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Usufruto: Direito de Gozo Temporário

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USUFRUTO
Tartuce, Flávio. Manual de Direito Civil - Volume Único, 2014.
Vade Mecum, 2016. Ed. Saraiva. 
Rosenvald, Nelso, 2016. Curso de Direito Civil. 12ª Edição. Ed. Juspodivm.
Venosa, Silvio de Salvo, 2016. Direito Civil: Direitos Reais. 16ª Edição. São Paulo. Coleção Direito Civil; v.5.
O usufruto é um direito de gozar da coisa alheia, ou seja, é o direito que o sujeito tem de desfrutar temporariamente de um bem alheio, sem que ele tenha que ser o seu proprietário. O uso é o direito que um sujeito tem de usar de uma coisa e dela retirar o que for de acordo com as suas necessidades e de sua família, sem dela retirar as vantagens. Difere do usufruto, uma vez que o usufrutuário retira das coisas todas as utilidades da coisa, ou seja, o sujeito goza da coisa alheia. Assim, usufruto é o direito real que se confere a alguém para retirar de coisa alheia, por certo tempo, os frutos e utilidades que lhe são próprios, desde que não lhe altere a substancia ou destino. 
Pode ser apontado como o direito real de gozo ou fruição por excelência, pois há a divisão igualitária dos atributos da propriedade entre as partes envolvidas. 
O usufrutuário (possuidor direto) tem os atributos de usar, utilizar, fruir ou gozar a coisa, como se fosse o seu proprietário; já o nu-proprietário (possuidor indireto) tem os atributos de reivindicar, dispor ou alienar a coisa, sem que altere a sua substancia (art. 1392). 
Teremos no usufruto um fracionamento perfeito e uniforme dos atributos do domínio, e este poderá recair em um ou mais bens - móveis ou imóveis - em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades (art. 1.390, CC/02). 
O usufruto sobre bem imóvel exige registro no Cartório de Registro de Imóveis, salvo se resultante de usucapião, em que o registro será declaratório. No que se refere aos bens móveis, é imprescindível a tradição para a transferência do bem, sendo desnecessário algum registro. Outrossim, se derivar do poder de família, desnecessário o registro, eis que não possui natureza de direito real, sendo consectário lógico da administração dos pais sobre os bens dos filhos. (FARIAS; ROSENVALD, 2008, p. 575). Pode ter origem na convenção das partes ou em usucapião.
Salvo disposição em contrário, o usufruto, estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos (art. 1.392, CC/02). Outrossim, a lei veda o direito de alienar o usufruto, contudo permite a cessão de seu exercício a título gratuito ou oneroso (art.1.393, CC/02). A prática mais comum do usufruto envolve a doação, em que doador transmite a propriedade mantendo para si a reserva de usufruto (usufruto deducto).
Admite as seguintes classificações:
Quanto à origem: Usufruto legal – decorre da lei e não da vontade das partes, sendo desnecessário o seu registro no Registro de imóveis.
Ex: usufruto dos pais sobre os bens dos filhos menores;
Ex: usufruto a favor do cônjuge que estiver na posse dos bens particulares do outro.
Usufruto voluntário ou convencional – decorre do exercício da autonomia privada, podendo ter origem em testamento ou em contrato.
OBS: Com sua origem em contrato podemos ter o usufruto por alienação (o proprietário concede o usufruto a terceiro e conserva a nu-propriedade; ou usufruto por retenção (o proprietário reserva para si o usufruto e transfere a nu-propriedade a um terceiro). 
Usufruto misto – decorre da usucapião.
Usufruto judicial – o juiz da execução pode conceder ao credor o usufruto de imóvel, quando reputar menos gravoso ao executado e eficiente para o recebimento do crédito.
Quanto ao objeto em que recai:
Usufruto próprio – recai sobre bens infungíveis e inconsumíveis. Ao final o usufrutuário deve restituir os bens que recebeu.
Usufruto impróprio – recai sobre fungíveis e consumíveis. O usufrutuário se torna proprietário da coisa, podendo aliená-la a terceiros ou consumi-la. No final do usufruto deverá ser restituído o equivalente da coisa.
Quanto à extensão:
Usufruto total ou pleno – abrange todos os acessórios da coisa, o que constitui regra, salvo previsão em contrário.
Usufruto parcial ou registro – tem seu conteúdo delimitado na instituição, podendo não abranger todos os acessórios.
Quanto à duração:
Usufruto temporário ou a termo – quando a instituição já se estabelece seu prazo de duração.
Usufruto vitalício – caso seja estipulado a favor de pessoa natural, sem previsão de prazo u termo final, o usufruto é considerado vitalício e se extingue com a morte do usufrutuário. 
 
De acordo com o exposto no art. 1.394, constituem direitos do usufrutuário a posse, o uso, a administração e a percepção dos frutos. 
Direito à posse da coisa - Sendo o usufruto um direito real imediatamente exercitável sobre o bem que lhe sirva de objeto, naturalmente estará ele à disposição do usufrutuário, mesmo porque a sua posse é pressuposto para o uso, gozo, administração e percepção dos frutos. 
Direito de administrar a coisa - deve o usufrutuário respeitar a destinação econômica e originária do bem, pois sua obrigação é preservar a sua substância, assegurando a plena restituição do objeto ao nu-proprietário. 
Respeitado o imperativo categórico, sempre haverá boa margem de discricionariedade para o usufrutuário disciplinar a melhor forma de gestão do direito que lhe foi concedido, deliberando, ilustrativamente, se exercerá pessoalmente a atuação sobre o bem ou cederá a posse imediata a terceiro que possa dinamizar a fruição da coisa. Direito de fruir as utilidades da coisa - Aqui reside o núcleo do usufruto. 
O usufrutuário perceberá os frutos naturais, industriais ou civis da coisa, bem como os produtos (utilidades que diminuem a quantidade da coisa, à medida que são retiradas - v.g., minérios), lembrando-se sempre da impossibilidade de alterar a substância da coisa e mudar o destino (art. 1.399, CC).
Com relação aos deveres do usufrutuário,
Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, determinando o estado em que se acham, e dará caução, fidejussória ou real, se lha exigir o dono, de velar-lhes pela conservação, e entregá-los findo o usufruto. 
Parágrafo único. Não é obrigado à caução o doador que se reservar o usufruto da coisa doada.
O dono ou nu-proprietário é aquele que perdeu, temporariamente, em razão do usufruto, o jus tendi e o jus fruendi — o direito de usar e gozar — conservando, contudo, o jus abutendi — o direito de dispor.
O dispositivo corresponde ao texto dos ais. 729 e 731 do Código Civil de 1916, devendo a ele ser dado o mesmo tratamento doutrinário.
Art. 1.401. O usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perderá o direito de administrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão administrados pelo proprietário, que ficará obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração, entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como remuneração do administrador.
Este artigo prevê a sanção ao dever imposto ao usufrutuário em dar caução, quando exigido pelo proprietário. Se não pode o usufrutuário garantir a devolução plena dos bens, não pode possuí-los ou administrá-los. Poderá o nu-proprietário requerer ao juiz a intimação do usufrutuário a dar caução, sob pena de ser-lhe vedado administrar o bem.
E o dispositivo em análise idêntico ao art. 730 do Código Civil de 1916, devendo a ele ser dado o mesmo tratamento doutrinário.
Art. 1.402. O usufrutuário não é obrigado a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto.
O presente artigo não foi objeto de emenda, quer por parte do Senado Federal, quer por parte da Câmara dos Deputados, no período final de tramitação do projeto. A redação atual é a mesma do projeto.
As coisas se depreciam com o uso. Portanto, no exercício regular do usufruto, não se pode exigir do usufrutuário sua reposição.
O artigo é idêntico ao de n. 732 do Código Civil de 1916, devendo a ele ser dado o mesmo tratamento doutrinário.Art. 1.403. Incumbem ao usufrutuário:
I— As despesas ordinárias de conservação dos bens no atado em que os recebeu;
II — As prestações e tributos devidos pela posse ou rendimento da coisa usufruída.
O dispositivo em comentário não foi alvo de alteração nem por parte do Senado Federal, nem por parte da Câmara dos Deputados, no período final de tramitação do projeto. A redação atual é a mesma do projeto.
Deve o usufrutuário conservar a coisa usufruída, mantendo-a no estado em que a recebeu, arcando com as despesas ordinárias, que são os consertos ou pequenos reparos que se tomam necessário sem consequência do seu uso normal. E de sua responsabilidade, também, o pagamento dos tributos devidos em razão da posse ou rendimento da coisa dada em usufruto.
O dispositivo é idêntico ao art. 733 do Código Civil de 1916. Devendo a ele ser dispensado o mesmo tratamento doutrinário.
Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída.
§ 1º Não se consideram módicas as despesas superiores a dois terços do liquido rendimento em um ano.
§ 2º Se o dono não fizer as reparações a que está obrigado, e que são indispensáveis à conservação da coisa, o usufrutuário pode realiza-las, cobrando daquele a importância despendida.
O dispositivo não serviu de palco a nenhuma alteração, seja pelo Senado Federal, seja pela Câmara dos Deputados, no período final de tramitação do projeto. A redação atual é a mesma do projeto.
Ao nu-proprietário cabe reparar o imóvel quando o valor do conserto for de elevado custo, ou seja, for superior a dois terços do valor líquido do rendimento anual do bem, e na hipótese de a reparação ser extraordinária (as que não forem consideradas despesas ordinárias — v. art. 1.403).
Este artigo inova ao obrigar o proprietário da coisa a realizar as obras indispensáveis a sua conservação, sob pena de ser ela feita pelo usufrutuário a expensas do dono. Correspondem ao art.734 do Código Civil de 1916, devendo receber o mesmo tratamento doutrinário.
Art. 1.405. Se o usufruto recair num patrimônio, ou parte deste, será o usufrutuário obrigado aos juros da dívida que onerar o patrimônio ou a parte dele.
Este dispositivo não sofreu qualquer espécie de modificação, seja da parte do Senado Federal, seja da parte da Câmara dos Deputados, no período final de tramitação do projeto. A redação atual é a mesma do projeto.
Recaindo o usufruto sobre uma universalidade patrimonial, ou em uma parte dela, entende-se que os juros da dívida, que oneram esse complexo de bens, ficam a cargo do usufrutuário, porque ele é um sucessor a título universal, a quem passam as vantagens e os ônus que entram na formação do patrimônio.
Equipara-se este artigo ao dc n. 736 do Código Civil de 1916, com considerável melhora em sua redação. No mais, deve ser aplicado à matéria o mesmo tratamento doutrinário dado ao dispositivo apontado. 
Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao dono de qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos deste.
A norma não foi objeto de emenda, quer por parte do Senado Federal, quer por parte da Câmara dos Deputados, no período final de tramitação do projeto. A redação atual é a mesma do projeto.
Inova o artigo ao determinar a obrigatoriedade de comunicação ao proprietário nas hipóteses da ocorrência de, por exemplo, esbulho, turbação da posse, apossamento administrativo. (Desapropriação indireta) ou qualquer lesão ao direito do nu. Proprietário.
Art. 1.407. Se coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagai; durante o usufruto, as contribuições do seguro.
§ 1º Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o direito dele resultante contra o segurador.
§ 2º Em qualquer hipótese, o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro. 
Ao usufrutuário cabe a obrigação de pagar as prestações do seguro, uma vez que lhe incumbe zelar pela conservação da coisa, devendo ser ressaltado que essa obrigação é apenas de pagar as prestações do seguro, e não de segurar o bem. Responde ele por perdas e danos se por culpa sua o seguro se perder dado o sinistro, o direito do seguro pertence ao dono, pois o bem é seu, mas sobre o valor da indenização recai o usufruto.
A redação do artigo é idêntica à do art. 735 do Código Civil de 1916, devendo a ele ser dado o mesmo tratamento doutrinário.
Art. 1.408. Se um edifício sujeito a usufruto for destruído sem culpa do proprietário, não será este obrigado a reconstruí-lo, nem o usufruto se restabelecerá, se o proprietário reconstruir à sua custa o prédio; mas se a indenização do seguro for aplicada à reconstrução do prédio, restabelecer-se-á o usufruto.
O perecendo a coisa, objeto de direito, extingue-se. Se ruir o prédio, subsiste o terreno, mas o usufruto do edifício não é jus in solo. Sendo ele reconstruído a expensas do dono, o que representa a aplicação de n’o capital, sobre esse novo prédio não pode recair o usufruto. Se o edifício for reconstruído com a indenização do seguro, para ele se transfere o direito do usufrutuário, porque, no valor da indenização, ficará esse direito sub-rogado.
O dispositivo equipara-se ao art. 737 do Código Civil de 1916, com considerável melhora em sua redação. No mais, deve ser aplicado à matéria o mesmo tratamento doutrinário dado ao dispositivo citado.
Art. 1.409. Também fica sub-rogada no ônus do usufruto, em lugar do prédio, a indenização paga, se ele for desapropriado, ou a importância do dano, ressarcido pelo terceiro responsável no caso de danificação ou perda.
A desapropriação extingue, juridicamente, o objeto do usufruto por uma espécie de mutatio rei - de mudança na forma substancial da coisa. Mas na soma recebida do título de indenização pela desapropriação fica sub-rogado o gravame (RJTJSP, 135/280). O mesmo ocorre nas hipóteses de indenização paga por terceiro em razão de dano causado ao bem.
Este artigo é idêntico ao art. 738 do Código Civil de 1916, devendo a ele ser dado o mesmo tratamento doutrinário.
Faz-se necessária a verificação das hipóteses de sua extinção, sendo estas tratadas pelo art. 1.410 do CC. Cabe mencionar que, na totalidade das situações abaixo, há necessidade de cancelamento do registro no Cartório de Registro de Imóveis, quando se tratar de bem imóvel, quais sejam as hipóteses:
Extinção do usufruto pela renúncia do usufrutuário, o que deve ser feito por escritura pública quando se tratar de imóveis com valor superior a 30 salários mínimos (art. 108 do CC).
Extinção do usufruto por morte do usufrutuário, no caso de usufruto vitalício. A morte do nu-proprietário não gera a extinção do usufruto, seguindo o direito para os seus sucessores.
Extinção do usufruto pelo termo final de sua duração (dies ad quem), ou vencimento do prazo, em havendo usufruto temporário.
Extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de 30 anos da data em que se começou a exercer.
Extinção do usufruto pela cessação do motivo de que se origina. Maria Helena Diniz cita o exemplo do usufruto a favor do pai sobre os bens do filho menor sob o poder familiar, havendo extinção do usufruto com a maioridade do filho, pois o direito real perde sua razão de ser.
Extinção do usufruto pela destruição da coisa.
Extinção pela consolidação, presente quando na mesma pessoa se confundem as qualidades de usufrutuário e proprietário. Exemplo: pai doa imóvel ao filho com reserva de usufruto. Com o falecimento do pai, o filho, seu único sucessor, consolida a propriedade plena em seu nome.
Extinção por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá as importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395 do CC.
Extinção pelo não uso, ou não fruição, da coisaem que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). Sobre tal previsão, determina o Enunciado n. 252 CJF/STJ, da III Jornada de Direito Civil, que “A extinção do usufruto pelo não uso, de que trata o art. 1.410, inc. VIII, independe do prazo previsto no art. 1.389, inc. III, operando-se imediatamente. Tem-se por desatendida, nesse caso, a função social do instituto”. Concorda-se com o enunciado doutrinário, que representa aplicação do princípio da função social da posse, fazendo prevalecer o requisito qualitativo sobre o quantitativo.
Ademais, merece comentário o art. 1.411 do CC, segundo o qual constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas (usufruto simultâneo ou conjunto), extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem. Isso, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. Pela norma, em regra, não há direito de acrescer entre os usufrutuários, ou seja, falecendo um deles, o seu direito é consolidado ao nu-proprietário. No entanto, no ato de instituição do usufruto, pode constar o direito de acrescer convencional, o que constitui exceção no sistema civil.
Belém-Pará
2016

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