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CADERNO DIREITO ECONOMICO MPF

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1. A. DIREITO ECONÔMICO. CONCEITO. OBJETO. FUNDAMENTOS. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA.
CONCEITO DE D. ECONÔMICO: ramo do Direito Público que disciplina a condução da vida econômica do país, tendo como finalidade o estudo, o disciplinamento e a harmonização das relações jurídicas entre os entes públicos e os agentes privados, detentores dos fatores de produção, nos limites estabelecidos para a intervenção do Estado na ordem econômica (VIZEU).
	Direito público ou privado? Direito de Síntese (ALBINO), que relativiza fronteiras entre público e privado. Ciência-fronteira com a Economia (diferente das ciências de origem). Por isso, conceitos econômicos condicionam a compreensão jurídica (ex.: o conceito de bem econômico serve de suporte ao direito de propriedade). Há uma Análise Econômica do Direito (Law and Economics). Isso significa que há limites concretos e lógicas inafastáveis (mundo do ser) a serem considerados no processo de conformação da realidade pela norma. Ainda, há uma relação entre Direito, Economia e Moral, como a possibilidade de repressão de preços abusivos praticados no contexto de calamidades (A questão de Sandel: furacão na Flórida e aumento abusivo dos preços). Até que ponto o aumento do preço pela escassez, aproveitando-se de situações de necessidade para auferir lucro, não colide com a Ética e com o Direito?
	Economia Política (COMPARATO): Oikonomia (administração doméstica) + Polis (política). Estudo da produção e oferta de bens e serviços no mercado geral, em em estreita ligação com o sistema jurídico, o regime político e os costumes vigentes em cada sociedade. “Economia” só surge no século XIX, com o cientificismo positivista tirando o termo “Política”, sendo a ciência de análise da produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
· Quais são as funções do Estado na Economia? (1) Função de atribuição (criar condições favoráveis); (2) Função de redistribuição; (3) Função de estabilização (regulação conjuntural).
Política Econômica: conjunto de intervenções dos poderes públicos na economia, caracterizadas por uma escala de prioridades dos objetivos a alcançar e pela seleção dos instrumentos coerentes para os atingir: (a) Curto prazo: política conjuntural (meios); (b) Longo prazo: política estrutural (fins). Função normativa. É a política econômica quem define a ordem econômica; e o contrário também acontece, porque as diretrizes da ordem econômica, no Brasil, estão na Constituição. Três grupos: instrumento fiscal, instrumento monetário e instrumento cambial.
Instrumento fiscal: 
a) Política Fiscal Expansiva: insuficiência de demanda gerando hiato deflacionário, com estoques excessivos, empresas reduzem produção e aumentam desemprego. Medidas: aumento dos gastos públicos; diminuição da carga tributária, estimulando despesas e investimentos; estímulo às exportações e criação de barreiras. 
b) Política Fiscal Restritiva: demanda agregada supera capacidade produtiva, gerando hiato inflacionário. Medidas: diminuição dos gastos públicos; elevação da carga tributária; elevação das importações.
Instrumento Monetário: Por moeda, em economia, entende-se tanto o papel-moeda circulante e os depósitos bancários à vista, que podem ser sacados a qualquer momento, quanto depósitos em carteira de poupança e títulos representativos de valor.
Instrumento Cambial: cuida do valor da moeda nacional perante as moedas estrangeiras através de alterações das taxas de câmbio (Depreciação ou Apreciação cambial).
Progresso: Crescimento autossustentado do PIB, que representaria uma crescente disponibilidade de bens e serviços por habitante.
Microeconomia (ou Teoria dos Preços): base da moderna teoria econômica. Relações fundamentais entre empresa, empresas e consumidor de formação dos preços no mercado. 
Macroeconomia: uma das divisões da ciência econômica dedicada ao estudo, medida e observação de uma economia regional ou nacional como um todo individual
	ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO – AED
Regra da escassez dos recursos materiais Ação racional de comparação do custo-benefício. Isso é uma atividade econômica (v.g. ação-racional, comportamento hedonista, egoístico, auto-satisfatório etc.). Para Max WEBER que: “uma atividade é econômica quando está orientada a procurar ‘utilidades’ (bens e serviços) desejáveis ou as probabilidades de disposição sobre as mesmas”. Toda opção implica e uma renúncia: CUSTO DE OPORTUNIDADE (TRADE OFF). Essa é uma das primeiras relações entre DIREITO E ECONOMIA: A estipulação pelo Estado das REGRAS DO JOGO que deverão ser observadas pelos atores econômicos, como a disciplina jurídica da propriedade e dos contratos, pois, sem a garantia daquela, ou diante da ineficácia da regra geral que estatui a obrigatoriedade dos pactos, não se pode conceber um sistema social de intercâmbio de bens, comodidades e utilidades minimamente eficaz e, sobretudo, pacífico. Além dessa interação primordial, de um modo geral o diálogo Direito-Economia se caracteriza pelos seguintes conteúdos:
a) CONTEÚDO DE PROIBIÇÃO: mas “o sistema econômico pode reagir tanto no sentido de acolher as ordens jurídicas, como no sentido de desobedecer-lhes ou burlá-las”.
b) CONTEÚDO DE PROTEÇÃO CONTRATUAL: segurança quanto à existência, validade e alcance das obrigações. Direito impõe limites à busca individual de maximização de benefícios em prol do interesse coletivo. 
c) CONTEÚDO DA REGULAÇÃO DE DETERMINADA ATIVIDADE ECONÔMICA: trata-se da intervenção indireta do Estado na economia por meio de seu poder normativo. PREÇO FALHAS INTERVENÇÃO.
d) CONTEÚDO DE INCENTIVO OU INIBIÇÃO DE CERTOS COMPORTAMENTOS DO AGENTE ECONÔMICO: atividades de fomento, vistas com profundidade no direito administrativo.
ECONOMIA também influencia o DIREITO (escolha da norma mais eficaz ou mesmo na modulação de efeitos de uma declaração objetiva de inconstitucionalidade). 
a) Análise Econômica do Direito sob a dimensão sociológica: viés zetético (“por desconfiar de dogmas, verdades definitivas ou afirmações peremptórias, mantém-se em constante estado de incerteza e investigação intelectual”), analisa os fatos do mundo sob a ótica jurídica.
b) Análise Econômica do Direito sob a dimensão normativa/prescritiva: viés dogmático, busca determinar o próprio ordenamento jurídico e guiar as decisões judiciais. Sob esse prisma, é de se deixar bem esclarecido que a AED, obviamente, é instrumento de auxílio no desenvolvimento do Direito e na tomada de decisões, não sendo determinante ou condicionante de obrigatória observância.
ESCOLAS-AED:
a) ESCOLA FUNDACIONAL: baseada na ESCOLA DE CHICAGO (liberalismo econômico de F. A. Hayek e Milton Friedman), apresenta seu maior expoente na pessoa de Richard Posner. De cunho fortemente liberal, defende que o Direito tem a função apenas de permitir a maximização das riquezas, notadamente pela garantia da liberdade de iniciativa, da propriedade e da obrigatoriedade dos contratos. O mercado se regularizaria por si mesmo, sendo autoajustável. Premissas: Escassez; Maximização Racional; Equilíbrio; Incentivos; Eficiência.
b) ESCOLA PRAGMÁTICA: Liberdade econômica, mas com temperamentos frente a valores sociais assentados e tidos por intransponíveis, que podem variar segundo as circunstâncias de tempo e local.
c) ESCOLA REGULATÓRIA: baseada na Escola de Yale ou de New Haven, tem seu maior expoente na pessoa de Guido Calabresi. Considera o Direito como uma ferramenta de amparo na concretização de políticas públicas, isto é, a eficiência econômica não serve como embasamento angular para a aferição do “justo jurídico”, no entanto, questões de distribuição e equidade influem no resultado obtido. Logo, por exemplo, na discussão sobre a legalização da prostituição, não são levados em conta exclusivamente os custos e benefícios econômicos que poderiam surgir deste labor (ora, no mínimo, poder-se-ia esperar um aumento na arrecadação do Imposto Sobre Serviços), mas participam da decisão dilemas eminentemente éticos e morais.
d) ESCOLA COMPORTAMENTAL e Direito e Economia: Crítica a suposição comportamental de que as pessoasagente racionalmente. o Prêmio Nobel Daniel Kahneman e Amos Tversky. O chamado “Direito e Economia” é uma espécie de modernização da Análise Econômica do Direito, com novas teorias e métodos de estudo, incluindo-se aí a Economia Comportamental para estudo dos efeitos das leis e regulamentos na vida das pessoas, bem como a resposta das pessoas a tais leis e regulamentos.
	FORMAS DE POSICIONAMENTO ECONÔMICO DO ESTADO
Trata-se da forma de participação do Estado nas atividades de cunho econômico, desenvolvida em seu respectivo território. Vizeu indica as seguintes formas de posicionamento:
a) ESTADO LIBERAL: baseia-se no liberalismo, que se assenta no respeito do Estado ao pleno exercício dos direitos e garantias por parte de seus respectivos indivíduos; sua principal manifestação econômica é o postulado da livre iniciativa, da liberdade contratual e da liberdade de mercado (nesse último, o sistema econômico fica sujeito à autorregulação, não sofrendo qualquer influência ou interferência estatal). Tem fortes bases em Adam Smith, que defendia que a mão invisível do mercado seria suficiente para lhe dar equilíbrio;
b) ESTADO INTERVENCIONISTA ECONÔMICO: o Estado atua com o fito de se garantir o exercício racional das liberdades individuais; o Estado não visa a ferir os postulados liberais, apenas coibir o exercício abusivo e pernicioso do liberalismo (logo, é espécie de Estado liberal mitigado). Essa forma de posicionamento foi muito influenciada por John Maynard Keynes, tendo como exemplo prático o New Deal;
c) ESTADO INTERVENCIONISTA SOCIAL: a finalidade das intervenções estatais é garantir que sejam efetivadas políticas de caráter assistencialista na sociedade, para prover os notadamente hipossuficientes em suas necessidades básicas. Também é conhecido como estado de bem estar social ou Estado Providência. Ele busca mitigar os efeitos naturalmente excludentes da economia capitalista sobre as classes sociais mais desfavorecidas. Sua implantação tem início na primeira metade do século XX, tendo como expoente a Constituição Mexicana de 1917. Essa forma é muito criticada em função do grande déficit que costuma gerar nas contas públicas, uma vez que o Estado assume obrigações acima de suas capacidades. No plano jurídico, fundamenta-se no princípio da solidariedade;
d) ESTADO INTERVENCIONISTA SOCIALISTA: forma intervencionista máxima do Estado, uma vez que ele adota uma política econômica planificada, baseada na valorização do coletivo sobre o individual e se apropriando dos meios de produção;
e) ESTADO REGULADOR: modelo que busca um retorno aos ideais liberais sem, contudo, abandonar a necessidade de sociabilidade dos bens essenciais, a fim de se garantir a dignidade humana. No plano jurídico, fundamenta-se no princípio da subsidiariedade, já que o Estado somente atuará nas áreas em que a iniciativa privada, por si só, não consiga ou não se interesse por atingir as metas sociais de realização do interesse coletivo.
Conceito restrito: associado à intervenção direta ou indireta do Estado no domínio econômico. Conceito amplo: regulação das relações humanas propriamente econômicas, englobando outros ramos do Direito (Civil, Trabalho, etc.).
Características: (1) ramo autônomo; (2) função juridificante/juridicização da política econômica para resguardo do seu funcionamento regular e promoção do bem estar social; (3) sujeitos da política econômica: (4) conjunto de normas de conteúdo econômico; (5) harmonia entre interesses individuais e coletivos; (6) ideologia constitucional; (7) flexibilidade, mobilidade e mutabilidade (ALBINO).
· Art. 24, I: Ramo autônomo de COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE, ressaltando-se a competência material exclusiva da União para elaborar e executar os planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social (art. 21, IX). Também é concorrente a competência para legislar sobre produção e consumo.
· Competência privativa para legislar da União (LC pode autorizar Estados sobre questões específicas):
1) Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão
2) Serviço postal
3) Sistema Monetário e de medidas, títulos e garantia dos metais
4) Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores
5) Comércio exterior e interestadual
6) Diretrizes da política nacional de transportes
7) Regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespecial
8) Trânsito e transporte
9) Jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia
10) Organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões
11) Sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular
12) Sistema de consórcios e sorteios
13) Atividades nucleares de qualquer natureza
14) Propaganda comercial.
· Horário bancário: vai além do interesse local. Quem fixa é Conselho Monetário Nacional (Res. 2932).
OBJETO: normas que disciplinam a intervenção do Estado na economia, por meio da (1) organização da economia; (2) condução ou controle; (3) disciplinamento: (a) Exploração direta da atividade econômica pelo Estado; (b) monopólios estatais; (c) serviços públicos delegados à iniciativa privada; (d) políticas de incentivo à atividade econômica; (e) defesa da concorrência; (f) planejamento econômico: desenvolvimento equilibrado do país.
SUJEITOS DO D. ECONÔMICO: Agentes Econômicos. (1) Estado. (2) indivíduos, (3) empresas, (4) coletividade, (5) órgãos internacionais e comunitários;
LEIS COMPLEMENTARES NO D. ECONÔMICO: CF menciona em três hipóteses: (1) Desenvolvimento Regional: condições para integração de Regiões e desenvolvimento, a composição dos organismos regionais que executarão e os planos regionais de desenvolvimento; (2) Tratamento favorável às EPP: por envolver questões nacionais; (3) SFN.
DESLEGALIZAÇÃO e poder normativo regulamentar: (1) Agências reguladores; (2) Dentro do SFN, BACEN (autarquia) e CMN; (3) CVM (autarquia da Bolsa).
1. B. ORDEM ECONÔMICA E ATIVIDADE ECONÔMICA. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.
ORDEM ECONÔMICA: Dever ser + ser + resultado. CF compromissória:
	CONCEPÇÃO AMPLA (ATIVIDADES ECONOMICAS SER): regulação jurídica da produção, distribuição e consumo de bens e serviços - conjunto de atividades econômicas de uma determinada região que tem por escopo resolver o problema da escassez (noção que se confunde com a de sistema econômico). 
CONCEPÇÃO ESTRITA (ESTADO DEVER-SER): ordem econômica deve ser compreendida como ordem jurídico-econômica constitucional. regulação jurídica da intervenção do Estado na economia.
ATIVIDADE ECONÔMICA: (1) sentido amplo: todo empreendimento envidado no sentido de produzir, circular ou consumir bens, a fim de atender as necessidades coletivas e individuais da sociedade. (2) Sentido estrito: exclusivamente pelos agentes privados, sendo regida somente pelas normas de direito privado.
· Estado pode desempenhar atividades econômicas? EXCEPCIONALMENTE mediante autorização constitucional e permissão legal, fundadas em motivos de SEGURANÇA NACIONAL e RELEVANTE INTERESSE PÚBLICO.
CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA: Normas de D. Econômico na CF (170 a 181) que têm por objetivo a regulação da atuação do particular e limitação da atuação estatal, além de dotar-lhe de mecanismos aptos a interferir na ordem econômica. Normalmente de conteúdo diretivo, programático, de estabelecer diretrizes para as políticas públicas econômicas com finalidade de criar uma nova realidade.
· CF 34: 1ª a prever Ordem Econômica
· CF 37: 1ª a referir-se expressamente à intervenção do Estado no domínio econômico 
EFEITOS DA CONSTITUIÇÃO ECONOMICA:
a) NORMATIVIDADE DA CF (UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO, CONCORDÂNCIA PRÁTICA; INTERPRETAÇÃO CONFORME E SISTEMÁTICA): o sistema econômico, no âmbito normativo de aplicação (interpretação), acaba recebendo a influência de toda a sistemática normativa constitucional. Os preceitos constitucionais relativos à ordem econômica e financeira ficam submetidos e devem, portanto, se harmonizar aos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil e do Estado democrático constitucionalde direito.
b) CONTROLE DE LEGITIMIDADE A PARTIR DA CF: Em segundo lugar, os preceitos econômicos incorporados à constituição servem como fundamento ou parâmetro de análise da legitimidade de todas as atuações econômicas no âmbito do Estado, em especial para as condutas dos poderes públicos concernentes às intervenções na economia.
	3. A. APROPRIAÇÃO PRIVADA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO.
DO SISTEMA ECONOMICO CAPITALISTA AO 
SURGIMENTO DO D. ECONOMICO DUAL (CF COMPROMISSÓRIA, E NÃO LIBERAL):
SISTEMAS ECONÔMICOS
Os sistemas econômicos (também chamados modelos econômicos), como organização institucional da sociedade, criados para enfrentar o problema da escassez de recursos, podem ser classificados em três modelos fundamentais: 
a) SISTEMA FUNDADO NA TRADIÇÃO: baseado na repetição de tudo o que já estiver ocorrendo, ou seja, na reiteração dos padrões comportamentais até então existentes; sistema no qual os agentes econômicos, sem efetiva racionalidade, repetem os padrões de comportamento impostos pela tradição.
b) SISTEMA FUNDADO NA AUTORIDADE: no qual se verifica uma fusão entre os planos econômico e político, cabendo ao Estado promover um plano (planejamento) em que se encontrem previstas as variáveis da produção (economia planificada); sistema baseado na crença de que o Estado, por meio da autoridade, pode resolver o problema econômico, planificando a economia. 
c) SISTEMA FUNDADO NA AUTONOMIA: também chamado modelo de mercado ou sistema descentralizado, no qual os cidadãos, individual ou agrupadamente, são livres para tomarem as decisões econômicas, por não acreditarem que o Estado pode resolver o problema econômico; ao contrário, creem na ideia de que é dispensável o planejamento do Estado, já que agirão hedonisticamente (objetivando a maximização dos resultados), todos os agentes agirão da melhor forma possível, gerando uma planificação subliminar do mercado; o referido sistema, tempos após sua criação, passou a ser denominado SISTEMA CAPITALISTA.
A História mostra que tem havido combinações entre esses três modelos, originando famílias de sistemas, conforme a predominância de cada um. 
Elementos básicos de um sistema econômico são: 
1) os estoques de recursos produtivos ou fatores de produção, que são os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia;
	Meios de produção: o conjunto formado pelos "meios de trabalho" e "objetos de trabalho", além da maneira como a sociedade se organiza economicamente. Os meios de trabalho incluem os "instrumentos de produção" (máquinas, ferramentas), as instalações (edifícios, armazéns, etc.), as fontes de energia utilizadas na produção (elétrica, hidráulica, nuclear, eólica etc.) e os meios de transporte. Os "objetos de trabalho" são os elementos sobre os quais ocorre o trabalho humano (matérias-primas minerais, vegetais e animais, o solo etc.). A titularidade dos meios de produção é o traço essencial da distinção entre o sistema econômico capitalista e o socialista.
Bens podem ser de consumo (satisfazem diretamente as necessidades) ou de produção (irão gerar outros bens ou rendas). Segundo GRAU é a partir dos bens de produção que se realiza a função social da propriedade, já que são postos em dinamismo, no capitalismo, em regime de empresa, como função social da empresa.
2) o complexo de unidades de produção (empresas)
3) o conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais, que constituem a base de organização da sociedade.
Há dois principais sistemas:
a) Capitalismo: sistema no qual as relações de produção estão assentadas na propriedade privada dos bens em geral, dos fatores de produção, na ampla liberdade de iniciativa e de concorrência (economia de mercado)Tem no capital um de seus principais fatores de produção. Foi claramente o sistema adotado pelo constituinte, já que há a expressa consagração da livre iniciativa no caput do art. 170. No entanto, não foi adotado o capitalismo puro, mas o capitalismo social (valorização do trabalho e livre iniciativa, e os princípios integrativos)
b) Socialismo, economia centralizada ou planificada: sistema baseado na autoridade estatal que centraliza e unifica a economia em torno do Poder Central. Ele em muito limita o direito de propriedade; estatiza os meios de produção; tem como principal fator de produção a mão de obra, com gestão política que visa à redução das desigualdades sociais voltada para os interesses dos trabalhadores. Isso não significa que basta acabar com a propriedade privada: isso geraria um mero pós-capitalismo, isto é, um modo de produção estadista e burocrático, com a geração de uma nova classe dominante, como ocorreu no Estado produzido pela Revolução Russa (José Afonso).
SISTEMA ECONÔMICO CAPITALISTA: Como solucionar o problema da escassez?
Tem como base as ideias do liberalismo clássico (Adam Smith) e iluminismo. O pressuposto psicológico-comportamental é o hedonismo (lei da maximização dos resultados) e a racionalidade. Tem como pilares a propriedade privada (subsistência) e liberdade de iniciativa.
· Adam Smith (Riqueza das Nações): autorregulação e mão invisível
· David Ricardo (Teoria das Vantagens Comparativas): especialização mundial do trabalho maximizaria o proveito econômico de todas as nações. Crítica: subdesenvolvimento.
LIBERALISMO E INTERVENCIONISMO:
No pensamento econômico liberal tem-se como consequência natural do mercado o fomento à competição. Há o consenso de que o preço ideal é aquele determinado por um mercado competitivo, sem a interferência de qualquer outro fator que não a oferta e a procura do produto, muito embora, no passado, já se houvesse promulgado leis com o escopo de controlar práticas que levassem aos preços excessivos em detrimento dos consumidores. Num primeiro momento do Estado liberal, não se tinha a preocupação com a proteção da concorrência no sentido de controlar o comportamento dos agentes econômicos. 
A função primordial do Estado era a harmonização dos conflitos com o direito (Segurança Jurídica) viabilizando a fluência das relações de mercado (“livre mercado”). 
· Implementação sufragada pelas Constituições Liberais (XVIII): (a) enfraquecimento do Estado; (b) sistematização do D. Privado (segurança jurídica); (c) Direito Administrativo liberal, absenteísta, voltado à segurança dos negócios.
Sistema de AUTONOMIA: o equacionamento da escassez se dá pela liberdade em um ambiente de concorrência perfeita, propiciado pela ampla mobilidade dos fatores econômico, pleno acesso às informações, ausência de economias de escala, o que garantia a atomização e, e pela exclusividade de todos os bens (apropriação privada).. Separação dos planos decisórios político (Estado) e econômico (Particulares), com a descentralização das decisões econômicas (que só é possível pela autonomia da vontade, liberdade de contratar e a apropriação privada de todos os bens de produção e consumo). 
HISTÓRIA:
Livre Mercado Concentração Preços de Monopólio + Exploração do Trabalho Distúrbios sociais Luta de classes (capital x trabalho) Instabilidade (Crise 1929) + Interesse do Estado de fomentar a Economia para fins bélicos = Estado Interventor Centralizado no Executivo. 
Competição selvagem poderia levar à destruição da própria competição, devendo ser regulamentada. A regulamentação visava somente a correção do sistema: manutenção do livre mercado. Os primeiros diplomas antitruste e a emissão de normas de cunho trabalhista, a fim de proteger os trabalhadores como classe mais fraca, desde fins do século XIX. Eram normas de proteção contra atos destrutivos da livre concorrência e a repressão à concorrência desleal de caráter privatístico, fundamentando-se nas teorias do abuso de direito, da contrariedade às normas morais e, mais exatamente no caso norte-americano, da equidade.
CINCO FALHAS DE MERCADO
1) MOBILIDADE DE FATORES: representa a agilidade de modificação dos fatores de produção, a fim de se poder reagir aos sinais indicativos, representados pelos preços, revertendo automaticamente certassituações indesejáveis. Verificou-se, porém, que essa agilidade não ocorre; na verdade, em quase todos os fatores (físicos, operacionais, institucionais etc.) existe uma rigidez que impede aqueles deslocamentos céleres, automáticos e oportunos para o afastamento das situações indesejáveis que se apresentam em determinadas circunstâncias.
2) ACESSO ÀS INFORMAÇÕES RELEVANTES: pressuposto básico, pois dispondo dessas informações sobre o mercado e sobre as características dos produtos nele negociados, os agentes poderiam atuar hedonisticamente, fato responsável pela organização e planificação do mercado. Entretanto, quer em razão do aumento da complexidade dos produtos, do tamanho dos mercados e de inúmeros outros fatores, quer em decorrência da intenção dos agentes econômicos de esconderem informações para agirem de forma egoísta, verificou-se ser impossível assegurar a todos os agentes a totalidade das informações relevantes de que necessitavam. 
3) CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA: uma falha de estrutura. O mercado foi pensado, originariamente, como um conjunto de unidades economicamente pequenas (concepção atomística), sem que a presença ou ausência de qualquer uma dessas unidades pudesse ou tivesse um peso que implicasse alterações do próprio mercado.
4) EXTERNALIDADES: correspondentes a fenômenos pelos quais os custos ou benefícios de qualquer atividade circulam na economia. Esses custos/benefícios passam de um setor para outro, sem qualquer compensação e desconfiguram o funcionamento do mercado, pelo fato de alguns produtos ou serviços terem, por preço, valores distintos daqueles que realmente deveriam ter, em razão da incorporação do benefício ou prejuízo – em decorrência da externalidade, positiva ou negativa, respectivamente. As externalidades configuram falha de sinal, uma vez que os preços e custos dos produtos assinalam o seu grau de escassez. Como as externalidades têm a habilidade de maquiar esses preços, a respectiva escassez não é fielmente sinalizada.
5) EXISTÊNCIA DE BENS COLETIVOS (PÚBLICOS): bens que atendem simultaneamente a um conjunto de pessoas. Esses bens geram uma falha de incentivo, uma vez que, no regime de mercado, os produtores são levados a produzir, e os consumidores a adquirir, pelo menor preço possível – ambos, portanto, são incentivados pelo preço. Quanto aos bens públicos, não há incentivo, porque não existe a possibilidade de escolha. 
DIREITO ECONÔMICO NEOLIBERAL
Verificadas essas falhas (inoperacionalidades) do mercado, começou a surgir um grande número de normas jurídicas visando ao respectivo controle ou mesmo à mitigação. TRATA-SE, JUSTAMENTE, DA REINTRODUÇÃO DO ESTADO NO SISTEMA ECONÔMICO, MEDIANTE A EDIÇÃO DE NORMAS DE CARÁTER GERAL E REGULAMENTAR, nem sempre consciente, mas fruto de uma necessidade impostergável, à falta de alternativa para com elas lidar. É o Direito Econômico como Ramo do Direito.
A AÇÃO DO ESTADO, COMO MERO CONTROLADOR DAS INOPERACIONALIDADES DO MERCADO, RECEBEU O NOME CAPITALISMO REGULAMENTAR OU NEOLIBERALISMO, designação que quer mostrar a permanência dos ideais do liberalismo, mas modificados para poderem levar em consideração os novos reclamos provocados pelo imperfeito funcionamento dos mercados[footnoteRef:1]. [1: O neoliberalismo é uma busca, por parte do capital, de regras que lhe garantam mais estabilidade para investir e continuar controlando o capital. Não tem fundo de caráter social, mas eminentemente econômico, de buscar eliminar as falhas de mercado.] 
Momento histórico de surgimento do D. Econômico: conglomeração de monopólios, colapso da Bolsa e Crise de 1929. Monopólio da querosene, gasolina e aço levaram ao Sherman Act em 1890 (marco da legislação antitruste). Correção das falhas de mercado pelas teorias de bem estar social (KEYNES).
· Constituições mexicana (1917); de Weimar (1919) e Lei Fundamental Soviética (1918) regulamentaram a economia (esta última em um sentido oposto, no modelo de economia coletivista que abolia a propriedade privada).
· Constituição de 1934 inaugurou a Ordem Econômica Constitucional, em dois títulos (Da Ordem Econômico-Financeira + Da ordem social). Adotando um sistema misto com inúmeras formas de intervenção do Estado.
	SUSTENTA-SE QUE O DIREITO ECONÔMICO BRASILEIRO TEVE INÍCIO COM A CARTA DE 1934 (Inspirado na Constituição de WEIMAR. Antes só absenteísta e liberal)
A esta mudança de postura, dedicação da Constituição a matérias econômicas e sua respectiva regulação, tem sido atribuída a designação de Constituição Econômica. São constituições mais diretivas, PROGRAMÁTICAS, que contém em seus dispositivos programas e objetivos a serem alcançados e implementados. São estabelecidas diretrizes para as políticas públicas, orientando a atividade dos administradores públicos. 
SISTEMA MISTO OU DE INICIATIVA DUAL:
A essa função acoplou-se outra, decorrente da colocação, agora sim consciente, de objetivos de política econômica, isto é, de posições e resultados a serem assumidos ou produzidos pelo sistema econômico para o desempenho do sistema como um todo. Assim, para a intervenção do Estado na economia, os objetivos de caráter político também foram destacados.
Sobretudo após a II Grande Guerra mundial a atuação estatal na economia foi gradativamente deixando de ser episódica e casuística. Paralelamente à ação para solução de crises, o Estado passou a agir de forma finalista, tendo em vista objetivos como o bem-estar, o desenvolvimento, a integração econômica. Nesse sentido, aos poucos sua intervenção no domínio econômico foi se consolidando e sistematizando. Com isso, alterou-se o panorama tradicional do Direito e da Economia, cada vez mais interrelacionados.
Verifica-se, portanto, e, em conclusão, que a presença do Poder Público na economia deixa de ter por justificativa apenas as falhas do mercado e passa a ter preferências políticas quanto ao desempenho total do sistema, levando o Estado não somente a completá-lo, mas também a direcioná-lo deliberadamente visando fins específicos.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA: 
CORREÇÃO DE FALHAS DE MERCADO (NORMAS DO SER)
+ 
IMPLEMENTAÇÃO DA IDEOLOGIA ECONÔMICA DO GOVERNO (NORMAS DO DEVER SER) – Ação Finalística
CF É LIBERAL?
Veja, é dual. A regulação do “ser” é neoliberal. A regulação do “dever ser” é social. É resultado de um processo dialético. CF é compromissória.
A realidade é que a da CF se extraem alguns princípios condicionadores da ordem econômica em sentido amplo (mundo do ser) que concebem uma ordem econômica em sentido estrito (dever ser) de nítido caráter social, ressaltada pela valorização do trabalho humano e do valor social do trabalho como fundamento da República e de assegurar a todos uma existência digna. É o Estado de bem-estar social keynesiano, que visa administrar e distribuir os recursos da sociedade como forma de produzir justiça social. Nesse sentido o princípio da justiça social e o princípio da redução das desigualdades regionais e sociais, que também é objetivo fundamental da república. A Constituição é dirigente e visa modernizar o capitalismo à linha do welfare state o que também se extrai do princípio do tratamento favorecido às empresas de pequeno porte.
HISTÓRICO DA ORDEM ECONÔMICA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA
1. Império: Economia brasileira era agrária, voltada ao mercado exterior e baseada em mão-de-obra escrava.
2. Estado Novo de GV: Novidades intervencionistas. Ordem Econômica Estatizada dentro do modelo de Estado Social: prestação de serviços públicos e empreendimento em atividades Econômicas. Departamento Nacional de Produção Mineral (1934); Conselho Nacional do Petróleo (1938); Companhia Siderúrgica Nacional (1941); Vale do Rio Doce (1943). 
3. JK e Plano de Metas: investimento nas áreas de transportes, energia, alimentos, indústria de base e educação. Abertura do mercado interno ao capital estrangeiro, principalmente nas indústrias de base, cimento e bens de consumo duráveis.
4. Redemocratização: política de desestatização econômica. Estado regulador. Fortificado no Governo Collor, com a privatização de diversasestatais. Aumento dos poderes de regulamentação, fiscalização e planejamento da atividade econômica.
	COMPARATO:
O CAPITALISMO COMO SISTEMA ECONÔMICO: Três níveis da vida econômica 
a) Primeiro nível: autossuficiência local sem rede de distribuição organizada
b) Segundo nível: mercado - a área de livre apresentação de ofertas e demandas
c) Terceiro nível: dominação sobre o mercado capitalismo – embora dependa do mercado para existir, jamais se submete a este, pois tem um fim próprio: a maior acumulação possível de capital, que é uma forma de poder encoberto.
CAPITALISMO COMO CIVILIZAÇÃO: Trata-se de uma organização social hierarquizada, na qual os dois primeiros grupos são os únicos a dispor de poder: os sacerdotes sobre as almas e os militares sobre os corpos, enquanto o terceiro grupo permanece sempre sujeito aos demais. O princípio da igualdade perante a lei foi para eliminar os estamentos: o clero, a nobreza e o povo, porque a burguesia estava neste último. O que só serviu para desigualdade econômica.
· Anatole France (L’Affaire Crainquebille), “a lei, em sua majestosa igualdade, proíbe tanto ao rico quanto ao pobre furtar um pão, mendigar nas ruas ou dormir sob as pontes”. 
· Fórmula cunhada por George Orwell em Animal Farm, todos são iguais; sempre há, porém, alguns mais iguais do que outros
CARACTERÍSTICAS:
a) PODER OCULTO (desdobramentos político e ideológico)
b) REIFICAÇÃO do ser humano (Marx): transformação da propriedade de coisas em poder sobre as pessoas
c) PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA DOMINAR O MERCADO
d) Deformação do instituto da propriedade: é sim direito fundamental, mas de bens indispensáveis à manutenção de uma vida digna. O excedente é um roubo (Proudjon). E ainda há a propriedade sobre pessoas que o próprio Smith admitia: subordinação é da natureza da vida social. Reação: função social da propriedade.
e) Acumulação (lento: primeiro estágio) e Concentração (acelerado: segundo estágio)
FUNDAMENTOS DA ORDEM ECONÔMICA: valorização do trabalho humano e a livre iniciativa. 
FINALIDADE: Assegurar a todos a existência digna.
DITAME: Justiça social.
PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA:
1) Soberania nacional
Também é princípio fundamental da RFB. Não é repetição, mas complementação: não há soberania política sem soberania econômica. Soberania e independência em relação aos demais países: AUTODETERMINAÇÃO de sua política econômica. Não é isolacionismo econômico, mas SUPERAÇÃO DA DEPENDÊNCIA, o que fundamenta a preferência por produtores nacionais (Caso da exploração do pré-sal). Princípio corroído pela ordem jurídica internacional e globalização. Soberania é dúplice (1) internacional: igualdade, não subordinação; (2) interno: supremacia da CF e lei.
2) Propriedade Privada e Função Social da Propriedade
Eugênio Rosa de Araújo, propriedade e direito de propriedade não se confundem, sendo a propriedade um fato econômico que se insere no processo produtivo, enquanto este é, sob o aspecto subjetivo, o poder do proprietário sobre a coisa, o qual é um dos direitos fundamentais da pessoa humana (art. 5, XXII, CFRB/88). Em ambos os sentidos, tem eficácia vertical e horizontal. Esse princípio assegura aos agentes econômicos direito à propriedade dos fatores de produção e circulação de bens em seus respectivos ciclos econômicos. É condição à livre iniciativa e lugar de sua expansão dentro de um processo econômico de apropriação privada dos bens de produção cujo regime jurídico deve produzir efeitos benéficos à coletividade, e não apenas a ser titular (lucro) (função social da empresa, do contrato e da propriedade).
Função social (CR compromissória): superação da concepção puramente individualista para cumprir uma função de realização de dignidade; desenvolvimento nacional; diminuição da pobreza e desigualdades regionais. Não é meramente limitação de polícia do direito de propriedade, mas se manifesta na própria configuração estrutural do direito de propriedade (José Afonso). Ou seja, a propriedade não pode ser mais considerada como um direito individual nem um instituto do direito privado: é um instituto de ordem econômica, como instituição de relações econômicas. Conceito difuso: aproveitamento racional; recursos naturais; bem-estar social. Foi introduzida pela CR/34 que assegurou o direito de propriedade com a ressalva de que não poderia ser exercido contra o interesse social ou coletivo. Salvo CR/37, foi repetida. Figura em 4 dispositivos da CF88 (art. 5º, XXIII; art. 170, III; art. 182, § 2º e no caput do art. 186) o que evidencia preocupação com a dignidade.
3) Livre Concorrência e Livre Iniciativa
FUNDAMENTO: LIVRE INICIATIVA – como fundamento, condicionada a interpretação dos princípios. É a projeção da liberdade individual no plano da produção, circulação e distribuição de riquezas, de eleger seus fins e meios (GILMAR). Origem no direito revolucionário francês de 1789 (Decreto d’Allarde de 1791). Abrangência: liberdade de indústria, comércio, empresa e contrato. Eficácia horizontal e vertical. 
· SÚMULA 646 STF: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área”. Limitação? Sim, desde que razoável (STF): Distância mínima entre postos de gasolina, com base na segurança devido ao risco de explosão e presença de líquidos inflamáveis. STF: “A fixação de horário de funcionamento para o comércio dentro da área municipal pode ser feita por lei loca, visando o interesse do consumidor e evitando a dominação do mercado por oligopólio”
· STF: não é dado à Fazenda Pública obstaculizar a atividade empresarial com a imposição de penalidades no intuito de receber imposto atrasado (RE 496.893/RN).
· STF: Norma local que condiciona a concessão de regime especial de tributação à apresentação de CND Meio indireto de cobrança de tributo. Ofensa ao princípio da livre atividade econômica.
· STF: É INCONSTITUCIONAL a lei que exija que a empresa em débito com a Fazenda Pública tenha que oferecer uma garantia (ex: fiança) para que possa emitir notas fiscais. É sanção política (cobrança de tributo por vias oblíquas).
PRINCÍPIO: LIVRE CONCORRÊNCIA – corolário da livre iniciativa e caráter instrumental que impõe uma limitação do exercício da livre iniciativa em prol da universalização da livre iniciativa (competição), por obrigações de cunho negativo (não intervenção) e positivo para o Estado (dirigismo estatal p/ assegurar a existência e fertilidade com medidas de estímulo à econômica e ao desenvolvimento privado). Expressa a opção pela economia de mercado: competição dos agentes + liberdade dos consumidores = melhores resultados sociais de qualidade e preço. É um princípio (caráter normativo). Histórico: Decreto de Allarde (FRA, 1791), Competition Act (Canadá, 1889) e Sherman Act (EUA, 1890).
Relação de complementariedade: A livre iniciativa depende da livre concorrência. Se não a concentração (resultado final natural da livre iniciativa) impede sua própria existência. Para Tércio Sampaio é: (1) tutela do consumidor (descentralização da formação dos preços) e (2) garantir de oportunidades iguais (desconcentração de poder): deve gerar extratos intermediários entre grandes e pequenos agentes econômicos, como garantia de uma sociedade mais equilibrada". Para Paula A. Forgioni: como "concorrência-instrumento" para se "assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social", mostra-se indispensável a existência de legislação apta a evitar "a ocorrência de práticas desvirtuadoras da livre concorrência"
· S 419 STF: os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.
4) Defesa do Consumidor
Para VIZEU, é corolário do p. da livre concorrência, que são princípios de integração e de defesa do mercado, uma vez que este se compõe de fornecedores e consumidores. Competição gera benefícios, mas nem todos, como qualidade e segurança, veracidade das informações ao consumidor, vedação de cláusulas abusivas, atendimento pós-consumoetc. Daí a necessidade de uma regulamentação específica de proteção ao consumidor, que veio inscrita inclusive como um direito individual constitucionalizado. Promovida no SNDC pelo MP, DP, Procons e entidades civis.
5) Defesa do Meio Ambiente
A conjugação do econômico e do ambiental reconduz ao que se tem entendido por desenvolvimento sustentável. Ou seja, a exploração econômica há de ser realizada dentro dos limites de capacidade dos ecossistemas, resguardando a possibilidade de renovação dos recursos renováveis e explorando de forma não predatória os não renováveis. Mesmo porque o fim da ordem econômica é assegurar a todos a existência digna. Isso gera o poder-dever do Estado de intervir. A EC 42/2003 veio complementar o inciso, estabelecendo “a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.”
	Desenvolvimento Sustentável: Conferência de Estocolmo das Nações Unidas, 1972.
· STF: constitucionalidade das normas de comércio exterior que proíbem a importação de pneumáticos usados, o que não significa afronta ao princípio do livre exercício da atividade econômica (ADPF 101/DF)
6) Redução das Desigualdades Regionais e Sociais
Objetivo fundamental da RFB. Competência administrativa exclusiva da União executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social. E a Lei de Diretrizes e bases deve incorporar e compatibilizar os planos nacionais e regionais (art. 174 § 4º). CR prevê incentivos tributários e orçamentários (art. 43 e 165, § 1º), tais como os fundos de participação. Ex.: criação da Zona Franca de Manaus por JK.
7) Busca pelo Pleno Emprego
Trabalho para aqueles que estejam em condições de exercer uma atividade produtiva; trata-se de princípio diretivo da atividade econômica que se opõe às políticas recessivas. (i) assegurar condições mínimas de concorrência num mercado com competidores maiores e de maior envergadura; (ii) fomentar o relevante papel desempenhado pelas microempresas e empresas de pequeno porte na geração de empregos e renda; e (iii) incentivar a formalização de micro e pequenos empreendedores que muitas vezes trabalham na informalidade. Ex.: LC 123/2003; interação do governo com indústrias e Conselhos Profissionais: mão de obra adequada à demandas. Não se limita ao fator trabalho: mas ao aproveitamento de todos os recursos e fatores de produção disponíveis. Obriga o proprietário ao exercício desse direito-função (poder-dever).
8) Tratamento Favorecido para EPP constituídas sob as Leis Brasileiras e que tenham sua Sede e Administração no País
Cuida-se de princípio constitucional impositivo de caráter conformador. 
Cuidado: aqui não entram as médias empresas!
9) PRINCÍPIO DO LIVRE EXERCÍCIO DE QUALQUER ATIVIDADE ECONÔMICA
Corolário da livre iniciativa. Liberdade de trabalho e empreendimento. Limites: nos termos da lei, pode ser disciplinado. O que deve ser feito com proporcionalidade. A regra é a mínima intervenção. Músico não precisa se inscrever na ordem dos músicos. É norma de eficácia contida, Estado pode impor exigências. Mas isso não confere poder absoluto, sob pena de abuso de poder de legislar (desvio de poder). Deve haver razões de interesse público (segurança, saúde). Áreas com potencial lesivo (conhecimento específico, técnico ou habilidade demonstrada). A defesa social decide. Sob pena de reeditar-se a prática medieval das corporações de ofício, abolidas pela Carta Imperial de 1824 (art. 179, XXV) - a exigência de que alguém, para desempenhar, validamente, atividade profissional, tenha que se inscrever em associação ou em sindicato para poder exercer, sem qualquer restrição legal, determinada profissão.
	INFO 994 STF. LIBERDADE PROFISSIONAL. A exigência de que o leiloeiro preste caução para o exercício da profissão é compatível com a Constituição, não havendo ofensa ao art. 5º, XIII, tendo em vista que a garantia é necessária para resguardar eventuais danos ao patrimônio de terceiros.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ORDEM ECONÔMICA
1) SUBSIDIARIEDADE
Só em segundo plano o Estado pode ter uma empresa, ou seja, o Estado só será empresário quando a iniciativa privada não quiser atuar naquela área. Até para se criar uma empresa depende de lei. 
	Intervenção no domínio econômico (instituição de plano econômico), em que pese ser ato lícito, pode ensejar a responsabilidade civil do Estado – caso Varig (RE 571969/DF – info 738, STF).
O Estado atua no domínio econômico de diversas formas, seja diretamente, exercendo ele mesmo atividade econômica quando necessária aos imperativos de segurança nacional ou relevante interesse coletivo, seja de forma indireta, como regulador da atividade econômico, fiscalizando a atuação dos agentes econômicos ou incentivando ou desestimulando certas condutas deles. A atividade econômica em sentido amplo engloba os serviços públicos (campo de atuação do Estado) e a atividade econômica em sentido estrito (campo de atuação do particular). Quando o Estado atua com exclusividade na prestação de serviços públicos ele, na verdade, está gozando de um privilégio, como é o caso dos Correios – empresa pública federal que explora o serviço postal de forma exclusiva, consoante o previsto no art. 21, X, da CF/88 e a Lei 6.538/1978. Por sua vez, quando o particular ou o poder público, atuando diretamente na economia, atua com exclusividade na exploração de atividade econômica em sentido estrito há que se falar em monopólio. Por exemplo, o art. 177 da CF/88 prevê o monopólio da União na pesquisa, lavra, refinação, transporte, importação e exportação do petróleo.
Na atuação indireta na economia o Estado pode, por razões de interesse público, realizar o tabelamento de preços, conduta esta lícita, pois visa proteger o mercado em razão de alta inflação. No caso da Varig, concessionária de serviço público de navegação aérea (art. 21, XII, c da CF/88), foi aplicado o tabelamento de preços, o que acarretou prejuízos financeiros à companhia, pois ela ficou por um longo período de tempo operando de forma deficitária, sem lucro algum. A responsabilidade estatal está prevista na Constituição Federal no art. 37, §6º, que estabelece uma responsabilidade objetiva, sem necessidade da aferição de dolo ou culpa do Estado, sendo este responsável por atos lícitos e ilícitos que causem prejuízo a terceiros. No caso da Varig, apesar da conduta estatal de tabelamento de preços ser lícita, ocorreu inegável prejuízo à Varig, que como concessionária de serviço público não tinha liberdade para agir no mercado como quisesse, mas devia atender às normatizações estatais. Por ser concessionária de serviço público lhe é assegurada a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão, aplicando-se a teoria da álea administrativa, na qual a conduta da administração pública, apesar de ser dotada de generalidade, atinge de forma mais intensa o concessionário, lhe causando onerosidade excessiva, a qual deve ser indenizada.
Exemplos de limitação: (a) autorização para determinadas atividades; (b) intervenção direta na atividade econômica; (c) punição de atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular e reprimindo o abuso do poder econômico. 
2) LIBERDADE ECONÔMICA: A liberdade de iniciativa no campo econômico compreende a liberdade de trabalho e de empreender. Decorre da livre iniciativa.
3) IGUALDADE ECONÔMICA: É outra vertente da livre iniciativa, sendo o instituto garantidor da liberdade de concorrência (art.170, IV, CRFB). 
 4) DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: Objetiva reduzir as desigualdades regionais e sociais. Políticas públicas de ação afirmativa. 
5) DEMOCRACIA ECONÔMICA: Informa que as políticas públicas devem ampliar a oferta de oportunidades de iniciativa e de emprego, com chances iguais para todos os que se encontrem na mesma situação fática e jurídica.
6) BOA-FÉ ECONÔMICA: Transparência e publicidade.
PRINCÍPIOS DO DIREITO ECONÔMICO
a) Economicidade: possui expressaprevisão no caput do art. 170 da CR/88. Ela significa que o Estado deve focar suas políticas públicas de planejamento para a ordem econômica em atividades economicamente viáveis, tanto a curto quanto a médio e longo prazo, garantindo, assim, o desenvolvimento econômico sustentável e racional do país.
b) Eficiência: o Estado, ao estabelecer suas políticas públicas, deve pautar sua conduta com o fim de viabilizar e maximizar a produção de resultados da atividade econômica, conjugando os interesses privados dos agentes econômicos com os interesses da sociedade.
c) Generalidade: busca conferir às normas de Direito Econômico alto grau de generalidade e abstração, ampliando seu campo de incidência ao máximo, a fim de permitir sua aplicação a todos os agentes econômicos e às constantes e dinâmicas modificações mercadológicas.
PRINCÍPIOS DE INTEGRAÇÃO (JOSÉ AFONSO DA SILVA)
São: defesa do consumidor (inc. V), a defesa do meio ambiente (inc. VI), a redução das desigualdades regionais e sociais (inc. VII) e a busca do pleno emprego (inc. VIII). Dirigidos a resolver os problemas da marginalização regional ou social”.
	LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA
Declaração de Direitos de Liberdade Econômica: Lei nº 13.874/2019
Liberdade e dinamicidade à Economia. Cada ato normativo deve ser precedido de análise prévia de impacto regulatório, evitando arbitrariedades. Trata-se de decorrência da competência legislativa concorrente, editando a União uma norma geral de direito econômico, aplicável a todos os entes.
Norma geral com valor interpretativo: em favor da liberdade econômica, da boa-fé e do respeito aos contratos, aos investimentos e à propriedade todas as normas de ordenação pública sobre atividades econômicas privadas.
	aplicação e na interpretação do direito civil, empresarial, econômico, urbanístico e do trabalho nas relações jurídicas que se encontrem no seu âmbito de aplicação e na ordenação pública, inclusive sobre exercício das profissões, comércio, juntas comerciais, registros públicos, trânsito, transporte e proteção ao meio ambiente.
· Não se aplica em direito tributário e financeiro.
Objetivos: 
a) Explicitar as condições jurídicas para que a liberdade econômica seja validamente limitada por medidas regulatórias
b) Criar instrumentos para as medidas estatais de intervenção serem metódica e efetivamente avaliadas, questionadas, corrigidas e, quando inadequadas, substituídas ou eliminadas
c) Combate à corrupção nos atos de liberação. É a teoria das “cabines de pedágio” ou tollbooth theory.
O que é um ato público de liberação? A licença, a autorização, a concessão, a inscrição, a permissão, o alvará, o cadastro, o credenciamento, o estudo, o plano, o registro e os demais atos exigidos, sob qualquer denominação, por órgão ou entidade da administração pública na aplicação de legislação, como condição para o exercício de atividade econômica, inclusive o início, a continuação e o fim para a instalação, a construção, a operação, a produção, o funcionamento, o uso, o exercício ou a realização, no âmbito público ou privado, de atividade, serviço, estabelecimento, profissão, instalação, operação, produto, equipamento, veículo, edificação e outros.
PRINCÍPIOS DE DIREITO ECONÔOMICO DA LEI 13.874/2019 (art. 2º)
a) Liberdade como garantia no exercício de atividades econômicas
b) Boa-fé do particular perante o poder público
c) Intervenção subsidiária e excepcional do Estado
d) Reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado
Regulamento disporá sobre os critérios de aferição para afastamento do IV do caput deste artigo, limitados a questão de má-fé, hipersuficiência ou reincidência.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
a) Desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente da propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos públicos de liberação da atividade econômica;
· Ato do Gov. Federal disporá sobre as atividades de baixo risco, a ser observado na ausência de legislação estadual ou municipal. Na ausência, será aplicada Resolução do Comite CGSIM, independente da aderência do ente federativo à REDESIM. Estado ou Município deve notificar Ministério da Economia sobre sua norma.
b) Desenvolver em qualquer horário ou dia da semana, inclusive feriados, sem cobranças ou encargos adicionais, observadas: (i) meio ambiente; (ii) restrições de contrato, regulamento condominial ou outro negócio jurídico ou direito real e de vizinhança; (iv) legislação trabalhista.
c) definir livremente, em mercados não regulados, o preço de produtos e de serviços como consequência de alterações da oferta e da demanda;
· Não se aplica às situações em que o preço dos produtos e de serviços seja utilizado com a finalidade de reduzir o valor do tributo, de postergar sua arrecadação ou remeter lucros em forma de custos ao exterior; Nem à legislação de defesa da concorrência; consumidor e lei federal.
d) receber tratamento isonômico de órgãos e de entidades da administração pública
e) presunção de boa-fé, interpretando-se de forma a preservar a autonomia privada, salvo lei
f) desenvolver, executar, operar ou comercializar novas modalidades de produtos e de serviços quando as normas infralegais se tornarem desatualizadas por força de desenvolvimento tecnológico consolidado internacionalmente.
· Depende de regulamento, não editado.
g) negócios jurídicos empresariais paritários serão objeto de livre estipulação das partes pactuantes, de forma a aplicar todas as regras de direito empresarial apenas de maneira subsidiária ao avençado, exceto normas de ordem pública
· NÃO SE APLICA ÀS EP e SEM.
h) Cientificação do prazo máximo para análise de pedido de liberação. Silêncio importará aprovação tácita, ressalvadas hipóteses vedadas em lei.
· Não se aplica a Estado e Municípios, exceto se o ato de liberação foi derivado ou delegado por legislação ordinária federal ou tenha se vinculado ao IX por instrumento válido próprio.
· Não se aplica a questões tributárias; registro de marcas; se decisão importar em compromisso financeiro à Administração Pública ou tratado em vigor.
· não se aplica às atividades com impacto significativo no meio ambiente, conforme estabelecido pelo órgão ambiental competente.
· Aplicação tácita não se aplica quando a titularidade da solicitação for de agente público ou seu parente de até 3º grau perante seu órgão.
i) Arquivar documento em microfilme ou meio digital, hipótese equiparada a documento físico.
· Não se aplica em D. Tributário e Financeiro. 
· Decreto 10278/2020 dispõe sobre a técnicas e requisitos. Para comprovar diante de PJ pública:Exige certificação digital ICP-Brasil; padrões técnicos mínimos e alguns metadados. Entre particulares é mais simples: qualquer meio de comprovação da autoria, integridade e, se necessário, confidencialidade será válido, desde que escolhido de comum acordo ou aceito pela pessoa a quem for aposto. Dispõe sobre a responsabilidade pela digitalização: § 1º Cabe ao possuidor do documento físico a responsabilidade perante terceiros pela conformidade do processo de digitalização ao disposto neste Decreto. § 2º Na hipótese de contratação de terceiros pela administração pública federal, o instrumento contratual preverá: I - a responsabilidade integral do contratado perante a administração pública federal e a responsabilidade solidária e ilimitada em relação ao terceiro prejudicado por culpa ou dolo. Dever de preservação do documento não histórico pelo prazo de prescrição ou decadência dos direitos a que se refere.
j) Não ser exigida medida ou prestação compensatória ou mitigatória abusiva, em sede de estudos de impacto ou outras liberações de atividade econômica no direito urbanístico
k) Certidão só com expressa previsão em lei.
· Ilegal delimitar prazo de validade de certidão emitida sobre prazo imutável, como óbito.
ABUSO DO PODER REGULATÓRIO
I – criar reserva de mercado ao favorecer, na regulação, grupo econômico, ou profissional, em prejuízo dos demais concorrentes;
II – redigir enunciados que impeçam a entrada de novoscompetidores nacionais ou
estrangeiros no mercado;
III – exigir especificação técnica que não seja necessária para atingir o fim desejado;
IV – redigir enunciados que impeçam ou retardem a inovação e a adoção de novas tecnologias, processos ou modelos de negócios, ressalvadas as situações consideradas em regulamento como de alto risco;
V – aumentar os custos de transação sem demonstração de benefícios;
VI – criar demanda artificial ou compulsória de produto, serviço ou atividade profissional, inclusive de uso de cartórios, registros ou cadastros;
VII – introduzir limites à livre formação de sociedades empresariais ou de atividades econômicas;
VIII – restringir o uso e o exercício da publicidade e propaganda sobre um setor econômico, ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas em lei federal; e
IX – exigir, sob o pretexto de inscrição tributária, requerimentos de outra natureza de maneira a mitigar os efeitos do inciso I do caput do art. 3º desta Lei
ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO
Inclui autarquias a fundações públicas. Análise da razoabilidade de seu impacto econômico. Não é novidade, pois Decreto 9.191/2017 já exigia uma série de análises e a Lei das Agências Reguladoras contém disposição similar, porém com critérios mais amplos da AIR, sem restringi-la aos possíveis impactos econômicos. Deve ser ex ante e durante todo processo regulatório, do ponto de vista qualitativo e quantitativo.
CRÍTICA À LEI
Baixa qualidade técnica na produção legislativa. É mais um manifesto ideológico. Conceitos jurídicos abertos que permitirão ativos judicial em sua densificação, o que vai contra o objetivo da lei de segurança jurídica. Foram afastadas preocupações com governança pública, o que caracterizava o projeto inicial. Gilberto Bervovici deu parecer sobre a inconstitucionalidade.
ALTERAÇÕES DECORRENTES DA LEI
1 – Extinção do Fundo Soberano Brasil.
2 – Alteração do CC para reafirmar a autonomia da PJ: “PJ não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos”. (art. 49-A)
3 – Alteração da disciplina da Desconsideração da PJ no CC: Abuso só vai ensejar desconsideração para bens decorrentes direta ou indiretamente do abuso (art. 50)
4 – Desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. NÃO CONSTITUI DESVIO a a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica
5 – Confusão patrimonial: a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - descumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
6 – Aplicabilidade à desconsideração inversa.
7 – Possibilidade de desconsideração indireta ou expansiva da PJ (grupo econômico) deve observar requisitos do art. 50.
8 – Alteração das normas interpretativas do negócio jurídico. Deve lhe atribuir o sentido que: a) for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; b) corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; c) corresponder à boa-fé; d) for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e d) corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. (art. 113, § 2º)
9 – Exercício da liberdade contratual nos limites da função social do contrato (art. 421), prevalecendo o princípio da intervenção mínima e excepcionalidade da revisão contratual.
10 – Presunção de paridade e simetria dos contratos, até a presença de elementos concretos que justifiquem afastamento, ressalvados regimes jurídicos de leis especiais. As partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação
das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução, a alocação de riscos, bem como a revisão contratual será excepcional e limitada.
11 – Autonomia Patrimonial da EIRELI: Somente o patrimônio social da EIRELI responderá pelas dívidas da PJ, não confundindo com o do sócio, salvo fraude (art. 980-A § 7º).
12 – Sociedade Limitada Unipessoal. Aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social. (art. 1.052, §2º)
13 – Tutela Jurídica dos Fundos de Investimentos nos arts. 1.368-C a 1.368-F do CC. O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio de natureza especial, destinado à aplicação em ativos financeiros, bens e direitos de qualquer natureza. Não se aplicam normas do condomínio geral e do condomínio de lotes. Registro na CVM é condição suficiente para publicidade e oponibilidade de efeitos em relação a terceiros. Os fundos de investimento respondem diretamente pelas obrigações legais e contratuais por eles assumidas, e os prestadores de serviço não respondem por essas obrigações, mas respondem pelos prejuízos que causarem quando procederem com dolo ou má-fé. Regulamento pode limitar responsabilidades (quanto às cotas; parâmetros; criação de classes). O patrimônio segregado só responderá por obrigações vinculadas à classe respectiva, nos termos do regulamento. Isso somente abrangerá fatos posteriores à mudança do regulamento. Aplicam-se as regras da insolvência, a ser requerida pelos credores; cotistas ou pela CVM.
14 - Subscrição pública das sociedades anônimas (art. 85, da LSA).
15 - Modificação das disposições que tratam da rede nacional para a Simplificação do registro e da legalização de empresas e negócios - REDESIM
.16 - Alterou a lei n. 12.682/2012, que dispõe sobre a elaboração e o arquivamento de
documentos em meios eletromagnéticos, autorizando o armazenamento em meio eletrônico, óptico ou equivalente de documentos públicos ou privados por dados ou por imagens.
17 – Modificação das regras dos bens imóveis da União. Recurso hierárquico da decisão do Secretário da SPU no prazo de 20 dias. O Ministro da Economia editará atos.
18 – Lei de Registros Públicos: autorização para digitalização.
19 – Cadastros Informativos dos Créditos não quitados de órgãos e entidades federais. Comitê do CARF +SRFB e PGFN editará súmulas, que serão observadas nos atos administrativos, normativos e decisórios destes órgãos. Dispensada atuação da PGFN conforme parecer do PGFN/súmula ou parecer do AGU.
19 – Registros de empresas. 
3. C. INTERVENÇÃO ESTATAL NO DOMÍNIO ECONÔMICO. COMPETÊNCIA. JUSTIFICATIVA. MODALIDADES DE INTERVENÇÃO.
HISTÓRICO: Primeiro, surge para correção das falhas de mercado (normas do ser) e, após, e suplementado pela implementação da ideologia econômica do Governo (normas do dever ser), em uma ação finalística voltada a produção de determinados resultados.
A regra é que a atividade econômica compete à livre iniciativa privada, salvo razões de interesse coletivo ou imperativos de segurança nacional e outros casos expressamente autorizados pela CR (173). 
	Qual a justificativa para a intervenção estatal?
Para Adam Smith, a intervenção do Estado só se justificaria quando a iniciativa se mostrasse omissa, desinteressa ou incapaz. Mas essa compreensão está mais associada com a ação supletiva do Estado e não propriamente com a intervenção.
· Por isso não se fala em intervenção estatal no campo dos serviços públicos, mas de atuaçãoestatal
O que motiva a intervenção são as falhas do modelo econômico capitalista (Nusdeo). O reingresso do Estado como centro decisório não foi sistemático ou por opção, mas por uma necessidade incontornável, destinado a impedir as consequências indesejáveis do sistema de autonomia. Isso significa que não é apenas o Estado que ameaça à liberdade dos agentes econômicos, mas os próprios autores econômicos.
A própria etimologia de intervenção é Liberal: a ideia é Mercado Livre, o Estado se intromete (Mises denomina de intromissão).
Denomina-se de: regime de mercado controlado, capitalismo regulamentar ou neoliberalismo.
1) MOTIVO 1 (Caráter Negativo/Intervenção Anticíclica): Suprir as deficiências do mercado, mas sem negá-lo ou atuar contra ele
2) MOTIVO 2 (Caráter Positivo): Obtenção de determinados resultados por meio da política econômica, que não seriam alcançados pelo desempenho normal do mercado.
Ex.: meia-entrada para estudantes.
COMPETÊNCIAS - PREDOMINÂNCIA DA UNIÃO: Embora a competência para legislar sobre D. Econômico seja concorrente, a competência quase absoluta para a intervenção no domínio econômico é da União (art. 21). No rol de sua competência administrativa privativa estão: elaboração e execução de planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social, fiscalização de operações financeiras, reserva da função relativa ao serviço postal, organização dos serviços de telecomunicações, radiodifusão, energia elétrica, aproveitamento energético dos cursos d´água e os serviços de transporte. No rol de suas competências legislativas privativas (art. 22) temos: comércio exterior e interestadual, organização do sistema nacional de empregos, sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular, diretrizes da política nacional de transportes, jazidas, minas e outros recursos minerais, entre outros.
· No caso de ausência de norma da União, Estados não podem legislar sobre competência privativa, sob pena de ofensa ao pacto federativo.
Assim, pouco ou nada resta para as demais pessoas federativas, o que denuncia claramente a SUPREMACIA DA UNIÃO COMO REPRESENTANTE DO ESTADO-REGULADOR DA ORDEM ECONÔMICA, apesar de haver competência concorrente para legislar sobre direito econômico, produção e consumo e meio-ambiente. Nesses casos, a competência da União encerra a produção de normas gerais, cabendo às demais entidades políticas a edição de normas suplementares.
Geralmente sobram para Municípios apenas questões periféricas de direito local, como estabelecer tempo de espera em fila de bancos, obrigação de instalação de monitoramento eletrônico etc.
REGRAS CONSTITUCIONAIS PARA INTERVENÇÃO: 
	Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
	PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE.
A CRFB/88 traz, nos arts. 175 a 177, casos de segurança nacional ou relevante interesse público que autorizam a intervenção do Estado na economia: prestação de serviços públicos (art. 175); exploração de jazidas, recursos minerais e potenciais de energia hidráulica, bem como a pesquisa e a lavra, mediante autorização ou concessão da União (art. 176); monopólios da União na exploração de petróleo, minérios e minerais nucleares (art. 177); demais casos previstos pela própria Constituição (art. 21, XII), que a rigor são serviços públicos. Assim, embora subsidiária a atuação do Estado brasileiro na economia, ela não é reduzida.
Crítica: José Afonso. Não há subsidiariedade. Mas, havendo situação de interesse coletivo e segurança nacional, prevalência do interesse público sobre o privado.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
· Como SEM, o Estado deve necessariamente abrir seu capital.
MODOS DE ATUAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA PARA EXECUÇÃO DOS FINS CONSTITUCIONAIS: 
a) Exploração direta: agente econômico – participação (Instrumentos: EP; SEM e suas subsidiárias; paraestatais) ou absorção (monopólio)
a. Monopólio
b. Necessária (segurança nacional ou interesse coletivo relevante)
b) Indireta: Normativo e Regulador: agente disciplinador – intervenção propriamente dita
a. Regulamentação: Restabelecer a livre concorrência (Lei Antitruste). Falhas de mercado.
b. Fiscalização (regulador): Controlar o cumprimento das determinações.
c. Incentivo (promotor): Sem empregar meios coativos.
d. Planejamento (planejador): Processo técnico instrumentalizado em PLANOS para transformar a realidade existente no sentido de objetivos previamente estabelecidos. Meios de ação coordenadamente dispostos a um fim.
i. Planos vinculam os agentes econômicos? O PLANO É DETERMINANTE PARA O SETOR PÚBLICO, MAS INDICATIVO AO SETOR PRIVADO.
	Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. 
c) Mista: Estado cria medidas para regulamentar as medidas de política econômica de algum setor e, paralelamente, cria empresas estatais, que podem atuar em monopólio ou não.
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO: 
INTERVENÇÃO NO (DIRETA)
a) Intervenção por PARTICIPAÇÃO (concorrência) é quando o Estado desempenha atividade típica de agentes econômicos privados, com eles competindo em igualdade de condições, sem que haja barreiras legais à entrada de novos competidores naquele setor da economia impostos pelo governo.
b) Na intervenção por ABSORÇÃO (serviços públicos e monopólio) é o que ocorre quando o Estado, em sua função de implementar uma política econômica, atua no domínio econômico, desempenha diretamente funções que não despertam o interesse dos empresários ou que devem ser desenvolvidas pelo governo por razões de “interesse nacional”. É o caso dos monopólios legais, por exemplo, e principalmente dos serviços públicos.
INTERVENÇÃO SOBRE (INDIRETA)
c) Na atuação do Estado sobre o domínio econômico, na modalidade intervenção por INDUÇÃO (formento), o Estado manipula os instrumentos de intervenção em conformidade com as leis de mercado, com normas dispositivas (incentivo). Ele fomenta, concede crédito etc.
a. É possível induzir por meio de serviços públicos (construção de uma ponte). Por isso, GRAU defende que a livre iniciativa também abrange a iniciativa estatal.
d) Na atuação do Estado sobre o domínio econômico, na modalidade intervenção por DIREÇÃO (normativo e regulador), o Estado atua por intermédio de normas cogentes, estabelecendo formas de comportamentoa serem observadas pelos sujeitos da atividade econômica em sentido estrito (fiscalização e controle).
	Modalidades de Intervenção do Estado na Economia
	Participação
	Competição com particulares
	Absorção
	Serviços públicos e monopólios legais
	Indução
	Incentivo e planejamento (fomento)
	Direção
	Fiscalização e controle
Obs.: Planejamento não é uma forma de intervenção no ou sobre o domínio. Apenas qualifica a intervenção na medida que o prévio exercício dele torna mais racional a atuação concreta dos agentes econômicos.
A intervenção pode ainda ser direta, quando o Estado exerce atividade econômica, ou indireta, quando atua com fomento, fiscalização e regulação.
ADPF 46 (ECT): Atividade econômica:
a) SENTIDO AMPLO: SERVIÇO PÚBLICO + SENTIDO ESTRITO
a. “Privilégio” serviço público (em razão dos princípios da continuidade do serviço, inevitabilidade de consumo e demais que caracterizam o regime de direito público. No serviço público, o privilégio se classifica em)
i. Privilégio por exclusividade: quando apenas um agente está legitimado a prestar o serviço.
ii. Privilégio sem exclusividade: atuação de mais de um delegatário em regime de privilégio, pois mesmo com a existência de mais de um legitimado para o serviço ainda persiste o privilégio entre os concessionários e permissionários, a exemplo do que ocorre na navegação aérea e transporte rodoviário.
b) SENTIDO ESTRITO: AGENTES ECONÔMICOS PRIVADOS (Trata-se de todas as atividades típicas do mercado, que envolvem a produção, circulação e o consumo de bens e serviços, sendo regidas exclusivamente pelas normas do direito privado, embora sujeitas eventualmente à restrição e normatização do poder de polícia); 
a. “Monopólio” atv. privada
	GRAU distingue atuação (mais ampla: serviços públicos e atividade econômica) e da intervenção (só atividade econômica), que só se dá nos casos de interesse coletivo ou segurança nacional.
	CORREIOS – ADPF 46
Na ADPF visava-se restringir o monopólio postal dos Correios a entrega de cartas, em sentido estrito, envelopado e selado, que se envia de uma parte a outra com informações de cunho pessoal, produzido por meio intelectual, e não mecânico. O STF julgou improcedente, mas deu interpretação conforme à constituição no sentido de restringir a tipicidade penal do art. 42 da Lei nº 6.538/78 às atividades de recebimento, transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o exterior, de carta, cartão-postal e de correspondência agrupada, além da fabricação, emissão de selos e de outras fórmulas de franqueamento postal.
“O serviço postal --- conjunto de atividades que torna possível o envio de correspondência, ou objeto postal, de um remetente para endereço final e determinado --- não consubstancia atividade econômica em sentido estrito. Serviço postal é serviço público. 2. A ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO AMPLO É GÊNERO QUE COMPREENDE DUAS ESPÉCIES, O SERVIÇO PÚBLICO E A ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO. MONOPÓLIO É DE ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO, EMPREENDIDA POR AGENTES ECONÔMICOS PRIVADOS. A EXCLUSIVIDADE DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS É EXPRESSÃO DE UMA SITUAÇÃO DE PRIVILÉGIO. Monopólio e privilégio são distintos entre si; É imprescindível distinguirmos o regime de privilégio, que diz com a prestação dos serviços públicos, do regime de monopólio sob o qual, algumas vezes, a exploração de atividade econômica em sentido estrito é empreendida pelo Estado. 6. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos deve atuar em regime de exclusividade na prestação dos serviços que lhe incumbem em situação de privilégio, o privilégio postal. 7. Os regimes jurídicos sob os quais em regra são prestados os serviços públicos importam em que essa atividade seja desenvolvida sob privilégio, inclusive, em regra, o da exclusividade. 
Sobre os correios, há três posições:
1) Bandeira de Mello; Floriano Azevedo; Alexandre Aragão: serviços postais se tratam de serviços públicos, devendo a Lei nº 6.538/78 ser interpretada como ato de delegação da prestação à empresa pública, ainda que o art. 175 da CRFB condicione a delegação à pessoa jurídica de direito privada à prévia licitação
2) José Afonso; Barroso: os serviços postais se trata de atividade econômica em sentido estrito, devendo ser explorado sob o regime da livre iniciativa. Para haver exploração direta por parte do Estado, deve-se observar a sistemática do art. 173 da CRFB, ainda que se trate de atividade sob a regulação estatal (art. 174);
3) Maria Neuenschwander Escosteguy Carneiro: os serviços postais têm natureza mista, tendo atividades que devem ser prestadas sob regime de direito público e outras que devem ser prestadas sob o regime de direito privado, em caráter análogo ao regime estabelecido para as telecomunicações
	MONOPÓLIO POSTAL. ENTREGA DE CARNÊS DE IPTU POR SERVIDORES DO MUNICÍPIO. POSSIBILIDADE. Não viola o monopólio de serviço postal a entrega de carnês de IPTU por servidores municipais. Precedentes do STJ. Unânime. (TRF1, Ap 2005.38.01.000650-0/MG, rel. Juiz Federal Evaldo de Oliveira Fernandes, filho (convocado), em 1º/02/2012.)
A VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO LIMITA-SE À ENTREGA DE CARTAS, CARTÕES-POSTAIS E CORRESPONDÊNCIAS AGRUPADAS. 7. Na hipótese dos autos, verifica-se que o impetrante promove a entrega de impressos e boletos bancários ou cobranças, não enquadradas nas modalidades acima descritas. 8. Não consistindo em privilégio - exclusivo - da União, descabida a necessidade de imposição de licitação para sua exploração. 9. Descabida a condenação em honorários advocatícios. 10. Apelação provida. (TRF3, AMS 2001.03.99.034321-4)
1. C. EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PELO ESTADO. REGIME JURÍDICO.
INTERVENÇÃO DIRETA: EXERCÍCIO DE ATIVIDADE ECONÔMICA PELO ESTADO
	Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Instrumentos: de empresas públicas ou sociedades de economia mista, que deverão atuar em condição de igualdade com o particular, observados os requisitos e limites legais, sendo, portanto, VEDADA À ADMINISTRAÇÃO DIRETA A EXPLORAÇÃO DIRETA/IMEDIATA DE ATIVIDADE ECONÔMICA.
Motivos:
a) Segurança nacional: continuidade e existência da nação. Caráter estratégico. Conceito jurídico indeterminado. EROS: Na CF88 é distinto da EC69. Não é mais segurança do Estado contra a sociedade, mas contra agressão estrangeira. A existência de lei, é federal, porque compete à União legislar sobre segurança nacional.
b) Interesse coletivo: sobrepõe-se ao particular. Direito de 3ª geração. Metaindividual. Ex.: Banco do Brasil. Lei editada pela União ou Estados, de acordo com o interesse jurídico a ser protegido. Interesses públicos correspondem à satisfação dos DFs (constitucionalização do D. Administrativo)
Princípio da subsidiariedade, histórico: Estado de bem estar social. Crescimento exponencial do aparato estatal. Deficiência na prestação básica. Crise fiscal das décadas de 60 e 70. Ascensão do neoliberalismo, que influenciou a CF88, adotando um modelo de Estado Regulador ou Gerencial, preocupado em supervisionar e regular a atividade econômica, majoritariamente desenvolvida pela sociedade. Como exceção, reservou para si o essencial que a coletividade não possa equacionar corretamente.
	Casos recentes
a) Lei da participação dos trabalhadores na gestão da empresa, referendada pelo STF e que se alinha à ideia de Constituição social. Gestão democrática é direito trabalhista (art. 7º, XII), é instrumento de participação do cidadão-empregado nos espaços públicos de que faz parte, além de ser desdobramento do art. 1º, II, que elege a cidadania como fundamento do Estado brasileiro.
b) Decisão sobre alienação do controle de subsidiárias de estatais (venda da TAG – Transportadora Associada de Gás S/A) e da BR Distribuidora. Decidiu o STF (Medida Cautelar) que embora a criação das subsidiárias de estatais dependa de autorização

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