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Prova de juiz comentada

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Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 73 
 
PROVA MAGISTRATURA TJSP 2015 COMENTADA 
ESTRATÉGIA CONCURSOS 
 
 
CONHEÇA NOSSOS CURSOS 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorConcurso/tj-sp-
juiz/ 
PROVA MAGISTRATURA TJSP 2015 
COMENTADA 
Questão 01 
Em matéria de ilicitude dos atos jurídicos, é correto afirmar que 
(A) o termo a quo da correção monetária na indenização por ato ilícito é a 
data do efetivo prejuízo, enquanto que na indenização por dano moral é a 
data do seu arbitramento. 
(B) o descumprimento da prática convencional da pós-datação não retira a 
obrigação do sacado de efetuar o pagamento de título de crédito à vista e 
não gera indenização por responsabilidade civil do beneficiário. 
(C) a pessoa jurídica de direito público não tem direito à indenização por 
dano moral. 
(D) depende de prova do prejuízo a indenização pela publicação não 
autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. 
Comentários 
A alternativa A está correta, em conformidade com a Súmula 43 e a Súmula 
362 do STJ, respectivamente. 
A alternativa B está incorreta, de acordo com a jurisprudência assentada no 
STJ: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS EM RAZÃO DA 
APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DE CHEQUE PRÉ-DATADO, ENSEJANDO A 
INSCRIÇÃO DO NOME DO EMITENTE NO BANCO CENTRAL - PROCEDÊNCIA - 
PROVA DO DANO - DESNECESSIDADE - INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N. 83/STJ 
- QUANTUM INDENIZATÓRIO - RAZOABILIDADE (AgRg no REsp 1222180/AL) 
A alternativa C está correta, como se assentou no STJ: A pessoa jurídica de 
direito público não tem direito à indenização por danos morais relacionados à 
violação da honra ou da imagem (REsp 1.258.389/PB). 
 
 
 
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PROVA MAGISTRATURA TJSP 2015 COMENTADA 
ESTRATÉGIA CONCURSOS 
 
A alternativa D está incorreta, novamente, já se tendo assentado tal 
entendimento no STJ: Em se tratando de direito à imagem, a obrigação da 
reparação decorre do próprio uso indevido do direito personalíssimo, não havendo 
de cogitar-se da prova da existência de prejuízo ou dano. O dano é a própria 
utilização indevida da imagem, não sendo necessária a demonstração do prejuízo 
material ou moral (REsp 267.529/RJ). 
Questão 02 
Em tema de outorga marital ou uxória, e ́correto afirmar que 
(A) é valida a fiança prestada durante união estável sem anuência do 
companheiro, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 
(B) o fiador tem legitimidade para arguir a invalidade da garantia fidejussória 
independentemente de tal consentimento. 
(C) a assinatura do cônjuge, na qualidade de testemunha instrumental do 
contrato, supre a outorga exigida na garantia fidejussória, conforme o 
entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 
(D) é exigível em todos os regimes de bens, e sua ausência implica ineficácia 
total do contrato. 
Comentários 
A alternativa A está correta, conforme jurisprudência do STJ: DIREITO CIVIL-
CONSTITUCIONAL. DIREITO DE FAMÍLIA. CONTRATO DE LOCAÇÃO. FIANÇA. 
FIADORA QUE CONVIVIA EM UNIÃO ESTÁVEL. INEXISTÊNCIA DE OUTORGA 
UXÓRIA. DISPENSA. VALIDADE DA GARANTIA. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 
N. 332/STJ (REsp 1299866/DF) 
A alternativa B está incorreta, segundo o julgado a seguir: LOCAÇÃO. 
PRORROGAÇÃO POR PRAZO INDETERMINADO. FIANÇA. OUTORGA UXÓRIA. 
LEGITIMIDADE RESTRITA AO CÔNJUGE NÃO CONTRATANTE (AgRg no Ag 
1134564/RJ). 
A alternativa C está incorreta, segundo o entendimento pacificado na corte: 
AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA QUANTO AOS TERMOS DA FIANÇA 
PRESTADA POR CÔNJUGE. ASSINATURA LANÇADA NO CONTRATO DE LOCAÇÃO 
NA QUALIDADE DE TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA. IMPOSSIBILIDADE DE 
PRESUMIR A OUTORGA UXÓRIA. SÚMULA 332/STJ (REsp 1185982/PE). 
A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 1.647, inc. III: “Ressalvado o 
disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, 
exceto no regime da separação absoluta, prestar fiança ou aval”. 
Questão 03 
Acerca dos alimentos, é correto afirmar que 
(A) considerando que se extingue o poder familiar pela maioridade (art. 
1.635 do Código Civil), cessa desde logo o dever de prestar alimentos, 
dispensada decisão judicial a esse respeito. 
 
 
 
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ESTRATÉGIA CONCURSOS 
 
(B) a obrigação alimentar dos ascendentes é subsidiaria à obrigação 
alimentar entre irmãos, germanos ou unilaterais. 
(C) o débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que 
compreende as prestações que se vencerem no curso do processo. 
(D) se o cônjuge declarado culpado pela separação judicial vier a necessitar 
de alimentos e não tiver aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será́ 
obrigado a assegurá-los, desde que inexistam parentes na condição de 
prestá-los, limitados ao quantum indispensável à sobrevivência. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pacificado há tempos que a exoneração depende 
de decisão judicial, não sendo automática a cessação do dever alimentar. 
A alternativa B está incorreta, na dicção do art. 1.697: “Na falta dos 
ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão 
e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais”. 
A alternativa C está incorreta, na forma do art. 528, §3º do CPC: “Se o 
executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além 
de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á 
a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses”. 
A alternativa D está correta, conforme o art. 1.704, parágrafo único: “Se o 
cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes 
em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será 
obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência”. 
Questão 04 
No que tange aos direitos da personalidade, assinale a alternativa correta. 
(A) A transmissão da palavra de determinada pessoa poderá, sempre e em 
qualquer circunstância, ser proibida a seu requerimento e sem prejuízo da 
indenização que couber, se lhe atingir a honra ou se destinada a fins 
comerciais. 
 
(B) O pseudônimo licitamente utilizado goza da proteção que se dá ao nome. 
(C) A proteção dos direitos da personalidade aplica-se igualmente às pessoas 
jurídicas. 
 
(D) É garantia legal a irrestrita liberdade de disposição do próprio corpo. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 20: “Salvo se autorizadas, ou 
se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a 
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição 
ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu 
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a 
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”. 
 
 
 
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PROVA MAGISTRATURA TJSP 2015 COMENTADA 
ESTRATÉGIA CONCURSOS 
 
A alternativa B está correta, na dicção do art. 19: “O pseudônimo adotado para 
atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”. 
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 52: “Aplica-se às pessoas 
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”. 
A alternativa D está incorreta, conforme o art. 13: “Salvo por exigência médica, 
é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição 
permanente da integridade física, ou contrariaros bons costumes”. 
Questão 05 
No capítulo relativo ao contrato de compra e venda, é correta a seguinte 
hipótese: 
(A) a fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, à taxa de 
mercado ou de bolsa, em função de índices de subjetiva determinação, mas 
não ao arbítrio exclusivo de uma das partes. 
 
(B) de regra, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do vendedor, 
mas as da tradição caberão ao comprador. 
 
(C) juízes, serventuários e auxiliares da justiça não podem comprar bens 
sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, 
ou a que se estender a sua autoridade, sob pena de nulidade, hipótese 
inextensível à cessão de crédito. 
(D) a venda realizada diretamente pelo mandante ao mandatário não é 
maculada de nulidade. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, já que a determinação não pode ser subjetiva, 
segundo os arts. 486 (“Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de 
mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar”) e 487 (“É lícito às 
partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis 
de objetiva determinação”). 
A alternativa B está incorreta, segundo o art. 490: “Salvo cláusula em contrário, 
ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do 
vendedor as da tradição”. 
A alternativa C está incorreta, nos termos do art. 497, inc. III: “Sob pena de 
nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública, pelos juízes, 
secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares 
da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, 
no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade”. 
A alternativa D está correta, pela aplicação da regra contida no art. 117: “Salvo 
se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o 
representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo 
mesmo”. 
Questão 06 
 
 
 
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ESTRATÉGIA CONCURSOS 
 
Assinale a alternativa correta. 
(A) Os direitos autorais não podem ser objeto de proteção por meio de 
interdito proibitório, dada a impossibilidade do exercício da posse sobre 
coisas incorpóreas. 
(B) A via adequada para fazer cessar o esbulho é a ação de manutenção de 
posse, enquanto que o remédio para a turbação e ́ a de reintegração de 
posse, conquanto as ações possessórias sejam fungíveis. 
(C) É também possuidor aquele que, mesmo achando-se em situação de 
dependência para com o outro, conserva a posse em nome deste, sob suas 
instruções. 
(D) De regra, a posse do imóvel não faz presumir a das coisas moveis que 
nele estiverem. 
Comentários 
A alternativa A está correta, estando assentada a controvérsia no STJ: 
CONSOLIDADA A JURISPRUDENCIA DO STJ NO SENTIDO DE QUE INCABIVEL O 
INTERDITO PROIBITORIO PARA A PROTEÇÃO DE DIREITO AUTORAL (REsp 
144.907/SP). 
A alternativa B está incorreta, conforme o art. 1.210: “O possuidor tem direito 
a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado 
de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”. 
A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 1.198: “Considera-se 
detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, 
conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções 
suas”. 
A alternativa D está incorreta, na dicção do art. 1.209: “A posse do imóvel faz 
presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem”. 
Questão 07 
É correto afirmar que 
(A) salvo no regime da separação, os cônjuges são obrigados a concorrer, 
na proporção de seus bens e rendimentos, para o sustento da família e a 
educação dos filhos. 
 
(B) as causas suspensivas do casamento podem ser opostas por qualquer 
pessoa. 
 
(C) se excluem da comunhão parcial de bens os proventos do trabalho 
pessoal de cada cônjuge. 
 
(D) é obrigatório o regime da separação de bens aos que contraírem 
matrimônio com inobservância das cláusulas de impedimento da celebração 
do casamento. 
Comentários 
 
 
 
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A alternativa A está incorreta, segundo a parte final do art. 1.568: “Os cônjuges 
são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do 
trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o 
regime patrimonial”. 
A alternativa B está incorreta, pela aplicação do art. 1.524: “As causas 
suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em 
linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais 
em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins”. 
A alternativa C está correta, conforme o disposto no art. 1.659, inc. VI: 
“Excluem-se da comunhão os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge”. 
A alternativa D está incorreta, já que em se tratando de impedimentos, não 
podem as pessoas casar; impõe-se o regime de separação de bens nos casos de 
causas suspensivas, nos casos do art. 1.641, incisos. 
Questão 08 
Acerca do Direito das Sucessões, assinale a alternativa correta. 
(A) Considera-se imóvel o direito à sucessão aberta, exigindo-se escritura 
pública para sua cessão, não se admitindo que a renúncia da herança conste 
de termo judicial. 
(B) A morte do responsável cambiário é modalidade de transferência 
anômala da obrigação, repassável aos herdeiros, salvo se o óbito tiver 
ocorrido antes do vencimento do título. 
(C) É eficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre bem 
da herança singularmente considerado. 
(D) É intransferível ao cessionário de direitos hereditários o direito de 
preferência inerente à qualidade de herdeiro. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, em sua parte final, segundo o art. 1.806: “A 
renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou 
termo judicial”. 
A alternativa B está incorreta, segundo o STJ: COMERCIAL. TÍTULOS DE 
CRÉDITO. AVALISTA. ÓBITO ANTES DO VENCIMENTO. OBRIGAÇÃO NÃO 
PERSONALÍSSIMA. TRANSMISSÃO AOS HERDEIROS (REsp 260.004/SP). 
A alternativa C está incorreta, nos termos do art. 1.793, §2º: “É ineficaz a 
cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da 
herança considerado singularmente”. 
A alternativa D está correta, na dicção do art. 520: “O direito de preferência 
não se pode ceder nem passa aos herdeiros”. 
Questão 09 
 
 
 
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Assinale a alternativa correta, no que tange ao direito real de habitação, 
assegurado ao cônjuge sobrevivente. 
(A) É irrenunciável. 
(B) Não dá direito aos frutos. 
(C) Exige registro imobiliário para a sua constituição. 
(D) Não é extensível ao regime da separação de bens. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, sendo mesmo ilógico imaginar que não se poderia 
renunciar a tal direito. 
A alternativa B está correta, conforme o art. 1.414: “Quando o uso consistir no 
direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode 
alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família”. 
A alternativa C está incorreta, por aplicação do art. 1.416 (“São aplicáveis à 
habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao 
usufruto”), que remete ao art. 1.391(“O usufruto de imóveis, quando não resulte 
de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de 
Imóveis”). 
A alternativa D está incorreta, na literalidade do art. 1.831: “Ao cônjuge 
sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo 
da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação 
relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único 
daquela natureza a inventariar”. 
Questão 10 
Assinale a alternativa correta. 
(A) A interrupção da prescrição por um credor aproveita aos outros. 
(B) A exceção possui prazo autônomo e diverso que a pretensão. 
(C) A decadência convencional não é suprível por declaração judicial não 
provocada. 
(D) A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários 
aproveita incondicionalmente aos demais. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, segundo o art. 204: “A interrupção da prescrição 
por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção 
operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais 
coobrigados”. 
A alternativa B está incorreta, nos termos do art. 190: “A exceção prescreve no 
mesmo prazo em que a pretensão”. 
 
 
 
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PROVA MAGISTRATURA TJSP 2015 COMENTADA 
ESTRATÉGIA CONCURSOS 
 
A alternativa C está correta, conforme o art. 211: “Se a decadência for 
convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de 
jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação”. 
A alternativa D está incorreta, na dicção do art. 204, §1º: “A interrupção por 
um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção 
efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros”. 
Questão 11 
A cláusula de reserva de plenário (art. 97 CF) 
a) é compatível com o controle difuso de constitucionalidade. 
b) não está relacionada ao reconhecimento incidental de 
inconstitucionalidade. 
c) aplica-se à declaração de constitucionalidade de ato normativo do poder 
público. 
d) aplica-se à inconstitucionalidade superveniente. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A cláusula de reserva 
de plenário é compatível com o controle difuso de constitucionalidade. De acordo 
com o art. 97, da CF/88, aplica-se a cláusula de reserva de plenário no controle 
difuso exercido pelos tribunais. 
A alternativa B está incorreta. O reconhecimento incidental é aquele que ocorre 
no controle difuso haja vista que a declaração acontece prejudicialmente ao 
exame do mérito do caso concreto. 
A alternativa C está incorreta. Não se aplica a cláusula de reserva de plenário 
quando o tribunal mantiver a constitucionalidade do ato normativo. 
A alternativa D está incorreta. Somente se fala em inconstitucionalidade quando 
se tratar de atos normativos posteriores ao texto constitucional. 
Questão 12 
No que tange à revelia e seus efeitos, assinale a alternativa correta. 
a) A fluência dos prazos, independentemente de intimação, vale para o réu 
que não conta com patrono nos autos e não reconvém. 
b) Em ação possessória tempestivamente contestada, a irregularidade de 
mandato do advogado do réu, não sanada, permite que o magistrado admita 
a pretensão inicial. 
c) É vedada ao revel a produção de provas, ainda que em tempo oportuno. 
d) A ação de anulação de casamento não contestada induz presunção de 
veracidade. 
Comentários 
 
 
 
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A alternativa A está incorreta. A fluência dos prazos, independentemente de 
intimação, vale para o réu que não conta com patrono nos autos, mas não vale 
para o que não reconvém. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Diante da irregularidade 
de representação não sanada, o juiz concede prazo para sanar o defeito, não 
sanada a irregularidade, declarará o réu revel, podendo admitir sua pretensão 
inicial, porque ação possessória não envolve direito indisponível. Vejamos o art. 
76, §1º, do NCPC: 
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, 
o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. 
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que 
se encontre. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com a súmula nº 231, do STF, o revel, 
em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo 
oportuno. 
A alternativa D está incorreta. Não se operam os efeitos de presunção de 
veracidade em pleitos cujo objeto consiste em direito indisponível, ou seja, 
matéria de ordem pública, que sequer admite confissão. 
Questão 13 
Com relação à confissão, assinale a alternativa correta. 
a) Em ação que verse sobre direitos indisponíveis, a confissão não faz prova 
contra o confitente se desacompanhada da confissão do outro cônjuge. 
b) A confissão judicial faz prova contra os litisconsortes e o confitente. 
c) É meio de prova que implica presunção absoluta de veracidade. 
d) É, de regra, indivisível. 
Comentários 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 395, do 
NCPC: 
Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar 
como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, 
porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir 
fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção. 
Questão 14 
É correto dizer, em relação à coisa julgada, que 
a) emerge da parte dispositiva da sentença não mais sujeita a recurso, salvo 
a remessa necessária. 
 
 
 
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b) não se aplica à sentença omissa. 
c) para que ela se opere, deve haver dúplice identidade entre as ações. 
d) a alegação de decadência do direito do autor, reconhecida em ação 
cautelar, autoriza seu reconhecimento na ação principal. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §4º, do art. 337, do NCPC, há 
coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada 
em julgado. 
A alternativa B está incorreta. A sentença é considerada omissa quando o juízo 
não se pronuncia sobre determinada matéria submetida à sua apreciação. Se a 
matéria não foi analisada pelo juízo, ou seja, se a matéria não consta na 
sentença, não há que se falar em formação de coisa julgada sobre ela. 
A alternativa C está incorreta. A existência de ações idênticas em curso 
caracteriza litispendência e não coisa julgada. 
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 310, da Lei nº 13.105/15, o 
indeferimento da tutela provisória cautelar não obsta a que a parte formule o 
pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do 
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. 
Questão 15 
Em tema de ação rescisória, afirma-se corretamente que 
a) se admite sua propositura contra sentença transitada em julgado, mesmo 
que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos. 
b) o prazo decadencial para a sua propositura só se inicia quando da 
intimaçãodo pronunciamento rescindendo. 
c) estão impedidos juízes que participaram do julgamento rescindendo. 
d) é cabível contra a sentença que resolve o mérito, quando as partes 
transigirem. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Cabe ação rescisória se 
a parte não esgotar todos os recursos cabíveis e deixar a sentença transitar em 
julgado. Segundo a súmula nº 401, do STJ, o prazo decadencial da ação rescisória 
só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento 
judicial. 
A alternativa B está incorreta. O prazo decadencial se inicia a partir do trânsito 
em julgado da decisão, independente de intimação. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com a súmula nº 252, do STF, na ação 
rescisória, não estão impedidos juízes que participaram do julgamento 
rescindendo. 
 
 
 
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A alternativa D está incorreta. Sentença homologatória de transação enseja 
ação anulatória, e não rescisória. 
Questão 16 
No que se refere à execução de título extrajudicial, a jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que 
a) o instrumento de confissão de dívida originária de contrato de abertura 
de crédito em conta corrente não constitui título executivo. 
b) o contrato de abertura de crédito em conta corrente é título executivo 
quando acompanhado do respectivo extrato. 
c) a nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito em conta 
corrente não goza de autonomia. 
d) o contrato de abertura de crédito em conta corrente é título executivo. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Com base na súmula nº 300, do STJ, o 
instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura 
de crédito, constitui título executivo extrajudicial. 
As alternativas B e D estão incorretas. De acordo com a súmula nº 233, do STJ, 
o contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta 
corrente, não é título executivo. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê a súmula 
nº 258, do STJ: 
Súmula 258 - A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de 
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. 
Questão 17 
Assinale a alternativa incorreta. 
a) Prescreve a execução eis que alcançado o prazo de prescrição da ação. 
b) É penhorável a nua propriedade, resguardado o direito real de usufruto. 
c) O saldo em PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), de forte natureza de 
poupança previdenciária, é insuscetível de penhora. 
d) Instituída a cláusula de inalienabilidade, torna-se impenhorável o bem 
gravado. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois é o que dispõe a súmula nº 150, do STF: 
Súmula 150 - Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação. 
A alternativa B está correta. A nua propriedade pode ser objeto de penhora e 
alienação em hasta pública, ficando ressalvado o direito real de usufruto, 
inclusive após a arrematação ou a adjudicação, até que haja sua extinção. 
 
 
 
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A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o STJ, 
acima de 40 salários mínimos é penhorável o saldo em PGBL. 
A alternativa D está correta, com base no art. 1.911, do Código Civil: 
Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica 
impenhorabilidade e incomunicabilidade. 
Questão 18 
Acerca da reconvenção, assinale a alternativa correta. 
a) Nas ações possessórias, o usucapião pode ser arguido pela via 
reconvencional. 
b) É admissível em ação declaratória de nulidade de cláusula contratual. 
c) É necessária a intimação pessoal do autor reconvindo para contestá-la, 
no prazo de 15 (quinze) dias. 
d) A existência de causa extintiva da ação obsta ao prosseguimento da 
reconvenção. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Não é cabível reconvenção na ação de usucapião. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe a 
súmula nº 258, do STF: 
Súmula 258 - É admissível reconvenção em ação declaratória. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 343, do NCPC, 
na reconvenção a intimação não será na pessoa do autor reconvindo, mais sim na 
pessoa de seu advogado. 
§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para 
apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. 
A alternativa D está incorreta. Com base no §2º, do art. 343, da referida Lei, a 
existência de causa extintiva da ação não obsta ao prosseguimento da 
reconvenção. 
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu 
mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
Questão 19 
No que se refere ao mandado de segurança, é correto afirmar que 
a) a existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede 
o uso do mandado de segurança contra omissão de autoridade. 
b) é inadmissível a via mandamental para discussão judicial, em execução, 
da dívida ativa da Fazenda Pública. 
c) se suspende o processo de mandado de segurança se o impetrante não 
promove, no prazo assinado, a intimação do litisconsorte passivo necessário. 
d) é substitutivo de ação de cobrança. 
 
 
 
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Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece a 
súmula nº 429, do STF: 
Súmula 429 - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o 
uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade. 
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 38, da LEF, a discussão judicial 
da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta 
Lei, SALVO as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito 
ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito 
preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros 
e multa de mora e demais encargos. 
A alternativa C está incorreta. Com base na súmula nº 631, do STF, extingue-
se o processo de mandado de segurança se o impetrante não promove, no prazo 
assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário. 
A alternativa D está incorreta. De acordo com a súmula nº 269, do STF, o 
mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. 
Questão 20 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, com relação a honorários 
advocatícios, estabelece que 
a) os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em 
julgado, podem ser cobrados em ação própria. 
b) os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver 
sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à 
execução do saldo sem exclusão da legitimidade da própria parte. 
c) arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da 
causa, a correção monetária incide a partir da sentença. 
d) são devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções 
individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não 
embargadas. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, com base na súmula nº 453, do STJ. Vejamos: 
Súmula 453 - Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitadaem 
julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria. 
A alternativa B está incorreta, segundo a súmula nº 306, do STJ: 
Súmula 306 - Os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver 
sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo 
sem excluir a legitimidade da própria parte. 
A alternativa C está incorreta, de acordo com a súmula nº 14, do STJ: 
Súmula 14: Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a 
correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento. 
 
 
 
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz a súmula 
nº 345, do STJ. 
Súmula 345 - São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções 
individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas. 
Questão 21 
É correto afirmar que: 
(A) quem já é registrado como mau pagador não pode se sentir moralmente 
ofendido pela inscrição de seu nome nos cadastros de proteção ao crédito, 
mesmo sem a prévia notificação do interessado acerca das notificações 
anteriores. 
(B) na comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em 
bancos de dados e cadastros de inadimplentes é dispensável o aviso de 
recepção. 
(C) a inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos cadastros de 
inadimplentes pelo prazo máximo de cinco anos, independentemente da 
prescrição da execução ou da ação de conhecimento para cobrança da 
dívida. 
(D) compete ao credor ou à instituição financeira a notificação do devedor 
antes de se proceder à inscrição no cadastro de proteção ao crédito. 
Comentários 
Alternativa correta, letra B 
A questão versa sobre tema bastante cobrado em provas de Direito do 
Consumidor: banco de dados e cadastros de consumidores. 
Os bancos de dados e cadastros de consumidores, a exemplo do SERASA, são 
instrumentos que se destinam à proteção do crédito, instituindo-se um cadastro 
daqueles consumidores inadimplentes. O Código de Defesa do Consumidor em 
seu artigo 43, parágrafo 4º, estabelece que tais bancos de dados possuem caráter 
público: 
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao 
crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público. 
Assim, apesar do SERASA tratar-se de uma pessoa jurídica de direito privado, o 
cadastro de informações relativas aos consumidores por ele mantido é 
considerado de caráter público. E, exatamente, por isto, será cabível o manejo 
de habeas data em face de cadastros de consumidores para obtenção e retificação 
de informações sobre o consumidor. 
A questão cobrou diversos entendimentos já sedimentados do STJ, a saber: 
• Letra A, errada, em razão da segunda parte do item que afirma a 
desnecessidade de prévia notificação ao interessado, conforme Súmula 
359, do STJ: 
 
 
 
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STJ, Súmula 359. Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a 
notificação do devedor antes de proceder à inscrição. 
Percebam que a letra D também está errada por ferir a mesma Súmula do STJ, 
contudo, relativamente à primeira parte, eis que cabe ao órgão mantenedor 
do cadastro a notificação e não ao credor ou à instituição financeira. 
• Letra B, correta, em razão do disposto na Súmula 404 do STJ: 
STJ, Súmula 404 - É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao 
consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros. 
• Letra C, errada. 
Isto porque o registro no cadastro de inadimplentes dos devedores deve 
permanecer pelo prazo máximo de cinco anos, conforme disposto no parágrafo 
1º, do artigo 43, do CDC: 
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações 
existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre 
ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. 
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em 
linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas 
referentes a período superior a cinco anos. 
Contudo, acaso a dívida prescreva em período inferior ao quinquênio legal, 
também não poderá constar no banco de dados de consumidores. 
Mas professor, a mera prescrição da pretensão executiva exige a 
retirada do nome do consumidor do cadastro de inadimplentes? 
Não. Esta a interpretação do STJ na Súmula 323: 
STJ, Súmula 323 - A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de 
proteção ao crédito até o prazo máximo de 5 anos, independentemente da prescrição 
da execução. 
Percebam que o parágrafo 5º, do artigo 43, do CDC estabelece que consumada 
a prescrição da cobrança dos débitos do consumidor, o nome dele deve ser 
retirado dos cadastros de inadimplentes. 
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão 
fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que 
possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
Assim, independentemente da prescrição da pretensão executiva (geralmente 
mais curta) poderá o nome do devedor ficar registrado por um período de cinco 
anos. 
Contudo, acaso prescrita a pretensão da ação de cobrança, não mais poderá 
constar o nome do consumidor no cadastro de inadimplentes. Assim entendeu o 
STJ: 
PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - REGISTRO EM CADASTRO NEGATIVO DE CRÉDITO 
(SERASA). ARTIGO 43, PARÁGRAFOS 1º E 5º, DO CDC. PRAZO QÜINQÜENAL. PRESCRIÇÃO. 
PRECEDENTES. 
1 - As informações restritivas de crédito devem ser canceladas após o quinto ano do registro 
(Artigo 43, § 1° do Código de Defesa do Consumidor). Precedentes. 
 
 
 
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2 - O prazo prescricional referido no art. 43, § 5º, do CDC, é o da ação de cobrança, 
não o da ação executiva. Assim, a prescrição da via executiva não proporciona o 
cancelamento do registro. 
3 - Precedentes: REsp. 536.833/RS; REsp 656.110/RS; REsp. 648.053/RS; REsp. 
658.850/RS; REsp. 648.661/RS. 
4 - Recurso conhecido e provido. 
(REsp 648.528/RS, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 
16/09/2004, DJ 06/12/2004, p. 335) 
Questão 22 
Assinale a alternativa correta. 
(A) O diploma consumerista é aplicável às instituições financeiras, mas não 
tem aplicação na relação entre entidade de previdência privada e seus 
participantes. 
(B) As instituições financeiras, assim entendidas como prestadoras de 
serviços, respondem, independentemente da existência de culpa exclusiva 
de terceiros, pela reparação dos danos causados aos consumidores por 
defeitos relativos à prestação de serviço. 
(C) Não vulnera o Código de Defesa do Consumidor a cobrança de tarifa 
básica de assinatura mensal pelo uso dos serviços de telefonia fixa. 
(D) Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor 
incide multa moratória de até 10% do valor da prestação 
Comentários 
Alternativa correta, letra C. Trata-se do exato teor da Súmula 356 do STJ: 
STJ, Súmula 356 - É legítima a cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia 
fixa. 
A alternativa A está errada porque procura confundir o candidato com o teor de 
duas súmulasdo STJ: 
STJ, Súmula 297 - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. 
STJ, Súmula 563 – O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de 
previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com 
entidades fechadas. 
Assim, o CDC aplica-se às instituições financeiras e às entidades abertas de 
previdência complementar, mas não se aplica às entidades fechadas, apenas. 
A alternativa B está errada, eis que em caso de culpa exclusiva de terceiros, 
não responderá o fornecedor de serviços, por se tratar de uma excludente de 
responsabilidade. 
Trata-se, inclusive, de previsão do inciso II, do parágrafo 3º, do artigo 14, do 
CDC: 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos 
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
 
 
 
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§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: 
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
Por fim, a alternativa D está errada por contrariar a Súmula 285 do STJ: 
STJ, Súmula 285 - Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor 
incide a multa moratória nele prevista. 
Ora, o parágrafo 1º, do artigo 52, do CDC estabelece que: 
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não 
poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação. 
Assim, nos contratos bancários posteriores ao CDC, a multa de mora não poderá 
ser superior a 02% (dois por cento). 
Questão 23 
Assinale a alternativa correta, no que concerne ao tema da oferta. 
(A) Descabe a responsabilidade solidária do fornecedor por ato de seu 
representante autônomo. 
(B) O fornecedor, em caso de descumprimento da oferta, poderá exigir que 
o consumidor rescinda o contrato, restituindo-lhe o valor pago, 
monetariamente atualizado, além das perdas e danos. 
(C) Em caso de oferta ou venda por reembolso postal, constarão o nome do 
fabricante e endereço na publicidade utilizada na transação comercial. 
(D) Cessada a produção, a oferta de componentes, via de regra, deverá ser 
mantida por noventa dias. 
Comentários 
Alternativa correta, letra C. 
A oferta é a proposta feita pelo fornecedor aos consumidores quanto aos seus 
produtos e/ou serviços. Para o CDC, a oferta está intimamente ligada ao 
marketing, sendo certo que a oferta possui valor contratual, obrigando o 
fornecedor quanto ao seu conteúdo. 
Trata-se de tema regulado pelos artigos 30 e seguintes do CDC. 
A alternativa A está errada por contrariar frontalmente o disposto no artigo 34 
do CDC: 
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus 
prepostos ou representantes autônomos. 
Já a letra B está errada por confundir um direito do consumidor com um direito 
do fornecedor. 
Ora, em caso de descumprimento da oferta, o consumidor terá direito de optar, 
dentre outras alternativas, pela devolução do valor pago. Assim, nos termos do 
artigo 35, do CDC, não é o fornecedor quem irá determinar a escolha do 
consumidor: 
 
 
 
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Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, 
apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou 
publicidade; 
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, 
monetariamente atualizada, e a perdas e danos. 
Já a letra D está errada em razão do artigo 32, parágrafo único, do CDC, dispor 
que o fornecedor deverá manter o estoque por prazo razoável, não 
estabelecendo período mínimo: 
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças 
de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. 
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por 
período razoável de tempo, na forma da lei. 
Por fim, a letra C está correta por retratar o disposto no artigo 33 do CDC. Este, 
exige que a embalagem, a publicidade e todos os impressos utilizados na 
transação comercial constem o nome do fabricante e endereço. 
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome 
do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na 
transação comercial. 
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada 
for onerosa ao consumidor que a origina. 
Questão 24 
Em tema de abusividade contratual, é correto afirmar que 
(A) a nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, 
desde que não caracterizada a onerosidade excessiva. 
(B) é válida a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário 
vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste. 
(C) a estipulação de juros moratórios superiores a 12% ao ano, por si só, 
não indica abusividade. 
(D) se admite limitação temporal de internação hospitalar do segurado em 
contrato de plano de saúde. 
Comentários 
Alternativa correta, letra A. 
Trata-se do disposto no parágrafo 2º, do artigo 51, do CDC: 
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando 
de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das 
partes. 
A letra B está errada por ferir o disposto na Súmula 60 do STJ: 
STJ, Súmula 60 - É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado 
ao mutuante, no exclusivo interesse deste. 
 
 
 
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Já a letra C está errada por ferir a Súmula 382, do STJ que trata de juros 
remuneratórios e não juros moratórios: 
STJ, Súmula 382 - A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si 
só, não indica abusividade. 
Por fim, a letra D está errada por ferir a Súmula 302 do STJ: 
STJ, Súmula 302 - É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo 
a internação hospitalar do segurado. 
Questão 25 
Quanto à coisa julgada e seus efeitos, conforme previstos no CDC, é correto 
afirmar que 
(A) as hipóteses de efeito ultra partes relacionam-se à ação coletiva que 
tratar de interesses ou direitos individuais homogêneos. 
(B) se aplicam as regras da coisa julgada não só aos direitos do consumidor, 
mas também à tutela de interesses difusos ou coletivos de outras espécies 
que não consumeristas. 
(C) os efeitos da sentença penal definitiva não são extensíveis aos direitos 
difusos e coletivos, notadamente no que se refere à reparação de danos. 
(D) a sentença fará coisa julgada erga omnes se o pedido for julgado 
improcedente por falta de provas. 
Comentários 
Alternativa correta, letra B. 
Isto porque o CDC faz parte de um microssistema da tutela coletiva e as 
disposições processuais aplicáveis às relações de consumo aplicam-se à tutela de 
direitos difusos e coletivos de outras espécies não consumeristas. 
A alternativa A está errada,uma vez que o efeito ultra partes do processo 
coletivo aplica-se aos direitos coletivos em sentido estrito e não aos direitos 
individuais homogêneos, conforme se depreende da leitura conjugada dos artigos 
81, parágrafo único, inciso II e 103, inciso II, ambos do CDC: 
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: 
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por 
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista 
no inciso II do parágrafo único do art. 81; 
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser 
exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os 
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de 
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; 
A alternativa C está errada, uma vez que a sentença penal procedente 
impactará sim em benefício dos lesados, conforme se depreende da leitura dos 
parágrafos 3º e 4º, do artigo 103, do CDC: 
 
 
 
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§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 
7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos 
pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, 
se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à 
liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. 
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória. 
Por fim, a letra D está errada, uma vez que se a sentença for julgada 
improcedente por falta de provas, ela não fará coisa julgada e poderá a demanda 
ser intentada novamente por qualquer legitimado, baseado em prova nova. 
Trata-se de interpretação dos incisos do artigo 103, do CDC: 
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: 
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, 
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento 
valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; 
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por 
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista 
no inciso II do parágrafo único do art. 81; 
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas 
e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81. 
Questão 26 
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, os casos de suspeita ou 
confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados, 
sem prejuízo de outras providências legais, 
a) ao Conselho Tutelar da respectiva localidade. 
b) ao Hospital Regional Infantil responsável pelo domicílio da criança. 
c) às Varas de Violência Doméstica para o cadastramento do domicílio. 
d) ao Juiz Corregedor da Comarca para a viabilização da adoção. 
Comentários 
De acordo com o art. 13, do ECA, os casos de suspeita ou confirmação de castigo 
físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou 
adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da 
respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. 
Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 
Questão 27 
Quando o adolescente for apreendido em flagrante de ato infracional, será 
encaminhado 
a) à sua residência, uma vez que não é permitido prender o adolescente sem 
que o policial esteja acompanhado de um membro do conselho tutelar. 
b) aos familiares desde que esteja matriculado em escola da rede pública. 
 
 
 
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c) à autoridade policial competente. 
d) à autoridade judiciária. 
Comentários 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Quando o adolescente 
for apreendido em flagrante de ato infracional, será encaminhado à autoridade 
policial competente. Vejamos o art. 172, da Lei nº 8.069/90: 
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, 
encaminhado à autoridade policial competente. 
Questão 28 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, acrescido pela Lei nº 12.010, de 
2009, menciona que toda criança que estiver inserida em programa de 
acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada por equipe 
interprofissional ou multiprofissional, no máximo, a cada 
a) 4 (quatro) meses, e a permanência não se prolongará por mais de 1 (um) 
ano, salvo comprovado abandono afetivo. 
b) 12 (doze) meses, e a permanência não se prolongará por mais de 6 (seis) 
meses, salvo comprovada incapacidade física ou mental da criança. 
c) 2 (dois) meses, e a permanência não se prolongará por mais de 3 (três) 
anos, salvo determinação do Ministério Público. 
d) 6 (seis) meses, e a permanência não se prolongará por mais de 2 (dois) 
anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse. 
Comentários 
De acordo com os §§ 1º e 2º, do art. 19, do ECA, toda criança ou adolescente 
que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá 
sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 meses, e a permanência da criança 
e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará 
por mais de 2 anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior 
interesse. Vejamos: 
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar 
ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo 
a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe 
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de 
reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades 
previstas no art. 28 desta Lei. 
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional 
não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda 
ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. 
Questão 29 
Tendo como base o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a 
alternativa correta sobre as medidas da Adoção e do Estágio de Convivência. 
 
 
 
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a) O adolescente pode ser ouvido judicialmente apenas para a apuração de 
seu interesse em cumprir o estágio de convivência. 
b) A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização 
do estágio de convivência. 
c) O estágio de convivência nunca poderá ser dispensado ainda que o 
adotando já esteja sob a tutela ou guarda legal do adotante. 
d) Nos casos envolvendo adoção por pessoa ou casal domiciliado fora do 
País, o estágio de convivência deverá ser cumprido por no mínimo 90 dias. 
Comentários 
A alternativa A estáincorreta. De acordo com o art. 28, §1º, do ECA, sempre 
que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe 
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de 
compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente 
considerada. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o 
§2º, do art. 46, da referida Lei: 
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio 
de convivência. 
A alternativa C está incorreta. Segundo o §1º, do art. 46, da Lei nº 8.069/90, 
o estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a 
tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja 
possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. 
A alternativa D está incorreta. Com base no §3º, do art. 46, da referida Lei, em 
caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o 
estágio de convivência, cumprido no território nacional, será de, no mínimo, 30 
dias. 
Questão 30 
A condenação criminal de um pai ou de uma mãe, para efeitos relativos aos 
cuidados e guarda da criança ou adolescente, 
a) obriga o Estado a garantir as visitas da criança em local monitorado por 
equipe interdisciplinar das Varas da Infância e Juventude ou da Família. 
b) não implica a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de 
condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio 
filho ou filha. 
c) impõe a imediata destituição do poder familiar e o encaminhamento do 
filho ou da filha para família substituta ou acolhimento institucional. 
d) implica sempre a suspensão e a posterior destituição do poder familiar 
independentemente do crime cometido. 
Comentários 
 
 
 
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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o 
§2º, do art. 23, do ECA: 
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, 
exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o 
próprio filho ou filha. 
Questão 31 
Em matéria de ação penal, a decadência apresenta diferentes efeitos. Sobre 
isso, é correto afirmar que 
(A) condiciona o agir do Ministério Público à condição de procedibilidade do 
ofendido em face do ofensor. 
(B) na ação penal pública condicionada à representação, impede que a vítima 
apresente queixa-crime. 
(C) sendo ação penal privada, ataca imediatamente o direito de agir do 
ofendido, e o Estado perde a pretensão punitiva. 
(D) na ação privada, atinge o direito de o ofendido representar, e este não 
pode mais agir. 
Comentários 
a) ERRADA: Item errado, pois não é a decadência que condiciona o agir do MP, e 
sim a representação do ofendido. 
b) ERRADA: Item errado, pois na ação penal pública condicionada não é a vítima 
quem ajuíza a ação penal, e sim o MP. 
c) CORRETA: Item correto, pois na ação penal privada a vítima decai do direito 
de queixa se não o exercer no prazo decadencial de seis meses, ocorrendo, neste 
caso, a extinção da punibilidade, nos termos do art. 38 do CPP. 
d) ERRADA: Item errado, pois isso ocorre na ação penal pública condicionada à 
representação do ofendido. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
Questão 32 
A mídia tem noticiado casos em que trabalhadores, em sua grande maioria 
estrangeiros, são submetidos a trabalhos forçados e jornadas exaustivas, 
configurando assim o crime de redução à condição análoga à de escravo. 
Sobre esse delito, assinale a alternativa que não o tipifica. 
(A) Recusar o fornecimento de alimentação ou água potável. 
(B) Restringir sua locomoção em razão de dívida contraída com o preposto. 
(C) Vigilância ostensiva no local de trabalho. 
(D) Apoderar-se de documentos ou objetos pessoais do trabalhador com o 
fim de retê-lo no local de trabalho. 
 
 
 
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Comentários 
O crime de redução à condição de análoga à de escravo está previsto no art. 149 
do CP: 
Redução a condição análoga à de escravo 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos 
forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, 
quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o 
empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
(Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de 
retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou 
objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído 
pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
Vemos, assim, que apenas a alternativa A traz uma hipótese que não tipifica o 
delito. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
Questão 33 
A respeito da retratação nos crimes contra a honra, pode-se afirmar que fica 
isento de pena o querelado que, antes da sentença, retrata-se cabalmente 
(A) da calúnia ou difamação. 
(B) da calúnia, injúria ou difamação. 
(C) da injúria ou difamação. 
(D) da calúnia ou injúria. 
Comentários 
Fica isento de pena o querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente 
da calúnia ou da difamação, nos termos do art. 143 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
Questão 34 
No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua 
conduta, sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse 
instituto, assinale a alternativa correta. 
(A) A grave ameaça não o tipifica. 
(B) Pode ocorrer em crime cometido com violência, desde que o agente se 
retrate até a sentença. 
 
 
 
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(C) O dano não precisa ser reparado quando o crime foi sem violência. 
(D) Deve operar-se até o recebimento da denúncia ou queixa. 
Comentários 
O arrependimento posterior ocorre quando o agente, nos crimes cometidos sem 
violência ou grave ameaça à pessoa, repara o dano ou restitui a coisa, até o 
recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário. Neste caso, a pena 
será reduzida de um a dois terços, nos termos do art. 16 do CP. 
A letra A é bastante nebulosa, dando margem para anulação, já que não há 
arrependimento posterior se se trata de crime praticado com grave ameaça À 
PESSOA. A alternativa não fala “grave ameaça à pessoa”, talvez por isso tenha 
sido dada como incorreta. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
Questão 35 
À luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa 
correta. 
(A) Não há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, mas o 
agente não realiza a subtração de bens da vítima. 
(B) Admite-se a suspensão condicional do processo por crime continuado, se 
a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de 
um sexto for superior a um ano. 
(C) A opinião do julgador sobre a gravidadeem abstrato do crime constitui 
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o 
permitido segundo a pena aplicada. 
(D) A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
Comentários 
a) ERRADA: Item errado, pois o STF possui entendimento sumulado em sentido 
diverso, ou seja, no sentido de que, neste caso, o crime é consumado (súmula 
610 do STF). 
b) ERRADA: Item errado, pois se admite a suspensão condicional do processo por 
crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o 
aumento mínimo de um sexto NÃO FOR superior a um ano (súmula 723 do STF). 
c) ERRADA: Item errado, pois a opinião do julgador sobre a gravidade em 
abstrato do crime NÃO CONSTITUI motivação idônea para a imposição de regime 
mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada, nos termos da súmula 
718 do STF. 
 
 
 
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d) CORRETA: Item correto, pois este é o entendimento do STF, conforme consta 
no enunciado 711 da súmula de sua jurisprudência. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
Questão 36 
Segundo a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, 
assinale a alternativa correta. 
(A) O tempo de duração da medida de segurança pode ultrapassar o máximo 
da pena abstratamente cominada ao delito praticado. 
(B) A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é 
atípica, ainda que em situação de alegada autodefesa. 
(C) É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão 
punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da 
existência ou sorte do processo penal. 
(D) É admissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a 
majorante de roubo. 
Comentários 
a) ERRADA: Item errado, pois o tempo de duração da medida de segurança NÃO 
pode ultrapassar o máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado, 
nos termos da súmula 527 do STJ. 
b) ERRADA: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial 
é TÍPICA, ainda que em situação de alegada autodefesa, nos termos da súmula 
522 do STJ. 
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida na súmula 438 
do STJ. 
d) ERRADA: Item errado, pois é INADMISSÍVEL aplicar, no furto qualificado, pelo 
concurso de agentes, a majorante prevista para o roubo, conforme súmula 442 
do STJ. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
Questão 37 
Quanto ao crime de extorsão mediante sequestro, pode-se afirmar que 
(A) se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à 
autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida 
de 1 (um) a 2/3 (dois terços). 
(B) a vantagem almejada com a extorsão é necessariamente o pagamento 
do preço do resgate. 
(C) se resultar em morte da vítima, tipifica homicídio. 
 
 
 
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(D) a pena é aumentada quando o sequestro superar, no mínimo, 48 horas. 
Comentários 
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 159, §4º do CP. 
B) ERRADA: Item errado, pois a vantagem pode ser almejada como condição do 
resgate. 
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos o crime de extorsão mediante 
sequestro qualificado pelo resultado morte, art. 159, §3º do CP. 
d) ERRADA: Item errado, pois a pena será mais grave (forma qualificada) quando 
o sequestro durar mais de 24h, nos termos do art. 159, §1º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
Questão 38 
No crime de falso testemunho ou falsa perícia, 
(A) a conduta é tipificada quando realizada apenas em processo penal. 
(B) incide-se no crime quando a afirmação falsa é feita em juízo arbitral. 
(C) a pena aumenta da metade se o crime é praticado mediante suborno. 
(D) a retratação do agente, antes da sentença em que ocorreu o falso 
testemunho, é causa de diminuição de pena. 
Comentários 
a) ERRADA: O crime de falso testemunho se verifica quando a conduta é praticada 
em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral, 
nos termos do art. 342 do CP. 
b) CORRETA: Item correto, pois o crime de falso testemunho se verifica quando 
a conduta é praticada em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral, nos termos do art. 342 do CP. 
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso a pena é aumentada de um sexto a um 
terço, nos termos do art. 342, §1º do CP. 
d) ERRADA: Item errado, pois a retratação do agente, neste caso, é causa de 
extinção da punibilidade, nos termos do art. 342, §2º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
Questão 39 
O afilhado que cuida e tem a função de curador de sua madrinha, esta com 
65 anos de idade, acometida de Alzheimer, vendeu imóvel da ofendida por 
R$ 80.000,00, recebendo, inicialmente, R$ 20.000,00. Quando foi lavrada a 
 
 
 
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escritura pública, o curador recebeu o restante do pagamento, no importe 
de R$ 60.000,00, apropriando-se do numerário. Assim, 
(A) o afilhado é isento de pena por ter praticado o delito em prejuízo de 
ascendente. 
(B) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de estelionato, na 
modalidade de abuso de incapazes. 
(C) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de apropriação 
indébita, agravado em face da qualidade de curador. 
(D) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de apropriação, 
previsto no Estatuto do Idoso. 
Comentários 
O agente, neste caso, não será considerado isento de pena, tendo praticado o 
crime de apropriação de bens de idoso, previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
Questão 40 
Profissional nomeado pela assistência judiciária para atuar como defensor 
dativo ingressa com ação contra o INSS, em favor da parte para a qual foi 
constituído, e posteriormente faz o levantamento do valor devido. Contudo, 
não repassou o dinheiro à parte, cometendo o delito de 
(A) peculato, tendo em vista apropriar-se de dinheiro ou valor de que tem a 
posse em razão do cargo. 
(B) furto mediante fraude, pois abusou da confiança da vítima. 
(C) prevaricação, considerando que retardou ou deixou de praticar, 
indevidamente, ato de ofício. 
(D) apropriação indébita, uma vez que tinha a posse ou detenção do 
numerário. 
Comentários 
Aqui há controvérsia. Há forte parcela doutrinária e jurisprudencial no sentido de 
que o agente, neste caso, não é considerado funcionário público para fins penais, 
exercendo mero múnus público. Todavia, há decisão do STJ (RHC 33133/SC) no 
sentido de tratar-se o advogado dativo (aquele indicado pelo Juiz para a defesa 
de uma causa específica, com remuneração paga pelo Estado) de funcionário 
público para fins penais. 
Caberia, portanto, a anulação. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
Questão 41 
 
 
 
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A liberdade provisória, assegurada pela Constituição Federal e pelo Código 
de Processo Penal, não pode depender de um ato meramente discricionário 
do magistrado. Assim, a decisãodeve conter a 
(A) desnecessidade da manutenção da prisão apenas no momento 
processual. 
(B) fundamentação sucinta e sem análise que prejudique o interesse do 
mérito. 
(C) invocação, ainda que formal, dos dispositivos ensejadores de sua 
concessão. 
(D) demonstração concreta que impõe a privação da liberdade antes da 
decisão de mérito. 
Comentários 
A Banca considerou a letra D como correta. Todavia, a questão deveria ter sido 
anulada, pois a resposta externada na letra D estaria correta se estivéssemos 
falando da decisão que NEGA a liberdade provisória, mas o enunciado não trata 
disso, fala apenas da decisão sobre a liberdade provisória. Assim, é incorreto falar 
que o Juiz, ao decidir pela liberdade provisória, deve proceder a uma 
demonstração concreta das razões que impõem a privação da liberdade antes da 
decisão de mérito, pois isso é necessário para a decretação da PRISÃO 
CAUTELAR, não da liberdade provisória. 
Portanto, letra D correta, mas DEVERIA SER ANULADA. 
Questão 42 
O princípio do in dubio pro sociedade não altera a presunção de inocência, 
mas permite que a pronúncia seja decretada 
(A) por ocasião da fase da pronúncia, quando vigora o princípio do in dubio 
pro reo. 
(B) por mero juízo de admissibilidade, não sendo necessária prova 
incontroversa do crime. 
(C) pelo conselho de sentença, que irá analisar o juízo de admissibilidade da 
acusação. 
(D) porque o juízo de certeza é do presidente do tribunal do júri. 
Comentários 
Na decisão de pronúncia o Juiz ainda não possui prova incontroversa acerca do 
que consta na denúncia, devendo haver prova da materialidade e indícios de 
autoria, estando o Juiz autorizado a, neste caso, pronunciar o acusado, pois neste 
caso temos uma mera decisão de admissibilidade, não de mérito, que ainda virá 
a ser analisado pelo Conselho de Sentença. 
 
 
 
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
Questão 43 
A confissão do acusado no processo penal 
(A) só pode ser admitida se houver outras provas. 
(B) para ter validade, deve ser apresentada na polícia e em juízo. 
(C) pode ser considerada válida ainda que feita somente na fase 
extrajudicial. 
(D) nunca será tida como valor probante se houver posterior retratação 
judicial. 
Comentários 
A confissão pode ser feita tanto em juízo quanto fora dele, nos termos do art. 
199 do CPP. Todavia, não tem a confissão um valor absoluto, de modo que o Juiz 
pode deixar de considerá-la se houver outras provas em sentido contrário (art. 
197 do CPP). Por fim, mesmo havendo retratação, o Juiz pode considerar a 
confissão, nos termos do art. 200 do CPP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
Questão 44 
A sentença de transação penal, nos termos do artigo 76, parágrafo 5o, da 
Lei no 9.099/95, tem as seguintes características: 
(A) tem natureza homologatória e não faz coisa julgada material. 
(B) tem natureza condenatória e gera eficácia de coisa julgada apenas 
material. 
(C) possui natureza condenatória e gera eficácia de coisa julgada formal e 
material. 
(D) possui natureza absolutória e não faz coisa julgada formal e material. 
Comentários 
A sentença que homologa a transação penal tem natureza homologatória e não 
faz coisa julgada material, ou seja, havendo descumprimento das condições ali 
impostas, pode ser retomada a persecução penal, nos termos da súmula 
vinculante 35: 
SÚMULA VINCULANTE 35 
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa 
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, 
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante 
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
 
 
 
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Questão 45 
A formação da convicção do magistrado no processo penal tem por base 
inúmeros elementos. Assinale a alternativa que contenha elementos que vão 
ao encontro da sistemática do Código de Processo Penal como um todo. 
(A) Vinculação das provas do processo à sua própria consciência e verdade 
formal. 
(B) Livre convencimento e verdade material. 
(C) Livre convencimento e motivação da decisão. 
(D) Hierarquia prefixada de provas e livre apreciação dos elementos 
constatados nos autos. 
Comentários 
O sistema processual penal brasileiro adota, como critério de valoração das 
provas, o sistema do livre convencimento fundamentado (ou baseado em 
provas), de forma que o Juiz é livre para formar seu convencimento de acordo 
com as provas dos autos, mas deve fundamentar sua decisão, nos termos do art. 
155 do CPP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
Questão 46 
Reeducanda que cumpre pena em regime fechado obteve a remição, pelo 
trabalho, de 37 dias de sua pena. Assim, os dias remidos serão computados 
(A) do total da reprimenda e não considerados como pena efetivamente 
cumprida. 
(B) de parte da pena e considerada apenas essa parcela da reprimenda como 
descontada. 
(C) da integralidade da condenação, e a remissão computada como pena 
resgatada. 
(D) da totalidade da pena, sendo considerado apenas o quantum que foi 
cumprido. 
Comentários 
ANULADA 
Questão 47 
Um sentenciado cumpria pena em regime fechado, quando sobreveio nova 
condenação, com substituição da pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos. 
Portanto, deve o magistrado 
 
 
 
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(A) somar a nova condenação ao restante da pena que está sendo cumprida, 
desconsiderando a restritiva de direitos. 
(B) reconverter a restritiva de direitos em privativa de liberdade, mantendo 
o cumprimento isolado de cada pena imposta. 
(C) reconverter a restritiva de direitos em privativa de liberdade, unificando 
as reprimendas. 
(D) manter a restritiva de direitos suspensa, para que seja cumprida a 
privativa de liberdade em primeiro lugar. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Deve o magistrado 
reconverter a restritiva de direitos em privativa de liberdade, unificando as 
reprimendas. De acordo com a jurisprudência desta Corte, a conversão das penas 
alternativas em privativa de liberdade, pelo Juízo das Execuções, restringe-se ao 
eventual descumprimento injustificado de quaisquer das obrigações impostas 
pelo art. 44, § 4º, do CP, combinado com o art. 181 da LEP, ou quando, em 
superveniente condenação, por outro crime, houver incompatibilidade com a 
reprimenda corporal aplicada no art. 44, § 5º, do mesmo dispositivo legal. 
Questão 48 
Conforme o artigo 41, do Código de Processo Penal, “A denúncia ou queixa 
conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-
lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”. 
Portanto, a peça acusatória 
(A) precisa apresentar algumas das condutas alegadamente praticadas pelo 
agente. 
(B) deve descrever os fatos ilícitos, ainda que não em sua totalidade. 
(C) pode conter elementos que sejam prescindíveis, mas relevantes para a 
imputação. 
(D) necessita trazer a descrição do comportamento delituoso de forma 
escorreita. 
Comentários

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