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Teoria da Firma

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Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
Microeconomia 
I Introdução 
Este curso continuará o programa de microeconomia, iniciado com o curso de 
microeconomia oferecido no curso de extensão. A ênfase será em conteúdos de interesse para 
os que atuam nas áreas financeira em empresas. 
Iniciaremos com uma revisão sucinta da teoria da firma em mercados competitivos até 
gerar a curva da oferta. Em seguida faremos a análise do equilíbrio parcial e do equilíbrio 
geral. Para se realizar a análise do equilíbrio geral é necessário se fazer uma extensão simples 
da teoria da decisão do consumidor: o caso em que o consumidor possui uma dotação inicial 
e não uma riqueza. 
Uma parte da microeconomia de grande interesse para os que trabalham com a área 
financeira é da decisão em ambiente de incerteza, que é o ambiente natural das decisões 
financeiras. Ao desenvolver esta teoria faremos algumas aplicações como a análise média-
variância, central à teoria moderna de finanças. 
Em alguns mercados financeiros a hipótese de competição perfeita pode não ser a 
melhor. Um estudo de decisão em mercados não competitivos é portanto importante. 
Monopólio e oligopólio formam o núcleo dessa teoria. A teoria dos jogos é a ferramenta 
matemática utilizada para a análise dos oligopólios. 
Finalmente estudaremos a teoria econômica da informação. Esta teoria é o principal 
instrumento para o entendimento de diversos problemas em finanças. O problema de 
agenciamento, por exemplo, aparece em diversas partes das decisões financeiras como na 
relação acionistas direção executiva, na escolha da estrutura ótima do capital, etc. 
 
 - 1 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
Parte II 
Teoria da Firma 
 
O estudo do lado da oferta de um mercado. 
II TecnologiaEquation Section (Next) 
II.1 Insumos e produtos 
Na atividade produtiva de uma firma, ela transforma insumos em produtos. Por 
exemplo, uma fábrica de automóveis utiliza aço, energia, mão-de-obra e outros insumos ou 
insumos de produção para produzir o produto automóvel. Num outro exemplo, um banco 
utiliza como insumos, móveis, equipamentos, mão-de-obra e conhecimento para produzir o 
produto de intermediação financeira. 
Algumas vezes é conveniente diferenciar os insumos entre insumos puros e bens de 
capital. Insumos puros são aqueles insumos que encontramos na natureza. Terra, produtos 
primários, mão-de-obra, energia são alguns exemplos. Bens de capital são aqueles insumos 
que são produzidos por algum processo produtivo. Máquinas, tratores, computadores são 
exemplos de bens de capital. 
Algumas vezes a palavra capital é empregada para descrever o montante de dinheiro 
usado para começar e manter um negócio. Esse tipo de capital será chamado de capital 
financeiro enquanto que o outro tipo de capital será chamado de capital físico. 
II.2 Estoques e fluxos 
Alguns insumos são medidos em fluxo como mão-de-obra e energia. Outros são 
medidos em estoque como máquinas e equipamentos. Todavia, no processo produtivo, 
estamos trabalhando com fluxo de insumos e fluxo de produto. Nesse caso trataremos o 
insumo utilizado de um bem de capital como a depreciação que o bem de capital sofreu pela 
sua utilização no processo produtivo. 
 - 2 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
II.3 Restrições tecnológicas 
Os planos de produção são combinações de insumos e produtos. Apenas algumas 
dessas combinações de insumos e produtos são factíveis de serem implementadas pelas 
firmas. Estas combinações serão chamadas de planos de produção tecnologicamente 
factíveis. O conjunto dos planos de produção tecnologicamente factíveis formam o conjunto 
de produção, que será representado por . Se representarmos os insumos pelo vetor: Y
 ( )1 2, , Nx x x=x " 
onde nx representa a quantidade do insumo n utilizado no processo de produção, e por y a 
quantidade produzida do produto, o conjunto de produção pode ser representado por: 
 ( ) ( ){ }1 2, pode ser produzido a partir de , , Ny y x x x= =Y x x " . 
Embora existam muitos planos de produção factíveis, é de interesse especial aqueles 
que associam a cada x o máximo de produto possível. Esses planos de produção descrevem a 
função de produção. 
Definição: A função de produção ( )f x associa a cada valor do insumos o máximo 
produto possível. 
x
Representamos a seguir um gráfico que sumaria esse conceito: 
( )y f x= 
Conj. de 
produção 
x
y 
 
 Como, usualmente, se é possível produzir y a partir de x, também é possível produzir 
a partir de x. Dessa forma os pontos abaixo da curva representando a função de 
produção pertencem ao conjunto de produção Y. 
'y ≤ y
 - 3 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
Definição: Isoquanta é o conjunto de combinação de insumos que podem produzir no 
máximo y, ou seja, 
 ( ){ }I= f y=x x 
Obs.: O conceito de isoquanta na teoria da firma é idêntico ao conceito de curva de 
indiferença na teoria do consumidor. 
2x 
( )1 2,y f x x=
1x
 
Exemplos: 
1. Tecnologia com proporções fixas de insumos: 
 { }1 2min ,y ax b= x . (1.1) 
a
b
1x
2x 
 
Neste caso 
 
1 2
2 1
ou
.
ax bx
ax x
b
=
=
 
 - 4 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
Se a produção de um automóvel exige 1 motor, uma carroceria e quatro pneus então, 
representando quantidade de motores pela coordenada 1, de carroceria pela coordenada 2 e 
de pneus pela coordenada 3, a função de produção é 
 31 2min , , 4
xy x x =    . 
2. Substitutos perfeitos 
 ( )1 2 1 2,f x x ax bx= + (1.2) 
2x 
y
b
 
y
a 1x 
Neste Caso 
 
1 2
2 1
ou
.
ax bx y
a yx x
b b
+ =
= − +
 
3. Tecnologia Cobb-Douglas 
 ( )1 2 1 2, a bf x x x x= (1.3) 
II.4 Propriedades da Tecnologia 
1H : monotonicidade – aumentando a quantidade de insumos não diminui a quantidade que 
se pode produzir i.e., 
 ( ) ( )Se , e se entao ,y Y y′∈ ≥x x x x Y′ ∈ (1.4) 
 - 5 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
Podemos definir equivalentemente monotonicidade em termos de função de produção. 
Se ( ) ( )1 2 1 2, ,x x x x′ ′> , então: 
 ( ) ( )1 2 1 2, ,f x x f x x′ ′≥ 
2H : convexidade – Se dois vetores de insumos podem produzir então a combinação 
(convexa) desses vetores também pode produzir . 
y
y
 Se então ( ) ( ), e y,y Y′ ∈x x ( )( ) [ ], y Yα α α′+ − ∈ ∀ ∈x 1 x 0,1 . (1.5) 
No gráfico abaixo ilustramos a convexidade através de um diagrama de isoquanta. 
Seja ( ) ( ) ( )( )1 2 1 1 2 2, 1 , 1x x x x x x xα α α α α α α′ ′= = + − + − . 
 
( )y f x=
x
x′
xα.
 
Podemos também definir a convexidade a partir da função de produção. Se 
( ) ( )1 2 1 2, ,f x x f x x′ ′= então: 
( ) ( )( ) ( )1 1 2 2 11 , 1 , 2f x x x x f xα α α α′ ′+ − + − ≥ x 
Observe que este caso é equivalente à definição de função de produção côncava. 
 - 6 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
II.5 Produtividade marginal ou produto marginal 
Definição: A produtividade marginal de um insumo é o quanto o produto aumenta ao 
aumentarmos a quantidade deste insumo em uma unidade. Se a função de produção é 
( )f y=x então a produtividade marginal do insumo n é 
 ( )
n n
fy
x x
∂∂ =∂ ∂
x
. 
Obs.: O conceito de produto marginal na teoria da firma é análogo ao conceito de utilidade 
marginal na teoria do consumidor. Todavia enquanto que na teoria do consumidor o conceito 
de utilidade só tem sentido ordinal, na teoria da firma o conceito de produção tem sentido 
cardinal. 
II.6 Taxa de substituição técnica 
Definição: a taxa de substituição técnica é a taxa em que se pode trocar um insumo por 
outro mantendo o nível de produção constante, isto é, se ( )y f= x e se permitimos variar 
apenas os insumos k e n então o diferencial de y é: 
 ( ) ( )k
k n
f f
dy dx dx
x x
∂ ∂= +∂ ∂
x x
n . (1.6) 
Como estamos trocando os insumos k e n mantendo o nível de produção y constante, 
este diferencial é igual a zero ou seja 
 ( ) ( ) 0k
k n
f f
dx dx
x x
∂ ∂
n+ =∂ ∂
x x
. (1.7) 
A taxade substituição técnica é então 
 
( )
( )kn
k
f
dx x
fdx
n
x
∂
∂= − ∂
∂
x
x
. (1.8) 
 - 7 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
II.7 Produtividade marginal decrescente 
Observando muitos processos produtivos pode-se constatar que quando se aumenta a 
quantidade utilizada de um insumo, mantendo constante a quantidade utilizada dos outros 
insumos, o produto aumenta, mas esse aumento é cada vez menor. Neste caso dizemos que a 
a função de produção apresenta produtividade marginal decrescente. Se , então ( )y f= x
 ( ) 0
n n
fy
x x
∂∂ = >∂ ∂
x
, (1.9) 
isto é, a produtividade marginal do insumo é positiva. Todavia 
 ( )22 2 2 0
n n
fy
x x
∂∂ = <∂ ∂
x
. (1.10) 
Obs.: matematicamente isto significa dizer que a função de produção é côncava quando se 
mantém a quantidade utilizada dos outros insumos constantes. 
II.8 Taxa de substituição técnica decrescente 
Ë também observável em muitos processos produtivos que a taxa marginal de 
substituição técnica é decrescente. A explicação é que na medida em que vamos substituindo 
um insumo por outro, mantendo o nível de produção constante, o insumo substituído vai 
ficando cada vez mais escasso e sua utilização no processo produtivo vai ficando mais 
importante. Para substituirmos esse insumo que vai ficando mais escasso precisamos de 
quantidades do outro insumo cada vez maiores. Esta propriedade nos dá as curvas de 
isoquanta convexas, conforme o gráfico a seguir: 
( )y f x=
 
 - 8 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
II.9 Tecnologia e prazos 
Quando a analisamos o processo produtivo de uma firma observamos que a 
quantidade utilizada de alguns insumos pode mudar rapidamente como, pro exemplo, energia 
e mão-de-obra. Já outros insumos são mais difíceis de mudar muito rápido como, por 
exemplo, capital físico e o prédio onde a firma está instalada. Num prazo mais longo ainda a 
empresa pode sair (ou entrar) no mercado. 
A conseqüência é que o conjunto de produção da firma depende do prazo que ela tem 
para ajustar seus insumos. Para captar esse fenômeno os economistas distinguem a tecnologia 
da empresa no curto, médio e longo prazo. 
No curto prazo alguns insumos são fixos. No médio prazo todos os insumos são fixos 
mas o número de firmas no mercado é variável. No longo prazo quais firmas estão no 
mercado é variável. 
Alguns autores distinguem apenas o curto e longo prazo. Para eles, o que chamam de 
longo prazo é o que definimos como médio prazo e não fazem referência ao número de 
empresas no mercado. 
II.10 Retornos de escala 
No lugar de ver o que acontece com a produção quando se aumenta apenas um 
insumo, na análise de retornos de escala estamos interessados em ver o que acontece com a 
produção quando aumenta-se todos os insumos na mesma proporção. 
Def.: dizemos que uma função de produção tem retornos crescente de escala se a produção 
aumenta numa proporção maior que o aumento dos insumos, ou seja 
 ( ) ( ) ( )1 2 1 2, , , , , , , para 1N Nf t f tx tx tx tf x x x t= >x " " > (1.11) 
Def.: dizemos que uma função de produção tem retornos constante de escala se a produção 
aumenta na proporção maior que o aumento dos insumos, ou seja 
 ( ) ( ) ( )1 2 1 2, , , , , , , para 1N Nf t f tx tx tx tf x x x t= =x " " > (1.12) 
 - 9 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
Def.: dizemos que uma função de produção tem retornos decrescente de escala se a 
produção aumenta numa proporção menor que o aumento dos insumos, ou seja 
 ( ) ( ) ( )1 2 1 2, , , , , , , para 1N Nf t f tx tx tx tf x x x t= <x " " > (1.13) 
II.11 Elasticidade de substituição 
Este conceito de elasticidade procura medir o quão fácil é substituir um insumo por 
outro. Ele está relacionado com o formato da curva isoquanta. 
Def.: 
variacao percentual em ln
variacao percentual na ln
k k kTSTl l
kTST TST TSTl
σ ∂ ∂= = ∂ ∂
l= 
Graficamente, 
L
K
L
′
′
K
L
 
TMS
TMS ′
 
 - 10 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
III Maximização de lucros 
No capítulo anterior discutimos a restrição da firma (tecnologia). Neste discutiremos a 
função objetivo e o problema da firma. Da solução do problema da firma sai a função oferta 
de bens e demandas por insumos. 
III.1 Lucros 
Os lucros são definidos como receita menos o custo. 
 R Cπ = − (1.14) 
Se a firma produz produtos N ( )1,..., Ny y e usando os M insumos ( )1,..., Mx x , se os 
preços dos produtos são ( )1,..., Np p e os preços dos insumos ( )Mw1,...,w o lucro é: 
 
1 1
N M
n n m m
n m
p y wπ
= =
= −∑ ∑ x (1.15) 
Nos custos devem ser incluídos todos os insumos de produção, avaliados pelo seu 
valor de mercado. 
III.2 Lucro Econômico X Lucro Contábil. 
No lucro econômico os preços dos insumos são medidos pelo seu custo de 
oportunidade. No lucro contábil, os preços dos insumos são medidos pelo valor histórico 
dispêndio com os mesmos, i.e., pelos preços que foram comprados. Um exemplo onde esta 
distinção é bem clara é no tratamento que se dá à remuneração do dono da firma que trabalha 
nela. Se não existe um pro labore, contabilmente não existe custo a ser pago pelo trabalho do 
dono no empreendimento. Entretanto, economicamente falando, o custo do dono da firma que 
trabalha nela é a remuneração que ele poderia obter na melhor alternativa a trabalhar na 
própria firma, isto é, seu custo de oportunidade. 
III.3 O problema da firma competitiva 
A firma competitiva se caracteriza pela hipótese de que toma os preços dos insumos e 
produtos como dados. 
 - 11 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
A questão do objetivo de uma firma tem sido bastante discutido na literatura. 
Usualmente se supõe que a firma procura maximizar seu lucro baseado na idéia de que a 
firma é dirigida por seus donos. Neste caso é natural que esses queiram obter o máximo lucro. 
Todavia, muitas vezes a firma é dirigida por diretores e gerentes contratados. Nestes casos 
estes diretores e gerentes podem ter objetivos pessoais que fazem com que a firma se desvie 
do comportamento maximizador de lucro. Este é uma das situações mais importantes do 
problema do principal-agente, que será estudado mais a frente neste curso. Por enquanto 
suporemos que o objetivo da firma é maximizar o lucro. Supondo que a firma só produza um 
bem a partir de 2 insumos , podemos descrever o problema da firma como: 
 ( )
1 2
1 2 1 1 2 2, 0
max ,
x x
p f x x w x w x
>
− − (1.16) 
C.P.O. 
( )* *1 2,
i
i
f x x
p w
x
∂ =∂ 
onde 
i
f
x
∂ =∂ produtividade marginal e i
fp
x
∂
∂ = valor da produção marginal. Se f é 
côncava, então 
2
2 0
i
f
x
∂ <∂ 
w
ix
∗ 
i
fp
x
∂
∂
 
i.e., o valor da produtividade marginal do insumo é igual ao seu preço. Os argumentos da 
solução 1 , 2x x
∗ ∗
2 dependem dos valores de 2, ,p w w e da tecnologia. Se a tecnologia for 
constante, então: 
 - 12 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
 (1.17) 
( )
( ) ( )( ) ( )
1 2
2 2 1 2 1 2
, ,
, , , , , , ,
i ix x p w w
y f x p w w x p w w y p w w
∗
∗
=
= =
( 1 2, ,y p w w ) é a função oferta e ( )1 2, ,ix p w w é a função demanda por insumos. 
Ex: Suponha ( ) 1 12 21 2 1 2,f x x x x= + 
( ) ( )1 12 21 2 1 2 1 2 1 1 2, 2pf x x wx wx p x x w x w xπ = − − = + − − 
1
2
1
2
2
1 1 1 1
1 11
0 
2 22
p px w w x
x wx
π −  ∂ = − = ∴ = =  ∂  
p 
1
2
2
2 2 2
2 2
0 
2 2
p px w x
x w
π −  ∂ = − = =    
Função oferta: 
1 2 1 2 1 2
1 1 1 1
2 2 2 2 2
p p py p
w w w w w w
  = + = + = +    

 
Exemplo: Função de produção Cobb-Douglas 
( )1 2 1 2, 1a bf x x x x a b= + < 
( )1 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2 2, a bp f x x w x w x px x w x w xπ = − − = − − 
1 1 2
1 2 1 1
1 1
 0 0
a b
a b x xp a x x w p a w
x x
π −∂ = − = ∴ −∂ = 
1 1 2
1 2 2
2 2
 0 
a b
b a x x
2p b x x w p b wx x
π −∂ = − = ∴∂ = 
1 1 1
1
 p a ypy xw x
w
= = 
2 2 1
2
 pa ypy x w x
w
= = 
 - 13 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
Pela função de produção: 
1 2
a b
pa y pb y y
w w
   × =      
 
1 2
a b
a bpa pb y y
w w
+    ′× =      
 
1
1 2
a b
a bpa pb y
w w
− −   × =      
 
1 1
1 2
a b
a b a bpa pby
w w
− − −   =       
−
 
1 1
1
1 1 2
a b
a b a bpa pa pbx
w w w
− − −   =       
−
 
1
1 1
1 2
b b
a b a bpa pb
w w
−
− − −   =       
−
 
 
III.4 Curto X longo prazo 
No curo prazo alguns insumos estão fixos. Suponha que o insumo 2 seja fixo no curo 
prazo no nível 2x . Então, a maximização desta função é: 
( ) ( )
1
1 2 1 2 1 1 2max , , ,x 2p w w pf x x w x w xπ = − − 
( )*1 2
1
1 1
,
0
f x x
p w
x x
π ∂∂ = − =∂ ∂ 
Portanto, o lucro máximo não depende dos preços dos insumos fixos. 
 - 14 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
III.5 Lucro X retorno de escala 
Se a firma tem tecnologia com retorno de escala crescente i.e., se: 
( ) ( )1 2 1 2, , f x x f x xλ λ λ> então, 
( ) ( )1 2 1 2 1 1 2 2, ,x x pf x x w x w xπ λ λ λ λ λ λ= − − > 
( )1 2 1 1 2 2,pf x x w x w xλ> − −   
Neste caso não existe solução para o problema de maximização em mercados 
competitivos. Todavia, como o custo unitário de produção é decrescente, a tendência é que 
apenas uma firma sobreviva no mercado. Este é um dos casos de monopólio natural. 
Se a firma tem retorno de escala constante então ( ) (1 2 1 2, ),x x xπ λ λ λπ= x
)
. Logo se 
( 1 2,x x∗ ∗∃ tal que então ( )1 2,x xπ ∗ ∗ > 0 ( ) ( )1 2, ,1 2x xπ λ λ x xλπ∗ ∗ = ∗ ∗ . Como λ pode ser tão 
grande quanto se queira, maxπ = ∞ . Portanto, retorno de escala constante só tem solução se o 
lucro máximo , i.e., 0=
( )1 1 2, 0x xπ ∗ ∗ = 
IV Minimização de Custos 
Quando uma firma maximiza lucros ela escolhe um certo nível de produção y∗ e 
simultaneamente minimiza os custos para aquele nível de produção. Se não fosse assim, 
haveria uma maneira mais barata de se produzir y∗ , o que implicaria que aquela decisão 
inicial de maximizar lucros não teria de fato maximizado. 
Todavia, é interessante separar o problema de maximização de lucros com o problema 
de minimização de custos. Em muitas situações econômicas fica bem mais fácil resolver o 
problema de maximização de lucros dessa forma. 
 - 15 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
IV.1 A minimização de custos. 
Para simplificar a análise suponhamos que existam apenas dois insumos de produção 
e um produto. A tecnologia é capturada pela função de produção ( 1 2, )f x x onde ix é a 
quantidade utilizada do insumo i na produção. ( )1 2,f x x é a produção máxima que se pode 
obter usando ix do insumo 1 e 2x como insumo . 2
O problema de minimização de custos pode ser expresso como minimizar o dispêndio 
necessário para se produzir a um determinado nível de produção, i.e, 
 
( )
1 2
1 1 2 2,
1 2
min
s.a.
,
x x
w x w x
f x x y
+
=
 (1.18) 
Construindo o Lagrangeano: 
( ) ( )( )1 2 1 1 2 2 1 2, , ,L x x w x w x y f x xµ µ= + + − 
As condições de primeira ordem do problema 
( ) ( )1 2 1 2
1
1 1
, ,
0
1
f x x f x xL w w
x x
µ µ∂ ∂∂ = − = ∴ =∂ ∂ ∂x 
( ) ( )1 2 1 2
2 2
2 2
, ,
0
2
f x x f x xL w w
x x
µ µ∂ ∂∂ = − = ∴ =∂ ∂ x∂ 
( )1 2,L y f x xµ
∂ = −∂ 
 Dividindo a primeira C.P.O pela segunda obtém-se que: 
 
( )
( )
1 2
1 1
1 22
2
,
,
f x x
w x
f x xw
x
∂
∂= ∂
∂
. (1.19) 
 - 16 -
Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
 Esta condição, que preços relativos dos insumos é igual a taxa marginal de 
substituição técnica, é um resultado que tem uma interpretação econômica interessante. O 
lado esquerdo da expressão representa a taxa como o mercado troca um insumo pelo outro. O 
lado direito representa a taxa como os insumos são trocados na produção sem alterar o nível 
produzido. Se ambos não são iguais existe oportunidade de se produzir o mesmo nível de 
forma mais barata. O gráfico a seguir representa geometricamente a expressão (1.19). 
2x
∗
 
1x
∗
1x
2x 
( )1 2,f x x y=
 
A expressão (1.19) estabelece uma relação entre 1x e 2x . Explicitando uma variável 
em função da outra e substituindo na terceira condição de primeira ordem, que nada mais é 
que a própria função de produção, encontra-se a cesta de insumos que minimiza o custo 
*
1 ,
*
2x x . Esta cesta depende dos preços dos insumos e do nível de produção desejado, isto é: 
 
( )
( )
*
1 1 1 2
*
2 2 1 2
, ,
, ,
x x y w w
x x y w w
=
= (1.20) 
Cada uma das funções da expressão (1.20) é chamada de demanda condicional por 
insumo. Substituindo a cesta que minimiza o custo na função objetivo do problema de 
minimização de custo (expressão (1.18)), obtém-se a função custo: 
 ( ) ( ) ( )1 2 1 1 1 2 2 2 1 2, , , , , ,C w w y w x w w y w x w w y= + (1.21) 
Exercício: Calcule as funções demanda por insumos e as funções custo das seguintes funções 
de produção: 
( ) { }
( )
( )
1 2 1 2
1 2 1 2
1 2 1 2
, min ,
,
, a b
f x x ax bx
f x x ax bx
f x x x x
=
= +
=
 
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Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
IV.2 Custo e retorno da escala 
Se a função de produção apresenta retornos constantes de escala, então a função de 
custo pode ser expressa como: 
( ) ( )1 2 1 2, , ,C w w y C w w y= 
Vamos verificar esta afirmação. Fixemos o caso de 1y = . Verifiquemos primeiro se 
a tecnologia tem retornos constantes de escala então: 
( ) ( )1 2 1 2, , , ,1C w w y C w w y= 
Se isso não for verdade, então: 
( ) ( )1 2 1 2, , , ,1C w w y C w w y< 
Seja *1 ,
*
2x x a cesta que soluciona (1.18) para produzir y unidades e 
' '
1 2,x x a cesta que 
soluciona (1.18) para produzir 1 unidade. Então 
( )1 1 2 2 1 1 2 2,w x w x w x w x y∗ ∗ ′ ′+ < + 
Mas como ( )1 2,f x x y∗ ∗ = e a função de produção tem retornos constantes de escala, 
fazendo 1 yλ = obtemos: 
1 2
1 1, 1yf x x
y y y
∗ ∗  = =   . 
Da expressão anterior obtemos que: 
( )1 1 2 2 1 1 2 21w x w x w x w xy∗ ∗ ′ ′+ < + 
1 2
1 2 1 1 2
x xw w w x w
y y
∗ ∗ 
2x′ ′+ < +  
 
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Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
O que não pode ser verdade pois ( )1 2,x x′ ′ é a combinação de insumos que minimiza 
o custo entre as combinações de insumos que podem produzir uma unidade de produto. 
Agora tomando ( ) ( )1 2 1 2, ,w C w w= ,1C w obtemos o resultado que queriamos 
demonstrar. 
 C.Q.D 
Se o retorno da escala é crescente, então: 
( ) ( )1, 2 1 2, ,C w w y C w w y< ,1 
Se o retorno da escala é decrescente, então: 
( ) ( )1 2 1 2, , , ,1C w w y C w w y> 
IV.3 Custo médio 
Podemos definir a função custo médio como: 
CAC
y
= 
( ) ( )1 21 2 , ,, , C y w wAC y w w y= 
Se tecnologia tem retornos constantes de escala 
( ) ( ) ( )1 21 2 1 2, ,1, , , ,1C w w yAC w w y C w wy= = 
i.e., o custo médio não depende da escala de produção. 
IV.4 Custo e prazos 
A função de custo de curto prazo é aquela que tem algum insumo fixo. A função de 
custo de médio prazo é aquela que tem todos os insumos variáveis (caso estudado 
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Microeconomia para Finanças Paulo Coutinho 
 - 20 -
anteriormente). No longo prazo a função de custo envolve o custo de entrada e saída do 
mercado 
No caso de dois insumos, sendo o insumo 2 fixo no curto prazo, o problema de 
minimizar o custo no curto prazo é: 
1 1 1 2 2min x w x w x+ 
s.a. 
( )1 2,f x x y= 
Embora nesse problema com dois insumos a solução seja trivial, ela nem sempre o é. 
Geralmente a solução dá: 
( )1 1 1 2 2, , ,sx x w w y x= e 
( ) ( )1 2 2 1 1 1 2 2 2, , , , , ,ssC y w w x w x w w y x w x= + 2 
Fato: 
( ) ( )( )1 2 1 2 2 1 2, , , , , , ,sC y w w C y w w x w w y= 
Isto é, o custo de médio prazo é igual ao custo de curto prazo quando a quantidade do 
insumo fixo no curto prazo é igual à quantidade desse insumo que minimiza o custo no longo 
prazo. 
	Introdução
	Tecnologia
	Insumos e produtosEstoques e fluxos
	Restrições tecnológicas
	Propriedades da Tecnologia
	Produtividade marginal ou produto marginal
	Taxa de substituição técnica
	Produtividade marginal decrescente
	Taxa de substituição técnica decrescente
	Tecnologia e prazos
	Retornos de escala
	Elasticidade de substituição
	Maximização de lucros
	Lucros
	Lucro Econômico X Lucro Contábil.
	O problema da firma competitiva
	Curto X longo prazo
	Lucro X retorno de escala
	Minimização de Custos
	A minimização de custos.
	Custo e retorno da escala
	Custo médio
	Custo e prazos

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