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TCC FLAVINHO 2018

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7
CURSO SUPERIOR TECNÓLOGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP
FLAVIO RAMOS DA SILVA
A INTERFERÊNCIA DA MÍDIA NA ABORDAGEM POLICIAL
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública.
ORIENTADOR
Prof. Paulo Jorge dos Santos Fleury
Rio de Janeiro - RJ
Junho de 2018
A INTERFERÊNCIA DA MÍDIA NA ABORDAGEM POLICIAL
RESUMO
Este artigo vem de forma sucinta, abordar um tema tão importante nos dias de hoje. Um tema que afeta muito a sociedade como um todo, é a questão da segurança pública, e dentro desse aspecto temos a abordagem policial, e com esse tema vem a interferência da mídia na abordagem. É muito importante tratarmos o tema com certo cuidado, pois a força policial tem sua legitimidade até certo ponto, mas como saber dosar esse ponto é a grande questão, pois tanto o excesso quanto a omissão são determinantes nesse tipo de situação. É nisso que iremos focar, até que ponto a força policial pode chegar, e até que ponto a mídia pode interferir no trabalho do policial e na forma que deve proceder. É preciso saber outras opções para que o uso da força de fato, seja um dos últimos recursos, e que o policial possa trabalhar da forma correta, e não apenas por interferência da mídia sobre determinado tema. É e sobre esse assunto que iremos tratar ao longo do trabalho. 
INTRODUÇÃO
O trabalho apresenta o tema “a interferência da mídia na abordagem policial”. O trabalho vai fazer uma pequena análise sobre como é importante encontrar um limite sobre o tema de força policial e a interferência da mídia. 
Antes de tudo é preciso investir no próprio policial, para que aprenda a lidar com situações de muito estresse e que mesmo assim escolha a melhor solução, a forma mais correta de determinadas atitudes. 
Assim, investindo no próprio policial, é preciso ainda investir em artifícios para que o mesmo possa utilizar outros meios antes que seja necessário o uso da força, e um deles é a comunicação oral, um diálogo entre o policial e a pessoa que está auferindo riscos. 
O diálogo muitas vezes resolve situações muito conturbadas, mas para isso é preciso usar artifícios mentais para que se busque uma aproximação com infrator, que passe confiança e após resolva a questão sem usar a força. 
Para que isso seja possível, é preciso que tenha um investimento nessa área, porque muito se fala da abordagem policial, mas pouco se fala em como o policial vai tratar determinadas situações se não possui meios menos invasivos para isso. 
O que temos hoje é um crescimento acelerado da violência, a mídia repassa todos os dias diversos casos sobre a violência e como isso está sendo tratado. Porém, apenas joga informações sem nenhuma cautela ou conhecimento de fato sobre o assunto. Em determinadas situações causa um alarde desnecessário, sempre culpando apenas os policiais em suas abordagens.
Desse modo, entra a legitimidade da força, até onde pode chegar o policial em certos momentos, e a busca pela melhor estratégia, visando sempre investimentos e juntamente estudos de casos e a forma que as situações estão sendo feitas e ainda que se encontre um limite até onde a mídia pode interferir. 
2.1 A ABORDAGEM POLICIAL 
	A abordagem policial é uma questão evolve tanto o Estado quanto à parte jurídica. Envolve questões que vão muito além de apenas ter um policial em combate com um único individuo, pois existem diversos tipos de abordagem. Para Vilaça (2006, p. 39) a abordagem policial é definida “como uma investigação pessoal, de caráter compulsório e momentâneo, diante de um crime ou de uma indicação de suspeição”.
A atuação da polícia em si nesse momento, é de caráter de autoridade do Estado em confronto da liberdade individual do indivíduo. É o meio após a tentativa de conciliação por forma de mediação de conflitos.
É um tipo de ação administrativa do Estado, mas saber quando essa abordagem mais incisiva é necessária é o grande ponto da questão. É preciso saber quando de fato o indivíduo passou dos limites aceitáveis e é preciso uma maior intervenção estatal. 
Com a Constituição do Brasil de 1988 (BRASIL, 1988), a Polícia Militar passou a ser o órgão de execução direta da segurança pública do Estado, com sua competência constitucional a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. 
Art. 144 - A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - Polícia federal; 
II - Polícia rodoviária federal; 
III - Polícia ferroviária federal; 
IV - Polícia civil; 
V - Polícias militares e corpos de bombeiros militares. [...] 
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. (BRASIL, 1988)
A abordagem policial é uma forma de invasão envolve invasão da intimidade do indivíduo, e dependendo da pessoa e da situação e da forma que foi feita, pode constranger. E o policial precisa estar preparado para situações adversas que irá encontrar como a reação da outra pessoa, por esse motivo a abordagem sempre tem que priorizar a dignidade humana das pessoas que estarão submetidas ao seu poder.
A abordagem quando feita, lidará com situações de extremo conflito, reações dramáticas e irão alcançar todos ao redor. A reação das pessoas quando tal atitude for tomada é totalmente imprevisível, mas o agente, no ato da abordagem vai ter que lidar com todos esses aspectos e ainda resguardar os direitos dos envolvidos e aplicar a lei da melhor forma. 
Certo que, nem sempre se ira alcançar o objetivo, às vezes a situação irá sair do controle e é nesse ponto que o policial precisará saber lidar com qualquer situação adversa que venha ocorrer. 
Assim é preciso saber lidar com as situações, com imprevistos, mas sempre buscar encontrar o melhor caminho. 
2.2 O USO PROGRESSIVO DA FORÇA	
Qualquer tipo de situação que o policial se coloque é preciso dosar qualquer atitude. A nossa Constituição da República Federativa do Brasil já determina que seus agentes sejam subordinados ao Estado, e sigam o princípio da legalidade e a dignidade humana. O policial é a força coercitiva mais próxima do cidadão, é ele que está em contato direto com a população a fim de garantir a paz e o cumprimento dos direitos fundamentais. 
Todo o poder utilizado pelo policial é regulado pela Constituição. A progressão da força e o nível a ser aplicada são ajustados pela Constituição. E tudo vai depender da ação do suspeito e a forma que ele também irá tratar a adversidade. “se um nível falha ou a reação aumenta ou diminui, o policial adota outra ação proporcional, necessária e conveniente a cada reação, tudo de acordo com a lei” (MINAS GERAIS, 2004, p. 29). 
O Manual de Prática Policial conceitua o uso progressivo da força como “a seleção adequada de opções de força pelo policial em resposta ao nível de submissão do indivíduo suspeito ou infrator a ser controlado” (MINAS GERAIS, 2002a, p. 45). A forma como a situação ira ser tratada é que fará toda a diferença. 
O uso arbitrário da força é uma violação aos direitos humanos e, conseqüentemente, do direito penal. O policial é responsável sim de manter os direitos humanos, e em determinados momentos acabara violando diversos direitos comuns a todos. Porém tudo isso deve ser analisado, o porquê que foi tomada tal atitude e o que poderia ter sido feito para que não se chegasse ao extremo. 
É curioso que a percepção do problema do uso da força pela polícia e a discussão de sua propriedade no Brasil se dêem com base na ingenuidade perigosa que não distingue – ou não quer distinguir – o uso da violência (um ato arbitrário, ilegal, ilegítimo e amador) do recurso à força (um ato discricionário, legal, legítimo e idealmente profissional).Esta situação é agravada pela ausência de um acervo reflexivo cientificamente embasado e informado pela realidade comparativa com outros países, o que abre espaço para comportamentos militantes e preconceituosos. De fato, intervenções tecnicamente corretas do ponto de vista da ação policial têm sido lançadas à vala comum da "brutalidade policial" e erigidas em símbolo de uma mítica banalização da violência, que explicaria o atual estado da criminalidade em nossas cidades. O ônus desta indistinção é imenso, sobretudo para as organizações policiais, que se vêem na situação impossível de ter que tomar decisões em ambientes de incerteza e risco sem qualquer critério que as oriente quanto à propriedade das alternativas adotadas. (Muniz; Proença Jr; Diniz; 1999).
Desse modo, os policiais devem ter em sua concepção princípios básicos e essenciais como o uso da força: Legalidade, Necessidade, Proporcionalidade e Conveniência. Legal, o policial deve amparar legalmente sua ação. Necessário, ação utilizada pelo policial é a menos danosa para se atingir o objetivo desejado. Proporcional, a ação policial está conforme a resistência do suspeito. Conveniente, mesmo sendo legal, necessária e proporcional há de se observar à conveniência da ação, ou seja, a ação não pode trazer danos a pessoas externas à abordagem.
Os princípios elencados acima são de suma importância para a aplicação da força, pois a força só pode realmente ser utilizada em último caso. O preparo do policial é importante, pois nesse momento saberá exatamente como agir, e se precisar utilizar a força saber fazer o menos gravoso. Mas acima de tudo sempre defendendo sua vida, pois também precisam se proteger. 
Assim, terá que ser feito sempre um balanço entre a situação, o indivíduo e seu estado, a melhor forma a lidar com o ocorrido e sua própria defesa, isso vira através de estudo e práticas de treinamento para que se busque sempre a melhor forma de abordagem a ser aplicada. 
2.3 A COMUNICAÇÃO NA ABORDAGEM 
A abordagem é uma técnica que precisa de muita cautela, e antes de se chegar as vias de fato é necessário um trabalho de comunicação, pois muitas vezes com isso se resolve o problema. Para Moreira (2007, p. 14) “é uma necessidade elementar do ser humano evidente em todas as ocasiões em que há a participação, troca de notícias ou de mensagens continuamente”. 
Sem a comunicação não se chega há uma conclusão pacifica. A comunicação é tratada pelos Manuais de Prática Policial por verbalização, sendo considerada como a técnica mais comumente utilizada para atuar em ocorrências ou efetuar prisões de suspeitos. 
Se esse artifício for usado da forma correta, minimiza os riscos entre policial, indivíduo e sociedade. Muitos casos podem ser resolvidos com conversas bem estruturadas e bem pensadas. [...] Um bom número de ocorrências pode ser resolvido através da verbalização; por isso desenvolva habilidade para se comunicar claramente e sem agressividade. (MINAS GERAIS, 2002a, p. 97).
A forma que o policial trata a situação faz toda a diferença no êxito da operação. Mesmo assim, deve possuir seus mecanismos de defesa como uso da arma, sempre a postos, pois o comportamento humano é imprevisível e deve ser levado em consideração. 
Algumas orientações para que se chegue há um controle efetivo da situação são como, por exemplo: 
a) manter o contato visual com o abordado; 
b) dizer frases com os verbos no imperativo e em tom alto de voz; 
c) ser firme e enérgico nos comandos para se evitar tragédias; d) flexionar o nível de voz sempre que houver acatamento; 
e) procurar o diálogo e evitar discutir; 
f) não ficar nervoso caso não for acatado de imediato, devendo repetir os comandos de forma insistente e firme. 
.
Sempre que utilizar comandos, deve ser respeitando sua hierarquia para poder manter um limite na conduta do suspeito, o uso da comunicação verbal deve vir através de uma ação policial conjunta com uma equipe estruturada onde todos estejam a postos caso tudo de errado. 
Em uma abordagem a vida de ambos deve ser prioridade, e com esse conceito muitas vidas são poupadas e prezadas, por isso é tão importante enfatizar a utilização desse instituto de forma bem feita, visando sempre melhorar a ação dos policiais em combate. 
3.1 A LEGITIMIDADE DO USO DA FORÇA NA ABORDAGEM POLICIAL E COMO SER TRATADA
Uma abordagem policial deve ter como pilar normativo sempre as regras constitucionais que prezam pela igualdade, liberdade individual, dignidade da pessoa humana, da intimidade, da presunção de inocência e da liberdade de locomoção consagrada no artigo 1º e no artigo 5º, incisos X, XV e LVII da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Porém, os princípios se colocam conjuntamente e assim, um não pode ferir o outro inclusive o interesse coletivo. No caso, certos princípios podem passar por outro, permitindo a relativização dos direitos fundamentais enunciados, por intermédio da atuação preventiva ou repressiva, devidamente sujeita aos limites legais, reais e razoáveis para, assim, se proceder à abordagem pessoal. 
A Polícia tem um viés constitucional em suas ações que tem como parâmetro a constituição brasileira, com o objetivo final de preservação da ordem pública. A abordagem é a forma de repreensão direta das ações da polícia, com o fim de garantir a garantia pessoal de segurança, direito inerente a todos os cidadãos brasileiros como previsto na CF/88. Tanto o artigo 5º, quanto o artigo 6º, da Carta Magna Brasileira, elege a segurança como um direito do cidadão, como pode se verificar: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] Art. 6º São direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desempregados, na forma desta Constituição.
 Todas as instituições que tem como fim a preservação da ordem pública deve sempre resguardar os direitos impostos pela nossa constituição. 
 “Os chamados tradicionalmente direitos individuais são em essência (ainda que não de modo exclusivo) direitos de liberdade, de estar livre de agressões, restrições e ingerências indevidas, por parte de outras pessoas, mas de modo especial por parte das autoridades públicas. Os direitos individuais vão significar um não-fazer dos outros indivíduos, mas principalmente por parte do Estado. Significa que, diante 26 dos direitos individuais, deve o Estado ter uma atitude de respeito; o Estado não pode violar, desrespeitar esses direitos” (MAGALHAES, 2000, p.56). 
Dentre os direitos e garantias previstos na CF/88 em seu artigo 5º, 
Art. 5o [...] X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação [...] XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens [...]. 
O direito individual dos indivíduos também possui o direito de ir e vir, um dos direitos mais importantes que a sociedade adquiriu. O direito de locomoção que vem tutelar a liberdade, no qual tem como base que o indivíduo não poderá ser preso ou detido arbitrariamente. 
Porém, todo o princípio vem imposto de limitações e nesse caso o texto constitucional também prevê que o indivíduo poderá ser preso nos casos de flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. 
O Código de Processo Penal (CPP) em seu artigo 301, considera em flagrante delito quem: 
I – Está cometendo a infração penal; II – acaba de cometê-la; III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façampresumir ser ele autor da infração. 
Assim, entre a abordagem, o direito a liberdade e a legitimidade existem uma pequena linha que separa esses três pontos. E devido a essa pequena separação de discricionariedade da arbitrariedade nas abordagens policiais com execução da busca, a autoridade deve conhecer profundamente seus limites legais para que não se enquadre como autor em normas penais.
3. O POLICIAL 
3.1 O PREPARO PSICOLÓGICO DO POLICIAL
O policial militar para prestar um serviço de qualidade é necessário haver um investimento no próprio policial. Para que a abordagem seja bem executada o policial precisa estar preparado para lidar com todo tipo de situação que pode ocorrer, com todos os imprevistos. 
O ser humano é totalmente imprevisível, e desse modo, é preciso ter um trabalho no psicológico em quem irá atuar nesse momento, na abordagem qualquer deslize pode ser catastrófico. 
Ao lidarmos com outros seres humanos, somos voltados à proteção de nossa autoestima e, algumas vezes, chegamos ao extremo para defendê-la. E com os infratores não seria diferente, e por isso alguns, podem reagir fisicamente para alcançar isso. “Ao confrontar-se com um suspeito, você inibe não apenas a sua liberdade, mas também o seu ego, seu componente psicológico mais importante”. (MINAS GERAIS, 2002a, p. 98) 
Antes de abordar o suspeito, o policial precisa estudar toda a situação, pois o indivíduo que irá ser abordado possa vir a argumentar, relutar, tentar argumentar, questionar a ação policial. Este comportamento, em princípio, não configura resistência, desacato ou desobediência. Porém, caberá ao policial, no ato da situação, identificar o limite entre a natural relutância e o delito da resistência.
Toda abordagem requer um preparo muito grande, só que ocorre muitas vezes em questão de minutos, e pensar em todas as possibilidades que possam vir ocorrer, e para isso é necessário todo um preparo mental. É muito importante o policial ser bem preparado para qualquer adversidade. Um dos princípios que devem ser utilizados nesse contexto é da razoabilidade para analisar a situação e realizar o procedimento mais correto. 
O trabalho que precisa realmente ser feito é o mental, e consiste no ato de visualizar e ensaiar mentalmente todos os seus procedimentos, de modo a planejar as respostas em razão da maneira de agir do suspeito. Do contrário, virá ter que enfrentar situações em que seu desempenho profissional ficará prejudicado. 
É certo que o policial precisa ter meios para se defender e atuar nessas situações e ainda um preparo físico adequado, mas o mais importante em uma abordagem é sem dúvida, é o preparo mental que irá possibilitar pensar usar a força adequada e os meios mais corretos para serem utilizados no momento. 
4.1 A MÍDIA E SUA FUNÇÃO NA SOCIEDADE 
É certo que a mídia exerce hoje um importante papel na sociedade, pois é o mediador entre o sujeito e a notícia. Esse veículo que repassa a informação é feito de diversas fontes como jornal impresso, televisão, internet entre outros. 
Nota-se que, a mídia veio sendo modificada com o tempo. No Brasil, a primeira Lei de Imprensa surgiu em 20 de setembro de 1830, sendo substituída pela segunda Lei de Imprensa, através do decreto nº 24776 de 14 de julho de 1934, baixado por Getúlio Vargas, o qual atentou contra a liberdade da imprensa veicular notícias. 
Essa foi à época da ditadura, onde o governo censurava a maior parte das notícias, e com isso os meios de comunicação. Essa situação perdurou até 1945, quando a ditadura chegou ao fim. Após esse término voltou a ter vigência a primeira Lei de Imprensa, que, por sua vez, somente sofreu revogação em 12 de dezembro de 1953, com a promulgação da Lei Nº 2083. 
Em 1967, no dia 9 de fevereiro a Lei nº 2083 foi revogada pela conhecida Lei nº 5250, a qual, no dia 30 de abril de 2009, foi considerada inconstitucional por quatro votos a três no Supremo Tribunal Federal, em razão de cercear a liberdade de expressão. 
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I - Regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II - Estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.
Como podemos notar, pela nossa Constituição, hoje estamos na era da liberdade de expressão e informação, com uma enorme velocidade na propagação da notícia. 
O ponto a ser discutido e analisado, é a qualidade com que essas informações serão passadas, pois na maioria das vezes não são imparciais como deveriam ser. Desse modo, deveria haver uma maior cautela das pessoas para não se deixar influenciar por notícias manipuladas.
4.2. A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA ABORDAGEM POLICIAL
A mídia, como já foi dito, é de relevante importância. Mas por outro lado os grandes meios de comunicação exercem um grande poder de influência na sociedade. São eles que irão definir quais os temas que devem ser discutidos e quais devem ser excluídos do âmbito da esfera pública. 
Certo que acaba gerando um poder para mídia, hoje diz que a mídia é o quarto poder. O acarreta imposição de suas versões como verdades absolutas, fazendo com que muitos as aceitem sem ao menos questioná-las. Com esse poder sem tamanho, os meios de comunicação conseguem facilmente influenciar a opinião pública.
É evidente que a importância dos meios de comunicação, hoje, é inquestionável, mas nesse paradigma existe um enorme problema pois, utilizam esse poder para conseguir dinheiro a qualquer custo e ainda influenciam politicamente a população, que na maioria das vezes nem percebe essa influência. 
 Por esse motivo, eles vendem a informação da forma que melhor os convém, deixando de lado muitas vezes, pontos importantes e que fariam toda a diferença. A mídia tem que ter informação de qualidade e não apenas de venda, pois irá influenciar na opinião direta de boa parte da sociedade. 
Ocorre que no Brasil, a mídia é defendida pela liberdade de informação, que consta na Constituição Federal. Segundo Gilberto Haddad Jabur (2000, p. 45) na “atividade intelectual através da qual o homem exerce uma faculdade de espírito, que lhe permite conceder, raciocinar ou interferir com o objeto eventual, exteriorizando suas conclusões mediante uma ação”. 
Dentro dessa linha de liberdade, vemos acontecer na prática a interferência no âmbito policial. 
O poder da imprensa é arbitrário e seus danos irreparáveis. O desmentido nunca tem a força do mentido. Na Justiça, há pelo menos um código para dizer o que é crime; na imprensa não há norma nem para estabelecer o que é notícia, quanto mais ética. Mas a diferença é que no julgamento da imprensa as pessoas são culpadas até a prova em contrário. 40 Tem sido comum os meios de comunicação condenarem antecipadamente seres humanos, num verdadeirolinchamento, em total afronta aos princípios constitucionais da presunção de inocência, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, quando não lhes invadem, sem qualquer escrúpulo, a privacidade, ofendendo-lhes aos sagrados direitos à intimidade, à imagem e a honra, assegurados constitucionalmente. Aliás, essa prática odiosa tem ido muito além, pois é corriqueiro presenciarmos, ainda na fase da investigação criminal, quando sequer existe um processo penal instaurado, meros suspeitos a toda sorte de humilhação pelos órgãos de imprensa, notadamente nos programas sensacionalistas da televisão, violando escancaradamente, como registra Adauto Suannes, o constitucionalmente prometido respeito à dignidade da pessoa humana. Não foram poucos os inocentes que se viram destruídos, vítimas desses atentados que provocam efeitos tão devastadores quanto irreversíveis sobrebens jurídicos pessoais atingidos. 
A mídia hoje consegue interferir em diversas decisões, e a abordagem policial e a polícia militar como um todo está sempre na frente dessas acusações. Certo que a polícia também comete seus erros, porém é preciso mostrar o outro lado, a falta de investimento e a crescente violência que afeta a vida dos policiais também. 
A mídia tem um grande poder para interferir nas decisões, pois com seus jornais, programas de tv entre outros meios de comunicação, trazem a notícia, criam hipóteses, fazem reconstruções e mostram por inúmeras vezes, uma exposição excessiva do caso, com a possível causa do crime, incluindo fatos e relatos que nem sempre condizentes com a verdade. 
Toda essa forma de investigação da mídia aumenta a curiosidade da população, e com isso aumenta o consumo, e o objetivo da mídia, pois é o que vende, e isso é o que importa para mídia, independente da veracidade ou não dos fatos expostos. 
O crime vira um debate popular de quem é certo ou errado, o que tem ou não que ser feito, criando com isso sentenças de condenação que pesam perante a opinião pública. 
	As abordagens policiais, os erros cometidos e os acertos devem ser publicados com mais cautela, com mais investigação. Buscando sempre repassar notícias verdadeiras e sempre mostrando os dois lados da história, para que a população busque a sua verdade. 
4.3 COMO A INFLUÊNCIA DA MIDIA E ABORDAGEM POLICIAL PODEM TRABALHAR JUNTAS
	A mídia tem muita influência na população de modo geral, pois é a forma que as pessoas possuem de obter as informações. Desse modo, é preciso buscar uma mídia mais limpa, que vise passar suas informações vem viés político ou sensacionalista. 
	É nesse ponto que a mídia pode vir a trabalhar com o policial em conjunto, é certo que a mídia ajuda muito, pois vai atrais de informações e não deixa tudo obscuro, e trás para todos, uma forma de buscar verdades e justiça. 
O tema segurança pública tem estado em evidência através da divulgação pela mídia, que cotidianamente pauta os assuntos relacionados aos crimes e à violência que afetam a vida da população. A cobertura da mídia tem sido cada vez mais abrangente, com o acompanhamento no local dos fatos e divulgação muitas vezes simultânea às ações criminosas e às operações policiais. 
	 O tema de segurança pública hoje é um tema muito falado e debatido, vem ganhando uma enorme projeção na mídia e pelos números cada vez maiores da criminalidade, dados estatísticos mostram que a segurança pública é um dos problemas que mais aflige a população do país.
É certo que a preocupação se justifica, já que a violência tem uma interferência da cobertura jornalística na sensação de segurança e a construção da imagem da polícia. 
É preciso ter a mídia em busca de verdades, mostrando os dois lados da situação para que se chegue há uma verdade, a mídia não pode ser um tribunal que sentencia e puni quem acha que deve punir. É preciso ter limites da imprensa, não censurando, mas sim que a própria população compre a mídia que busque uma verdade real, e não somente o que querem ouvir. Se tivermos uma mídia honesta o quadro da criminalidade será muito mais transparente e a população terá informações mais justas e limpas, que é o mais justo para todos. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mídia hoje trabalha contra qualquer atitude policial, independente dos fatos e situações ocorridas. Esse é o ponto principal desse trabalho, a participação popular, pois é nesse ponto que a mídia consegue interferir diretamente, pois interfere opinião da população em relação às abordagens e trabalho dos policiais. 
Os casos mostrados de abordagens policiais, na maioria das vezes têm pontos que geram grande repercussão na sociedade e são extremamente explorados pela mídia que, na disputa pela audiência ou venda de jornal, transmite para a sociedade informações tendenciosas, inverídicas ou ainda, que não passaram pelo crivo do contraditório e da ampla defesa.
Os fatos ocorridos são manipulados e jogados pela mídia, não tendo assim, a menor preocupação com o desrespeito aos direitos constitucionais, e sempre visando à condenação e a imagem ruim do policial perante a sociedade, mostrando sempre que o policial quer o pior para a população e não se importam com as leis nem nada que são impostos. 
A mídia trata as abordagens de forma cruel e injusta, muitas vezes, pois não mostram como ocorreram, em que circunstância, denegrindo sempre a imagem dos policias envolvidos e pedindo punição, e caso não ocorra volta para pauta para exaltar a não punição. 
Conclui-se, por fim, que o a população tem uma concepção frágil e facilmente corrompido pela mídia, pois interfere não somente em provas, mas sim na opinião da sociedade como um todo, afetando diretamente o rumo do trabalho da polícia, que muitas vezes não conseguem fazer seu trabalho corretamente e se cometem erro são denegridos publicamente sem direito a resposta. É preciso mudar esse paradigma para chegarmos há um ambiente midiático mais transparente, com notícias mais verdadeira e útil para todos.

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