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Direito Penal 2 transcrição

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Concurso de pessoas
As infrações penais , podem ser praticadas por apenas um indivíduo , que em virtude dessa atuação isolada será considerado seu autor . Também pode ser praticado pluralmente , onde uma ou mais pessoas , subjetivamente vinculadas , contribuem para a ocorrência , neste caso estaria diante do concurso de pessoas .
• Concurso eventual : Crime unissubjetivo ou monossubjetivo , praticados por uma pessoa , e também pode ser praticado por duas ou mais , aplica-se o artigo 29 , capital do Código Penal , quem de qualquer maneira concorre para o crime incide nas penas a este cominadas na medida de sua culpabilidade . Exemplo homicídio artigo 121 CP , tráfico de drogas artigo 33 da lei 11343/06 , embriaguez ao volante artigo 306 da lei 9503/97.
Para o reconhecimento de um concurso de pessoas , alguns requisitos impõem sua presença
1 Pluralidade de conduta : Por pluralidade de conduta , entendemos adoção de comportamentos pelos diversos agentes , visando à produção de um resultado comum (identidade da infração penal ). Exemplo se alguém empresta uma chave falsa para que outro cometa um furto qualificado , teremos a mencionada pluralidade .
2 Relevância causal e jurídica das condutas praticadas : Todavia , os comportamentos de fato devem contribuir para a produção desse resultado comum . Assim , embora em posse da chave , se o executor opta por não a usar , valendo-se de outro meio , e sequer o empréstimo serve estímulo para que o autor decida pelo furto , a cessão da chave não possuo relevância causal no contexto da infração praticada . Portanto , o cedente não será partícipe do furto . A conduta tem que ter eficácia , provocar a realização da conduta principal .
3 Liame subjetivo entre os concorrentes : Ainda é imprescindível que haja adesão à vontade alheia . Aquele que empresta chave conhecendo a intenção do autor do furto e sabendo que o instrumento será usado na empreitada criminosa , produz a referida adesão , denominada liame subjetivo. Nunca posterior ao fato . Manifestação um exemplo , a pessoa se junta sem prévia combinação .
Esse liame não existirá , por exemplo , se o autor do fato insinua a um chaveiro que pretende treinar para trabalhar no mesmo ofício , obtendo com isso mediante engodo a posse do instrumento Liame subjetivo não implica necessariamente acordo de vontade . Por exemplo, será participante de crime alheio o empregado de um estabelecimento empresarial que violando seu dever profissional deixa conscientemente de trancar um cofre existente na empresa , por saber da intenção de outro empregado em subtrair o seu conteúdo , com o que , mesmo sem a ciência do executor facilita o delito.
• Concurso necessário : Crime plurissubjetivo , praticado por duas ou mais pessoas , aplica-se o disposto no próprio tipo penal , já que esse irá conter no mínimo duas ou mais pessoas . Exemplo associação criminosa artigo 288 CP , onde exige associativo entre três ou mais , organização criminosa artigo 1 , parágrafo 1 c/c artigo 2 ambos da lei 12850/13 , composta por ao menos quatro agentes , associação ao tráfico de drogas artigo 35 da lei 11345/06 , presença de no mínimo duas pessoas . ( Manifestações ocorrem crimes em associação sem planejamento ou combinação prévia ).
• Teoria mista ou unitária por esta teoria não há nenhuma distinção entre autor e partícipe significando que todo aquele que concorre para a prática do crime por ele responde integralmente , ou seja , embora o crime seja praticado por mais de uma pessoa , permanece único e indivisível não fazendo distinção entre as condutas de cada agente . Essa teoria foi a adotada pelo código de 1940 e acolhida pela reforma de 84 , sendo com a reforma atenuada , na medida em que diferencia a forma de atuação dos autores e partícipes .Se o indivíduo empresta a arma para um crime ela responde pelo mesmo crime que o autor .artigo 29
• Teoria dualista para essa teoria há dois crimes - um para os autores , aqueles que realizam a atividade principal e outro para os partícipes aqueles que desenvolvem uma atividade secundária , ou seja , não realizam a conduta principal descrita no tipo penal . crimes distintos o partícipe com atividade secundária como furtar um carro para um roubo a banco ele responde pelo furto e os outros participantes que roubam o banco responde pelo roubo. Cada agente responde por um crime diferente , o que torna esta teoria incompatível com o concurso de pessoas. Nunca foi adotada 
• Espécies de participação o concurso de pessoas pode se dar por atos de autoria ou de participação em sentido estrito . A divisão entre essas duas categorias de participantes traz bastante controvérsia , por isso , é importante analisar as teorias que buscam precisa-la , observação a distinção entre autoria e participação não se reflete necessariamente na aplicação da pena . Através de animais ou outras pessoas , também pode ser praticado o crime.
• Teoria subjetiva essa teoria faz a distinção entre autor e partícipe com base na vontade do agente . Autor seria aquele que atua com " animus auctori " , isto é , com vontade de autor . É aquele que deseja a prática da infração penal em nome próprio , ainda que não a execute ; Já o partícipe é movido pelo " animus socii " atua em nome alheio , vontade de se associar . ex contratar um matador de aluguel o contratante autor e partícipe o matador quando ele assume a prática . O autor e o contratado são autores .
• A autoria não pode limitar-se a quem pratica pessoal e diretamente o núcleo do tipo penal , devendo compreender também quem se serve de outrem como instrumento .
• Teoria formal objetiva autor é quem realiza a ação típica , executando o crime . Se a ação for dividida entre duas ou mais pessoas e se cada pessoa exerce uma parcela dos atos executórios a coautoria . Exemplo : em um homicídio aquele que atira contra a vítima é o autor , mas não aquele que contrata o matador de aluguel .
• Teoria do domínio do fato está teoria procura estabelecer um critério mas preciso entre autoria e participação . Está teoria tem o autor como a figura central do delito , podendo ocorrer em três hipóteses :
• Autoria imediata consiste no domínio da ação , na realização pessoal do ato . Assim , autor é quem executa o crime .
• Autoria mediata a autoria surge através do domínio da vontade alheia . Isso acontece quando o autor induz uma pessoa ao erro , erro determinado por terceiro previsto no artigo 20 , parágrafo segundo , CP ; Quando conduz o executor a ação criminosa em situação de inexigibilidade de conduta diversa , artigo 22 CP , ou quando se vale de inimputável para a prática criminosa . Em todos esses casos temos a figura " hintermann " ( homem de trás , o mandante ) , que domina a vontade do executor .
• Autoria mediata pelo domínio de um aparato organizado de poder (autoria de escritório ) essa espécie de autoria tem como pressupostos : 
> A verticalização de uma estrutura organizada de poder . Deve ter um comando , hierarquia .
> Uma organização desvinculada do Direito . Máfia 
> A fungibilidade dos executores individuais que integram a organização , isto é , a inexistência de um especialista .
Autoria funcional (coautoria) : Na teoria funcional ou coautoria a pessoas que praticam atividade de especial relevância durante a execução do crime , em uma atuação coordenada . Surge assim o fenômeno da imputação recíproca , ou seja , a atividade de um dos executores é atribuída ao outro e vice versa . Ex: A atividade daquele que cerceou a liberdade da vítima , artigo 148 do CP , e a atividade daquele que exige a vantagem configura o crime do artigo 158 . Imputando reciprocamente essas condutas aos agentes surge para ambos o crime do artigo 159. 
Obs: Pode haver uma pessoa que dá a ordem para o crime , que o planeja e está pessoa poderá responder em autoria funcional desde que participe dos atos de execução ainda que remotamente . Entretanto o simples planejamento dissociado dos atos executórios configura participação , salvo se praticados em um aparato organizado de poder.
Outras classificações de coautoria 
• Coautoria alternativa : Ocorre quando os agentes planejam a prática de um crime mas efetivamente apenas um deles realizará o ato executório . 
• Coautoria sucessiva : Ocorre nas situações em que um dos coautores ingressa na prática criminosa que já está ocorrendo . O coautor não responde pelos atos praticados antes do seu ingresso.
• Autoria colateral : Ocorre nas situações em que os crimes ocorrem ao mesmo tempo , mas um autor não sabe da conduta do outro , como não existe liame subjetivo não há que se falar em coautoria .
• Autoria incerta : É a espécie de gênero da autoria colateral , na qual é impossível precisar quem produziu o resultado . não existindo concurso e não sendo possível determinar quem produziu o resultado , ambos os autores responderão pelo crime individualmente , na forma tentada . 
Participação 
• Partícipe é aquele que , subjetivamente ligado ao autor , prática uma conduta de relevância jurídica e causal para a produção do resultado criminoso desejado , ou seja , é aquele que participa de um crime mas que de acordo com as teorias que tratam da autoria não pode ser classificado como autor .
 A participação em sentido estrito é uma atividade acessória e sua punibilidade depende da existência de uma conduta principal . Para que o partícipe possa ser punido o autor tem que pelo menos iniciar os atos executórios . 
Teorias que fundamentam a participação 
• Acessoriedade máxima : Para esta teoria , para configurar a existência da participação , a conduta do autor deveria ser típica , antijurídica e culpável , significa que o estímulo , o auxílio para a prática de um ato infracional por um menor não se poderia falar em participação em virtude da ausência de culpabilidade do autor . Já está superada .
• Acessoriedade mínima : A realização de um fato tipo pelo autor seria suficiente para fundamentar a participação . Exemplo um estímulo , incentivo a uma reação em legítima defesa por alguém , o instigador seria criminalmente responsabilizado .
• Acessoriedade limitada : Apenas quando a conduta principal é típica e antijurídica é possível a punição do agente , pôs nesta teoria dispensa-se a culpabilidade . Portanto , se a participação em ato infracional , há responsabilização do partícipe . Por outro lado se a estímulo à legítima defesa o partícipe não responde . Esta é a teoria adotada no Brasil .
Modalidades de participação 
• Induzimento : Induzir significa suscitar , incutir uma ideia , ou seja , o partícipe faz surgir no pensamento do autor uma ideia até então inexistente .
• Instigação : Na instigação ocorre um estímulo , um reforço a uma ideia já existente .
• Auxílio : É a participação material , em que o partícipe exterioriza sua contribuição através de um comportamento , de um auxílio . É necessário que este favorecimento contribua objetivamente para a realização do ato e tem que ser querido pelo agente (dolo direto) . Exemplo : Emprestar a arma para realização de um roubo , e essa arma é realmente usada .
• Omissão : Ocorre quando o partícipe tem a função de garante ,ou seja , tem o dever genérico de agir e não o faz , permitindo que o crime ocorra . Exemplo : Uma mãe não impedir que um ato seja praticado contra seu filho .
Coautoria e participação em crimes culposos: Majoritariamente admitisse a coautoria , mas não a participação. Para Rogério Grecco , em determinada situações a participação em Crime culposo pode ser admitida . Exemplo : O passageiro que induz o taxista a dirigir em alta velocidade para chegar mais rápido ao destino e por conta disso o taxista atropela alguém causando-lhe a morte o passageiro seria penalmente responsabilizado na qualidade de partícipe .
Concurso de pessoas em crime omissivo : A participação em crime omissivo ocorre quando através de um agir positivo do partícipe , o autor deixa de descumprir o comando legal, tipificador do crime omissivo . Exemplo artigo 269 , CP , artigo 135 CP , A está se afogando , B que não sabe nadar induz C que é surfista a não salvar A pois estão atrasados para um compromisso , nesta hipótese B como não pode efetuar o salvamento sem colocar em risco sua própria vida responderá pelo crime de omissão de socorro na qualidade de partícipe em quanto C responde como autor . Na mesma situação , se C ao invés de surfista fosse salva-vidas , estando pois na posição de garante , tendo o dever de agir , ao deixar de prestar o socorro responderá pelo crime de homicídio doloso artigo 121 ,CP, pois tinha o dever de agir e não o fez artigo 13 ,parágrafo 2 ,linha a ,( crime comissivo por omissão ), B porque induziu responderá pelo mesmo crime na qualidade de partícipe .
Concurso de pessoas em crime de mão própria : A doutrina entende que no crime de mão própria que somente a pessoa que figura numa das posições descritas no tipo penal pode praticar o crime , somente poderá fazê-lo pessoalmente e por isso não é admitida a coautoria . O STF admiti a participação . Caso concreto 1
Punibilidade da participação : Para que a participação possa ser punida é necessário que a conduta principal também o seja . Além disso é necessário ingressar nos atos executórios artigo 31 do CP . Em regra autores e partícipes , de acordo com artigo 29 , são punidos pelo mesmo delito já que foi adotada a teoria monista . Entretanto esta não é a única adotada e o próprio CPP estabelece exceções , como ocorre por exemplo no crime de aborto - artigo 124 segunda parte e artigo 126 . 
Participação de menor importância : Artigo 29 , parágrafo 1°,este parágrafo se aplica somente ao partícipe e não ao coautores .
Parágrafo 2° (Cooperação dolosamente distinta ): Determina o dispositivo que o agente que quis praticar crime menos grave será punido de acordo com as penas deste , enquanto o outro que praticou o crime mais grave responderá pelo crime efetivamente praticado . Quando o agente pode prever um que um crime mais grave possa ocorrer , responde pelo menos grave que quis praticar porém com aumento da pena até a metade . O dispositivo legal busca evitar a responsabilidade penal objetiva (sem dolo ou culpa ).
Comunicabilidade das circunstâncias : Circunstâncias e condições são dados, fatos, elemento que apenas circundam o fato principal, não integrando a figura típica, mas que podem contribuir para aumentar ou diminuir a gravidade do crime; isto é, são dados acessórios ao tipo penal que incidem sobre a pena. São as qualificadora as causas de aumento e diminuição de penal e as agravantes e atenuantes.
 Elementares do crime são dados, fatos, elementos que integram a figura típica, ou seja, são os dados essenciais ao tipo penal fundamental, que constituem a estrutura básica do delito, de modo que se suprimidas operam a atipicidade ou a sua desclassificação.
O art. 30 do CP determina que as circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se comunica, assim podemos dizer que:
 A- as circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se comunicam entre autores e partícipes por expressa determinação legal.
B- as circunstâncias objetivas e as elementares do crime ( objetiva e subjetivas) só se comunicam se entrarem na esfera de conhecimento dos participantes.
Concurso de crimes 
Conceito : É a prática , mediante uma ou mais condutas ( ação ou omissão ) , de duas ou mais infrações penais em um mesmo contexto jurídico .
Crimes que admitem concurso : Pode ocorrer entre qualquer espécie de crime , omissivos ou comissivos ; dolosos ou culposos ; consumados ou tentados ; simples ou qualificados e entre crimes e contravenções penais .
Sistema de aplicação da pena 
A) Sistema do cúmulo material : Estabelece cúmulo das penas , as somas das penas de cada um dos crimes componentes do concurso . Esse sistema é aplicado quando ocorre o concurso material e no concurso formal impróprio .
B) Sistema de exasperação da pena : Estabelece a aplicação da pena mais grave , aumentada de determinada quantidade em decorrência dos demais crimes . É empregadono concurso formal próprio e na continuidade delitiva .
Concurso de crimes e concurso aparente de normas 
No concurso ou conflito aparente de normas existem comportamentos que aparentemente encontram subsunção em duas ou mais normas . Como as normas se encontram em unidade fática , a punição por todas elas acarretaria bis in idem . Para evitar essa ocorrência alguns princípios são empregados para escolher qual a norma que irá prevalecer , ou seja , embora a conduta pareça se encaixar em dois ou mais tipos penais , apenas um deles será reconhecido , pois existe apenas um único crime . Esses princípios são :
A ) Princípio da especialidade : Determina que a norma especial prevalece sobre a norma geral . Exemplo. Mévio mata Tício , presidente do senado federal , por razões políticas . Nesta hipótese Mévio não responderá pelo artigo 121 do CP (norma geral), mas sim pelo artigo 29 da lei de segurança nacional 7170 / 83 (norma especial).
B ) Princípio da subsidiariedade : Aplica-se esse princípio quando , do cometimento de uma conduta inicial faz surgir uma incriminadora que pela gravidade da ação do agente passa a configurar um outro crime . Exemplo . Tício sabendo que está contaminado por uma doença venérea mantém relação sexual com Astrogenia . A princípio Tício responderá pelo crime do artigo 130 do CP , já que o agente expôs a vítima a contágio da moléstia , porém , se dessa ação sobrevier a morte de Astrogenia , é possível que Tício responda por homicídio (artigo. 121).
C ) Princípio da consunção (absorção) : Neste caso a norma definidora de um crime constitui o meio necessário para a preparação ou execução de outro crime , ou seja , para alcançar a intenção criminosa , o agente pratica dois ou mais crimes , estabelecendo entre eles uma relação de meio e fim . Exemplo Mévio falsifica uma carteira de identidade e com ela comete um estelionato . Mévio responderá por concurso de crimes ou concurso aparente de normas ? Mévio responderá pelo crime de falso ,artigo 297 CP , e também pelo estelionato , artigo 171, porque nesta hipótese o documento falso pode ser utilizado em diversas fraudes e não apenas no estelionato . Se Mévio tivesse falsificado a assinatura em um cheque , se passando por terceiro responderia apenas pelo estelionato , já que não poderia usar o cheque em outra fraude ( Súmula 17 do STJ ) .
No concurso de crimes o agente afeta mais de um bem jurídico tutelado , reconhecendo-se crimes distintos , ou seja , há uma pluralidade delitiva . 
Espécies de concurso 
A ) Concurso material (artigo 69): Ocorre quando o agente , mediante mais de uma conduta pratica dois ou mais crimes idênticos ou não . Há uma pluralidade de condutas e uma pluralidade de crimes . O concurso material pode ser homogêneo quando os crimes praticados forem idênticos e heterogêneo quando os crimes praticados forem diferentes .
 Dosimetria da pena nessa hipótese se aplica o cúmulo material . 
Concurso material e penas restritivas de direito ,artigo 69 , parágrafos primeiro e segundo . Em caso de aplicação conjunta de penas privativas de liberdade (reclusão e detenção ) e penas restritivas de direitos , haverá cumprimento simultâneo das penas quando forem compatíveis entre si ou sucessividade quando incompatíveis . 
Atenção: A substituição por pena restritivas de direitos não será possível se a pena privativa de liberdade não for suspensa .
B ) Concurso formal : Ocorre quando o agente mediante uma só conduta pratica dois ou mais crimes . Unidade de conduta e Pluralidade de crimes . O concurso formal pode se : 
A ) Próprio ou perfeito : Quando a unidade de conduta corresponde a unidade interna da vontade do agente , ou seja , o agente deve querer realizar apenas um crime . 
 Exemplo : a com intenção de matar b dispara em sua direção . Devido a potencia da arma o projétil atravessa o corpo de b e atingi c , que passava pelo local , causando- lhe lesões corporais .
B) Impróprio ou imperfeito : Neste caso o agente deseja a realização de mais de um crime , a o que chamamos de desiguinus autonumus , que se caracteriza pela unidade de ação e multiplicidade da determinação da vontade , com diversas individualizações . 
 Exemplo : A câmara de gás empregada para extermínio dos judeus durante o holocausto .
Sistema de aplicação da pena : No concurso formal próprio aplica-se a regra da exasperação da pena e no impróprio a regra da cumulação das penas (artigo 70 ,CP.
Artigo 70 , parágrafo único cúmulo material benéfico .
As regras do concurso formal foram criadas buscando beneficiar o agente . por conta disso , o artigo 70 , parágrafo único estabelece que a pena aplicada não poderá exceder a que seria cabível pela regra do artigo 69 . Por isso , o juiz ao aplicar a pena deve verificar se o concurso formal está beneficiando o agente . Aplicando a pena no exemplo dado no concurso formal próprio , se o juiz aplica a pena mínima do homicídio acrescida de um sexto teríamos uma pena de 14 anos . Esse aumento é superior a pena mínima da lesão corporal que é de 2 meses . Assim , aplicando o sistema do cúmulo material , o acusado seria condenado a 12 anos e 2 meses , o que é mais benéfico que 14 anos . 
Crime continuado ou continuidade delitiva (artigo 71 ,CP)
 
Conceito : Ocorre quando o agente mediante a mais de uma conduta pratica dois ou mais crimes da mesma espécie , devendo pois subsequentes , pelas condições de tempo , lugar , modo de execução e outras semelhantes , ser havidos como continuação do primeiro . tratasse de diversas ações , cada uma em si mesmo criminosa , que a lei considera por motivos de política criminal como um único crime . 
Teorias acerca da natureza jurídica do crime continuado 
A ) Teoria da unidade real : Por esta teoria , os vários comportamentos lesivos do agente constituem efetivamente um crime único . Está teoria baseia-se na teoria objetivo-subjetiva , entendendo que além dos requisitos objetivos , exige-se uma unidade de desiguinus , isto é , um programa inicial para a realização sucessiva de diversos atos .
B ) Teoria da ficção jurídica : Entende que a unidade delitiva é criação da lei , pois na realidade existem vários crimes e se efetivamente se tratasse de crime único a pena aplicada deveria ser a mesma para só um dos crimes concorrentes . Esse que é adotado
C ) Teoria da unidade jurídica ou mista : Para essa teoria o crime continuado não é uma unidade real , mais também não é uma criação da lei . A continuidade delitiva constitui uma figura própria e destina-se a fins determinados , por isso se trata de uma realidade jurídica e não ficção . Não se cogita de unidade ou pluralidade de delitos , mas de um terceiro crime , que é o crime de concurso cuja unidade delituosa decorre da lei .
Requisitos ou pressupostos para crimes continuados 
A ) Mais de ação ou omissão - O primeiro passo para se definir em um caso concreto se há ou não continuidade delitiva é estabelecer a pluralidade de condutas que resulta em pluralidade de crimes , o que não afasta a hipótese de concurso material , afastando apenas o concurso formal . 
B) Crimes da mesma espécie - Não há um consenso doutrinário e jurisprudencial do que seja crimes das mesma espécie . Parte da doutrina e da jurisprudência entende que cada ação deve fundamentalmente constituir a realização punível do mesmo tipo legal , ou seja , são as variações do crime - consumado , tentado , forma simples , forma qualificada - mas dentro do mesmo tipo penal . Outra parte entende que crimes da mesma espécie são aqueles que possuem o mesmo bem juridicamente tutelado , ou seja , não são apenas aqueles previstos no mesmo tipo penal , mas também aqueles que ofendem o mesmo bem jurídico e que apresentam , pelo fato que o constituem ou pelos motivos determinantes , características fundamentais comuns .
C ) Condições semelhantes de tempo ,lugar e maneira de execução : Em relação a questão temporal não existe um critério definido legalmente o que faz surgirem divergências , a entendimentos que não se pode fazeruma análise meramente matemática , mas que deve existir entre os crimes uma média temporal que indique certo liame psíquico que sugira uma sequência entre os fatos . O STF já decidiu que se deve observar o limite temporal de 30 dias entendendo que ultrapassado este prazo é afastada a continuidade delitiva . 
Quanto ao lugar também existe controvérsia . O STF tem entendido que o fato de serem diversas as cidades em que o agente pratica o crime , não afasta a conexão espacial quando são próximas e integram uma única região . 
Em relação a maneira de execução (modus operandi) não precisa ser identifica bastando que tenha semelhança . O agente pode ter um padrão de comportamento , mas nem sempre o repetirá o que não impede a configuração da continuidade delitiva.
Dosemetria da pena , artigo 71,caput .
Crimes idênticos – a pena mais grave aumentada 1/6 a 2/3 .
Crimes diversos – a pena mais grave aumentada 1/6 a 2/3 .
Continuidade delitiva e conflitos de ei no tempo – súmula 711 , STF .
Continuidade delitiva e suspensão do processo – súmula 723 , STF .
Crime continuado especifico , Art 71, § único : Quando os crimes praticados em continuidade delitiva são dolosos e praticados mediante violência ou grave ameaça contra vitimas diferentes temos o crime continuado especifico. Neste caso a pena pode ser aumentada ate o triplo. Deve se observa se a pena aplicada não irá ultrapassar a que seria se fosse utilizado o sistema do cúmulo material.
Teoria da sanção penal.
Conceito : É o gênero que engloba espécies de restrição estatal a um infrator , dentre elas a pena , a medida de segurança e as medidas alternativas . 
Pena : É a consequência jurídico penal da pratica de uma infração penal por pessoa imputável , imposta através de uma sentença penal condenatória .
Finalidade da pena : Devemos ter em mente que um Estado democrático de direito embora possua o dever e o poder de punir a quem viola o ordenamento jurídico penal , deve encontrar limites a esse direito de punir . Por isso a constituição em seu artigo 5° , inciso 47 , proibi a pena de morte , de caráter perpétuo , de trabalhos forçados , de banimento e cruéis . 
Teorias retributiva ou absolutista : As teorias sobre a pena começaram a ser formuladas no início do século 18 . Nessa época surgem as teorias retributivas ou absolutas . De acordo com essas teorias a pena é concebida apenas como instrumento de castigo , ou seja , retribui ao criminoso o mal por ele causado . Assim , a pena justifica a si mesma , não possuindo nenhuma outra finalidade que não a de ser justa . 
Teorias preventivas ou relativas : Entende que a pena não visa apenas retribuir o fato delitivo cometido , mas um proveito concreto que é a prevenção de novos delitos . Uma vez violada a ordem jurídica pela prática de uma infração penal , a aplicação da pena correspondente ao delito praticado, teria a finalidade de evitar novos delitos - a pena se volta para o futuro . 
•Teoria da prevenção geral : Refere-se a coletividade e subdivide-se em prevenção geral negativa e prevenção geral positiva .
>Teoria da prevenção geral negativa: Fuerbach trás a ideia da pena como "coação psicológica " , voltada a coletividade , operando-se em dois momentos : Anteriormente a prática do crime com a cominação em abstrato da pena , que serve de aviso a sociedade sobre como o Estado agirá caso aja violação a regra ; e posteriormente a prática do crime , com a concreta aplicação da pena . Para ele , o destinatário da norma penal poderia sabendo das consequências da prática de determinado comportamento abster-se de prática-lo .
> Teoria da prevenção geral positiva : Nesse ângulo além de dissuadir as pessoas , criando o medo da sanção (prevenção negativa) , a pena também é uma forma de reafirmar a confiança na autoridade do Estado e na eficiência do ordenamento jurídico penal .
> Teorias unificadas , ecleticas ou mista : Está teoria tenta unificar a teoria retributiva com a teoria preventiva . Para esta teoria deve-se haver um complemento entre as duas teorias mencionadas e não apenas uma adição . Para Claus Roxin isso ocorre aproveitando-se os pontos positivos de cada teoria : A proporcionalidade da pena de acordo com o delito praticado (teoria retributiva) e a questão da ressocialização encampada pela teoria preventiva . 
> Teoria agnóstica : É defendida por Raul Safarone, esta teoria nega todas as teorias anteriores , entendendo que os pressupostos e resultados das outras teorias é duvidoso . Safarone entende que a pena é a manifestação de um poder político e não jurídico , de forma que a ordem judicial penal deve existir para conter a aplicação da pena , garantindo os direitos fundamentais . 
•De acordo com o artigo 59 não é adotada nenhuma teoria em específico , podendo haver uma combinação de todas . 
Princípios ligados à aplicação da pena 
• Princípio da legalidade : Previsto no artigo quinto , inciso 39 da CF/88 e no artigo primeiro do CP , estabelece os limites de atuação do Estado juiz que não pode arbitrariamente aplicar qualquer pena . 
• Princípio da humanidade : É decorrente da dignidade da pessoa humana , está relacionado a pessoa do acusado . Por força desse princípio é que são proibidas as penas de caráter degradantes e cruéis , ou seja , o Estado deve assegurar tanto a integridade física , quanto moral do acusado preservando seus direitos fundamentais . 
• Princípio da personalidade ou intranscedência : Está previsto no artigo quinto , inciso 45 da CF /88 . Significa que ninguém pode ser punido pela conduta de outrem . Assim , por exemplo os pais não podem ser responsabilizados pela conduta dos filhos (culpa "in vigilando") , nem a culpa " in elegendo" .
• Princípio da inderrogabilidade : Em regra o Estado juiz entendendo pela prática do crime e condenando o acusado não pode deixar de aplicar a sanção penal , salvo nas hipóteses expressamente previstas (artigo cento e vinte e um , parágrafo quinto / CP) .
• Princípio da proporcionalidade : A pena deve ser proporcional ao delito praticado levando-se em consideração a necessidade e a adequação . 
Espécies de pena 
> Privativa de liberdade : As penas privativas de liberdade ou penas de prisão são as mais graves previstas em nosso ordenamento jurídico . Se subdivide em reclusão , detenção . A prisão simples era aplicada nas contravenções penais e hoje não são mas utilizadas porque , mesmo que condenado pela prática do delito ao haverá a privação da liberdade . A diferença entre a pena de reclusão e detenção relacionasse as consequências oriundas de cada modalidade .
> Penas restritivas de direito : Buscam evitar a imposição da pena privativa de liberdade , substituindo-a . Em regra possuem esse caráter substitutivo , mas podem estar previstas de forma independente , autônoma , exemplo : Artigo 28 da lei 11343/2006 . As penas restritivas de direito estão previstas no artigo 43 do CP . Podem ser prestação pecuniária , perda de bens e valores , prestação de serviços a comunidade ou entidades públicas , limitação de fim de semana .
> Pena de multa : É o pagamento de uma quantia , destinada ao fundo penitenciário nacional , podendo ser aplicada isoladamente ou cumulativamente com as penas privativas de liberdade , exemplo artigo 138 .
Teoria da sanção penal.
Conceito : É o gênero que engloba espécies de restrição estatal a um infrator , dentre elas a pena , a medida de segurança e as medidas alternativas . 
Pena : É a consequência jurídico penal da praticada de uma infração penal por pessoa imputável , imposta através de uma sentença penal condenatória .
Finalidade da pena : Devemos ter em mente que um Estado democrático de direito embora possua o dever e o poder de punir a quem viola o ordenamento jurídico penal , deve encontrar limites a esse direito de punir . Por isso a constituição em seu artigo 5° , inciso 47 , proibi a pena de morte , de caráter perpétuo , de trabalhos forçados , de banimento e cruéis . 
Teorias retributiva ou absolutista : As teorias sobre apena começaram a ser formuladas no início do século 18 . Nessa época surgem as teorias retributivas ou absolutas . De acordo com essas teorias a pena é concebida apenas como instrumento de castigo , ou seja , retribui ao criminoso o mal por ele causado . Assim , a pena justifica a si mesma , não possuindo nenhuma outra finalidade que não a de ser justa . 
Teorias preventivas ou relativas : Entende que a pena não visa apenas retribuir o fato delitivo cometido , mas um proveito concreto que é a prevenção de novos delitos . Uma vez violada a ordem jurídica pela prática de uma infração penal , a aplicação da pena correspondente ao delito praticado teria a finalidade de evitar novos delitos - a pena se volta para o futuro . 
•Teoria da prevenção geral : Refere-se a coletividade e subdivide-se em prevenção geral negativa e prevenção geral positiva .
>Teoria da prevenção geral negativa: Fuerbach trás a ideia da pena como "coação psicológica " , voltada a coletividade , operando-se em dois momentos : Anteriormente a prática do crime com a cominação em abstrato da pena , que serve de aviso a sociedade sobre como o Estado agirá caso aja violação a regra ; e posteriormente a prática do crime , com a concreta aplicação da pena . Para ele , o destinatário da norma penal poderia sabendo das consequências da prática de determinado comportamento abster-se de prática-lo .
> Teoria da prevenção geral positiva : Nesse ângulo além de dissuadir as pessoas , criando o medo da sanção (prevenção negativa) , a pena também é uma forma de reafirmar a confiança na autoridade do Estado e na eficiência do ordenamento jurídico penal .
Pelo princípio da individualização da pena o juiz precisa observar para cada acusado , de forma fundamentada as circunstâncias de sua conduta , o que não se resumo em uma mera operação aritmética . O sistema processual brasileiro adotou para a dosemetria(cálculo) da pena o sistema trifásico , com previsão no artigo 68 do Código Penal . 
Sistema trifásico
• Pena base : O juiz deve analisar as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 , fixando a pena base dentro dos limites previstos no tipo penal . 
• Pena intermediária : Após aplicar a pena base , o juiz deve observar as circunstâncias legais-agravantes previstas nos artigos 61 a 64 e atenuantes previstas nos artigos 65 e 66 , fixando a pena intermediária , também dentro dos limites legais . 
• Pena definitiva(final) : Após chegar a pena intermediária , o juiz deve observar se a circunstâncias que aumentam ou diminuem a pena , e aplica-las , podendo nesta fase extrapolar os limites de pena previstas . 
O quanto de pena aplicado é que determinará o tipo de prisão , reclusão ou detenção e o regime inicial de cumprimento da pena . 
> Circunstâncias legais : São aquelas previstas no artigo 59 e não estipulam a quantidade que o juiz pode aumentar , respeitando os limites . Se não houvesse nenhuma circunstância judicial , o juiz deve fixar a pena base no mínimo legal . 
> Circunstâncias agravantes e atenuantes : Estão previstas na parte geral do Código e também não trazem a quantidade que o juiz deve aumentar ou diminuir na pena intermediária . 
> Causas de aumento e diminuição de pena : Podem estar previstas tanto na parte geral como na parte especial . Estabelecem o quanto o juiz pode abater ou aumentar . Esse aumento vem sempre definido em fração .
> Diferença entre causa de aumento da pena e diminuição da pena qualificadoras : As causas de aumento e diminuição de pena possuem a quantidade de aumento previamente definidas em quantidades fixas e incidem na última fase de aplicação da pena , já as qualificadoras aparecem indicadas em limites mínimos e máximos e integram a pena base .
Circunstâncias judiciais artigo 59 
• Culpabilidade : Neste item o juiz analisa o grau de reprovabilidade da conduta do acusado , ou seja , o que a sociedade esperava que ele fizesse diante do fato que ocorreu . 
• Antecedentes : Os antecedentes se referem a vida pregressa do acusado , ou seja , se já esteve envolvido anteriormente em questões criminais . Discutisse muito na doutrina e na jurisprudência se poderá haver um aumento na pena base quando não houver ainda nenhuma condenação transitada em julgado , ou seja , apenas inquérito ou ações penais em curso podem ser considerados para esse aumento , ou ainda se o período posterior (5 anos ) da reincidência poderia ser utilizado . 
Súmula 444 do STJ estabelece em seu enunciado que é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena base .
• Conduta social: Refere-se ao modo como o autor se comporta em seu convívio social, geralmente o juiz avalia a conduta social com base no interrogatório do acusado e no depoimento das testemunhas abonatórias. 
• Personalidade do agente: De acordo com aquilo que o acusado demonstra em seu depoimento o juiz procura avaliar se o acusado demonstra algum arrependimento ou se é uma pessoa fria em relação aos fatos . 
Observação: Algumas das circunstâncias judiciais que se refere ao autor do fato, como por exemplo a sua conduta social é bastante criticada pela doutrina pois o autor do fato estaria sendo apenado de forma mais gravosa pelas suas qualidades pessoais e não pelo crime praticado o que configuraria o tão combatido direito penal do autor.
Quanto ao fato
• Os motivos do crime: O juiz busca avaliar o que ensejou o acusado a prática do crime. Deve se observar se a motivação do crime já é outra circunstância que se faz presente na aplicação da pena para que não haja uma dupla punição.
• As circunstâncias do crime: É o modo de realização do crime como por exemplo o lugar que o crime foi praticado, o tempo, os objetos na prática do crime. 
• As consequências do crime: É tudo aquilo que resultou da conduta do agente. As consequências do crime não se referem ao resultado da ação criminosa. Por exemplo num crime de homicídio consumado que tem como resultado a morte da vítima, não será esse resultado analisado como consequência do crime, mas sim tudo que decorrer do evento para a família e a sociedade.
• O comportamento da vítima: Analisa-se se o comportamento da vítima criou alguma situação que favorece-se a prática criminosa, como por exemplo deixar seus pertences desprotegidos em lugar de muita aglomeração. Entende-se nas situações como do exemplo que a conduta do agente é menos reprovável já que não houve um planejamento prévio.
Pena intermediária circunstâncias legais : Nesta fase o juiz tendo por parâmetro a pena base aplicada, irá verificar se existem circunstâncias agravantes e atenuantes, são as chamadas circunstâncias legais. Nesta fase como na primeira, os limites previstos em abstrato tambem não podem ser ultrapassados. Súmula 231 STJ. 
• Agravante(art.61)
> Reincidência , art.61 ,inciso 1, c/c artigo 63: Para a análise da reincidência deve se observar o período depurador de 5 anos previsto no artigo 64, inciso 1- critério da temporariedade. 
Classificação doutrinária da reincidência:
A) Real: Ocorre quando o acusado condenado definitivamente já cumpriu a totalidade da pena do crime anterior no prazo de 5 anos.
B) Ficta: Quando o agente comete novo crime após ter sido condenado definitivamente, mas antes de cumprir integralmente a pena do crime anterior.
C) Genérica: Quando os crimes praticados pelo agente são de espécie distintas.
D) Específica: Quando os crimes praticados são da mesma espécie.
Não acarretam reincidência
• Crime militar próprio
• Crime político
• Ato infracional 
• Contravenção praticada no estrangeiro
	1º MOMENTO
	2º MOMENTO
	3º MOMENTO
	Condenação definitiva por crime.
	Prática de novo crime.
	Reincidência, artigo 63, I, CP.
	Condenação definitiva no Brasil e no estrangeiro por crime.
	Prática de contravenção penal.
	Reincidência, artigo 7, LCP, Lei 3688/41.
	Condenação definitiva por contravenção no Brasil.
	Prática de nova contravenção. 
	Reincidência artigo 7, LCP.
	Condenação definitiva por contravençãono estrangeiro.
	Prática de novo crime.
	Não gera reincidência por falta de previsão legal.
	Condenação definitiva por contravenção no estrangeiro.
	Prática de nova contravenção ou crime.
	Não gera reincidência, artigo 7, LCP.
> Artigo 61, inciso 2,alínea “A” :fútil é o motivo insignificante para justificação para prática do crime é banal, enquanto o motivo torpe é aquele que causa repulsa na sociedade , é amoral. Não havendo motivação para o crime o juiz não pode utilizar-se da agravante do motivo fútil. Quando a circunstância agravante do motivo fútil ou torpe incide como qualificadora do tipo penal previsto na parte especial, o juiz não poderá utilizar a agravante genérica prevista na parte geral.
Simples 6 a 20 
Qualificado 12 a 30
Artigo 61 circunstâncias agravantes, inciso II
Alínea "C"
Emboscada: É uma armadilha, uma cilada preparada para alguém.
Dissimulação: É quando o agente fingi ser uma pessoa que realmente não é apenas para ganhar a confiança da vítima.
Traição: Nessa hipótese a uma deslealdade, a vítima é surpreendida pelo agente no qual depositava confiança. A doutrina entende que a traição pode ser de ordem material, por exemplo quando alguém golpear o outro pelas costas ou de ordem moral em que há uma ocultação da intenção criminosa.
Alínea "D" Tortura (meio cruel)
Meio insidioso é aquele em que a vítima não percebe que está atacada, em quanto o meio cruel é aquele que causa um sofrimento maior a vítima prolongando a sua agonia. Caso a intenção do agente seja causar intenso sofrimento físico ou moral a vítima que é elementar do crime de tortura, não poderá incidir a agravante.
Observação: Os crimes de perigo comum são aqueles que além da conduta causar dano a vítima, pode causar danos a terceiros, colocando em perigo várias pessoas como por exemplo o perigo de fogo.
Alínea "E" Ascendente, descendente, cônjuge e companheira. O entendimento predominante da linha e da agravante não poderá incidir nas hipóteses de união estável. A lei exige como prova da relação de parentesco o documento cível previsto. 
Alínea "F" Abuso de autoridade, ou prevalecendo-se das relações domésticas. Essas relações envolvem também a tutela, a curatela e a guarda.
Alínea "G" para a incidência da qualificadora da alínea "G" o agente deve exercer cargo oficial, ministério, e o crime deve ser praticado com violação de obrigação inerente a sua atividade.
Observação: 
Alínea "H" para incidência da Agravante é necessário que a pessoa que comete a infração tenha o conhecimento da qualidade ou do estado de pessoa.
A agravante "mulher grávida" não pode se incidir quando se tratar de aborto já que é uma Elementar do tipo penal.
Alínea "I" quando se está na proteção do estado supõe uma proteção maior e nesse caso agravante incide porque quem praticou o crime agiu com ousadia desafiando a segurança estatal.
Agravantes no concurso de pessoas- artigo 62
Há divergência na doutrina sobre a existência do autor intelectual. Adotando-se a ideia de sua existência, a qualificadora incidira em relação a este autor exclusivamente. Refutando a ideia de autor intelectual, a qualificadora poderá incidir para os autores e participes, pôs nem sempre quem promove ou organiza o crime, será o autor.
II- A coação pode ser física ou moral, resistível ou irresistível. Induzir é criar em alguém a ideia da prática do crime.
III- Na primeira parte a pessoa que foi instigada a praticar o crime deve estar sob a autoridade de que a instigou a determinada prática do crime para que haja a incidência da qualificadora em relação ao agente que instigou. 
Na segunda parte a instiga alguém não punível em virtude de sua qualidade ou condição pessoal, como nas hipóteses de se utilizar um menor ou na escusa absolutórias do artigo 181, CP/40.
IV- Incidira a qualificadora desde que não seja elementar do tipo penal.
Atenuante- artigo 65 CP/40
Aplica-se nos casos em que o agente ao cometer o crime possui entre 18 e 21 anos, pois nesta hipótese considera-se que não há ainda total maturidade. Na segunda hipótese considera que a pessoa é mais frágil fisicamente. Essa atenuante é considerada uma atenuante super preponderante, ou seja, sempre ira incidir no cálculo da pena.
II-O desconhecimento da lei não isenta a aplicação da pena, mas nessas hipóteses a pena poderá ser atenuada.
III-Alínea “A”- Quando o crime é praticado por relevante valor social leva-se em conta a sociedade, o coletivo não apenas os valores individuais. Já o valor moral desrespeito aos interesses particulares individuais do agente.
Alínea “B”- Essa atenuante cabe quando de forma espontânea para evitar à consequência do crime repara o dano antes do julgamento deve fazer isso de forma espontânea com sinceridade. Essa atenuante irá incidir sempre que isto ocorrer após o oferecimento da denúncia ou queixa, o que difere do arrependimento posterior, pois neste o arrependimento deve ocorrer até o oferecimento da denúncia, diferentemente do arrependimento posterior a atenuante incide até mesmo nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça.
Alínea “C”- Na primeira parte o agente é coagido a cometer um crime só que essa coação é resistível, ou seja, o agente poderia não praticar o delito, mas por algum motivo não conseguiu reagir a coação.
O cumprimento de ordem de autoridade superior pressupõe que esta seja ilegal, pois se a ordem for legal haverá a isenção de pena inexigibilidade da conduta adversa artigo 22, CP/40. Na última hipótese do dispositivo não se deve confundir com a dominação de violenta emoção, ou seja, nessa hipótese há uma influência no estado de ânimo, uma influência provocante pela injusta provocação da vítima.
Alínea "D": Pode ocorrer a confissão em sede policial, mas se o acusado de retratar em juízo, a quem rejeite essa atenuante. Existe também a chamada confissão qualificada, ou seja, é aquela que ocorre quando o acusado confessa, mas agrega em sua defesa uma excludente de culpabilidade.
Alínea "E": Trata-se do chamado crime multitudinário, desde que o acusado não seja o responsável pela confusão, tendo agido de forma impulsiva.
Artigo 66: Trata-se das atenuantes inominadas, e nessa hipótese o juiz deve avaliar se há alguma circunstância relevante, diversa das prevista no artigo 65 que possa atenuar a pena.
Artigo 67: Se houver concorrência entre uma circunstância preponderante e outra que não tenha essa natureza, prevalecerá a circunstância preponderante. No concurso de agravantes e atenuantes de idêntico valor, a existência de ambas as circunstâncias levará ao afastamento das duas, ou seja, não se aumenta nem diminui a pena nessa fase. Exemplo a reincidência é uma agravante preponderante assim , deve prevalecer sobre a atenuante da reparação do dano artigo 65, inciso 3 , alínea b; A atenuante do relevante valor moral artigo 65 , inciso 3 alínea a prepondera sobre a agravante do emprego de veneno artigo 61 ,inciso 2 alinha d. Observação a idade do agente atenuante prevista no artigo 65,inciso 1 é considerada uma circunstância super preponderante, significando que prevalecerá sobre qualquer outra.
3° fase - causas de aumento e diminuição: Após ter estabelecida a pena intermediária, o juiz analisará, na terceira fase se existe alguma causa de aumento ou diminuição da pena para fixação da pena definitiva. As causas de aumento e diminuição da pena estão espalhadas por toda a legislação penal, isto é, podem ser encontradas tanto na parte geral quanto na especial. Exemplo artigo 14, inciso 2 e parágrafo único - É uma causa de diminuição prevista na parte geral, bem Como o artigo 16. Como causa de aumento de pena prevista na parte geral prevista no artigo 71, parágrafo único. Na parte especial podemos citar como exemplo o artigo 121, parágrafo primeiro; artigo 157, parágrafo segundo. As causas de aumento e diminuição da pena estabelecem o quanto a pena deve ser aumentada e diminuída.
A incidência das causas de aumento e diminuição se dá em cascata, ou seja, existindo mais de uma causa está produziráefeito sobre a pena já aumentada ou diminuída. Primeiro o juiz analisa as causas de aumento e partindo da pena já aumentada é que aplica as causas de diminuição. Nesta fase além de fixar a pena o juiz deve estabelecer o regime de cumprimento. Destaca-se que nesta fase os limites mínimo e máximo previstos em abstrato podem ser ultrapassados. Exemplo artigo 68, parágrafo único.
Penas privativas de liberdade: Essas penas são as chamadas penas de prisão, que tem como objetivo privar o condenado de seu direito de ir e vir. Doutrinariamente a prisão pode ser dividida em perpétua ou por prazo determinado. No nosso ordenamento jurídico a pena privativa de liberdade é por prazo determinado já que a constituição em seu artigo quinto, inciso XLVII. No Brasil a pena privativa de liberdade é de duas espécies para os crimes reclusão e detenção. Para as contravenções penais existe a prisão simples. A pena privativa de liberdade está prevista no preceito secundário de cada tipo penal incriminador. O legislador estabelece a modalidade de pena privativa de liberdade de acordo com o bem jurídico tutelado. 
Consequências decorrentes de cada espécie: 
• Início do cumprimento da pena: 
>Reclusão: Pode iniciar no regime fechado.
>Detenção: Nunca inicia no fechado.
• Limitação da fiança: O delegado de polícia ao lavrar o APF pode arbitrar fiança para os crimes apenados com detenção, nos crimes com pena de reclusão somente o juiz pode arbitrar a fiança.
Consequências de regime
Medida de segurança: Nos crimes punidos com reclusão a medida de segurança será de internação, enquanto na detenção, poderá ser convertida em tratamento ambulatorial. 
Incapacidade para o exercício do pátrio poder: Somente ocorrerá a perda com a prática de crime doloso cometido contra o filho, o tutelado ou o curatelado se o crime for punido com reclusão. Artigo 92, II. 
Prioridade na ordem de execução da pena: No caso de concurso material, aplicando-se cumulativamente as penas de reclusão e detenção executa-se primeiro a de reclusão. Artigo 76.
Dos regimes prisionais: Os regimes prisionais correspondem a forma pela qual a pena privativa de liberdade será executada, implicando na maior ou menor restrição, dependendo de sua espécie: regime fechado, regime semiaberto e regime aberto.
Os regimes de cumprimento da pena são determinados fundamentalmente pela espécie e quantidade da pena, pela reincidência e pelas circunstâncias judiciais do artigo 59.
Fixação legal do regime inicial do cumprimento de pena
O artigo 33 parágrafo segundo do código penal, estabelece que as penas privativas de liberdade deveram ser cumpridas de forma progressiva, segundo o mérito do condenado e fixa os critérios para a escolha do regime inicial: 
A) O condenado a pena de reclusão superior a oito anos começa a cumpri-la no regime fechado.
B) O condenado não reincidente, cuja a pena for superior a quatro anos e não exceda oito anos, poderá iniciar seu cumprimento em regime semiaberto.
C) O condenado não reincidente cuja a pena for igual ou inferior a quatro anos poderá cumpri-la desde o início no regime aberto. caso 6
Regime fechado (artigo 34 e parágrafos): 
Regime semiaberto (artigo 35 e parágrafos):
Regime aberto ():
	Pena
	Reincidência
	Regime
	Acima de 8 anos
	Reincidente
	Fechado
	Acima de 4 até 8 anos
	Reincidente
	Fechado
	Acima de 4 até 8 anos
	Não reincidente
	Semiaberto
	Até 4 anos
	Reincidente
	Semiaberto
	Até 4 anos
	Não reincidente
	Aberto
Regras do regime fechado- art 34, CP
Regras do regime semiaberto - art 35, CP
Regras do regime aberto- art 36, CP
Regime disciplinar diferenciado- art 52, LEP
LEP- leis de execução penal
Progressão de regime 
 A pena privativa de liberdade no Brasil é executada de forma progressiva, com ingresso do apenado em um regime intermediário e passando por um regime intermediário e chegando a um regime com restrição mínima de liberdade. A progressão é um misto de cumprimento da pena (critério objetivo) e de acordo com mérito do condenado(critério subjetivo) de acordo com art 112 da LEP, com os seguintes critérios:
1)	Cumprimento de parte da pena privativa de liberdade. Em regra o condenado deve cumprir pelo menos 1/6 da pena imposta no regime inicial para que o condenado possa passar para um regime mais brando. Não se admite a progressão “per saltim” sumula 491 STJ.
Progressão de crimes hediondos- de acordo com o art 2 da lei 8072/90 a progressão de tais delitos pressupõe o cumprimento de 2/5 da pena caso o condenado seja primário e 3/5 caso de reincidência.
Progressão de regime nos crimes contra a administração publica art33, §4 CP.
2)	Apresentação de bom comportamento carcereiro comprovado pelo diretor do estabelecimento.
O art 112 da LEP foi alterado não exigindo mais a realização do exame criminológico para a concessão da progressão de regimes. Embora não seja mais obrigatório e havendo muita divergência sobre o tema , o STF editou a cumula vinculante 26 estabelecendo que o exame poderá ser requisitado de forma fundamentada pelo juiz da execução no mesmo sentido a sumula 439 STJ.
Diferentemente da progressão a regressão de regime admite saltar de um regime mais brando,saltar do regime aberto para o mais gravoso como o regime fechado, por exemplo. As regras para a regressão de regime esta prevista no art 118 da LEP.
Da mesma forma que pode ocorre a progressão de regime, pode ocorrer a regressão, ou seja, o condenado pode retornar ao regime mais gravoso, inclusive “per saltum". A regressão está prevista no art.118 da LEP e ocorre nas seguintes hipóteses: cometimento de fato definido como crime doloso, não sendo necessário que já esteja instaurado o processo.
Nessas hipóteses o retorno ao regime mais gravoso não se dá de ofício, sendo necessário que o condenado seja ouvido para que possa exercer o seu direito de defesa.
Sofrer condenação, por crime anterior cuja pena somada seja incompatível com o regime que se encontra. Nesse caso não há necessidade de procedimento para a oitiva do acusado pois trata-se de um critério matemático.
SÚMULAS APLICÁVEIS: 533, 534, 535 do STJ
REMIÇÃO PENAL
Remir significa abater, diminuir, descontar pelo trabalho ou pelo estudo dentro do sistema prisional parte do tempo da pena a cumprir.
Pelo trabalho: o trabalho tem como objetivo a ressocialização do condenado, trata-se de um direito do condenado. 
Os presos provisórios art.31 parágrafo único da LEP e o condenado por crime político art.200 não estão obrigados ao trabalho. 
O trabalho será remunerado art.29 da LEP.
CONTAGEM DO TEMPO PARA REMIÇÃO PENAL
A contagem se dá em razão de um dia de pena por três de trabalho de acordo com a previsão do art. 126 parágrafo primeiro inciso II e parágrafo quarto do mesmo artigo estabelece que o preso impossibilitado do trabalho por acidente continua a beneficiar-se com a remição.
REMIÇÃO PELO ESTUDO: o condenado que cumpre pena no regime fechado ou semiaberto poderá remir a pena pelo estudo. Nesse caso a contagem será feita a razão de um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar, em qualquer grau de ensino dividida no mínimo em três dias.
O tempo em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 no caso de conclusão do ensino de qualquer grau durante o cumprimento da pena desde que certifica pelo órgão competente do sistema de educação.
Detração penal é o instituto jurídico através do qual computam-se na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, no tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o tempo de internação em qualquer estabelecimento referido no artigo 41e 42, CP.
" O instituto da detração penal somente é possível em processos relativos a crimes cometidos anteriormente ao período de prisão provisória a ser computado. Outro entendimento conduziria a esdrúxula hipótese de "conta corrente" em favor do réu, que absolvido no primeiro processo, ficaria com um crédito contra o Estado, a ser usado para a impunidade de posteriores infrações penais."Exemplo
A) A resposta a processo por roubo. 
Posteriormente foi decretado prisão preventiva em decorrência de um crime de tráfico.
B) Respondeu preso por crime de homicídio, sendo ao final absolvido. 
Posteriormente foi condenado em outro processo por crime de latrocínio.
A detração deve ser averiguada na própria sentença condenatória, pois ela influirá na determinação do regime de cumprimento da pena, artigo 387, parágrafo segundo do CPP.
Monitoração Eletrônica O monitoramento eletrônico evita os efeitos nefastos da dessocialização do encarceramento – principalmente para os delinquentes primários – e facilita a manutenção dos elos familiares e o exercício de uma atividade profissional. Esse sistema permite, também, diminuir a taxa de ocupação nos estabelecimentos penitenciários, acolhendo réus e condenados, à pequenas ou médias penas, a um custo bem menor. A prisão domiciliar sob monitoramento eletrônico afasta de seus beneficiários a promiscuidade e as más condições de higiene, a ociosidade e a irresponsabilidade, encontradas em tantas prisões. “Trata-se de um tipo de punição que não acarreta o estigma do associado ao encarceramento, assegurando a continuação de uma vida ‘normal’ aos olhos do empregador e junto da família”. No Brasil, depois de intensos debates, foi publicada a Lei nº 12.258, de 15 de junho de 2010, que previu a possibilidade de fiscalização do condenado por meio da monitoração eletrônica somente em duas situações, vale dizer, quando for autorizada saída temporária para aquele que estiver sob o regime semiaberto, ou quando a pena estiver sendo cumprida em prisão domiciliar, conforme o disposto nos incisos. II e IV, do art. 146-B da Lei de Execução Penal.
Penas restritivas de direito (artigo 43)
São penas autônomas que buscam evitar a imposição de uma pena privativa de liberdade, substituindo-a. Embora tenham caráter, em regra, substitutiva eventualmente podem surgir de forma autônoma como, por exemplo, no artigo 28 da lei 11343/2006, lei de drogas.
Artigo 43, inciso I, de acordo com o artigo 45 parágrafo primeiro do CP, a prestação pecuniária consiste no pagamento de um valor em dinheiro, como regra geral, a vítima ou seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social. Quando paga a vítima ou aos seus dependentes tem caráter indenizatório e nessa hipótese o valor pago será deduzido de eventual condenação em ação indenizatória na esfera cível.
Caso o beneficiário concorde o pagamento poderá ser realizado de outra forma, sem ser em dinheiro (artigo 45, parágrafo segundo).
Artigo 43, Inciso II, consiste no confisco d bens do condenado, os quais serão revertidos ao fundo penitenciário nacional. O confisco atinge o patrimônio lícito do condenado. A pena não pode passar da pessoa do acusado. No entanto se ocorrer o falecimento do condenado, e o bem confiscado ainda não tiver sido transferido, seus sucessores terão o bem confiscado.
 Artigo 45, parágrafo 3, c/c com artigo 5, inciso 45 da CF.
Artigo 43, inciso IV, está regulado pelo artigo 46 do CP, consiste na atribuição de tarefas gratuitas executadas pelo condenado que deverá cumpri-la a razão de uma hora por dia de condenação. Está disposição tem por objetivo não prejudicar a jornada de trabalho normal do condenado. É aplicável quando a pena imposta for superior a 6 meses. De acordo com o artigo 55 do CP, a pena de prestação de serviços terá idêntica duração da pena privativa de liberdade substituída. Sendo assim, é aplicável o instituto da detração penal.
Artigo 43, inciso V, o artigo 47 traz quais são as espécies de interdição temporária de direitos. Para que a interdição seja imposta é necessária uma relação de pertinência entre o crime praticado e a pena. 
Observação: artigo 47, inciso I, em relação ao exercício de mandato eletivo a proibição é inaplicável à Deputados Federais e Senadores, em virtude do artigo 55, inciso VI, parágrafo segundo da CF, que estabelece que em caso de condenação criminal a mesa da casa correspondente é que declara a perda do cargo.
Artigo 46, inciso VI, de acordo com o artigo 48 consiste na obrigação imposta ao condenado de permanecer aos sábados e domingos durante 5 horas diárias em caso de albergado. O cumprimento da pena será fiscalizado pelo estabelecimento para o qual foi encaminhado o condenado-artigo 153 da lei 7210/84, e será cumprida no m tempo da pena substituída.
Requisitos necessários para substituição da pena privativa de liberdade ou restritivas de direitos- artigo 44 do CP: 
Artigo 44, I.
• Pena não superior a 4 anos.
• Crime não ter sido com violência ou grave ameaça.
• Se o crime for culposo, qualquer pena.
Artigo 44, II.
• Não reincidente em crime doloso.
Observação: embora a reincidência dolosa impeça a substituição, o parágrafo terceiro do artigo 44 faz uma ressalva no sentido de que, se o condenado for reincidente o juiz poderá aplicar a substituição, desde que em face da condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática de um mesmo crime(reincidência específica).
Artigo 44,III
Substituição da pena no crime de tráfico de drogas, o parágrafo quarto, artigo 33 da lei 11343/2006 estabelece que nos delitos definidos no caput e no parágrafo primeiro não se admite a conversão em pena restritiva de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes e não se dedique a atividades criminosas e não integre organização criminosa. 
O STF a partir do julgamento do HC 97256/RS passou a admitir tal possibilidade, reconhecendo a inconstitucionalidade da parte final do artigo 33, parágrafo quarto, que posteriormente teve sua execução suspensa pelo senado federal.
Substituição na lei de violência doméstica e familiar, o artigo 17 da lei 11340/2006, limitou a substituição nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher dizendo ser vedada a substituição da pena privativa de liberdade por penas de cesta básica ou de outra prestação pecuniária. Isso não impede que ao autor sejam aplicadas as demais penas restritivas de direito.
O STJ entende que se o crime for praticado com violência a substituição não poderá ser feita em decorrência do artigo 44, I CP, que veda a substituição quando o crime é praticado com violência.
Conversão da restritiva em privativa de liberdade: ocorre quando houver o descumprimento injustificado da restrição imposta. Caso ocorra a conversão, o tempo cumprido na pena será abatido da pena privativa de liberdade. 
Sobrevindo a pena restritiva de direitos, não integralmente cumprida nova condenação caberá ao juiz da execução penal decidir pela conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
Substituição de pena lei 11343/06, lei de drogas.
Substituição da pena na lei 11340/06, lei de violência doméstica e familiar.
 A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário de quantia fixada na sentença é calculada em dias multa. Possui natureza personalíssima, isto é, seu pagamento não poderá ser exigido dos herdeiros do condenado caso este venha a falecer. 
Sistema de aplicação
A aplicação da pena segue os parâmetros estabelecidos no artigo 49, caput e seus parágrafos.
De acordo com o STJ, para fixação da pena de multa, considera-se primeiro o disposto no artigo 59 do CP (circunstâncias judiciais) para fixação da quantidade de dias e depois analisa-se a situação econômica do sentenciado para estabelecimento do valor artigo 60 parágrafo primeiro.
A pena de multa na lei de drogas (11343/06): Diferente do estabelecido no artigo 49 CP, os artigos 33 ao 39 da lei 11343/06 estabeleceu um número de dias multa bem superior ao previsto no código penal, que pode ser de 500 a 1500 dias multa. O valor de cada dia multa de acordo com o artigo 43 da lei 11343/06 segue os mesmos parâmetros do artigo 49 do CP. 
Execução da pena de multa: Após o trânsito em julgado da sentença condenatória a multa deve ser paga em 10 dias. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias ojuiz pode determinar o parcelamento mensal. antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do condenado e ouvir o ministério público - artigo 169 parágrafo primeiro da lei 7210/84(execução penal). Caso não haja o pagamento do valor no prazo de 10 dias e não tendo sido solicitado o parcelamento, será extraída certidão de sentença condenatória com trânsito em julgado que valera como título executivo judicial.
Legitimidade para a execução da pena de multa: Antes da reforma processual, a execução da pena de multa era promovida pelo ministério público na vara de execuções penais. Com a reforma processual passamos a ter dois entendimentos: 
A) O tribunal de justiça de Minas Gerais, por intermédio do seu grupo de câmaras criminais aprovou a súmula número dois, estabelecendo que a execução deve ser proposta no juízo da execução penal, com o rito previsto para as execuções. Minoritário
B) O STJ consolidou o entendimento, através da súmula 521 que a legitimidade para a execução da pena de multa é exclusiva da procuradoria da fazenda pública. 
Execução provisória da pena de multa: Não é admissível a execução da pena de multa antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, por expressa previsão legal artigo 50, caput do CP. 
Conversão e revogação da pena de multa: De acordo com o artigo 51 a pena de multa não paga, não pode ser convertida em pena privativa de liberdade. Embora tenha natureza penal, a pena de multa é considerada dívida de valor, devendo ser aplicada em sua cobrança as normas relativas a dívida ativa da fazenda pública, com base na lei de execução fiscal. 
Suspensão da execução da pena de multa: Está prevista no artigo 52 do CP e no artigo 167 da LEP, quando sobrevém ao condenado doença mental no curso da execução.
Apesar da suspensão pena a prescrição não se interrompe nem se suspende artigo 114 do CP.
Ação Penal: "É o direito de pedir ao Estado juiz a aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto" Fernando Capez. É um instrumento através do qual o Estado juiz pode exercer o seu direito de punir.
A) Legitimidade: É a pertinência subjetiva da ação. Pode ser ativa ou passiva. A legitimidade ativa refere-se aquele que exerce o direito de ação, enquanto a passiva diz respeito ao sujeito contra quem a ação é proposta. A legitimidade pode ser ainda ordinária ou extraordinária. Na ordinária, o titular do direito de ação é o mesmo titular do direito material - ação penal pública. Na extraordinária, os titulares do direito processual e material são distintos - ação penal privada. *Pode ser ainda concorrente, quando nos pólos ativo e passivo figurar mais de um sujeito, formando um litisconsórcio. 
B) Interesse de agir: O Estado só perderá o seu tempo se a pretensão deduzida em juízo requerer uma atuação necessária e útil.
C) Possibilidade jurídica do pedido: O pedido formulado deve ser passível de acolhimento, de acordo com as normas jurídicas vigentes. A possibilidade jurídica do pedido tem por base a teoria geral do processo e o CPC. Com o novo CPC está deixou de ser uma condição genérica da ação. Renato Brasileiro De Lima esclarece que " a transposição da possibilidade jurídica do pedido como condição da ação penal ignora, por completo, uma premissa básica do processo penal, segundo a qual o pedido é de todo irrelevante pouco importando o pedido formulado pelo acusador."
Justa Causa: Trata-se de uma condição especial prevista apena na esfera criminal que estabelece para a propositura da ação penal um conjunto ou um suporte probatório mínimo que indique a materialidade do fato e indícios de autoria.
Espécies de ação penal - artigo 100 CP: Toda ação penal é de natureza pública. A titularidade para a sua propositura é que pode ser pública ou privada.
Em regra de acordo com o artigo 100 do CP a ação é de iniciativa pública, cujo o titular é o MP. 
• Ação penal pública: Existem duas espécies de ação penal pública:
A) Incondicionada: São aquelas em que a lei não exige nenhuma condição para que a ação possa ser proposta. Nesse tipo de ação, demonstrada a justa causa, o MP é obrigado a oferecer a denúncia ( propor a ação). Exemplo: Artigo157 CP.
B) Condicionada: Ocorre quando a lei exige uma condição para que o MP possa propor a ação, como a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça, conforme estabelece o parágrafo primeiro do artigo 100. Como exemplo a representação podemos citar o artigo 147 CP. 
Como exemplo de ação penal pública condicionada a requisição do Ministro da Justiça podemos citar o artigo 141, I, C/C artigo 145, parágrafo único do CP - crime contra a honra cometido contra o presidente da república.

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