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Estruturas de Mercado e Tomada de Decisão Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Bruno Leonardo Silva Tardelli Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos Produção • Introdução • Função de produção • Curto prazo e longo prazo • Análise de curto prazo • Análise de longo prazo • Considerações finais O objetivo desta Unidade é: · Descrever economicamente a produção da empresa, mostrando a evolução dela, em curto e longo prazo, quando se alteram o volume de produção e da composição dos fatores de produção. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta unidade, serão discutidos aspectos relacionados à produção, tanto no curto quanto no longo prazo. Portanto, preste bastante atenção às diferenças para melhor compreensão do tema abordado, bem como às atividades propostas na unidade. ORIENTAÇÕES Produção UNIDADE Produção Contextualização Leia a charge a seguir no link abaixo: http://fotos.sapo.pt/EngWW3Z1obQanFq6hudY/ Ex pl or A charge remete ao conceito de margem, que é fundamental para o entendimento dos conceitos de produto marginal e Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST), como também está intimamente relacionada à Lei dos Rendimentos Decrescentes. 6 http://fotos.sapo.pt/EngWW3Z1obQanFq6hudY/ 7 Introdução Do ponto de vista microeconômico, a empresa sempre busca a maximização do lucro. Para tal, precisa utilizar métodos produtivos que tragam melhor resultado. A presente Unidade tem por objetivo central salientar conceitos sobre produção do ponto de vista do estudo microeconômico. Adicionalmente, deve-se levar em consideração que existe uma diferença fundamental na microeconomia: o curto e o longo prazo. O estudo da produção está dividido nesses dois grupos de análise. Os tópicos a serem explorados nesta Unidade são: • O significado de uma função de produção; • As diferenças entre o curto prazo e longo prazo no estudo microeconômico; • O conceito de Produto Médio e Produto Marginal; • A descrição da Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes; • O conceito de Isoquanta; • O conceito e as implicações da Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST); • O conceito de rendimentos de escala e suas ramificações. Função de produção Qualquer empresa necessita de insumos para produzir. Os fatores de produção são esses insumos e abrangem o trabalho, a matéria-prima, as instalações, o terreno, as máquinas e equipamentos, entre outros. A fim de simplificar, podem- se concentrar os fatores de produção em trabalho (força de trabalho), matéria- prima (ingredientes diretos e que estariam presentes no produto final) e o capital (instalações, equipamentos, máquinas, entre outros). Nesta Unidade, somente os fatores estarão restritos a trabalho (T) e capital (K), com o objetivo de facilitar o entendimento acerca do assunto. A composição dos insumos utilizados para elaborar qualquer bem ou serviço dependem da tecnologia de produção. Essa tecnologia, por sua vez, está representada na função de produção. Uma função de produção “[...] mostra o produto máximo que uma empresa pode obter para cada combinação específica de insumos.” (PINDYCK e RUBINFELD, 2010, p. 171) e pode ser exemplificada por: q = F (K,T) Em que T é a quantidade de trabalho, K é a quantidade de capital e q é a produção gerada a partir da quantidade de insumos T e K. 7 UNIDADE Produção Curto Prazo e Longo Prazo Uma questão fundamental que é abordada na microeconomia é a distinção entre o curto prazo e longo prazo. No estudo microeconômico, essa diferença não está em um tempo determinado, mas sim na modificação dos fatores de produção. Para entender tal questão, vamos analisar uma empresa montadora de alguns tipos de veículos leves (automóveis e motos). Em determinado período, essa empresa poderia contratar/demitir alguns funcionários, ou, ao invés disso, aumentar sua capacidade de produção de veículos com a aquisição de novo maquinário, por exemplo. Entretanto, isso seria uma medida de curto prazo. O período no qual a empresa não conseguiria reagir com a alteração da quantidade aplicada de todos os fatores de produção seria o curto prazo (pelo menos um dos fatores de produção é fixo). Por outro lado, quando a empresa é capaz de alterar todos os fatores de produção, é denominado longo prazo, ou seja, a empresa teria condições de tornar variáveis todos os insumos de produção. Formalmente, o curto prazo é o “[...] período em que as quantidades de um ou mais fatores não podem ser modificados.” (PINDYCK e RUBINFELD, 2010, p. 171) e o longo prazo seria o “[...] tempo necessário para que todos os insumos de produção possam se tornar variáveis.” (PINDYCK e RUBINFELD, 2010, p. 171). Análise de Curto Prazo A análise de curto prazo da produção passa pelos conceitos de produto médio, produto marginal e Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes, que serão vistos a seguir. Produto Médio, Produto Marginal e Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes Neste momento, a unidade será trabalhada visando à análise do curto prazo, a partir dos conceitos de produto médio e produto marginal. Se, no curto prazo, pelo menos um dos insumos é considerado fixo, será exemplificado o caso em que a quantidade de trabalho (T) é variável e a quantidade de capital (K) como fixo. Considere uma empresa produtora de móveis que possui uma restrição de alterar a composição de capital no curto prazo. Como o capital está restrito, tem- se em mente que a planta industrial, as máquinas, os equipamentos e qualquer tipo de instalação serão vistos como constantes (fixos). Por outro lado, a quantidade de trabalhadores envolvidos na produção será variável. 8 9 Imagine que a empresa possua nenhum funcionário. Nesse cenário, a empresa poderia não ter qualquer produção. Em um segundo cenário, imagine que a empresa tenha 10 funcionários. Nesse segundo cenário, já poderia ter alguma produção. Entretanto, se sempre aumentasse o número de funcionários, a empresa teria elevação na quantidade produzida? Qual seria o número de funcionários para a empresa produzir o máximo com o capital (K) que está investido? Será que o número de funcionários ideal seria infinito ou haveria um equilíbrio neste número de trabalhadores? Para responder a essas perguntas, analise o seguinte raciocínio: imagine que a fábrica de móveis tenha 1000 funcionários, de modo que, com esta quantidade, conjuntamente, eles ocupem todo o espaço físico da empresa e permaneçam praticamente grudados um ao outro. Será que, com essa quantidade de trabalhadores, a produção seria mais eficiente em relação a uma quantidade menor? Obviamente, não. Sem espaço para se moverem, os funcionários pouco produzirão e, quando se está analisando a eficiência produtiva, não se está referindo, no momento, à questão dos custos com os funcionários. Isso, aqui, apenas diz respeito à produção. A partir do raciocínio, poder-se-ia pensar em reduzir a quantidade de trabalhadores. Entretanto, se a empresa tiver apenas 10 funcionários, por exemplo, esta quantidade pode ser insuficiente para produzir a capacidade máxima, dado o porte atual da estrutura da empresa. Então, existirá um número ideal de trabalhadores, que irá fornecer a produção máxima. Esse raciocínio é a essência do conceito de produto marginal e a Lei dos Rendimentos Decrescentes – a qual será vista adiante –, como também possui relação com o produto médio dos fatores de produção. Observe a Tabela 1, que apresenta os conceitos, significado e as respectivas equações para cálculo de produto marginal e produto médio. Tabela 1 – Produto Marginal (PMg) e Produto Médio (PMe) Conceito Significado Equação Produto Marginal (PMg) Produto adicional obtido quando se acrescenta uma unidade de determinado insumo. PMg = Variação na quantidade de insumos Variação do produto total Produto Médio (PMe) Produto obtido por unidade de determinado insumo. PMe = Quantidade de insumos Produto total Fonte: Pindick e Rubinfeld (2010, p.172 e 173). Dado que o produto marginal (PMg) pode ser visto como o “[...] produto adicional obtido quando se acrescenta uma unidade de determinado insumo.” (PINDICK e RUBINFELD, 2010), caso se deseje encontrar o produto marginal do trabalho, deve-se avaliar a produção ocorrida anteriormente ao acréscimo da unidade de trabalho, como também após o acréscimo. Para melhor compreensão, observe a Tabela 2. Esta tabela apresenta um exemplo prático para uma empresa em que o insumo capital é fixo no curto prazo e o insumo trabalho é variável. 9 UNIDADE Produção Antes da análise completa da Tabela 2, verifique que a empresa do exemplo possui 80 unidades de capital aplicados no processo produtivo, sendo este o insumo fixo. Além disto, observe que, na primeira coluna a quantidade de trabalhador está variando. A partir da variação da quantidade de trabalhadores, é possível constatar a variação na produção total (q), no produto médio do trabalho (qt ) e no produto marginal do trabalho (PMgT). Tabela 2 – Produção no curto prazo (trabalho variável e capital fixo) Quantidade de Trabalhadores (T) Quantidade de Capital (K) Produto Total (q) Produto Médio do Trabalho (q/T) Produto Marginal do Trabalho 0 80 0 - - 1 80 30 30 30 2 80 90 45 60 3 80 180 60 90 4 80 240 55 60 5 80 270 54 30 6 80 270 45 0 7 80 210 30 -60 Fonte: elaboração própria. Observando a Tabela 2, verifica-se que a quantidade de trabalhadores varia de 0 a 7. Considere a situação inicial com nenhum trabalhador. Naturalmente, nessa situação, a produção é zero. Ao se adicionar um funcionário, a produção passou de zero para 30. Isso significa que o produto marginal do trabalho (PMgT) foi de 30, pois: PMgT = 30= = =Variação na quantidade de trabalhadores ∆T 1 Variação do produto total ∆q 30 Analogamente, ao modificar a modificar o número de trabalhadores de 1 para 2, temos ∆T = 1 e, PMgT = 60= = =Variação na quantidade de trabalhadores ∆T 1 Variação do produto total ∆q 60 Assim por diante, gerando os produtos marginais de 90, 60, 30, 0 e -60 respectivamente. Quando a produção é zero, o produto médio do trabalho (PMeT), também é zero. Ao contratar um funcionário, a empresa passa a produzir 30 unidades e, portanto, a média de produção por trabalhador é 30, pois: 10 11 PMeT = 30= = =Quantidade de trabalhadores T 1 Produto total q 30 Ao contratar o segundo trabalhador, a empresa teria uma produção total de 90 unidades. Deste modo: PMeT = 45= = =Quantidade de trabalhadores T 2 Produto total q 90 Importante! Calcule todos os demais PMgT e PMeT da tabela 2 para verificar se você entendeu os conceitos! Importante! A partir do conceito de produto marginal, pode-se agora explorar uma lei muito conhecida no estudo microeconômico: a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes. Relacionando a presença de dois insumos, capital e trabalho, sendo este variável e aquele fixo, Pindyck e Rubinfeld (2010) explicam a lei da seguinte forma: A lei dos rendimentos marginais decrescentes diz que, à medida que aumenta o uso de determinado insumo em incrementos iguais (mantendo-se fixos os demais insumos), acaba-se chegando a um ponto em que a produção adicional resultante decresce. Quando a quantidade utilizada do insumo trabalho é pequena (e o capital é fixo), pequenos incrementos de insumo trabalho geram substanciais aumentos no volume de produção, à medida que os funcionários são admitidos para desenvolver tarefas especializadas. Inevitavelmente, entretanto, a lei dos rendimentos marginais decrescentes entra em ação. Quando houver funcionários em demasia, alguns se tornarão ineficientes e o produto marginal do insumo trabalho apresentará queda. (PINDICK e RUBINFELD, 2010, p.175) Ao analisar o parágrafo com a explicação da Lei dos Rendimentos Decrescentes, fica evidente que seria natural a oscilação do produto marginal, de modo a ter um valor zero quando o produto total está no máximo (no exemplo da tabela 2, o produto máximo é 270 Unidades). A Lei dos Rendimentos Decrescentes atesta que, conforme o número de insumos cresce – no caso do exemplo, os insumos são os trabalhadores –, haveria um momento no qual o produto que um trabalhador adicional poderia gerar seria menor que o fornecido pelos primeiros funcionários contratados. Isso ocorre no curto prazo, pois existe uma limitação do insumo capital a ser utilizado. 11 UNIDADE Produção Importante! Imagine que você está trabalhando na linha de produção de uma montadora de automóveis. Agora, considere que a empresa contrate um funcionário por dia e mantenha as instalações com o mesmo espaço físico e mesmas máquinas. O que acontecerá um dia? Provavelmente, ao invés de ajudarem como os primeiros contratados, os trabalhadores podem começar a não render na mesma magnitude. Esta é a essência da Lei dos Rendimentos Decrescentes. Trocando ideias... Para aproveitar a linha de raciocínio, a Lei dos Rendimentos Decrescentes pode atuar de tal forma na produção até chegar ao ponto de tornar o produto marginal do insumo (no exemplo, o trabalho) negativo. O que isso significa? Significa que, ao invés de haver alguma contribuição na produção, os trabalhadores adicionais passam a atrapalhar a produção dos demais funcionários, de modo que a produção total começa a diminuir. Esse é o caso do exemplo da tabela 2 quando se adiciona o sétimo colaborador. A empresa passa a produzir 210 unidades no período, ao invés de 270 unidades com 6 funcionários. Assim, a PMgT entre o sexto e o sétimo trabalhador é negativa em 60 unidades de produção. Análise de longo prazo Na análise de curto prazo, foi exemplificada a presença de dois insumos, sendo um deles fixo (o capital), e o outro, variável (o trabalho). No entanto, neste momento, será iniciada a análise de longo prazo. Conforme dito anteriormente, esta se caracteriza por ser o período no qual todos os insumos podem variar. Sendo assim, a exemplificação passa a tratar tanto o capital quanto o trabalho como variáveis. Isoquantas A produção de qualquer bem normalmente pode ser realizada a partir de diversas formas, ou seja, com distintas tecnologias de produção. Isso implica que diversas combinações entre capital e trabalho poderiam ser utilizadas. Em países onde o custo com mão de obra é barata, pode ser normal encontrar processos de produção que envolvam concentração relativamente maior de trabalhadores do que capital. Por outro lado, em países que há relativa escassez de mão de obra, o seu custo pode ser elevado o suficiente para incentivar o desenvolvimento de equipamentos que substituam, pelo menos em parte, a participação dos trabalhadores na produção de bens. 12 13 Dessa forma, a produção de um bem X qualquer, por exemplo, que é realizada com uso de 5 trabalhadores e 500 reais de capital, também poderia ser feita com 1 trabalhador e R$ 2.000,00, a partir de um maquinário mais desenvolvido. As diversas formas de combinar insumos para produzir a mesma quantidade de produtos finais gera o que se chama de isoquanta. Formalmente, isoquanta é a “[...] curva que mostra todas as combinações possíveis de insumos que geram o mesmo volume de produção.” (PINDYCK e RUBINFELD, 2010, p. 180). A partir do exemplo de Pindyck e Rubinfeld (2010, p.181), o qual apresenta curvas de isoquantas e alguns pontos possíveis é fácil entender o conceito. Observe os dados da Tabela 3. Os valores indicam algumas possibilidades de se chegar à produção de 55 e 90 unidades por ano. Uma combinação para se chegar ao resultado 55 unidades produzidas nesse período poderia ser, por exemplo, uma unidade de trabalho e três unidades de capital, ou o contrário (pontos A e D no gráfico 1, respectivamente). Da mesma forma, para produzir 90 unidades por ano, poder-se-ia utilizar 3 unidades de trabalho e 3 unidades de capital ou, por exemplo, 2 unidades de trabalho e 5 unidades de capital (pontos C e E do Gráfico 1 respectivamente). Tabela 3 – Produção de mesas de madeira (capital e trabalho variáveis)Trabalho Capital Produção 1 3 55 3 1 55 Trabalho Capital Produção 3 3 90 2 5 90 Gráfico 1 – Mapa de Isoquantas 13 ya_le Realce ya_le Nota continuar daqui UNIDADE Produção Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST) No longo prazo, a firma não estará mais limitada pela fixação de insumos. A possibilidade de variar todos os insumos no longo prazo trará à empresa a possibilidade de encontrar diversas formas de alcançar um mesmo nível de produção, de modo a construir uma isoquanta. Entretanto, uma isoquanta revela mais do que simplesmente revelar as formas de se ter o mesmo patamar produtivo. Cada ponto de uma isoquanta revelará uma inclinação, que pode ser a mesma ao longo da curva, no caso de insumos que sejam substitutos perfeitos, ou uma inclinação distinta a cada ponto. A inclinação de cada ponto (ou de um trecho) revelará a taxa marginal de substituição técnica entre os fatores de produção, também conhecida como taxa marginal de substituição técnica (TMST). A ideia da TMST é de que, ao deixar de utilizar uma determinada quantidade de um tipo de insumo, deve-se acrescentar uma quantidade de outro insumo caso se queira manter o mesmo nível de produção, Por exemplo, se, ao produzir uma mesa em uma marcenaria, utilizam-se 5 funcionários e 1 máquina; ao utilizar um maquinário inferior, para que a produção da referida mesa ocorra, é necessário o acréscimo de trabalhadores, ou, pelo menos, o uso de mais horas de trabalho dos atuais funcionários. A variação da quantidade do insumo que deixou de ser usado e a variação da quantidade do insumo que passou a ser acrescentado será a base para estabelecer o valor da TMST. Conforme Pindyck e Rubinfeld (2010), a taxa marginal de substituição técnica (TMST) é a quantidade que se pode reduzir um determinado insumo quando se eleva uma unidade de outro insumo, de modo a manter a produção constante. O Gráfico 2 apresenta o caso utilizado por Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 182) para exemplificar o valor da TMST. O exemplo trata da substituição gradativa de unidades de capital por unidades de trabalho, mantendo-se constante a produção em 75 unidades por ano. 14 15 Gráfico 2 – Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST) Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2010)/ Fernando e Ivonn Quijano (2010). Pode-se observar que, ao substituir, em um primeiro momento, duas unidades de capital por uma unidade adicional de trabalho, a produção ao nível de 75 unidades por ano é mantida. Assim, a taxa marginal de substituição técnica no intervalo entre A e B é de 21 , que é igual a 2. Num segundo instante, entre B e C, revela-se que, para manter a produção constante, apenas uma unidade de capital seria necessária de ser reduzida com a contrapartida da adição de uma unidade de capital, para manter a produção constante. Assim, a TMST é de 11 , ou seja, igual a 1. Analogamente, entre C e D e D e E, a TMST é de 23 e 1 3 , respectivamente, a partir dos valores de ∆K e ∆T . A equação formal da TMST será: TMST = - ∆L ∆K Um comentário adicional é necessário para explicar a equação anterior. A apresentada no exemplo é sempre negativa, pois existe redução do uso deste insumo. Assim, entre A e B: • ∆K = quantidade final de capital-quantidade inicial de capital = 3 - 5= -2 Por outro lado, existe adição de uma unidade de trabalho entre A e B, sendo: • ∆T= quantidade final de trabalho-quantidade inicial de trabalho = 2 - 1= 1 Convencionalmente, trata-se a TMST com o sinal positivo. Portanto, para tornar o resultado positivo, aplica-se o sinal negativo na frente da relação ∆L ∆K . Então, TMST = 2- -= = ∆L 1 ∆K (-2) 15 UNIDADE Produção Rendimentos de Escala O estudo dos rendimentos de escala está inserido na análise de longo prazo. Nesse sentido, considera a variação de todos os insumos necessários à produção de um bem ou serviço. Analisar os rendimentos de escala é o mesmo que verificar a reação da quantidade produzida em relação a uma variação na mesma proporção de todos os insumos. Formalmente, os rendimentos de escala “[...] referem-se à proporção de aumento na quantidade de produto quando os insumos aumentam proporcionalmente entre si.” (PINDYCK e RUBINFELD, 2010, p. 186). Didaticamente, em geral, a literatura microeconômica refere-se a dobrar a quantidade de todos os insumos e verificar a reação da produção. A partir desse experimento, existem três possibilidades, quais sejam: • 1) Rendimentos Decrescentes de Escala; • 2) Rendimentos Crescentes de Escala; • 3) Rendimentos Constantes de Escala. Os rendimentos decrescentes de escala ocorrem quando ao dobrar a quantidade de insumos, a produção menos que dobra. Por exemplo, suponha que, utilizando 2 trabalhadores e 500 reais de capital, uma fábrica de móveis consegue produzir 10 mesas. Caso a empresa tenha 4 trabalhadores (o dobro), 1000 reais de capital (o dobro) e produza: • menos do que 20 mesas (menos que o dobro): a empresa estará operando com rendimentos decrescentes de escala, o que aponta a existência de problema organizacional, devido à incapacidade de a empresa expandir, pelo menos na mesma proporção à taxa de crescimento dos insumos. Nesse caso, há uma redução da produtividade dos insumos, pois, ao aumentar a quantidades deles, a produção não se eleva nem mesmo em igual proporção. • mais do que 20 mesas (mais que o dobro): a empresa estará operando com rendimentos crescentes de escala, fato que mostra ser interessante a expansão da empresa, pois se aumenta a produção em uma velocidade maior que o ritmo da quantidade de fatores de produção, tendo-se, portanto, um custo relativamente menor com estes. Existe um aumento da produtividade dos insumos, de modo que conforme se aumenta a quantidade de insumos, a produção eleva-se mais que proporcionalmente a este aumento. • exatamente 20 mesas (igual ao dobro): a empresa estará operando com rendimentos constantes de escala, de modo que a escala não afeta a produtividade dos insumos. 16 17 A Tabela 4 resume a explicação formal de cada um dos casos supracitados. Tabela 4 – Conceitos de Rendimentos Decrescentes, Crescentes e Constantes de Escala. Caso Significado didático Rendimentos Decrescentes de Escala Situação em que a produção aumenta em menos do que o dobro quando se dobram a quantidade de todos os insumos. Rendimentos Crescentes de Escala Situação em que a produção cresce mais do que o dobro quando se dobram a quantidade de todos os insumos. Rendimentos Constantes de Escala Situação em que a produção dobra quando se dobram a quantidade de todos os insumos. Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2010). Considerações finais Parabéns, aluno(a)! Você chegou ao final desta Unidade. Nesta, foi possível a realização da análise de curto e longo prazo do estudo microeconômico da produção. Os conceitos fundamentais para o entendimento da espinha dorsal da Unidade são os de Produto Marginal, Isoquanta, Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST) e Rendimentos De Escala. Além disso, a Lei dos Rendimentos Decrescentes também é importante, de modo a explicar a dinâmica das curvas relacionadas à produção. Confira as atividades desta Unidade para poder fixar e ampliar a percepção do conteúdo da Unidade. 17 UNIDADE Produção Material Complementar Sites A coluna A vergonha brasileira e o exemplo da Coreia, de Marcos Cintra, publicada no portal 247, em 12 de março de 2014, discute o problema da produtividade marginal do trabalho no Brasil. Acesse o link abaixo para acompanhar a reportagem: http://goo.gl/ZWolAL 18 http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/132971/A-vergonha-brasileira-e-o-exemplo-da-Cor%C3%A9ia.htm http://goo.gl/ZWolAL 19 Referências INDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. VASCONCELLOS, M. A. S.; OLIVEIRA, R. G.; BARBIERI, F. Manual de Microeconomia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. VARIAN, H. R. Microeconomia: Princípios Básicos. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. 19
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