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NP2 Processos grupais

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NP2 Processos grupais 
O processo grupal 
Processos grupais => experiências fundamentais para nossas formações, estruturações de convicções, desenvolvimento de nossas capacidades.
Carga das experiências anteriormente vividas => transmitimos em novas experiências grupais;
A nossa inserção grupal pode ser realizada de uma forma consciente ou não.
A participação nos grupos é feita, geralmente, de maneira rotineira e sem nos darmos conta; muitas vezes somos carregados pelo grupo.
Grupos primários => consistem em grupos pequenos com relações íntimas: família, vizinhos (duração).
Grupos secundários => São grupos grandes cujas relações são formais e institucionais.
Grupos intermediários => são aqueles em que se alternam e se complementam as duas formas de contatos sociais: primários e secundários; um exemplo desse tipo de grupo é a escola.
Todos os grupos podem estar a serviço da transformação social quanto da sua manutenção; Estamos, portanto, rodeados de grupos e participando ou negando participar deles em todos os momentos de nossas vidas.
Gustave Le Bon (1896) => “Psicologia das Multidões”
O fenômeno da multidão nasce lado a lado com o processo de globalização na sociedade moderna.
A massa é uma entidade psicológica independente, atribuindo uma concepção negativa a essa entidade, pois as decisões dos indivíduos podem ser racionais, mas dificilmente as de uma massa também o serão. 
Anonimato; 
Emoções que se estendem por imitação ou "contágio“; 
Desaparecimento da consciência pessoal quando sob a influência da multidão.
Grupo: intermediação entre indivíduo e a massa: Tanto a Sociologia quanto a Psicologia têm demonstrado interesse no estudo dos pequenos grupos sociais => pensando o "grupo“ também como uma intermediação entre o "indivíduo" e a "massa“.
Na Psicologia, o estudo sistemático dos pequenos grupos sociais, busca compreender a dinâmica dos mesmos, tendo início na década de 1930/1940, com Moreno (psicodrama) e Kurt Lewin (gestalt);
Moreno inicia com o "teatro da espontaneidade" que depois vai levar ao Psicodrama.
A preocupação com o processo grupal.
Moreno => Sociometria para o estudo de relações de aproximação e afastamento entre as redes de preferência e rejeição, tanto nos grupos quanto na comunidade como um todo.
Lewin => cria o termo "dinâmica de grupo", que foi utilizado pela primeira vez em 1944.
Não podemos esquecer que a preocupação com grupos, de Moreno e de Lewin aparecem em seguida às inovações tayloristas e fordistas que levam à elevação dos lucros, mas também à deterioração das relações tanto dos operários entre si quanto em relação a chefias e patrões.
Há uma tradição no estudo e na intervenção com pequenos grupos que privilegia o treinamento em busca da produtividade.
Os especialistas em grupos se atêm a aplicação de técnicas grupais que desenvolvem cooperação entre participantes, não levam o grupo a se autocriticar e buscar o seu caminho.
Neste caso, a constituição do grupo está a serviço da instituição, como instrumento de controle sobre os indivíduos.
Em geral, os(as) autores(as), ao se referirem ao conceito de grupo, partem da descrição do mesmo fenômeno social: a reunião de duas ou mais pessoas com um objetivo comum de ação;
O que difere é a leitura que os mesmos fazem do processo de constituição do grupo e do entendimento da finalidade do mesmo;
Kurt Lewin centra a sua definição de grupo, na interdependência dos membros do grupo, onde qualquer alteração individual afeta o coletivo.
Kurt Lewin: noção de psico e sócio grupo
Sócio-grupo: grupo-tarefa, estruturado e orientado em função da execução de uma tarefa.
Psico-grupo: ao contrário, seria definido como um grupo de formação, no sentido amplo do termo, ou seja, um grupo formado em função dos próprios membros que constituem o grupo (“grupo centrado em si mesmo”).
Diversidade dos participantes no grupo :
O sociólogo Olmsted é um outro autor que define o grupo como:
"uma pluralidade de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo significativamente importante em comum"
Esta definição traz consigo a ideia da consideração mútua, sem a preocupação da homogeneidade.
Aponta para a diversidade dos participantes e para o sentimento de compartilhar algo significante para cada um deles
Alguns pontos ou elementos importantes para o estudo de pequenos grupos sociais:
 O contato entre as pessoas e a busca de um objetivo comum;
 A interdependência entre seus membros;
 A coesão ou espírito de grupo que varia em um contínuo que vai da dispersão até unidade.
Podemos dizer, que de acordo com o referencial de indivíduo e de mundo que os cientistas sociais assumem, vai variar o entendimento, o sentido e a explicação que os mesmos vão dar em relação ao grupo e aos processos grupais.
Silvia Lane (1986) enfatiza que a função do grupo é definir papéis, o que leva a definição da identidade social dos indivíduos e, muitas vezes, visa garantir a sua reprodutividade social.
Existe um modelo ideal de grupo?
Na tradição lewiniana temos um ideal de grupo coeso, estruturado, acabado.
Mas, nesse ideal de grupo, os conflitos são vistos como algo ameaçador.
O grupo também pode ser visto como um lugar onde as pessoas mostram suas diferenças.
Onde as relações de poder estão presentes e perpassam as decisões cotidianas, onde o conflito é inerente ao processo.
Num confronto de ideias, buscando conciliar apenas o conciliável, deixando claro as individualidades, o diferente.
Determinações de classe social, de gênero, de raça e de nacionalidade.
Relações que se embaterão tanto na busca consciente de uma determinação quanto de defesas inconscientes utilizadas para lutar e/ou fugir das ameaças que as novas situações desconhecidas nos colocam.
Conflitos que podem gerar conforme Bion (1975), situações de funcionamento na base de ataque ao desconhecido ou da espera de um messias que venha trazer a salvação ao grupo. 
O grupo precisa ser visto como um campo onde os trabalhadores sociais que se aventuram devem ter claro que o homem sempre é um homem alienado e o grupo é uma possibilidade de libertação (Lane, 1986), possibilidade de ser sujeito.
Mas também pode ser uma maneira de fixá-lo na sua posição de alienado.
As relações que se estabelecem podem ser meramente de reprodução das relações de dominação e de alienação.
Enrique Pichon-Rivière (1907 – 1977), foi um psiquiatra e psicanalista argentino de origem suíça, que contribuiu muito com o questionamento que levantou sobre a psiquiatria e a questão dos grupos em hospitais psiquiátricos, cria a técnica dos grupos operativos.
Um dos conceitos fundamentais é o de ECRO – Esquema Conceitual Referencial e Operativo. Pichon afirma que cada um de nós possui um ECRO individual, ele é constituído pelos nossos valores, crenças, medos e fantasias. Dialogamos com os outros, ou melhor, com os ECROs dos outros, e levamos também nosso ECRO. Como nem sempre explicitamos os nossos ECROs o nosso diálogo pode ser dificultado.
O autor fala na construção de um ECRO grupal; Este ECRO seria um esquema comum para as pessoas que participam de um determinado grupo – sabendo o que pensam em conjunto – poderem partir para agir coletivamente com o aclaramento das posições individuais e da construção coletiva que favorece a tarefa grupal.
Pensar o grupo como um projeto, como um eterno vir-a-ser.
Pensando como Sartre e Lapassade (1982): Este processo é dialético, constituído pela eterna tensão entre a serialidade e a totalidade. Há uma ameaça constante da dissolução do grupo e a volta à serialidade, onde cada integrante assume a firma a sua individualidade sendo mais um na prensença dos demais. Ao mesmo tempo há uma busca constante pela totalidade, dando sentido a relação estabelecida. 
A constituição do grupo em processo pode requerer a presença de um profissional – técnico em processo grupal. O trabalho do mesmo será auxiliar a que as pessoas envolvidas na experiência pensem o processo que estão vivenciando.
O“se pensar”, não cada um individualmente, mas, cada um participando de um mesmo barco que busca estabelecer uma rota. Talvez o porto não seja seguro, porque não existe um destino final, e quando isso acontece o grupo se dissolve e o processo acaba.
Enquanto o grupo persiste é um constante navegar, um constante questionar a rota, um aprender a conviver com a insegurança e com a incerteza. Esta é uma maneira de o grupo se tornar sujeito do seu próprio processo; Os integrantes da experiência terão condições de tomar decisões de forma mais lúcida. Não acreditamos que o movimento grupal possa ser lido – no sentido de uma certeza.
Lewin
Nasceu em 09/03/1890 na Prússia, cursou seus estudos universitários na Alemanha;
Primeiro teórico da Dinâmica e Gênese dos Grupos; 
Teve sua biografia feita por E. C. Tolman em 1948 logo após sua morte para "Psychologogical Review“. 
Assim, num meio acadêmico constituído sobretudo por engenheiros, Lewin afirma, inicialmente, que a dinâmica dos grupos deve ser concebida como uma “engenharia social”. Lamentará isto, amargamente, ao descobrir que alguns de seus alunos apressaram-se em concluir gratuitamente que a dinâmica dos grupos consiste na ciência da manipulação dos grupos. De fato, ele não errava em temer o pior => pelo número crescente de amadores improvisados, sem formação profissional adequada, que propõe, em nome da dinâmica de grupo, um conjunto de receitas seguras a fim de manipulação.
Nos últimos meses de sua vida buscou desmitstificar este termo, “dinâmica de grupo”, que, aliás, foi o primeiro a utilizar. Por isso, voltará a defini-lo em termos menos equívocos, mais operacionais e científicos. Ele morreu súbita e prematuramente em 12 de fev. 1947, com apenas cinquenta e seis anos.
1939-1947 => a orientação das pesquisas de Lewin altera-se.
Se por um lado ainda se interessa por problemas da psicologia individual, tais como: frustração, regressão, depois os níveis de aspiração e a aprendizagem; sua preocupação cada vez mais dominante é a de elaborar uma psicologia dos grupos, que seja ao mesmo tempo dinâmica e guestaltica, isto é, articulada e definida por referência constante ao meio social no qual se formam, integram-se, gravitam ou se desintegram os grupos.
Havia para Kurt Lewin um problema fundamental que ele procurou elucidar até sua morte:
Que estruturas, que dinâmica profunda, que clima de grupo, que tido de leadership permitem a um grupo humano atingir autenticidade em suas relações tanto intra-grupais quanto inter-grupais, assim como à criatividade em suas atividades de grupos?
A Psicologia das minorias lhe permitiram questionar as teorias e metodologias tradicionais da Psicologia Social. Ele transporá uma nova etapa ao elaborar, à luz de suas próprias experiências na exploração das realidades sociais, uma concepção pessoal da pesquisa e da experimentação em psicologia dos grupos.
Ao término de seus trabalhos sobre minorias psicológicas => duas conclusões metodológicas:
Primeira => para ser válida, toda exploração científica de problemas relativos ao campo da psicologia das relações intergrupais deve operar-se em constante referência à sociedade global na qual estes fenômenos de grupo se inserem e se manifestam.
Segunda => para abordar e interpretar cientificamente fenômenos desta magnitude, somente uma aproximação complementar de todas as ciências do social ofereceria alguma possibilidade de identificar corretamente as constantes e as variáveis em causa.
A realidade é multidimensional.
Esta última constatação o levou a opor, em Psicologia Social, a pesquisa de laboratório e a pesquisa de campo.
A pesquisa em Psicologia Social deve originar-se a partir de uma situação real concreta a modificar. As questões do grupo não se tornam inteligíveis senão ao pesquisador que os busca. Para Lewin, os fenômenos de grupo não revelam as leis internas de sua dinâmica, senão aos pesquisadores dispostos a engajar-se pessoalmente a fundo, neste dinamismo em marcha.
Para compreender Kurt Lewin, precisamos lembrar que ele foi um dos primeiros e principais teóricos do guestaltismo. E tanto sua Psicologia Social, tendo como centro o estudo do desenvolvimento da personalidade, como sua psicologia social – centrada nos pequenos grupos – se elaboram, se articulam e se edificam a partir de postulados guestaltistas.
No plano de objetos => exploração sistemática dos micro-fenômenos de grupos. Seja as atitudes individuais ou atitudes coletivas de um grupo, elas não podem ser compreendidas senão a partir dos diferentes conjuntos sociais que fazem parte. Somente no pequeno grupo, na célula social bruta, consigo visualizar as relações de reciprocidade.
No plano dos métodos => não é decompondo o fenômeno estudado em elementos e segmentos para reconstituí-lo em laboratório, em escala reduzida, que o pesquisador pode conhecer sua dinâmica essencial. Ele introduz o termo “pequenos grupos testemunhas”, átomos sociais radioativos (observação de dentro dos grupos).
Até Kurt Lewin quase todos os psicólogos sociais americanos haviam centrado suas pesquisas no problema da socialização do ser humano. A maioria estava de acordo em conceber o processo de socialização como o aprendizado de atitudes sociais. 
Diferença fundamental entre Moreno e Lewin.
Moreno foi influenciado pela Psicologia da Aprendizagem (métodos de sociodrama, jogo do papel, como fundamentais no aprendizado e reaprendizado de atitudes).
A partir de Lewin há um deslocamento de olhar: para as atitudes coletivas (mudando a abordagem e a metodologia). Nenhum comportamento de grupo, assim como nenhum comportamento humano, poderia se explicar unicamente em termos de causalidade histórica.
Os comportamentos dos indivíduos enquanto seres sociais são função de uma dinâmica independente das vontades individuais. Os fenômenos de grupos são irredutíveis e não podem ser explicados à luz da psicologia individual. Toda dinâmica de grupo é a resultante do conjunto das interações no interior de uma espaço psico-vital => tensões, conflitos, atrações, trocas, etc.
As atitudes coletivas só se tornarão inteligíveis àquele que as observa, se ele conseguir responder a duas questões:
Por que, em uma dada situação espontânea, tal comportamento de grupo se produz de preferência a um outro?
Por que, neste momento preciso, a situação observada possui tal estrutura contrariamente a uma outra?
Da onde vem a dinâmica que afeta cada um dos elementos, para que eles se movam de um jeito, e não de outro? 
Lewin => esquemas galileanos de interpretação em psicologia social, como ele conseguira fazer na psicologia individual.
Explicação dos fenômenos de grupos na natureza de cada um dos seus elementos ou componentes, mas nas múltiplas interações que se produzem entre os elementos da situação social onde se localizam, no próprio momento em que são observados e interpretados.
O ambiente social pode favorecer ou inibir determinadas atitudes.
Em outras palavras, Lewin sugere que toda situação social pode ser percebida e concebida como constituindo uma cadeia de fenômenos cuja resultante seria os comportamentos de grupo. No início e no final desta cadeia encontram-se as atidudes coletivas. 
Esta cadeia pode ser decomposta em vários tempos: primeiro, ao nível da percepção, em seguida, ao nível do comportamento
Ao nível da percepção => as atitudes comuns a um grupo, isto é, suas atitudes coletivas, seus esquemas mentais e seus esquemas afetivos de adaptação à situação social determinam a perspectiva geral na qual os membros do grupo percebem o conjunto de uma situação.
Ao nível do comportamento => os esquemas coletivos e as atitudes pessoais estão presentes no campo dinâmico, enquanto constituem uma inclinação para certos tipos de comportamento de grupo. Pode gerar atração ou repulsa.
Quanto à cultura ambiente => favorece vetores de comportamento.
Dentro de uma perspectiva guestaltista não deve haver fronteiras imutáveis entre consciências individuais e um determinado meio.
Para ele, a dicotomia entre pessoa e meio, introduzidapelos behavioristas, é arbitrária e gratuita.
Tanto as atitudes coletivas, como as atitudes pessoais, não aparecem como resultado de mecanismos exteriores às consciências, nem como atos subjetivos das consciências. Elas são segmentos de uma situação social na qual se fundem em uma mesma realidade dinâmica elementos objetivos e elementos conscientes. Três conceitos básicos tomados de empréstimo da Psicologia Topológica, ajudam Lewin a investigar a dinâmica e gênese dos grupos. 
Totalidade dinâmica.
Eu social (personalidade como regiões, eu íntimo / eu social / eu público). Em determinadas situações sociais, revestimo-nos de um “eu”. Nosso eu social pode estreitar-se ou dilatar-se.
Campo Social – no interior de um campo social podem existir grupos, sub-grupos, indivíduos separados por barreiras sociais ou ligados por redes de comunicações. O que caracteriza, antes de tudo, um campo social, são as posições relativas que nele ocupam os diferentes elementos que o constituem. Estas posições são determinadas tanto pela estrutura como pela gênese e dinâmica.
A partir do conceito de Campo Social elabora suas primeiras hipóteses sobre os pequenos grupos: 
O grupo constitui o terreno sobre o qual o indivíduo se mantém. “Pedagogia do jovem minoritário”, o terreno pode ser firme, frágil, móvel, elástico, fluido. Sempre que um indivíduo não consegue definir claramente sua participação social ou não se integra no grupo, seu espaço vital ou sua liberdade de movimento no interior do grupo serão caracterizadas pela instabilidade e ambiguidade.
O grupo serve para o indivíduo como um instrumento (necessidades psíquicas e aspirações sociais).
O grupo é uma realidade da qual o indivíduo faz parte, mesmo aqueles que se sentem ignorados, isolados ou rejeitados. A dinâmica do grupo tem sempre um impacto social sobre os indivíduos que o constituem.
Finalmente, o grupo é para o indivíduo um dos elementos ou dos determinantes do seu espaço vital. O grupo é um setor deste Espaço individual.
Vimos as interações constantes entre atitudes coletivas e o campo social em que se exprimem.
Abordando o problem da mudança social, Kurt Lewin retoma este tema.
Deduz que a conduta de todo indivíduo em grupo é determinada, de uma parte, pela dinâmica dos valores que percebe em cada situação.
O campo de forças que se destaca da interação dos fatos e dos valores depende de três coisas:
Depende das tendências do “eu” concebidas como a maneira única pela qual cada indivíduo percebe cada instante presente em função do seu passado pessoal. Percepções condicionadas a sensibilidade geral, preocupações materiais e morais.
Acrescentam-se a estas tendências do “eu”, as tendências do “super-ego” que representam os imperativos da sociedade, tais quais foram inteorizados pelo indivíduo.
A, e a própria situação social, concebida como um conjunto dos fragmentos do universo social com os quais ele se encontram em interdependência.
As tendências do eu e do super-ego constituem, para Lewin, a dinâmica dos valores, enquando a dinâmica dos fatos nos é fornecida pela situação social. (Processos subjetivos e sociais).
Os indivíduos experimentam sensações de progressos e apreensões em relação aos grupos ou às situações sociais em que vivem. Mudança Social e Controle Social => conceitos indissociáveis.
Duas mudanças típicas podem ser observadas em relação a toda mudança social.
A atitude conformista condicionada pelas percepções sociais cristalizadas que percebem toda mudança do status quo como catastrófica.
A atitude não conformista, ao contrário, é inspirada pelas percepções sociais que antecipam toda mudança do status quo como desejável e esperada (atitudes dos não conformistas não são suficientes para transformá-los em agentes de transformação social, por não possuírem técnicas de comunicação que lhe permitiriam mudar clima e atitudes no meio que desejam evoluir).
Três fenômenos distintos em relação à mudança social:
Ou os grupos não sentem nenhum desejo ou aspiração a evoluir, a mudar. É o caso de todos os grupos conformistas (constância social, esclerose social ou necrose social).
No caso precedente a mudança social tem pouca ou nenhuma possibilidade de se operar de tal modo, o status quo é valorizado.
Grupos não conformistas, sentem uma inclinação para a mudança. Nestes grupos, as percepções de grupo, as atitudes coletivas, os comportamentos de grupo são no sentido de crescimento e superação.
A mudança social para se operar exige que sejam modificadas as relações dialéticas que unem os três elementos a seguir:
As estruturas da situação social.
As estruturas das consciências que vivem nesta situação social.
Os acontecimentos que surgem nesta mesma situação social.
Mas o fator determinante => clima do grupo dominante, o clima de um grupo será sempre determinado pela autoridade que nele se exerce => introduzir um novo tipo de autoridade ou uma nova concepção de poder no interior da situação social.
Para Lewin, a pesquisa em Psicologia Social deve ser uma ação social. Perceber os grupos como gestalts, para descobrir sua dinâmica essencial, deve-se empreender de dentro a tarefa de reestruturá-los de modo a favorecer e acelerar a sua transformação.
Duas condições essenciais a Lewin para assegurar a validade de uma tal experimentação:
Ela deve operar-se em pequenos grupos engajados em problemas sociais reais e preocupados em se reestruturar;
Ela deve ser realizada por pequenos grupos-testemunhas, composto de experimentadores que estejam engajados. A autenticidade de suas motivações lhes permitirá serem aceitos pelos grupos nos quais realizam as experiências.
Enfim, segundo Lewin, a experimentação em Psicologia Social deve realizar-se em três etapas essenciais:
Levantamento ou análise das percepções de grupo que caracterizam os indivíduos, ou sub-grupos e o grupo.
Deduzir, prever, ou de derivar destas análises, conjeturas sober a possível evolução destas percepções de grupo.
Descobrir e prever os novos modos de comportamentos de grupo que estarão em harmonia com a reestruturação das percepções de grupo.
Através deste diagnóstico e dominío do grupo chega-se a um controle mais funcional das atitudes do grupo.
O objetivo estratégico a atingir, inicialmente, é tornar grupos e sub-grupos conscientes e lúcidos da dinâmica inerente à situação social em evolução. Sem ruptura, sem negação, mas primeiro por sincronização, e depois por sintonização. A experimentação em Psicologia Social, torna-se uma pesquisa-ação. Permite os pesquisadores a entrada no campo, por ocasião de uma ação social.
Moreno
Foi um médico, psicólogo, filósofo e dramaturgo. 
Nasceu na Romênia, e viveu na Áustria (Viena).
Cursou Medicina entre 1909 e 1917.
Teatro do improviso (espontaneidade e criatividade).
Campos de refugiados / prostitutas.
1921 – cria o “Teatro da Espontaneidade” / “Jornal vivo”
Nova maneira de expressão catártica, fundamentada na teoria dos papéis (1925 – EUA). 
Criador da Sociometria e do Psicodrama.
Pioneiro no estudo de Terapias em Grupo.
“Aqui jaz aquele que abriu as portas da Psiquiatria à alegria”
Em 1912 ocorre o encontro com Freud na universidade. Assim relatou o episódio:
"Freud tinha acabado de fazer a análise de um sonho. Enquanto os estudantes se alinhavam, ele me perguntou qual era minha atividade. Eu respondi: "Bem, Dr Freud, comecei no ponto em que o senhor desistiu. O senhor atende às pessoas no ambiente artificial do seu consultório. Eu as encontro nas ruas, em suas casas, no seu ambiente natural. O senhor analisa seus sonhos e eu tento estimulá-las a sonhar de novo" 
Moreno desenvolveu suas teorias => numa época em que o complexo cenário epistêmico e os métodos científicos vigentes eram norteados pelo positivismo, ele precisou renunciar a elas temporariamente para merecer respeito nesse meio preocupando-se em fundamentar suas teorias com apoio na Estatística e na Matemática.
Ao invés de submeter-se totalmente às conservas da cientificidade dominante, porém, comprometeu-se com a transmutação de conceitos. "Emboraas exigências racionais o tenham absorvido, criando técnicas e testes, métodos quantitativos, nunca perdeu o sentimento de fé no potencial humano e em sua busca cósmica".
A experiência na Universidade com técnicas Psicodramáticas em sala de aula. Podem ser muito ricas no campo da didática.
Instrumentos ricos e facilitadores da aprendizagem e das relações interpessoais entre os elementos do grupo, na medida em que congregavam o conhecimento que estava sendo construído coletivamente com as experiências vividas pelo próprio grupo.
Role-playing, Teatro Espontâneo e Jogos Dramáticos, além de Dinâmicas de Grupo diversificadas.
Role-playing => preocupa-se com o desempenho do papel, e a finalidade é a percepção objetiva dos sentimentos e das atitudes dos outros, que desempenham o contrapapel correspondente (Kaufman, 1973).
Para o papel de médico há o papel de paciente; para o papel de mãe, há o papel de filha.
Nesse jogo de papéis, a proposta é a de encontrar respostas mais apropriadas para a cena que está sendo vivida dramaticamente. 
Teatro espontâneo => permite aos estudantes ensaiarem diferentes possibilidades de papel, pesquisarem a estrutura dinâmica de certos papéis.
Uma categoria geral da qual derivam outras modalidades psicodramáticas, tais como o Psicodrama, o Sociodrama, o Axiodrama, e o Teatro Espontâneo atual.
Jogos dramáticos => dramatizações empregadas com o fim de proporcionar aos alunos uma introdução sem brusquidão à linguagem dramática. 
Estudo das leis do desenvolvimento social e das relações sociais.
O indivíduo para Moreno é relacional e social e portanto a inter-relação entre as pessoas é o pilar central da sua teoria. São três as principais ramificações metodológicas da Socionomia: sociodinâmica (utiliza-se do role-playing), sociometria (teste sociométrico), sociatria (psicodrama, sociodrama, psicoterapia de grupo). 
A viabilização do Psicodrama enquanto prática se assenta no tripé: 
Contextos: o social, o grupal, e o dramático.
Etapas: aquecimento, dramatização e compartilhamento.
Intrumentos: cenário, protagonista, diretor (com três funções), ego-auxiliar (também três funções), público ou platéia.
Destacam-se três níveis de dramatizações:
Nível real: realiza-se no plano da experiência dos alunos, ou dos dados de referência; a aproximação do conhecimento se dá a partir do que esses alunos já possuem intuitiva ou emocionalmente acumulado sobre o tema que será tratado.
Nível simbólico.
Nível da fantasia.
Moreno foi capaz de dar à improvisação dramática e retomou o conceito de catarse. Pois, ao ocorrer uma identificação do espectador com os atores, ocorre como poderíamos dizer uma catartase, e também, certa conscientização. Para que ocorra esta catarse, têm que existir uma espontaneidade e criatividade, pois do contrário, é uma mera repetição que não trará nada de novo nem aos protagonistas nem ao público. É na criação espontânea que se consegue o vínculo do homem com o mundo. O Psicodrama possui o conceito de espontaneidade-criatividade, a teoria dos papéis, a psicoterapia grupal como pontos básicos da sua teoria, além de outros como: Tele (capacidade de se perceber de forma objetiva o que ocorre nas situações e o que se passa entre as pessoas), Empatia (tendência para se sentir o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas pela outra pessoa.), Co-inconsciente (vivências, sentimentos, desejos e até fantasias comuns a duas ou mais pessoas, e que se dão em "estado inconsciente".) e Matriz de Identidade (lugar do nascimento). a) A teoria da espontaneidade: está ligada dialeticamente à criatividade, compreende uma fenomenologia, uma metapsicologia, uma psicotécnica, uma psicopatologia e uma psicologia genética. As que possuem maiores riquezas são a Psicotécnica ou treinamento da espontaneidade que, ainda que pareça parado, procura resgatar o espontâneo perdido pelo homem ao logo da sua existência e a Psicologia Genética, que grossamente revisando: a criança, ao nascer, realiza seu primeiro ato criativo: é o primeiro ato de catarse de integração. Nasce com uma capacidade criadora própria do ser humano que irá completando com a maturidade e com a ajuda dos outros. O primeiro eu-auxiliar é a sua própria mãe. Ao longo de sua infância, à medida que vai vivendo os diversos papéis e em contato com os agentes sociais, desenvolve essa capacidade criadora e atrofia em maior ou menor medida, de acordo com o tipo de relações e na medida em que as "tradições culturais" lhe sejam impostas pelos mais velhos. Esses agentes da sociedade lhe submetem, durante o desenvolvimento, condutas estereotipadas, repetitivas, ritualistas, muitas delas para ela e para os demais vazias de significado, assim como também ajudam o desenvolvimento da espontaneidade. Depende de cada caso e do meio em que vive a criança em um determinado momento histórico-social. O ato do espontâneo está intimamente ligado ao instante, dali surge a noção do aqui e agora. A filosofia do momento opõe-se à duração, os benefícios do instante, do presente, em constante mudança. É lugar (lócus) onde se dá o crescimento. Segundo Moreno, esta experiência primitiva da identidade configura o destino da criança. Em toda essa primeira etapa, os papéis são psicossomáticos. A segunda etapa é a do reconhecimento do Eu. A criança observa o outro (mãe) como algo diferente dela. Integra as diferentes partes do seu corpo numa unidade e é a partir dali que se diferencia. É na segunda etapa que aparecem os papéis psicodramáticos. Moreno faz uma pormenorizada descrição da evolução da imagem do mundo da criança, distinguindo: 1) Matriz de identidade total: primeiro universo: tudo é um. As configurações estão configuradas pelos atos. 2) Matriz de identidade total diferenciada: segundo tempo do primeiro universo diferenciam-se as unidades, porém têm o mesmo grau de realidade, os indivíduos, os objetos imaginários e os reais. 3) Matriz da lacuna entre fantasia e realidade: começam a se organizar dois mundos, o da realidade e o da fantasia. Isto, na linguagem moreniana, marca o começo do segundo universo. O ideal é que o indivíduo possa dominar a situação e que não desenvolva um mundo real em detrimento da fantasia, nem vice-versa.
b) Teoria dos papéis: o termo "papel" é um conjunto das várias possibilidades indentificatórias do ser humano. Os papéis psicodramáticos expressariam, as distintas dimensões psicológicas do eu (self) e a versatilidade potencial de nossas representações mentais. Nesta teoria, toma se os papéis como núcleo do desenvolvimento egóico, e à medida que a criança cresce e se diferencia, vai podendo ampliar seu leque de papéis. Alguns papéis ficarão inibidos, necessitando, posteriormente, serem resgatados (função do Psicodrama).
c) A psicoterapia grupal: Moreno assim a define “a psicoterapia de grupo é um método para tratar, conscientemente, na fronteira de uma ciência empírica, as relações interpessoais e os problemas psíquicos dos indivíduos de um grupo...” na sua concepção, todos no grupo são agentes teraupêticos, e todo o grupo também o pode ser em relação a outro grupo. Este método aspira alcançar o melhor agrupamento de seus membros para os fins que persegue. Não trata somente dos indivíduos, mas de todo o grupo e dos indivíduos que estão em relação com ele. Em sua relação sociológica vê a sociedade humana total como o verdadeiro paciente. O conceito de encontro está no centro da psicoterapia de grupo, comunicação mútua que não se esgota no intelectual, mas que abrange a totalidade de seu ser. O encontro vive no "aqui e agora". Vai mais além da empatia e da transferência. Forma um "nós".
Moreno enumera os métodos a serem utilizados, entre os quais destacam-se: método de clube ou associação, de assessoramento, de conferência, de classes, psicanalítico, visuais, discussão livre, sociométricos, de histórias clínicas, da bibliografia, magnetofônico (sessões gravadas), da música e da dança, ocupacionais e laboratoriais e o que se destaca é o método psicodramático.
Método psicodramáticoO método do Psicodrama usa a representação dramática como um núcleo de abordagem e exploração do ser humano e seus vínculos. A ação, unida à palavra, brinda o mais completo desdobramento do conflito, do drama que ocupa o protagonista no espaço dramático. Na 89cena, o indivíduo pode representar seus conflitos passados e presentes, e também vomitar seus temores, expectativas, projetos e dúvidas sobre o futuro, explorando suas relações com o presente e o passado. Distinguem-se, no desenvolvimento da ação dramática, três momentos que possuem, cada um, uma importância singular. A primeira fase, chamada aquecimento, é onde se prepara o clima do grupo. Escolhem-se um tema e um protagonista e tenta-se penetrar no mesmo no maior nível de espontaneidade possível. O segundo momento ou fase é a representação propriamente dita, a cena dramática. Aqui ganham importância os eu-auxiliares, que serão os encarregados de encarnar os personagens para os quais o protagonista os escolheu: os personagens reais ou fantasiosos, aspectos do paciente, símbolos do seu mundo. O terceiro momento ou fase é o compartir, é onde o grupo participa terapeuticamente. Nesta etapa o grupo devolve, compartilha seus sentimentos e vivências, tudo o que lhes foi acontecendo durante a cena, as ressonâncias que ele produziu. As diversas técnicas dramáticas utilizadas durante a representação foram pensadas por Moreno em relação com sua teoria da evolução da criança. Cada uma delas cumpre uma função que corresponde a uma etapa do desenvolvimento psíquico. O diretor do Psicodrama instrumentará, em cada situação, aquelas que pareçam mais adequadas e correspondentes ao momento do drama, segundo o tipo de vinculação que nele se expressa. A primeira etapa de indiferenciação do Eu como o Tu corresponde á técnica da dupla. A segunda, do reconhecimento do Eu, a técnica do espelho. A terceira etapa do reconhecimento do eu, a técnica da inversão de papéis. Mediante a técnica da dupla, um eu-auxiliar desempenha o papel de protagonista. Verbal e gestualmente complementam aquilo que, a partir desse desempenho, entende e sente que o protagonista não pode expressar completamente por ser isto desconhecido ou oculto, por inibições. Coloca-se ao lado e idêntica postura ao protagonista, fazendo seus movimentos, funcionando como a mãe e a criança na primeira etapa. Na técnica do espelho, o protagonista sai do palco e é público da representação que um eu-auxiliar faz dele. Busca-se, com isso, que o paciente se reconheça em determinada representação, assim como na sua infância reconheceu sua imagem no espelho. O terapêutico desta técnica está em que se reconheçam como próprios os comportamentos e aspectos que lhe são desconhecidos e que importam para o esclarecimento do conflito. Utilizando a técnica da inversão de papéis, a mudança de papéis investiga na cena o sentir desses personagens do mundo do paciente. Esta é a técnica básica do Psicodrama. Existem outras técnicas dramáticas criadas por Moreno e posteriores a ele. Moreno, tomando do modelo teatral seus elementos, distinguem, para a cena psicodramática, cinco elementos ou instrumentos: a) Cenário: neste continente desdobra-se a produção e nele podem-se representar fatos simples da vida cotidiana, sonhos,delírios, alucinações. b) Protagonista: o protagonista pode ser um indivíduo, uma dupla ou um grupo. É quem, em Psicodrama, protagoniza seu próprio drama. Representa a si mesmo e seus personagens são parte dele. Palavra e ação se integram, ampliando as vias de abordagem. c) Diretor: o psicoterapeuta do grupo é também o diretor psicodramático. O diretor do psicodrama está atento a toda informação ou dado que o protagonista de, para incluí-la na cena, guia e ajuda a chegar à cena com espontaneidade. Uma vez começada a cena, o diretor se retira do espaço dramático e somente intervém se é necessário incluir alguma técnica, dando ordens ao protagonista ou ego-auxiliares. d) Público: é o grupo terapêutico Moreno distingue três procedimento segundo o objeto de estudo para se abordar quando se dramatize: Psicodrama, tratamento dos conflitos individuais. Sociodrama, onde o objeto de estudo são os grupos sociais. Role playing: quando o Psicodrama é utilizado para a formação e treinamento de papéis profissionais e técnicos.
Psicodrama psicanalítico
O psicodrama psicanalítico nasceu na França em 1944. Hoje, há uma corrente na qual define que a cena dramática é reconhecida na função de concentrar o drama e permitir que apareçam novos significantes. Dizem que “...o Psicodrama não é a busca de um certo sentido nem tampouco de um significante fundamental. Por isso, deve-se evitar a interpretação que proporcione o sentido e a perda do sentido...” Conforme Anzieu "...o psicodrama analítico favorece a expressão dos conflitos por intermédio de imagens simbólicas..." caracteriza quatro aspectos importantes no Psicodrama: dramatização dos conflitos, comunicação simbólica, efeito catártico e natureza lúdica. Na América Latina, a Argentina é o país pioneiro em Psicodrama. Atualmente , Brasil, México e outros fizeram um importante desenvolvimento, sendo pertinente destacar o Psicodrama no Brasil que, inicialmente foi desenvolvido por docentes argentinos e, atualmente, por seus próprios docentes.
Para Osório, a teoria moreniana, que se torna pouco sólida, se a compararmos com a teoria psicanalítica, tem , entretanto, alguns aspectos que não são excludentes, mas que se complementam e, em alguns casos, são parcialidades de conceitos psicanalíticos não reconhecidos e rebatizados com outros nomes ou trabalhados sob outros ângulos, como acontece com os conceitos de regressão e fixação. A regressão em Psicodrama não se obtém através da transferência, mas através de cena dramática que torna presente o passado. Tele e transferência em Moreno são conceitos herdeiros do de transferência freudiano. Espontaneidade, essencialmente, está relacionada com o conceito de libido de Freud. Se nos fixamos na cena dramática, esta desde o ponto de vista moreniano fundamenta seu valor da seguinte maneira: a representação dramática é liberadora, é uma segunda vez, é a forma que adquirem o passado e o futuro, no presente. O encontro, o compartilhar, a criatividade e o ato espontâneo possibilitam novos papéis e resgatam energias perdidas. Isto levará a uma catartase de integração e a uma catarse do público. A cena é a representação do passado, um lugar simbólico onde se revela o imaginário através das cenas atuais ou manifestas, podendo explorar e elaborar situações conflitivas do mundo externo, encontrando sua conexão com o mundo interno dele ou dos indivíduos, em sucessivas ações dramáticas com cenas antigas e inconscientes. Sintetizando, a cena dramática é, basicamente, a presentificação e corporização que, através da representação, têm os vínculos intrapsíquicos em sua mútua e dinâmica reestruturação com os vínculos interpessoais.
Considerações finais
Moreno resgatou o valor das forças imantes ao grupo. Retomou o fato de que vivemos em grupo desde que nascemos e nossos problemas provêm desse mundo. Que todos ajudam em um grupo, mas por isso estão ausentes ás relações hostis. Afirmou que trabalhar em um grupo sem uma fundamentação socimétrica, antropológica e microssociológica, somente com a interpretação da análise individual, é impossível. Mostrando que a regra fundamental é a interação livre e espontânea, e o objetivo é favorecer a integração do indivíduo e do grupo. Considerou a transferência como expressão da dissociação e desequilíbrio do grupo. Este se deteve no papel de psicoterapeuta de grupo e psicodramaturgo, demonstrando uma série de normas éticas e científicos-técnicas. Deu conta, de regras e normas de grupos como sigilo, os honorários iguais, a seleção de pacientes a livre expressão, o cuidado do indivíduo e do grupo, a utilização de métodos cientificamente comprovados. Resgata assim, muito além da comunicação verbal, o contato corporal motor e tátil.
Alfred Schutz:
Nasceu na Áustria e estudou Direito em Viena. Serviu na 1a GuerraMundial; e em 1939 mudou-se para os EUA.
Alfred Schütz foi um importante pensador e tradutor da fenomenologia para contextos de pesquisa de sociologia e psicologia social.
A principal contribuição de Schütz foi desenvolver a filosofia fenomenológica de Edmund Husserl (que estabeleceu a escola da fenomenologia) como a base de uma filosofia das ciências sociais.
Carreira como advogado, professor da sociologia. “Banqueiro de dia e fenomenólogo de noite”
Incorporou o mundo da vida quotidiano na investigação sociológica, com o que abriu a porta à possibilidade de articulação entre os estudos dos sistemas e das instituições e os incipientes estudos das relações face-a-face. 
Foi um dos primeiros pensadores a reivindicar como objeto de estudo o âmbito da “sociabilidade”, ou seja, o conjunto de relações interpessoais e atitudes pessoais que, ainda que dependam de padrões adquiridos, são pragmaticamente reproduzidas ou modificadas na vida cotidiana.
Alfred Schütz, idealizador da fenomenologia social, afirma que somente é possível compreender um fenômeno a partir da ação social correspondente ao mesmo.
Nesse sentido, por exemplo, só é possível investigar o fenômeno do empreendedorismo segundo a ação empreendedora, pois a ação consiste na vivência do fenômeno.
Para Schütz (1972), a primeira tarefa da sociologia fenomenológica consiste em descrever os processos de estabelecimento e interpretação de significado tal como os realizam as pessoas que vivem no mundo social. 
Dessa forma, dependendo das motivações, crenças, valores, costumes vivenciados pelo ser, esse apresentará uma percepção distinta e particular do mundo. Nesse processo, algumas características gerais desses elementos são priorizadas, em um primeiro momento, em detrimento de sua individualidade. Por exemplo, ao vislumbrar uma árvore, o homem a reconhece imediatamente, sem considerar o tamanho do seu tronco, tonalidade de suas folhas, ou demais características que a individualizam. Essas serão analisadas posteriormente, nunca excluídas. 
Aprofundando seus estudos sobre a projeção e liberdade de escolhas intrínsecas à ação social, Schütz (1972) verifica a existência de dois tipos de motivos presentes nessa ação, o “motivo para” e o “motivo porque” de sua execução.
Os “motivos para” geralmente evidenciam a existência de um projeto de vida do sujeito, uma projeção, ou seja, a ação está ligada a um plano de conduta.
Ao se introduzir o passado na busca pelos “motivos para” encontram-se as manifestações dos “motivos porque” da ação social. Esses últimos são acontecimentos já concluídos na vida do ator social. Eles explicam certos aspectos da realização do projeto.
Sob essa perspectiva, considera-se que a ação empreendedora constitui um projeto, trazendo em si os “motivos para” do sujeito empreendedor e quando realizada permite a atitude reflexiva desse mesmo sujeito, conduzindo o investigador aos “motivos porque” da ação.
A partir dessa investigação da ação social, Schütz (1972) propõe a construção de tipos ideais, um enquadramento específico para dar relevo à diversidade dos fenômenos sociais. Esse tipo centra-se no processo da conduta da ação. A compreensão do tipo ideal deduz em uma forma característica do “motivo para” e o “motivo porque” de um ato manifesto através da identificação da meta e da justificativa constantemente objetivada para o ato.
Jean Piaget:
Nasceu na Genebra, foi um biólogo, psicólogo, e fundador da Epistemologia Genética, teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano. Durante sua vida Piaget escreveu mais de cinquenta livros e diversas centenas de artigos. Nos anos 1930 - Convidado a padronizar os "testes de raciocínio”, desenvolvidos nos Estados Unidos, experiência que lhe permitiu delimitar um campo de estudos empíricos: o pensamento infantil e o raciocínio lógico. 
Através da minuciosa observação dos seus filhos e principalmente de outras crianças, Piaget impulsionou a Teoria Cognitiva, onde propõe a existência de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano, os estágios da:
inteligência sensório-motora (0-2 anos – pré-verbal, esquemas motores, vive no presente, centro do mundo), 
pré-operatória (2-7 anos – explosão linguistica, esquemas representativos, simbólicos, a criança fixa em algo) 
operatório concreto (7-11 anos – mundo real, concreto, declínio do egocentrismo, surge processo de pensamento lógico, esq. conceitual)
operatório formal ou abstrato. (12 adiante – probabilidade, reversibilidade) 
Essencialmente Piaget não estudou com dinâmica de grupo, mas forneceu elementos valiosos ao estudar o desenvolvimento do pensamento (epistemologia genética), os quais facilitaram seus seguidores no estudo da formação operatória dos grupos.
Pichon-Rivière (1907-1977)
Psiquiatra suíco que passou a vida na Argentina.
Viveu situações de inundações que o fizeram escrever mais tarde sobre “As reações psicológicas frente ao desastre”
Vivia absorvido pelos esportes, extremamente curioso, Escreve depois críticas e análises sobre dois temas que o acompanham: o tango e a tristeza.
Questionava os métodos de ensino (prática com os cadáveres). Os estudos sobre psiquiatria começam de forma autodidata.
Teve todo um cuidado em abordar seu paciente integrando os dois pontos de vista: o físico e o psíquico. Desarticula assim a desunião entre mente e corpo.
Inicia sua prática psiquiátrica no Asilo de Torres. 
Uma das primeiras tarefas foi organizar uma equipe de futebol – e ao investigar os pacientes descobre que 60% deles possuem retardo que não estavam ligados a lesões orgânicas e sim eram produto de retardos afetivos. 
O que não funcionava bem era a máquina psíquica. 
Para ele por trás de toda conduta desviada subjaz uma situação de conflito, sendo a enfermidade a expressão de uma tentativa falida de se adaptar ao meio. 
Por meio da recreação Pichón buscava uma ressocialização. O esporte (futebol) surge como terapia grupal dinâmica. Incômodo frente à Psiquiatria clássica.
Pichon-Rivière desenvolve inúmeras atividades, dentre elas:
Funda a Associação Psicanalítica Argentina (1940)
Funda a IADES – Instituto Argentino de Estudos Sociais (1953)
Funda o primeiro serviço especializado de atendimento para crianças e adolescentes
Funda o Clube de Futebol Matienzo
Fundador do Partido Socialista
Candidato a Deputado pelo Partido Socialista
Crítico de arte da revista Nervio
Secretário do Comitê de Ajuda a Espanha Republicana
Membro titular da Associação Psicanalítica do Brasil
Extensa e original contribuição para compreender os grupos, tendo como pilares epistemológicos a psicanálise e a psicologia social.
Além disso, inaugurou, a partir desta compreensão sobre seu funcionamento, uma nova maneira de intervir nos grupos. 
Torna-se o criador da teoria e da técnica dos Grupos Operativos.
Hospital de Las Mercedes => greve das enfermeiras. Tentativa de operar um grupo. 
Escolha pelo campo da loucura (forma de morte reversível).
Uma nova forma de psiquiatria (formas endogenas/concepção organicista da loucura).
A doença é, muitas vezes, produzida no grupo.
O individuo na família pode ser depositário de uma série de ansiedades, angústias, e o sujeito adoece. 
Uma doença que é gerada por um vínculo.
A Psicanálise o ajuda a compreender a condição humana, aquilo que não está no nível do “racional” ou da “objetividade”.
Uma nova forma de psiquiatria (formas endogenas/concepção organicista da loucura).
A doença é, muitas vezes, produzida no grupo. (A influência do grupo familiar em seus pacientes)
O individuo na família pode ser depositário de uma série de ansiedades, angústias, e o sujeito adoece. 
Uma doença que é gerada por um vínculo.
A Psicanálise o ajuda a compreender a condição humana, aquilo que não está no nível do “racional” ou da “objetividade”.
Enfoque do sujeito contextualizado (abordagem pluridimensional).
Para o autor, o objeto de formação do profissional deve instrumentar o sujeito para uma prática de transformação de si, dos outrose do contexto em que estão inseridos. 
Defende a ideia de que aprendizagem é sinônimo de mudança, na medida em que deve haver uma relação dialética entre sujeito e objeto e não uma visão unilateral, estereotipada e cristalizada.
A aprendizagem centrada nos processos grupais coloca em evidência a possibilidade de uma nova elaboração de conhecimento, de integração e de questionamentos acerca de si e dos outros. 
Grupo centrado na tarefa.
A técnica de grupo operativo consiste em um trabalho com grupos, cujo objetivo é promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos. 
Aprender em grupo significa uma leitura crítica da realidade, uma atitude investigadora, uma abertura para as dúvidas e para as novas inquietações.
A tarefa depende, portanto, do campo operativo do grupo: sua percepção, sua interação, sua linguagem, seu campo afetivo.
Para Gayotto [1992], a psicologia social estuda o sujeito contextualizado, a partir de suas interações, no inter-jogo entre a vida psíquica e a estrutura social. A constituição do sujeito é marcada por uma contradição interna: ele precisa, para satisfazer as suas necessidades, entrar em contato com o outro, vincular-se a ele e interagir com o mundo externo. Deste sistema de relações vinculares emerge o sujeito, sujeito predominantemente social, inserido numa cultura, numa trama complexa, por meio da qual internalizará vínculos e relações sociais que vão constituir seu psiquismo.
O grupo apresenta-se como instrumento de transformação da realidade, e seus integrantes passam a estabelecer relações grupais que vão se constituindo, na medida em que começam a partilhar objetivos comuns, a ter uma participação criativa e crítica e a poder perceber como interagem e se vinculam. 
A teoria do vínculo => fundamental para compreender que sempre há figuras internalizadas.
A técnica do grupo operativo pressupõe:
a tarefa explícita (aprendizagem, diagnóstico ou tratamento),
a tarefa implícita (o modo como cada integrante vivencia o grupo) 
e o enquadre que são os elementos fixos (o tempo, a duração, a frequência, a função do coordenador e do observador). 
Para Pichon-Rivière (1998), o processo grupal se caracteriza por uma dialética na medida em que é permeado por contradições, sendo que sua tarefa principal é justamente analisar essas contradições. O autor utiliza uma representação para mostrar o movimento de estruturação, desestruturação e reestruturação de um grupo, que é o cone invertido.
O cone invertido é um instrumento que visualiza uma representação gráfica em que estão incluídos seis vetores de análise articulados entre si, que possibilitam verificar os efeitos da mudança.
A tarefa é a trajetória que o grupo percorre para atingir seus objetivos, ela está relacionada ao modo como cada integrante interage a partir de suas próprias necessidades.
A mudança, que é o objetivo primordial de todo grupo operativo, envolve todo um processo gradativo, no qual os integrantes do grupo passam a assumir diferentes papéis e posições frente à tarefa grupal.
Cada integrante do grupo comparece com sua história pessoal consciente e inconsciente, isto é, com sua verticalidade. 
Na medida em que se constituem em grupo passam a compartilhar necessidades em função de objetivos comuns e criam uma nova história, a horizontalidade do grupo, que não é simplesmente a somatória de suas verticalidades pois há uma construção coletiva resultante da interação de aspectos de sua verticalidade, gerando uma história própria, inovadora que dá ao grupo sua especificidade e identidade grupal.
No trabalho com os grupos temos que caminhar no sentido da explicitação do implícito.
A técnica de grupo operativo propõe a presença e intervenção de um coordenador, que indaga e problematiza, estabelecendo algumas articulações entre as falas e os integrantes, sempre direcionando o grupo para a tarefa comum; e um observador que registra o que ocorre na reunião, resgata a história do grupo e depois analisa com o coordenador os pontos emergentes, o movimento do grupo em torno da tarefa e os papéis desempenhados pelos integrantes. 
Em relação aos papéis no grupo, podemos dizer que alguns são fixos, como o papel do coordenador e do observador, enquanto outros emergem no decorrer do processo, articulando-se com as necessidades e com as expectativas tanto individuais quanto grupais, podendo alternar-se. 
Para finalizar, gostaria de ressaltar que, para Pichon-Rivière, saúde mental e aprendizagem são sinônimos na medida em que há uma apropriação ativa da realidade que integra uma experiência nova e um estilo próprio de aprender. Neste sentido, acredito que a técnica de grupos operativos, e os pressupostos que a subsidiam, possa auxiliar o psicólogo e o psicopedagogo no sentido de poder (re)pensar o papel da aprendizagem numa nova ótica, a importância da coordenação e da atuação em grupos em direção à promoção de saúde e, consequentemente, às possibilidades de mudança de seus integrantes diante das respectivas dificuldades e conflitos.” (BASTOS, p. 168, 2010).

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