Buscar

aula+1+

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Coletivo do Trabalho
Prof. 
1
Contextualização da aula
Evolução histórica
Conceito
 
2
3
Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
HISTÓRICO
O direito coletivo do trabalho nasce com o reconhecimento do direito de associação dos trabalhadores, o que efetivamente só se deu após a Revolução Industrial (século XVIII). 
O desaparecimento das corporações de ofício, criadas com o propósito de união dos trabalhadores em busca de melhores condições de vida, propiciou a ideia básica da associação dos grupos de trabalhadores
4
Na prática, o funcionamento das corporações provocou um choque de interesses entre os seus membros, na medida em que a autoridade dos mestres acabava por impedir as aspirações dos companheiros e aprendizes. Diz-se, comumente, que o surgimento do direito coletivo do trabalho aconteceu em 1720, especificamente em Londres, quando surgiram as trade unions, primeiras associações de trabalhadores cujo objetivo repousava na reivindicação de melhores salários e limitação da jornada de trabalho.
5
A partir de 1824, seguiu-se uma fase de tolerância aos sindicatos, mas somente em 21 de junho daquele ano, o parlamento inglês editou ato normativo que permitia o direito de reunião dos trabalhadores, embora não reconhecesse o direito de greve.
6
Observa Sérgio Pinto Martins que, na França:
a Lei francesa Le Chapellier, de 17.07.1791, proibia que “os cidadãos de um mesmo Estado ou profissão tomassem decisões ou deliberações a respeito de seus pretensos interesses comuns”. O Código de Napoleão, de 1810, também punia a associação de trabalhadores. Só se observa a liberdade de associação dos trabalhadores a partir de 1884, quando foi reconhecida.
7
A primeira Constituição que reconheceu o direito de livre sindicalização foi a do México, de 1917, em cujo art. 123 assegurou-se o direito:
a) “de coligação para a defesa dos interesses, tanto de trabalhadores como de empre-gadores, através de sindicatos, associações profissionais etc.” (inc. XVI); 
b) “dos trabalhadores à greve e dos patrões ao lockout” (incs. XVII, XVIII e XIX).
8
O direito de associação foi igualmente reconhecido pela Constituição de Weimar (Constituição do Império Alemão) de 1919, considerada a primeira constituição europeia a tratar de matéria trabalhista e do direito coletivo do trabalho, o que certamente propagou o chamado constitucionalismo social, não só naquele continente, mas também no mundo inteiro. 
9
A Declaração universal dos Direitos do Homem, de 1948, afirma, no art. XXIII, item 4, que:
 Toda pessoa, todo homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.
10
A Organização Internacional do Trabalho editou diversos tratados sobre o tema, sendo os mais importantes a Convenção 87 (1948) – lamentavelmente, ainda não ratificada pelo Brasil –, que dispõe sobre a liberdade sindical, e a Convenção 98, que trata, basicamente, da negociação coletiva.
11
No Brasil, o berço do direito coletivo do trabalho coincide com o surgimento das Ligas Operárias, como a de Socorros Mútuos (1872), a de Resistência dos Trabalhadores em Madeira (1901), a dos Operários em Couro (1901), a de Resistência das Costureiras (1906).
Posteriormente, foram criadas as chamadas uniões operárias, a saber: união dos Trabalhadores em Fábricas de Tecidos (1907), união dos Empregados no Comércio (1903), união Geral dos Chapeleiros (1904), união dos Trabalhadores Gráficos (1904) etc.
12
A expressão “sindicato” passou a ser largamente utilizada a partir de 1903, sendo os primeiros sindicatos criados por normas estatais de 1903 (Decreto 979 – trabalhadores rurais) e de 1907 (Decreto 1.637 – trabalhadores urbanos).
13
	OBJETO
Enquanto as relações jurídicas individuais são tradicionalmente comuns a todos os ramos do direito, as relações coletivas traduzem algo típico e especial do direito do trabalho, especificamente na parte referente ao direito coletivo do trabalho.
14
O direito coletivo do trabalho ocupa-se das relações coletivas de trabalho, isto é, das relações jurídicas nas quais os seus titulares atuam, em regra, na qualidade de representantes de grupos sociais e econômicos.
15
Os interesses que constituem objeto dessas relações são abstratos, porque destinados ao grupo social de forma imediata, somente atingindo mediatamente os interesses dos sujeitos que a ele pertençam ou venham a pertencer.
16
Pode-se dizer, portanto, que o direito coletivo assume caráter instrumental, constituindo, geralmente, um complexo de normas autônomas, que são as criadas pelos próprios atores sociais diretamente interessados. Isto porque, como se sabe, além dessa forma autocompositiva, há países que adotam também a solução heterônoma dos conflitos. É o caso do Brasil, onde o Estado exerce o poder normativo por intermédio da Justiça do Trabalho (CF, art. 114, § 2o).
17
	DENOMINAÇÃO
Há duas expressões utilizadas na doutrina para denominar a disciplina que ora estamos a estudar: direito coletivo do trabalho e direito sindical. 
Alguns autores, entre eles Amauri Mascaro Nascimento, Gino Giugni, Antônio Ojeda Avilés, preferem os termos “direito sindical”, sobre o fundamento de que tradicionalmente este setor do direito do trabalho confunde-se com a própria história do sindicalismo, além de ter por objeto preponderante o estudo e a regulação dos institutos que dizem respeito ao sindicato, sua organização, formas de representação, de atuação etc.
18
Outros, como Sérgio Pinto Martins e Octavio Bueno Magano, utilizam a expressão “direito coletivo do trabalho”, não obstante as críticas que lhes são dirigidas no sentido de que, em verdade, todo direito é coletivo ou feito para a coletividade.
19
Esta, no entanto, não é a posição de José Francisco Siqueira Neto, para quem:
a diferenciação terminológica deve contemplar necessariamente um exame de finalidade do ramo específico (...) tratar e conceber essa parte do Direito como um agrupamento de interesses individuais ou desqualificados sob a ótica da estrutura social de classes, inclusive, significa, em última análise, adotar os caminhos certos e predeterminados do neoliberalismo.
20
CONCEITO
É muito comum confundir o conceito com a definição, mas há uma diferença muito grande: o conceito é uma palavra que tem um conteúdo genérico; a definição é a delimitação deste conteúdo pela enumeração dos seus elementos.
Em linguagem científica, conceito é um objeto intelectual de natureza lógica e não sensível. À luz da ciência do direito, pode-se dizer que conceito é a ideia, que se expressa mediante palavras, de um dado instituto jurídico.
21
Feita a digressão, podemos dizer que existem três correntes doutrinárias que procuram conceituar o direito coletivo do trabalho: a subjetivista, a objetivista e a mista.
22
Corrente subjetivista
Para esta corrente, a conceituação do direito coletivo do trabalho leva, preponderantemente, em conta os aspectos subjetivos, como apregoa Cesarino Júnior, para quem, “ao conjunto de leis sociais que consideram os empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de entidades sindicais, dá-se o nome de direito coletivo de trabalho”. 
23
Corrente objetivista 
Os seus defensores tomam como ponto de partida não os sujeitos, mas as normas jurídicas, isto é, a matéria tratada no direito coletivo do trabalho. É bem de ver, no entanto, que essa teoria acaba por admitir a inserção dos sujeitos na conceituação: os grupos profissionais ou sindicais. É o que se infere das palavras de Alberto José Carro Igelmo, que define direito sindical como o “ramo da Ciência Jurídica referente à estrutura e organização das instituições resultantes do exercício da faculdade de associação profissional, assim como as normas emanantes de tais agrupações”
24
Corrente mista
A corrente mista congrega tanto os aspectos subjetivos quanto os objetivos. Um dos seus defensores, Amauri Mascaro Nascimento, leciona que o direito coletivo do trabalho: “é o ramo do direitodo trabalho que tem por objeto o estudo das relações coletivas de trabalho e estas são as relações jurídicas que têm como sujeitos grupos de pessoas e como objetos interesses coletivos”.
25
O PROBLEMA DA AUTONOMIA
É possível identificar três correntes doutrinárias que procuram enquadrar a posição enciclopédica do direito coletivo do trabalho na ciência do direito. A primeira afirma a unidade do direito do trabalho; a segunda advoga a autonomia do direito coletivo do trabalho e a terceira, embora não afirme a autonomia do direito coletivo do trabalho, admite que este se encontra em fase de transição.
26
TEORIA DA UNIDADE DO DIREITO DO TRABALHO
Para esta corrente, o direito coletivo do trabalho nada mais é do que um segmento, uma parte, do direito do trabalho. Vale dizer, o direito do trabalho é o gênero, sendo espécies o direito individual do trabalho e o direito coletivo do trabalho.
27
TEORIA DA AUTONOMIA DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
Entre os autores nacionais, encontramos em Antônio Álvares da Silva o mais ardoroso defensor da corrente que advoga a autonomia do direito coletivo do trabalho. E o faz, apontando, em primeiro lugar, que “os sujeitos participantes do Direito Coletivo não são os mesmos que participam do direito do trabalho (...). 
Aqui o trabalhador, ali a categoria (...).
 Por outro lado, o objeto do direito coletivo é outro que o do direito individual. Este, satisfazendo os interesses do trabalhador como pessoa, aquele os do trabalhador como categoria”
28
Digna de nota é a observação de José Cláudio Monteiro de Brito Filho que critica a corrente que repele a autonomia do direito sindical, nos seguintes termos:
Acreditamos que esse entendimento merece uma reflexão, principalmente a partir da sindicalização do servidor público, garantida em 05.10.1988. É que as normas relativas ao Direito Sindical servem agora para regular não só relações que envolvem entidades sindicais que representam empregados e empregadores – ligados por uma relação contratual, de emprego – mas também para regular as relações das entidades sindicais que congreguem servidores públicos, via de regra sujeitos a um regime administrativo, e que mantêm relações com a Administração Pública. 
29
AUTONOMIA DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO (OU DIREITO SINDICAL) EM FASE DE TRANSIÇÃO
Esta corrente não chega a afirmar solenemente a autonomia do direito coletivo do trabalho, mas admite a sua crescente independência.
Colhe-se, por oportuno, o escólio de João Régis F. Teixeira, quando salienta que o direito sindical é ramo ainda jus novum, engatinhando para uma futura libertação: “o Direito Sindical existe, já nascido e crescendo. Sem dúvida, emergindo do braço forte do direito do trabalho. Dependente, ainda, deste. Mas caminhando, tranquilamente, para uma autonomia que virá, se é que realmente já não está aí, mas que não deve ser revelada, ainda”.
30
O referido autor reconhece, entretanto, que:
no estágio atual, respeitadas algumas situações mais evoluídas, nós o concebemos como parte do direito do trabalho (...). No Brasil, sem prejuízo das considerações gerais mencionadas apesar de mais lenta a transição, somos de opinião que gravitamos no sentido de se assegurarem os caminhos graduais da autonomia do Direito Sindical. Tal se dará com maior ou menor intensidade, de acordo com o avanço das relações de representação e institucionalização condizentes com o grau de balizamento interno das relações de trabalho e sociais.
31
Relevante é a posição de Maurício Godinho Delgado, para quem há uma autonomia relativa do direito coletivo do trabalho em relação ao direito do trabalho, mas adverte que tal autonomia não significa isolamento, pois “não há como se pensar o Direito Coletivo sem seu ramo associado, o Direito Individual, ambos formando o complexo jurídico conhecido pelo epíteto simples de direito do trabalho”
32
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO COMO PARTE INTEGRANTE DO DIREITO DO TRABALHO 
Consoante magistério de Amauri Mascaro Nascimento, o “método tradicional, para saber se há autonomia de um ramo do direito, impõe-se observar os ângulos. legislativo, doutrinário, didático e jurisdicional, e a conclusão a que nos leva pende para a unidade do direito do trabalho, isto é, ao direito sindical não como ramo autônomo, mas como um dos setores em que se divide o direito do trabalho”.
33
fica que “o ramo deve ser bastante vasto para merecer um estudo adequado e particular, com doutrinas homogêneas, dominadas por conceitos gerais, comuns e distintos dos conceitos informadores de outras disciplinas, e método próprio, ou seja, que use processos especiais para o conhecimento da verdade que constitui o objeto de sua pesquisa”
34
Analisando os dois métodos supracitados, cremos que assiste razão a Amauri Mascaro Nascimento, cujas palavras merecem ser transcritas:
Não há autonomia legislativa no Brasil porque as normas do direito sindical encontram-se por ora reunidas, no mesmo texto legal – a Consolidação das Leis do Trabalho –, com o direito individual e o direito processual do trabalho.
 Há países nos quais, ao contrário, há uma lei sindical esparsa, separada das leis sobre o contrato individual de trabalho. 
35
Não há autonomia didática, e o direito sindical é, nos currículos escolares, parte da cadeira direito do trabalho. Não há autonomia jurisdicional, porque cabe a um mesmo órgão judicial decidir as questões de direito do trabalho, tanto os dissídios individuais como os coletivos, inexistindo tribunais específicos para lides em torno de relações coletivas de trabalho. Os sujeitos, o objeto e os tipos de relações jurídicas do direito sindical também o são do direito do trabalho, nada justificando a separação, a não ser para fins didáticos. 
36
DIVISÃO METODOLÓGICA
Não há uniformidade doutrinária acerca dos critérios utilizados para a divisão metodológica do direito coletivo do trabalho.
37
Para Amauri Mascaro Nascimento, o direito sindical compõe-se do estudo: 
a) da organização sindical, precedido da história e da introdução; 
b) da atividade ou das funções sindicais, em especial as negociações coletivas das quais resultam as convenções coletivas de trabalho; 
c) dos conflitos coletivos de trabalho e suas formas de composição. 
38
São institutos do direito coletivo, segundo Délio Maranhão:
a) Liberdade de coalizão, que é a ideia fundamental que propiciou o surgimento do direito coletivo de trabalho. Significa a possibilidade jurídica da união dos trabalhadores em defesa de interesses comuns, como o direito de reunião e o direito de greve; 
39
b) Associação Profissional, que é a organização permanente de empregados, ou de empregadores, em defesa dos interesses dos seus associados e/ou representados; 
c) Convenção Coletiva, que tem por objeto a criação de normas sobre condições de trabalho fixadas pelos próprios atores sociais interessados; 
d) Dissídios Coletivos de Trabalho, que são o reconhecimento, pelo direito, de que os conflitos coletivos decorrentes das relações de trabalho podem ser judicialmente solucionados
40
Para fins didáticos, parece-nos que o direito coletivo do trabalho comporta a seguinte divisão:
a) introdução: estudo do direito coletivo do trabalho, a história, o conceito, a denominação, o problema da autonomia e o objeto; 
b) liberdade sindical em suas diversas manifestações; 
c) organização sindical, que compreende o conceito, a natureza jurídica, a classificação, os objetivos, a criação, o funcionamento e a administração dos sindicatos; 
41
d) negociação coletiva, como condição prévia à celebração dos acordos coletivos, convenções coletivas, contratos coletivos etc.; 
e) conflitos coletivos de trabalho, como a greve e o lockout;
 f) representação dos trabalhadores nas empresas.
42
Obrigada!

Continue navegando