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DISCIPLINA 
DIREITO ADMINISTRATIVO II 
INSTITUIÇÃO / CURSO 
ESTÁCIO FASE / DIREITO 
PROFESSOR 
FRANCISCO GLADSON SALES ALVES 
ASSUNTO 
ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
AULA 7 
ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
OBJETIVOS 
• Compreender os princípios que autorizam e justificam a atuação 
do Estado no domínio econômico; 
• Analisar as modalidades de atuação do Estado, bem como o 
alcance do monopólio estatal preconizado pela Constituição. 
• Examinar as hipóteses de violação da ordem econômica e 
entender a intervenção do Estado na regulação econômica e 
proteção da livre concorrência. 
ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
1. Introdução 
2. Atuação do Estado no Domínio Econômico 
3. Fundamentos da Atuação do Estado no Domínio Econômico 
4. Princípios que regem essa Atuação 
5. Formas de Atuação 
6. O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e a atuação do CADE 
7. Crimes contra a ordem econômica 
8. Conclusão 
ROTEIRO DA AULA 
O LIBERALISMO ECONÔMICO 
• O liberalismo econômico é uma ideologia baseada na organização da 
economia em linhas individualistas, ou seja, as decisões econômicas são 
tomadas por indivíduos e não por instituições. 
• Surgiu em oposição ao Estado absolutista. O pressuposto da teoria liberal é 
a emancipação da economia de qualquer influência externa. 
• Os economistas do final do século XVIII, como Adam Smith e François 
Quesnay, eram contrários a intervenção do Estado na economia. Para eles 
o Estado deveria apenas dar condições para que o mercado seguisse de 
forma natural seu curso. 
• Adam Smith, economista escocês, desenvolveu a teoria do 
liberalismo. Nela, ele afirmou que o elemento de geração de riqueza está 
no potencial de trabalho sem ter o Estado como regulador e interventor. 
• No liberalismo econômico se defendia a livre iniciativa, a livre 
concorrência, a lei da oferta e da procura e a propriedade privada. 
 
MODELO INTERVENTIVO 
• O liberalismo econômico, como modelo econômico, passou a sofrer 
duros golpes, principalmente de filósofos sociais, como Karl Marx, 
propulsor da ideia de governo da sociedade e da eliminação de classes 
como fator de proteção do operariado. 
• As novas ideias acabaram por inspirar uma nova posição do 
Estado ante a sociedade. O Estado saía de sua posição de 
indiferença para uma posição atuante e fiscalizadora. Do modelo 
liberal, o Estado passou a adotar o modelo interventivo. 
• A partir da II GM, eclode o Estado Social de Direito, ou Estado do Bem-
estar Social (Welfare State), em razão da desigualdade dos indivíduos, 
ocasionada pela ausência do Estado Liberal. 
 
MODELO INTERVENTIVO 
• A intervenção do Estado, o capacitou a regular a economia, 
permitindo a inauguração da fase do dirigismo econômico, em 
que o Poder Público participa ativamente dos fatos econômicos. 
• No intervencionismo o interesse público está acima da relação 
econômico capitalista. 
• O governo recebe certas funções distributivas, isto é, busca 
proporcionar uma distribuição justa de riqueza e fornecer a certas 
categorias sociais alguns elementos de proteção contra as regras 
exclusivamente capitalistas. 
• A intervenção estatal na economia, passa a ocorrer por meio da 
prestação direta de atividades econômicas (empresas estatais) e pelo 
forte dirigismo econômico, como a restrição à liberdade contratual e 
fixação de preços pelo mercado, com a finalidade de satisfazer 
direitos e reduzir desigualdade social. 
CONSTITUCIONALIZAÇÃO NORMATIVA 
• A ordem econômica e social com o modelo interventivo, passou a 
figurar no texto constitucional a partir da Constituição mexicana 
de 1917 e a de Weimar de 1919. 
• Muitos constitucionalistas criticam a ordem econômica constar no 
texto da atual Constituição. Entretanto, com a crescente 
necessidade do estabelecimento de regras rígidas para não se 
ficar a mercê de grupos que oscilam no poder, viu-se a 
importância de constar nas Constituições preceitos de caráter 
geral de como o Estado deve intervir na ordem econômica. 
 
QUADRO NORMATIVO 
• A partir da Constituição de 1934, todas as Cartas subsequentes 
dedicaram um de seus capítulos à ordem econômica. 
• Na vigente Constituição, a disciplina ordem econômica e financeira 
está prevista no Título VII (arts. 170 a 192), sendo dividido em 4 
capítulos: 
• 1º - princípios gerais da atividade econômica (arts. 170 a 181); 
• 2º - política urbana (arts. 182 e 183); 
• 3º - política agrícola e fundiária e reforma agrária (arts. 184 a 191); 
• 4º - sistema financeiro nacional (art. 192). 
• Tais normas formam um sistema geral da ordem econômica e 
disciplinam a intervenção do Estado no domínio econômico. 
• Algumas alterações na Constituição já foram realizadas, via emenda 
constitucional, mostrando uma postura menos interventiva, 
denominada de desregulamentação da economia. 
FUNDAMENTOS DA ORDEM ECONÔMICA 
• Conforme o art. 170 da CF, a ordem econômica é baseada em dois 
grandes fundamentos: 
1) VALORIZAÇÃO DO TRABALHO HUMANO; E 
2) LIVRE-INICIATIVA. 
• Ao elencar esses fundamentos, a Constituição quis estabelecer 
que a atividade econômica somente é válida se obedecê-los e 
protegê-los. 
VALORIZAÇÃO DO TRABALHO HUMANO 
• O art. 1º, IV da CF colocou como fundamento da República os 
valores sociais do trabalho. 
• A Constituição tem a preocupação de conciliar os fatores de 
produção, capital e trabalho, de forma a atender a justiça social. 
• O fundamento busca evitar o retrocesso à escravidão ou os meios de 
trabalho que coloquem em risco a vida e a saúde do trabalhador. 
• O trabalho é um tema de preocupação constante da Constituição, 
nos arts. 7º a 11 detalha os direitos sociais dos empregados, 
buscando sempre a promoção da justiça social. 
• A valorização do trabalho humano situa o homem trabalhador em 
patamar mais elevado que outros interesses privados. 
LIBERDADE DE INICIATIVA 
• Conforme este fundamento, todos tem o direito de empreender, ou 
seja, explorar atividade econômica por sua conta e risco. 
• A livre iniciativa consta também no art. 1º, IV da CF. 
• Essa liberdade é postulado maior do regime capitalista. 
• No parágrafo único do art. 170 diz que “É assegurado a todos o livre 
exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de 
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
• O Estado interfere de fato no domínio econômico, restringindo e 
condicionando a atividade dos particulares em favor do interesse 
público. 
• O STF entende que a intervenção do Estado é limitada pelo princípio 
constitucional da livre iniciativa, que deve ser observado sob pena 
de responsabilização objetiva. 
PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA 
• Os princípios que norteiam a atividade econômica estão previstos 
nos incisos do art. 170 da CF. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - livre concorrência; 
V - defesa do consumidor; 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob 
as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
• O Estado brasileiro proporciona tratamento diferenciado às 
microempresas e às empresas de pequeno porte, devido à condição de 
vulnerabilidadedessas empresas. 
• O art. 170, IX da CF, aliados aos princípios da valorização do trabalho 
humano, da livre iniciativa, da justiça social, da soberania nacional, da 
livre concorrência e da redução das desigualdades regionais e sociais 
orientam o tratamento favorecido às microempresas e empresas de 
pequeno porte. 
• O sistema especial de proteção a essas empresas possui grande 
importância social, pelo fato delas empregarem a maior parte da mão 
de obra brasileira. Entretanto, elas encontram grande dificuldade no 
mercado, muitas vezes acabam “fechando as portas” rapidamente. 
• A LC 123/06 busca inseri-las no mercado de crédito e de capitais para 
que elas possam competir com as grandes empresas. 
FORMAS DE ATUAÇÃO DO ESTADO 
• O Estado atua na ordem econômica de duas formas. 
• Estado Regulador – atua como agente regulador do sistema 
econômico. Cria normas, estabelece restrições e faz um 
diagnóstico social das condições econômicas. É um fiscal da 
ordem econômica organizada pelos particulares. 
• Estado Executor – o Estado executa atividades econômicas que, 
em princípio, estão destinadas à iniciativa privada. O Estado, 
mesmo quando explora atividades econômicas, há de sempre 
atender o interesse, direto ou indireto, da coletividade 
ESTADO REGULADOR 
• Estado Regulador é aquele que, através de regime interventivo, se incumbe de 
estabelecer as regras disciplinadoras da ordem econômica com o objetivo de 
ajustá-la aos ditames da justiça social. 
• O mandamento fundamental do Estado Regulador está no art. 174 da CF: 
“Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado 
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, 
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.” 
• O planejamento significa estabelecer metas a serem alcançadas pelo governo 
no ramo da economia em determinado período futuro. 
• O incentivo ou fomento são medidas que o governo estabelece, visando o 
desenvolvimento econômico e social, tais como: as isenções fiscais, o aumento 
de alíquotas para importação, a abertura de créditos especiais para o setor 
produtivo agrícola e outras do gênero. 
• A fiscalização é a verificação dos setores econômicos para evitar formas 
abusivas na atuação do particular que prejudiquem a setores menos 
favorecidos, como os consumidores, os hipossuficientes etc. 
ESTADO REGULADOR 
NATUREZA DA ATUAÇÃO 
• O Estado Regulador tem posição interventiva. 
• A intervenção nesse caso se verifica através das imposições 
normativas destinadas principalmente aos particulares, bem 
como de mecanismos jurídicos preventivos e repressivos para 
coibir eventuais condutas abusivas. 
• A função do Estado Regulador caracteriza-se como intervenção 
direta no domínio econômico. 
ESTADO REGULADOR 
COMPETÊNCIA 
• A competência administrativa ou legislativa é quase absoluta da 
União, como exemplo: 
a) elaboração e execução de planos nacionais e regionais de 
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social 
(art. 21, IX); 
b) organização dos serviços de telecomunicações, radiodifusão, 
energia elétrica (art. 21, incisos XI e XII); 
c) o aproveitamento energético dos cursos d’água e os serviços de 
transportes etc. (art. 21, XII); 
d) legislar sobre política de crédito, câmbio, seguros e transferência 
de valores; (art. 22, VII); 
e) fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento 
alimentar (art. 23, VIII). 
 
ESTADO EXECUTOR OU ESTADO EMPRESÁRIO 
• Excepcionalmente, o Estado pode executar atividade econômica, 
com o intuito de lucro, obedecendo os requisitos previstos no art. 
173 da CF, vejamos: 
a) casos expressamente previstos na Constituição (ex: exploração de 
atividades relacionadas ao petróleo e ao gás natural, conforme o art. 
177 da CF) ou demonstração do imperativo da segurança nacional ou 
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei; 
b) a intervenção ocorrerá por meio da instituição de empresas 
públicas e sociedades de economia mista. 
• A intervenção do Estado na economia funda-se no princípio da 
subsidiariedade, justificando a sua atuação empresarial apenas nos 
casos em que a inciativa privada não seja capaz de satisfazer os 
interesses públicos envolvidos. 
AS EMPRESAS DO ESTADO 
• As pessoas jurídicas vinculadas ao Estado, que podem explorar 
atividades econômicas são as empresas públicas, as sociedades 
de economia mista e as suas subsidiárias. Caracterizam-se por 
serem destinadas a dois objetivos: 
1. o desempenho de atividades econômicas; e 
2. a prestação de serviços públicos. 
• As estatais não gozam de privilégios fiscais, como estabelece o 
art. 173, § 2º: “As empresas públicas e as sociedades de economia 
mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às 
do setor privado.” 
• Caso conceda privilégios fiscais às suas empresas, o Estado deverá 
estendê-los também as demais empresas privadas. 
MONOPOLIO ESTATAL 
• Monopólio significa a exploração exclusiva de um negócio, em 
decorrência da concessão de um privilégio. 
• O monopólio privado é absolutamente vedado pela Constituição, 
porque permite a dominação do mercado e a eliminação da 
concorrência, fatores que espelham abuso do poder econômico. 
• A exclusividade de atuação do Estado em determinado setor 
econômico tem caráter protetivo, e não lucrativo, e por esse 
motivo tem abrigo constitucional. 
• O monopólio, embora voltado à atividade econômica, é meio de 
intervenção que também atende à ordem social. 
ATIVIDADES MONOPOLIZADAS 
• As atividades expressamente monopolizadas estão relacionadas no art. 
177 da CF. São elas: 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros 
hidrocarbonetos fluidos; 
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos 
resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de 
derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem como assim o 
transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e 
gás natural de qualquer origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a 
industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus 
derivados. 
ATIVIDADES MONOPOLIZADAS 
• Reduzindo-se a extensão do monopólio, o art. 177, § 1º estabelece que “A 
União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das 
atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições 
estabelecidas em lei.” 
• O marco regulatório da exploração de petróleo é previsto na Lei 9.478/97, e 
nessa norma ficou contemplado o regime de concessão, em cujo contrato 
fica delegado a sociedade privada o direito de exploração, cabendo-lhe, 
contudo, pagar compensação financeira ao governo (royalties). 
• Com a descoberta das jazidas de pré-sal, foi editada a Lei 12.351/10, que, 
diversamente da lei anterior, estabeleceu marco regulatório sob novo 
regime, denominado de partilha de produção, também formalizado por 
contrato. O montante produzido, após serem descontados o custo 
operacional da sociedade e o total dos royalties, é partilhado entre o 
governo e o contratado nas condições contratuais. 
• A Lei 13.365/16 alterou a Lei 12.351/10 revogando a obrigatoriedade de 
exploração do pré-sal pela Petrobras. 
 
REPRESSÃO AO ABUSO DO PODER ECONÔMICO 
• O abuso do poder econômico, normalmente, é cometido pela 
iniciativa privada, em que alguns setores, com ambição 
desmedida de lucros e indiferença à justiça social, procuram e 
executam fórmulas altamente danosas ao público em geral. 
• A repressão ao abuso do poder econômico é o conjunto de 
medidas adotadas pelo Estado que,mediante intervenção na 
ordem econômica, têm o objetivo de neutralizar os 
comportamentos causadores de distorção nas condições normais 
de mercado em decorrência do acúmulo de riquezas. 
• A Constituição dispõe no art. 173, § 4º, que “a lei reprimirá o 
abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à 
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros” 
FORMAS DE ABUSO DO PODER ECONÔMICO 
• As formas derivam do texto constitucional: 
• Dominação dos mercados – é um desequilíbrio entre as forças 
atuantes no mercado, sendo nociva à lei da oferta e da procura. 
As formas mais comuns de dominação do mercado são: o truste, 
o cartel e o dumping. 
• Eliminação da concorrência – é uma consequência da dominação 
dos mercados; a relação entre os dois é de causa e efeito. 
• Aumento arbitrário dos lucros – é também consequência das duas 
formas anteriores. Se o lucro é abusivo quem o paga é o 
consumidor, assim, o Estado deve reprimir essa conduta por ser 
abusiva e ilegal. 
TRUSTE, CARTEL E DUMPING 
• Truste: é a forma pela qual uma grande empresa domina o 
mercado e afasta seus concorrentes, ou os obriga a seguir a 
estratégia econômica que ela adota. 
• Cartel: é a conjugação de interesses entre grandes empresas com 
o mesmo objetivo, ou seja, o de eliminar a concorrência e 
aumentar arbitrariamente seus lucros. 
• Dumping: é uma prática comercial que consiste em uma ou mais 
empresas de um país venderem seus produtos, mercadorias ou 
serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo 
para outro país, por um tempo, visando prejudicar e eliminar os 
fabricantes locais de produtos similares concorrentes, passando 
então a dominar o mercado e a impor elevados preços. 
NORMAS E MEIOS REPRESSIVOS 
• Existem várias normas que tratam da repressão ao abuso do 
poder econômico, vejamos algumas: 
• Lei 8.137/90, dos crimes contra ordem tributária, econômica e 
contra as relações de consumo; 
• Lei Delegada 4/62, da intervenção no domínio econômico para 
assegurar a livre distribuição de produtos necessários ao 
abastecimento e consumo do povo; e 
• Lei 8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor. 
SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA 
(SBDC) 
• A Lei 12.529/2011 estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência (SBDC) e dispõe sobre a prevenção e repressão às 
infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames 
constitucionais de livre iniciativa, livre concorrência, função social 
da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso 
do poder econômico. 
• O SBDC é formado pelo: 
• Conselho Administrativo de Defesa Econômico (CADE); e 
• Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da 
Fazenda (SEAE). 
CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICO 
(CADE) 
• O CADE é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, 
com sede e foro no Distrito Federal, constituído, além de uma 
Procuradoria, pelos seguintes órgãos: 
• Tribunal Administrativo de Defesa Econômica – tem função 
judicante, destacando-se a atribuição de decidir sobre a existência 
de infração à ordem econômica, aplicação de sansões 
administrativas e outras (art. 9º da Lei 12.529/2011). 
• Superintendência-Geral – tem função de investigação, de caráter 
preparatório e preventivo, com atribuição de promover o inquérito 
administrativo para apurar infrações à ordem econômica, remeter 
ao Tribunal para julgamento e adotar medidas ao cumprimento da 
decisão do plenário (art. 13) 
• Departamento de Estudos Econômicos – elabora estudos e pareceres 
econômicos (art. 17). 
RESPONSABILIDADE, SANÇÃO E PRESCRIÇÃO 
• A Lei 12.529/2011 disciplina a responsabilidade, as sanções e o prazo 
prescricional relativos à ordem econômica. 
• As empresas, as entidades integrantes de grupo econômico (de fato 
ou de direito) e seus dirigentes respondem de forma solidária e 
objetiva pelas infrações à ordem econômica (arts. 32, 33 e 36 da Lei). 
• As infrações geram a aplicação de sanções pecuniárias (multas) e de 
obrigações de fazer e de não fazer (arts. 37 e 38 da Lei). 
• As multas serão inscritas na Dívida Ativa e cobradas por execução 
fiscal pelo CADE, por meio de sua Procuradoria, conforme a Lei 
6.830/80 (Lei de Execução Fiscal). 
• As ações punitivas da Administração Pública relacionadas às 
infrações da ordem econômica prescrevem em 5 anos, contados da 
data da prática do ilícito, ou, no caso de infração permanente ou 
continuada, do dia em que tiver cessada a prática do ilícito. 
CRIMES CONTRA A ORDEM ECONÔMICA 
Art. 4º Constitui crime contra a ordem econômica: 
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou 
parcialmente, a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de 
empresas; 
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando: 
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas; 
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas; 
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de 
fornecedores. 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. 
• A Lei 8.137/90, alterada pela Lei 12.529/11, define os crimes contra 
a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo. 
• O art. 4º da referida Lei tipifica o rol dos crimes, vejamos: 
QUESTÃO 1 
(VUNESP - Procurador Jurídico Suzano/SP - 2015) A respeito da ordem 
econômica e financeira, é correto afirmar, nos moldes da Constituição 
Federal, que 
a) é vedada a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, 
cabendo a este as funções de regular o mercado e fiscalizar a atividade 
econômica privada. 
b) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros 
hidrocarbonetos fluidos é da competência do Estado onde se situar o 
respectivo recurso. 
c) tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas 
sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País é um 
dos princípios da ordem econômica. 
d) é assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, 
desde que obtida a devida autorização dos respectivos órgãos públicos. 
e) a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos 
mercados, à redução da concorrência e à atividade de obtenção de lucros. 
QUESTÃO 2 
(FCC – TCE/AM - 2012) Segundo a Constituição Federal, as empresas 
e sociedades de economia mista, que explorem atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços, 
a)não se sujeitam ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas no que toca aos direitos e obrigações civis. 
b)não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos aos do 
setor privado. 
c) não se sujeitam ao regime próprio das empresas privadas no que 
toca aos direitos e obrigações trabalhistas. 
d)não podem exercer atividades econômicas livres à iniciativa 
privada. 
e)sujeitam-se às regras do direito privado no que toca à 
contratação de obras, serviços, compras e alienações. 
CONCLUSÃO 
Prof. GLADSON 33

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