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Fatores ecologicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS, HUMANAS E SOCIAIS (ICNHS) 
 
Prof. Evaldo Martins Pires 
Doutor em Entomologia 
 
Aula 02 
ECOLOGIA GERAL 
 
Aula de hoje: 
 
ECOFISIOLOGIA, FATORES ECOLÓGICOS, RELAÇÕES ECOLÓGICAS, FATORES 
LIMITANTES E O AMBIENTE FÍSICO 
 
Ecofisiologia (conceito) 
É o campo da Ecologia que estuda a influência que os fatores ambientais exercem sobre um 
organismo e seus processos fisiológicos, podendo aumentar e/ou reduzir seu desempenho/crescimento, 
etc. 
Exemplo: 
Larvas de Aedes aegypti se transformam (emergem) em adultos em média de seis dias a 18oC. 
Larvas de Aedes aegypti se transformam (emergem) em adultos em média de dois dias a 25oC. 
 
Plantas de eucalipto crescem em média 40 m3 / hectare / ano quando há alta incidência de 
chuvas e calor. 
Plantas de eucalipto crescem em média 20 m3 / hectare / ano quando há baixa incidência de 
chuvas e calor. 
 
Estudos clássicos na área de ecofisiologia são: 
Verificar de que maneira a variação dos fatores ambientais (temperatura, UR, precipitação, 
fotoperíodo) influencia o desempenho de um determinado organismo. 
 
Obs. Fatores ambientais podem até mesmo impossibilitar que determinado organismo ocorra em certos 
locais. 
Exemplo: 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS, HUMANAS E SOCIAIS (ICNHS) 
 
Prof. Evaldo Martins Pires 
Doutor em Entomologia 
 
Plantio de café “Arábica” na região de Sinop. O café Arábica se adapta a a uma região com 
clima mais ameno (frio). 
Plantio de Teca na região da Zona da Mata de MG. A Teca se adapta a uma região com clima 
mais quente e chuvoso. 
 
 
O estudo da ecofisiologia é subdividido em dois grandes grupos: 
 
1- Ecofisiologia vegetal 
Trata dos processos fisiológicos e das respostas vitais das plantas diante de mudanças que 
ocorrem no meio ambiente onde vivem. 
 
A importância desses estudos estão em desenvolver e absorver novas tecnologias para a 
produção de madeira, visando melhorar a qualidade e competitividade dos produtos de origem florestal. 
Para se obter árvores adequadas a diferentes fins e ambientes, é necessário entender melhor os 
processos fisiológicos envolvidos na sua adaptação às condições ecológicas, principalmente nos anos 
com déficit hídrico mais elevado. 
 
Exemplo bem sucedido do estudo da Ecofisiologia Vegetal 
Um plantio de eucalipto de semente produz em média 38 m3 / hectare / ano de madeira. 
Um plantio de eucalipto clonal produz em média 70 m3 / hectare / ano de madeira. 
 
A base do estudo de melhoramento genético em eucalipto é a adaptabilidade ao local. 
 
 
2- Ecofisiologia Animal 
Refere-se ao estudo do estado ou modificação das funções fisiológicas dos animais mediante as 
características locais ou funções ecológicas nas quais estão inseridos. 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS, HUMANAS E SOCIAIS (ICNHS) 
 
Prof. Evaldo Martins Pires 
Doutor em Entomologia 
 
1- Um exemplo bem sucedido são os programas de controle biológico de pragas agrícolas. Nesses 
estudos os pesquisadores visam encontrar as melhores condições ambientais para a maior produtividade 
de inimigos naturais. 
 
2- Produção de gado e frangos para abate, através de estudos ecofisiológicos se sabe qual a melhor 
temperatura, UR, Fotoperíodo para se obter uma maior produtividade. 
 
 
Alguns dos Principais Fatores que são avaliados em estudos Ecofisiológicos. 
 
Temperatura – dada em oC; oF e K 
 
Umidade Relativa do Ar (UR) – dada em % de água suspensa no ar 
 
Precipitação Pluviométrica – dada em mm de chuva 
 
Velocidade e Direção do Vento – velocidade (km/h); direção (Norte – Sul) 
 
Fotoperíodo - Intervalo de tempo decorrido entre o surgimento e o por do Sol. Também chamado de 
duração efetiva do dia. O fotoperíodo depende da latitude local e da inclinação do Sol na data 
considerada. 
Fotofase – é a fase de claro de um ciclo claro/escuro; dia. 
Escotofase – é a fase de escuro de um ciclo claro/escuro, noite. 
 
pH (potencial hidrogeniônico) - é um importante fator que pode determinar condições de 
sobrevivência ou não dos seres vivos. 
 
 
 
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Doutor em Entomologia 
 
FATORES ECOLÓGICOS 
 
Antes de iniciarmos a abordagem sobre fatores ecológicos, devemos deixar bem claro que, todo 
organismo está submetido no meio onde vive e seus agentes físicos; climáticos; edáficos (relacionados 
ao solo); químicos e bióticos. 
 
 
1. Fator Ecológico (conceito) 
Pode ser definido como fator ecológico todo elemento ou condição do ambiente capaz de agir 
diretamente sobre os seres vivos, pelo menos em uma fase de seu ciclo vital. 
 
 
1.1. Ações que os fatores ecológicos podem exercer sobre os seres vivos 
A influência que os fatores ecológicos exercem sobre os seres vivos pode proporcionar eventos 
como: 
* O processo de extinção e recolonização de certas espécies (influência direta na distribuição 
espacial e temporal); 
 
* Mudanças nas taxas de fecundidade, natalidade e mortalidade (o que pode influenciar 
diretamente na densidade das populações); 
 
* Favorecer o aparecimento de modificações adaptativas (quantitativas e qualitativas). Seleção 
natural ou até mesmo estratégias de sobrevivência como hibernação (redução da 
temperatura corporal e metabolismo do indivíduo, estado de sonolência, com em animais de 
clima frio), diapausa (interrupção do desenvolvimento de ovos e larvas de insetos – 
dormência), estivação (como ocorre nos anuros e moluscos, é um tipo de proteção contra o 
secamento temporário dos habitats com a passagem para o estado de dormência ou quiescência 
sem perda da vitalidade) e outras. 
 
 
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1.2. Os fatores ecológicos podem ser classificados em: 
Fatores ecológicos bióticos; 
Fatores ecológicos abióticos. 
 
 
1.2.1 Fatores ecológicos BIÓTICOS (conceito) 
Em ecologia são considerados como fatores bióticos todos aqueles que estão relacionados aos 
seres vivos e que se associam com outros de mesma espécie ou de espécie diferente para obter 
alimento, proteção, transporte e reproduzir. Resumindo, são relações que os seres vivos estabelecem 
entre si. Essas relações podem ser: INTRA ou INTER-ESPECÍFICA; HARMÔNICA ou 
DESARMÔNICA 
 
 
1.2.2. Fatores ecológicos ABIÓTICOS (conceito) 
Em ecologia entende-se por fatores abióticos como sendo todas as influências que os seres 
vivos possam receber em um ecossistema, derivadas de aspectos físicos, químicos ou físico-químicos 
do meio ambiente. Resumindo, são fatores do ambiente que influenciam os seres vivos. 
Ex: Temperatura, UR, Luminosidade, pH, etc... 
 
 
2. Relações Ecológicas e Interações Entre as Espécies em caráter Biótico 
Sabemos que todos os seres vivos se relacionam com outros e essas relações podem ocorrer 
ao nível: 
Intraespecífico - ocorre entre indivíduos da mesma espécie; 
Interespecífico - ocorre entre indivíduos de espécies diferentes; 
Harmônico - nenhum dos organismos é prejudicado; 
Desarmônico - pelo menos um dos organismos é prejudicado. 
 
 
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2.1. Tipos de relações ecológicas do tipo Biótica 
a) Canibalismo – é quando um animal mata e devora o outro. 
 
Com relação aonível, o canibalismo pode ser considerado como tipo de relação INTRAESPECÍFICA 
E DESARMÔNICA. 
 
O comportamento canibal é de forma geral raro, porém sua ocorrência está relacionada e questões 
como: 
Falta de alimento 
Superpopulação o que gera competição por alimento; 
Deficiência nutricional (fonte de alimentação de baixa qualidade nutricional). Neste 
caso, o comportamento de canibalismo, se deve a busca por complementação alimentar. 
Aspectos relacionados ao processo reprodutivo (aranhas) 
 
 
Figura 1. A – Canibalismo após o acasalamento. B – Canibalismo por falta de alimento. 
 
 
b) Competição – o conceito de competição está relacionado a luta por alimento, 
territorialidade, acasalamento. 
 
Com relação ao nível, a competição pode ser considerada como tipo de relação INTRA-ESPECÍFICA 
DESARMÔNICA ou INTERESPECÍFICA DESARMÔNICA 
 
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A competição é de forma geral um comportamento freqüentemente observado e está relacionado a 
questões como: 
Limitação da população (competição entre predadores e presas. Ex. cobras e ratos); 
Fatores de seleção natural (os menos adaptados são eliminados por seus competidores. a 
história do Bode dentuço); 
 
 
Figura 2. A - Competição devido a superpopulação. B – Competição pela fêmea. C – competição por 
territorialidade. 
 
 
c) Predativismo ou predação – o conceito de predativismo está relacionado ao fato de que um 
animal mata outro de espécie diferente para se alimentar. 
 
Com relação ao nível, o predativismo pode ser considerado como tipo de relação INTERESPECÍFICA 
e DESARMÔNICA. 
 
O predativismo é de forma geral um comportamento freqüentemente observado e está relacionado a 
questões como: 
Equilíbrio da população de presas; 
Fator de seleção natural; 
É uma prática muito aplicada em programas de controle de pragas nos setores agrícolas 
e florestais. 
 
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Figura 3. A – Leão predando uma zebra. B – Percevejo predador importante para o controle de pragas. 
 
 
d) Parasitismo – o conceito de parasitismo está relacionado ao fato de que um organismo vive 
às custas de outro, vindo a prejudicá-lo. 
 
Com relação ao nível, o parasitismo pode ser considerado como tipo de relação INTERESPECÍFICA e 
DESARMÔNICA. 
 
O parasitismo é de forma geral um comportamento freqüentemente observado. 
 
Exemplos clássicos de parasitismo: 
- Ectoparasitos - piolho nos seres humanos, pulgas e carrapatos em cães; 
- Endoparasitos – Ascaris sp., Isospora sp., Taenia sp. 
- Fungos parasitando plantas. 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: 
Não confundir parasitismo com parasitoidismo. 
Diferente do parasitismo, o parasitoidismo é um tipo de relação na qual o organismo parasitóide 
desenvolve pelo menos uma etapa de seu ciclo de vida sob um hospedeiro, vindo a matá-lo no final da 
relação. 
 
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Figura 4. A – Carrapato (ectoparasito). B – Taenia sp. (endoparasito). C – Fungo parasitando planta. 
 
 
 
Figura 5. A – Insetos parasitóide ovipositando no interior do corpo do hospedeiro. B – Larvas do 
parasitóide no interior do corpo do hospedeiro. 
 
 
e) Amensalismo – o conceito de amensalismo está relacionado a um tipo de associação entre 
indivíduos de espécies diferentes na qual uma espécie inibe o desenvolvimento de outra. 
Ex: liberação de antibióticos por determinados fungos, causando a morte de certas bactérias. 
 
Com relação ao nível, o amensalismo pode ser considerado como tipo de relação INTERESPECÍFICA 
e DESARMÔNICA. 
 
 
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O amensalismo é de forma geral um tipo de relação mais comumente observada em vegetais, fungos e 
bactérias. 
 
Exemplos clássicos de amensalismo: 
- liberação de antibióticos por determinados fungos, causando a morte de certas bactérias; 
- alelopatia em eucaliptocultura. 
 
 
Figura 5. A – Fungo liberando compostos que causa a morte de certas bactérias. B – Plantas de 
eucalipto liberam compostos no solo que matam todos os outros vegetais (alelopatia). 
 
 
e) Foresia ou forésia – o conceito de foresia está relacionado a um tipo de associação entre 
indivíduos de espécies diferentes em que um se utiliza do outro para transporte sem parasitismo e sem 
prejudicá-lo. 
 
Com relação ao nível, a foresia pode ser considerada como tipo de relação INTERESPECÍFICA e 
HARMÔNICA. 
 
A foresia é de forma geral um comportamento associado a atividade de polinização, onde ocorre a 
transferência de grãos de pólen de uma flor para o estigma de outra, ou para o seu próprio. 
 
 
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Exemplos clássicos de foresia: 
- Relação da rêmora ou peixe-piolho com o tubarão (esse peixe gruda-se nos tubarões e se 
alimentam de restos alimentares das presas); 
- Transporte de pólen por abelhas; 
- Transporte de sementes por pássaros e insetos. 
 
 
Figura 6. A – Rêmora e tubarão. B – Abelha em atividade de polinização. C – Pássaro transportando 
material, inclusive sementes. 
 
 
f) Mutualismo ou Protocooperação – o conceito de mutualismo está relacionado a questão de 
troca de benefícios entre os seres vivos, com ou sem interdependência. 
 
Com relação ao nível, o mutualismo pode ser considerado como tipo de relação INTERESPECÍFICA e 
HARMÔNICA. 
 
Exemplos clássicos de mutualismo: 
- Relação entre o crocodilo e a ave palito (a ave se alimenta de restos de alimento nos dentes 
dos crocodilos, nisso, promovem a limpeza dos dentes); 
- Relação entre algumas espécies de formigas e os pulgões (as formigas se alimentam de 
exsudados liberados pelo pulgão e com isso desenvolvem sua proteção). 
 
 
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Figura 7. A – Ave palito se alimentando de restos de comida nos dentes de crocodilo e com isso 
promovendo a limpeza dos mesmos. B – Formiga se alimentando de exsudados liberados pelos pulgões 
e com isso fazendo a sua proteção contra predadores. 
 
 
g) Inquilinismo – o inquilinismo trata-se de um tipo de relação ecológica entre organismos de 
diferentes espécies. Nesta relação, apenas uma espécie é beneficiada sem, entretanto, ocorrer prejuízo 
para a outra espécie associada. 
 
Com relação ao nível, o inquilinismo pode ser considerado como tipo de relação INTERESPECÍFICA 
e HARMÔNICA. 
 
Exemplo clássico de inquilinismo: 
- Bromélia sobre árvores; 
- Peixe agulha e o pepino do mar. 
 
 
 
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Figura 8. A - Bromélia sobre tronco de uma árvore. B – Peixe agulha e o pepino do mar. 
 
 
h) Comensalismo – o conceito de comensalismo está relacionado ao fato de que um organismo 
se alimentar de restos alimentares de outro. 
 
Com relação ao nível, o comensalismo podeser considerado como tipo de relação 
INTERESPECÍFICA e HARMÔNICA. 
 
Exemplos clássico de comensalismo: 
- Relação rêmora x tubarão; 
- Relação hiena leão. 
 
 
Figura 8. A – Rêmora e o tubarão. B – Hiena se alimentando de um pedaço de carcaça deixada pelo 
leão. 
 
 
 
i) Sociedade – o conceito de sociedade está relacionado aos indivíduos com vida gregária onde 
eles se organizam hierarquicamente, cooperam entre si no que diz respeito a divisão de tarefas e 
trabalho visando o desenvolvimento da população. 
 
 
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Com relação ao nível, a sociedade pode ser caracterizada por apresentar um tipo de relação 
INTRAESPECÍFICA e HARMÔNICA. 
 
Exemplos clássico de sociedade: 
- Sociedade humana; 
- Sociedade de formigas; 
- Sociedade de abelhas. 
 
 
Figura 9. A – Sociedade humana. B – Sociedade de abelhas. C - Sociedade de formigas. 
 
 
j) Colônia – o conceito de colônia está relacionado a união de indivíduos anatomicamente e/ou 
fisiologicamente semelhantes, onde esses indivíduos apresentam um elevado grau de dependência entre 
si e que em geral perderam a capacidade de viver isoladamente. Podendo ou não ocorrer divisão do 
trabalho 
 
Com relação ao nível, a colônia pode ser caracterizada por apresentar um tipo de relação 
INTRAESPECÍFICA e HARMÔNICA. 
 
Exemplos clássico de colônia: 
- Colônia de corais; 
- Colônias de bactérias. 
 
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Figura 10. A – Colônia de corais. B – Colônia de certas bactérias. 
 
Observação importante para a diferenciação entre Sociedade e Colônia: 
É correto falarmos colônia de abelhas, formigas? 
Não, pois as abelhas e formigas apresentam diferenciação, uma vez que existem rainha e zangões ou 
machos (que apresentam funções reprodutivas), soldados (destinam-se a proteção) e operárias 
(destinam-se ao trabalho). Neste caso, cada indivíduo pode sobreviver separadamente, sendo chamados 
de espécies eusociais, ou seja, formam uma sociedade e não uma colônia. 
 
 
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3. Relações dos seres vivos com Fatores ecológicos ABIÓTICOS 
 
Os fatores abióticos podem ser: 
 
a) Temperatura 
É um fator abiótico de grande importância para os seres vivos e influencia seu metabolismo, 
períodos de atividade, desenvolvimento, reprodução, suas características morfológicas e aspectos 
comportamentais. 
 
 
De acordo com as variações de Temperatura os seres vivos ser agrupados da seguinte forma: 
 
- Organismos estenotérmicos - São aqueles que não toleram grandes variações térmicas. 
Exemplo: lagartixa; 
 
- Organismos euritérmicos - São aqueles capazes de tolerar grandes variações térmicas. 
Exemplo: lobo; 
 
 
De acordo com a Temperatura corporal os organismos são agrupados em: 
 
- Heterotérmicos – São seres que a temperatura corporal varia com a temperatura ambiente. 
Exemplo: répteis, ambíbios; 
 
- Homeotérmicos – São seres que tem temperatura corporal constante. 
Exemplo: aves, mamíferos; 
 
 
 
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Alterações na temperatura podem influenciar em questões relacionadas à adaptabilidade de 
organismos à condições desfavoráveis, alguns fenômenos são: 
 
- Migração - Os animais percorrem distâncias variadas em busca de ambientes propícios para a 
reprodução, com melhores condições climáticas e presença de alimentos. 
Exemplo: Andorinhas, flamingos, Lepidoptera (borboletas). 
 
- Hibernação - Os animais diminuem suas atividades vitais, devido ao frio. 
Exemplo: Ursos, morcegos. 
 
- Estivação - Algumas espécies diminuem suas atividades vitais, devido ao calor. 
Exemplo: crocodilos, moluscos, quelônios (tartarugas). 
 
 
Adaptações que permitem aos animais resistir às condições de temperatura: 
- Quantidade de gordura 
Em regiões frias: maior teor de gordura 
Em regiões quentes: menor teor de gordura 
 
- Tamanho e densidade dos pêlos 
Em regiões frias: mais densos e compridos 
Em regiões quentes: menos densos e curtos 
 
- Tamanho das orelhas e focinhos 
Em regiões frias: orelhas e focinhos curtos 
Em regiões quentes: orelhas e focinhos compridos 
 
 
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Em regiões frias, animais que possuem essas características fazem com que a perda de calor 
seja reduzido. Todavia, em regiões quentes, animais que possuem essas características são favorecidas 
na perda de calor para o meio e evitam o sobre aquecimento. 
 
 
Quanto à adaptabilidade das plantas às baixas temperaturas, elas podem ser: 
 
- Anuais - As plantas anuais não suportam o intenso frio do inverno e deixam suas sementes para 
germinar no ano seguinte. 
Exemplo: Feijoeiro; 
 
- Bienais - As plantas bienais em baixas temperaturas perdem sua parte aérea, porém mantém sua parte 
subterrânea. 
Exemplo: Lírio; 
 
- Perenes ou Vivazes - Estas plantas conseguem manter suas estruturas o ano todo. 
Exemplo: Papoula; 
 
 
b) Luz 
Fundamental no processo fotossintético, responsável pela produtividade nos ecossistemas, fonte de 
energia essencial a vida no nosso planeta. A luz é um importante fator abiótico e atua sob diversas 
formas (intensidade, radiação, direção e duração). A luz ainda pode influenciar nas variações da 
atividade diária e sazonal de alguns animais e estar associada a aspectos reprodutivos onde alguns 
insetos produzem luz para localização e atração do parceiro sexual (bioluminescência). 
 
O fator abiótico Luz ainda divide os seres vivos em alguns grupos como: 
- Eurifóticos - seres que suportam grandes variações de luz; 
 
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- Estenofóticos - seres que não suportam grandes variações de luz; 
- Plantas umbrófitas: vegetais adaptados à sombra. 
 
A luz pode influenciar alguns organismos em diversos aspectos. Existem organismos de hábitos 
diurnos e noturnos. Há também aqueles que são fortemente atraídos pela luz (mariposas), enquanto 
outros a evitam (toupeira, larvas de mosca). 
É importante saber o significado do termo fotoperíodo que é o número de horas de luz por dia, ou 
seja, a duração do dia. O fotoperíodo pode variar com as estações do ano e também tem importante 
papel na regulação do relógio biológico, que se manifesta sob forma de diversos ritmos. 
 
 
c) Água 
De fundamental importância para todos os seres vivos, e, essencial a vida. 
 
Algumas das principais associações da água com a vida em nosso planeta: 
- Entra na composição das células de todo ser vivo; 
- Está presente em todos os processos metabólicos; 
- Tem papel fundamental na regulação do clima em nosso planeta, na regulação da temperatura 
corporal dos homeotermos e na distribuição dos seres vivos na biosfera. 
 
 
Os seres são classificados em função da relação que mantém com a água, podendo ser: 
Hidrófilos e Hidrófitos- Animais e vegetais que vivem permanentemente na água; 
Exemplo: peixes, vitória régia.Higrófilos e Higrófitos - Animais e vegetais que vivem em ambientes úmidos. 
Exemplo: anfíbios, bananeira 
Mesófilos e Mesófitos – Seres que vivem em áreas mais ou menos úmidas. 
Exemplo: protozoários, bactérias; 
Xerófilos e Xerófitos - Animais e vegetais que vivem em ambientes secos. 
 
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Exemplo: mamíferos de deserto, cactáceos. 
Tropófitas - Seres que suportam grande variação de umidade. 
Exemplo: alguns tipos de plantas 
 
 
d) Umidade relativa 
Assim como a temperatura, a umidade relativa é um fator de grande importância para os seres vivos 
devido a influencia que exerce no metabolismo, períodos de atividade, desenvolvimento, reprodução, 
morfologia e aspectos comportamentais dos organismos. Além do com a umidade é um fator 
desencadeador de outros tipos de relações, como por exemplo, ao nível biótico: 
Exemplo: a umidade relativa (UR) elevada pode favorecer a presença de fungos sobre outros 
organismos. 
 
 
e) pH 
O pH (potencial hidrogeniônico) é um importante fator abiótico devido a sua representatividade na 
limitação da vida, ou seja, o pH determina condições de sobrevivência ou não dos seres vivos. 
 
 
f) Substâncias inorgânicas 
As substâncias inorgânicas são aquelas envolvidas nos ciclo dos materiais 
Exemplo: carbono, azoto, oxigênio, etc. 
 
 
g) Compostos orgânicos 
Os compostos orgânicos são àqueles que ligam o biótico ao abiótico. 
Exemplo: nutrientes, substâncias húmicas. 
 
 
 
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FATORES LIMITANTES E O AMBIENTE FÍSICO 
 
A Lei do Mínimo 
 
Proposta pelo biólogo alemão Justus Liebig no século XIX, diz que “o sucesso de um 
organismo em um meio ambiente depende de que nenhum fator de sobrevivência exceda seu 
limite de tolerância”. 
 
Em outras palavras, para que um ser vivo continue vivo, todos os fatores necessários à sua 
sobrevivência devem estar presentes, de nada adianta haver excesso de todos se um estiver em falta. 
Liebig concluiu, acertadamente, que “o organismo não é mais forte que o elo mais fraco de sua cadeia 
ecológica de necessidades”. 
 
Um componente ambiental é considerado fator limitante quando está em carência, em completa 
falta ou, quando excede ao nível máximo tolerável. A faixa de tolerância de um fator limitante fica 
compreendida entre os limites superior e inferior tolerável por um organismo. 
 
Exemplo prático para entendimento: 
(Carência) 
1- Nitrogênio, Fósforo e Potásio (NPK) são alguns dos nutrientes essências para o bom 
desenvolvimento de mudas de eucalipto. No entanto, se não houver água disponível não haverá 
desenvolvimento. 
2- CO2, água e nutrientes presentes no solo, são indispensáveis para o desenvolvimento vegetal, porém, 
se não houver luz (Sol) não haverá a fotossíntese e o processo de nutrição vegetal não acontecerá. 
 
(Excesso) 
1- Á água é indispensável o desenvolvimento vegetal, porém quando fornecida em excesso, prejudica o 
solo, fazendo a lavagem dos nutrientes, proporciona condições favoráveis a instalação de 
microrganismos patogênicos, etc. 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS, HUMANAS E SOCIAIS (ICNHS) 
 
Prof. Evaldo Martins Pires 
Doutor em Entomologia 
 
MOMENTO BATE BOCA 
Temas de hoje 
Estou desenvolvendo um projeto para estabelecer um plantio de café arábica na região Norte do 
estado do Mato Grosso. Quais são as expectativas que posso ter para o sucesso do meu 
empreendimento? 
Ano passado, houve em grande problema aqui na região Norte do Mato Grosso que acometeu 
de forma assustadora os pecuaristas locais. Um ataque severo de cigarrinha-das-pastagens causou 
grandes prejuízos devido a “queima das pastagens” (conseqüência do ataque das cigarrinhas). Como 
podemos entender este acontecimento, uma vez que foi a primeira vez que ocorreu esta situação com 
esta intensidade. 
Ainda, com relação a cigarrinha das pastagens, foi recomendado aos pecuaristas a aplicação de 
um defensivo agrícola, biológico, chamado Metarhizium anisopliae (uma espécie de fungo 
entomopatogênico) que apresenta bons resultados no controle dessa praga. No entanto, aqui não foi 
efetivo no controle. Por que?

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