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INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS

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INTEGRAÇÃO DAS NORMAS
Ao compreendermos o ordenamento jurídico, percebemos que há uma plenitude relacionada às normas elencadas. Isso quer dizer que o direito, em se tratando de suas regras, está organizado para efetuar uma deliberação que solucione qualquer conflito social. Na prática, é dever do magistrado executar decisões conforme previsto em leis. 
Porém, há situações em que o conflito social não está previsto no ordenamento jurídico, sendo assim, o magistrado é obrigado a preencher esta lacuna. Neste caso, esta lacuna é a propriamente dita, diferentemente da antinomia que é quando uma norma contradiz outra. Ao promover este preenchimento da lacuna, refere-se à integração da norma. Desta forma, presume-se que o ordenamento jurídico é composto por leis que preveem todos os conflitos e fatos sociais, e que a existência de uma lacuna refere-se a uma exceção à regra. 
Deparando-se com a inexistência da lei adequada ao fato, o juiz (magistrado) deverá elaborar uma norma sentencial com base em fontes diversas e solucionará o conflito. É notável que este método aplicado pelo juiz somente preenche a lacuna, mas não incorpora absolutamente nada no ordenamento jurídico. Essa situação pode ser explicada devido à falta de uma norma legal apta a solucionar o conflito e que só pode ser resolvida, absolutamente, pela publicação de uma lei. Como o Poder Judiciário (magistrado) não é dotado do poder de elaborar normas, mas apenas sentenças, ainda que ele determine um critério para resolver o caso concreto, não supre a falta da lei, que insistirá para futuras situações conflituosas.
Determinado assunto está fundamentado no art. 4º da LINDB (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro), que tem a seguinte redação:
“Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.”
Juntamente com o Art. 5º, inc. XXXV da Constituição Federal, que determina:
 “(...)XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”
Existem dois tipos de mecanismos para a integração das normas. A auto-integração é quando o juiz preenche a lacuna utilizando recursos da própria fonte de direito (legislação), geralmente através da analogia devido ao fato de fornecer um critério para a solução do conflito recorrendo-se a análise das leis.
Já a heterointegração é o preenchimento da lacuna pela utilização de normas ou preceitos derivados de outra fonte de direito como os costumes, os princípios gerais do direito, a equidade, a jurisprudência e a doutrina.
Analisemos, então, os três mecanismos previstos na lei para preencher a lacuna e falemos ainda da interpretação extensiva.
ANALOGIA
Analogia, neste entendimento, significa comparar. Estaremos diante da analogia quando comparamos um caso não previsto no ordenamento jurídico com outro(s) previsto(s). A semelhança do caso previsto com o caso não previsto é de fundamental importância, sendo assim será aplicado.
Existem dois tipos de analogia: analogia legis e a analogia iuris. 
A analogia legis é a aplicação de lei a caso semelhante por ela previsto, ou seja, parte de um preceito legal e concreto, e, posteriormente, faz sua aplicação aos casos similares. Já a analogia iuris é a aplicação de princípios de direito nos casos inexistência de norma jurídica aplicável.
A analogia nem sempre poderá ser aplicada em alguns casos. No direito penal, regras estruturais impedem a analogia em casos de tipificação de condutas, penalização e agravamento de condenação. Outro exemplo é no ramo do direito tributário e até mesmo em casos de restrição de direitos fundamentais.
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
Quando se trata de interpretação extensiva, o caso é previsto expressamente pela lei, porém com uma insuficiência ou impropriedade verbal. A má redação do texto é uma das causas que podem levar a não correspondência entre as palavras da lei e o caso. O juiz deve ampliar a significação das palavras para que englobe a situação e resolva a lacuna. Não é necessário que se utilize outra norma para comparar, como nos casos de analogia.
É necessário esclarecer a diferença entra interpretação extensiva e analogia, pois ambas tratam de lacunas no ordenamento jurídico. A interpretação extensiva ocorre em situações onde a lei do caso não determina situação imprevista, já a analogia ocorre quando não existe lei que trata determinado assunto, fazendo com que aplica-se norma de caso semelhante. 
Em outras palavras, a interpretação extensiva parte de uma lei mal redigida que deveria ter englobado o fato, enquanto a analogia parte de uma lei bem redigida que tratou de um caso parecido.
COSTUME
Costume é o comportamento que se repete ao longo do tempo. Há o costume quando as pessoas adquirem um hábito comportamental que dura muito tempo, praticando a conduta de forma natural. Torna-se uma fonte do direito quando podemos extrair, do comportamento, uma norma que seja considerada válida pelo ordenamento jurídico.
Como por exemplo: as pessoas antes de saírem de casa, costumam escolher uma roupa para determinada situação. Ninguém cogita a hipótese de sair de casa sem roupas, de modo que andar vestido em espaços públicos é um comportamento costumeiro. Portanto, é notável extrair a norma a partir deste comportamento: é obrigatório estar vestido em público (ou: é proibido andar nu em público). Tal norma costumeira pode ser considerada jurídica, pois corresponde aos dizeres das normas legislativas.
Praeter Legem, Secundum Legem e Contra Legem são espécies de costumes que são utilizadas, segundo o próprio significado das expressões em latim, quando a lei não existe/for omissa, de acordo com a lei, e contra a lei, respectivamente.
O costume secundum legem é aquele previsto pela lei que reconhece sua eficácia; o costume praeter legem é aquele revestido de caráter supletivo, que visa suprir a omissão da lei e o costume contra legem consistente na contrariedade da lei.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
Os princípios são as fontes fundamentais e essenciais para qualquer ramo do direito, influenciando tanto em sua formação como em sua aplicação.
Os princípios gerais do direito são as regras mais gerais que delimitam o ordenamento jurídico. Podem ser conceituadas regras das regras, pois aprovam a determinação da validade e do sentido das demais normas jurídicas. Além de aprovar, também, a integração do direito e a produção adequada de novas normas jurídicas, gerais ou concretas. 
Nem sempre um princípio jurídico esta concretizado em uma norma legislativa no ordenamento jurídico. Existem diversos princípios que orientam as aprovações do paragrafo anterior de forma que não precisem estar obrigatoriamente previstos em qualquer texto legal. Podemos utilizar como exemplo o princípio de que os pactos devem ser cumpridos, indispensável no ramo do direito contratual, mas não está positivado em nenhuma norma no ordenamento jurídico.
A Constituição Federal é precursora em se tratando de princípios positivados, de forma expressa em vários de seus artigos. O Princípio da Dignidade Humana está estabelecido no inciso III do art. 1º do referido código, de forma fundamental para o Estado brasileiro. Assim como o Princípio da Igualdade que está positivado no art. 5º do mesmo documento.
Quando o juiz se deparar com determinada lacuna ele poderá recorrer aos princípios gerais do direito e produzir uma norma de modo que autorize ao direito solucionar os conflitos sociais e realizar conceitos que proporcionam um bem comum.
CONCLUSÃO
Por força do inciso XXXV, art. 5º, da Constituição Federal e do art. 4º da LINDB (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro), o Poder Judiciário deve sempre apreciar os conflitos. Assim, deve encontrar uma lei para julgar um caso, com base em determinar um critério a partir da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito. 
Para encerrar, ressaltemos a obrigatoriedade do juiz em julgar a partir das leis. Contudo, por mais que suponha a plenitude das normas no ordenamentojurídico, não são todos os conflitos sociais que estão previstos em uma norma ou caso concreto. O magistrado estará diante a uma lacuna e deve, obrigatoriamente, preenchê-la recorrendo aos três mecanismos: analogia, aos costumes e aos princípios gerais do direito. Por ventura, o ordenamento jurídico pode até ter uma determinada norma, mas que não abrange situação ou conflito de forma clara, para resolver ou solucionar referente acontecido o juiz pode, também, fazer uso de uma interpretação extensiva.

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