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PRÁTICA JURÍDICA III PROF. RENAN MARQUES. PEÇA 5 – APELAÇÃO. 1.APELAÇÃO - ESTRUTURA DA PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL. 1.1 PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO. Endereçamento. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... ( Regra Geral) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE...(Crimes da Competência da Justiça Federal) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE... (Regra geral) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE ...(Crimes da Competência da Justiça Federal) Qualificação e identificação da peça. Processo número ... (pular 2 linhas) (Nome do Recorrente), já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério Público, à fls..., por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença... (informar o tipo de sentença), conforme fls..., interpor tempestivamente a presente APELAÇÃO (ou CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO) com fundamento no art. 593, (indicar inciso)... ou art.600, do Código de Processo Penal. Requer que, após o recebimento destas, com as razões (ou contrarrazões) inclusas (na prova elas serão feitas juntas), ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde será processado e provido o presente recurso. (se for contrarrazões – substituir por NÃO provido). Nestes termos, pede deferimento. Comarca... , Data... Advogado... OAB Número... OBS: Cuidado com a petição de interposição nos crimes de rito do Tribunal do Júri ! Logo na petição de interposição, o apelante deve indicar a motivação de seu recurso, em consonância com a Súmula 713 do STF. Ao apresentar as razões de apelação, o Tribunal estará adstrito a motivação indicada na interposição. Ou seja, neste caso, a apelação é de fundamentação vinculada e somente cabe nas hipóteses trazidas pelo Art. 593, III, do CPP. 1.2 RAZÕES OU CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO Razões (ou Contrarrazões) de Apelação Recorrente: ____________________ Recorrido: ____________________ (MP - ação penal pública ou Querelante – ação penal privada) Processo número... Egrégio Tribunal (colocar o tribunal competente) Colenda Câmara Ínclitos desembargadores I. DOS FATOS. - Deve-se fazer um resumo sucinto dos fatos e dar mais ênfase no resumo do processo, mostrando-se como se chegou à sentença. - No final dos fatos, é para fazer um último parágrafo com o seguinte conteúdo: “A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos.” II. DAS PRELIMINARES. - Deve-se apenas fazer a menção da preliminar, para depois aprofundá-la no mérito, devendo ser seguida a seguinte ordem: 1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 2º) Art. 564 CPP – Nulidades 3º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude. 4º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. III. DO MÉRITO. - Deve-se alegar todas as matérias que conduziriam à absolvição do acusado na ordem trazida pelo Art. 386 do CPP ou que conduziriam a anulação do julgamento nos casos de apelação do rito do tribunal do júri, bem como reforma da decisão, nos termos do Art. 593, III, do CPP. - Não se deve esquecer de fazer o aprofundamento das matérias trazidas em sede de preliminar. - Por último, deverão ser alegadas todas as teses subsidiárias possíveis que conduziriam a uma melhora na situação jurídica em caso de eventual manutenção da condenação. IV. DOS PEDIDOS. - O pedido principal será o de PROVIMENTO do recurso e REFORMA da decisão. - Em seguida serão feitos os pedidos subsidiários que conduziriam a uma melhora na situação jurídica do condenado. Ou - Nas contrarrazões deve-se um pedido principal de NÃO PROVIMENTO do recurso e MANUTENÇÃO da decisão. - Ao final deve-se pedir o deferimento: Nestes termos, pede deferimento. Comarca... , Data... Advogado... OAB Número... 2. Caso prático proposto. (OAB 2013.3 / Peça Prático-Profissional / FGV) Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia 10/11/2011 (quinta-feira) ao sair da filial de uma grande rede de farmácias após ter furtado cinco tintas de cabelo. Para subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde estavam os referidos produtos, conforme imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O valor total dos itens furtados perfazia a quantia de R$49,95 (quarenta e nove reais e noventa e cinco centavos). Instaurado inquérito policial, as investigações seguiram normalmente. O Ministério Público, então, por entender haver indícios suficientes de autoria, provas da materialidade e justa causa, resolveu denunciar Rita pela prática da conduta descrita no Art. 155, § 4º, inciso I, do CP (furto qualificado pelo rompimento de obstáculo). A denúncia foi regularmente recebida pelo juízo da 41ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado ‘X’ e a ré foi citada para responder à acusação, o que foi devidamente feito. O processo teve seu curso regular e, durante todo o tempo, a ré ficou em liberdade. Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 18/10/2012 (quinta-feira), o Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012 (terça- feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava Rita pela prática do delito de estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. As alegações finais foram orais; acusação e defesa manifestaram-se. Finda a instrução criminal, o magistrado proferiu sentença em audiência. Na dosimetria da pena, o magistrado entendeu por bem elevar a pena-base em patamar acima do mínimo, ao argumento de que o trânsito em julgado de outra sentença condenatória configurava maus antecedentes; na segunda fase da dosimetria da pena o magistrado também entendeu ser cabível a incidência da agravante da reincidência, levando em conta a data do trânsito em julgado definitivo da sentença de estelionato, bem como a data do cometimento do furto (ora objeto de julgamento); não verificando a incidência de nenhuma causa de aumento ou de diminuição, o magistrado fixou a pena definitiva em 4 (quatro) anos de reclusão no regime inicial semiaberto e 80 (oitenta) dias-multa. O valor do dia-multa foi fixado no patamar mínimo legal. Por entender que a ré não atendia aos requisitos legais, o magistrado não substituiu a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos. Ao final, assegurou-se à ré o direito de recorrer em liberdade. O advogado da ré deseja recorrer da decisão. Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as informações contidas no texto, elabore o recurso cabível.
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