facultado ao psicólogo o uso do Código
Internacional de Doenças – CID, ou outros có-
digos de diagnóstico, científica e socialmente
Reconhecidos, como fonte de enquadramento
de diagnóstico.”
Como vimos, para verificar se um caso preenche os critérios de uma categoria diagnóstica, o psicólogo pode e, consequentemente, deve utilizar algum sistema oficial de classificação de transtornos mentais. 
Diagnosticar é uma condição do conhecimento e não uma opção. Para VAN KOLCK (1984), é fundamental chegar a um conjunto de significados que auxiliam uma compreensão da personalidade do sujeito.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim concluo que todo processo de psicodiagnóstico possui perfil e caráter clínico, sendo de forma preventiva e quando de forma bem conduzida pode promover a indicação de um projeto e acompanhamento terapêutico adequado para determinado sujeito, desta forma poderá evitar e deixar de se agravar determinado problema, levando em conta a importância de cada etapa mencionada ao realizar o procedimento de coleta de dados consistente sobre o sujeito, porque é através delas que
o psicólogo conhecerá a história de vida do seu paciente, os problemas atuais, entre outros dados consistentes que contribuirão para o desenvolvimento e manejo de técnicas durante todo o processo de tratamento e assim para a definição precisa de um diagnóstico.
A ciência ajuda o psicólogo fazer seu embasamento e operacionalizar seu trabalho através de métodos e passos de um processo de psicodiagnóstico. Por isso, é de suma importância sua formação, preparação técnica continua, familiaridade com recursos, manejo de técnicas para um bom exame e também se manter em processo constante de atualizações do setor. 
O sucesso do seu trabalho ultrapassa a questão competência profissional, e, portanto, recomendamos psicoterapia para quem trabalha com psicodiagnóstico, para que possa desta forma ter maior fluidez com seu bem-estar pessoal e desempenhar seu trabalho em alto nível de qualidade.
4. Referencias
ARAÚJO, M. D. F. Estratégias de diagnóstico e avaliação psicológica: Revista Psicologia – Teoria e Prática, v. 9, n.2, 2007.
ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico clínico. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003. 151 p. 
BLEGER, J. (1998).Temas de psicologia: entrevistas e grupos. São Paulo: Martins Fontes. 
Conselho Federal de Psicologia. Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos– SATEPSI. Recuperado em agosto de 2010.
CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico-V. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
OCAMPO, M. L. S. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 
TRINCA, W. (1984). Processo diagnóstico de tipo compreensivo. Em W. Trinca (Org.), Diagnóstico psicológico: a prática clínica. São Paulo: E.P.U
VAN KOLCK, O. L. Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda. – EPU, 1984.

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