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THAU III SISTEMAS ARQUITETÔNICOS CONTEMPORÁNOS

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Universidade Federal de Ouro Preto 
Curso de Arquitetura e Urbanismo 
Disciplina: Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo III 
 
 
 
 
 
FICHAMENTO DOS CAPÍTULOS: 
A CRISE DO OBJETO 
SISTEMAS ORGÂNICOS 
LIVRO ''SISTEMAS ARQUITETÔNICOS CONTEMPORÂNEOS' 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Chagas, Camila Castro 
Isabela Marques, Lucas Pacheco Heringer e Mario Cupertino 
 
 
Ouro Preto, 2018 
APRESENTAÇÃO GERAL 
O presente trabalho tem como objetivo analisar o capítulo “Sistemas Orgânicos” do livro 
“Sistemas Arquitetônicos Contemporâneos”, de Josep Maria Montaner. Com a análise foi 
elaborado um fichamento do capítulo, destacando os principais conteúdos e acrescentando 
imagens para melhor compreensão dos conceitos. 
Também foi realizado um breve resumo do capítulo inicial do livro “A Crise do Objeto”, 
de forma a contextualizar e introduzir os conceitos tratados no restante do livro e como eles se 
relacionam com o capítulo analisado no presente trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CRISE DO OBJETO 
O conceito de sistema 
A Teoria Geral dos sistemas surgiu no campo da biologia e estendeu - se a outras 
disciplinas, alcançando assim uma maior complexidade, sendo reforçada pela cibernética e pela 
teoria da informação e a partir disso se tornou a base das possibilidades dos sistemas 
informáticos. A mesma se consolidou-se em 1960, sua evolução ocorreu próxima a outras 
teorias gerais. 
Entretanto, o conceito de sistema é mais antigo e remonta a Crítica da razão pura de 
Immanuel Kant que definiu a arquitetônica como ''a arte de construir sistemas.'' Ele também 
apareceu no Tratado de Sistemas (1749) de Étienne Bonnot Condillac. Ademais, foi citado por 
G. W. F. Hegel, que estabeleceu uma verdade sistemática que fundamenta-se na articulação de 
cada parte ao todo. 
A teoria citada anteriormente obteve uma definição mais complexa graças a estudos do 
sociólogo alemão Niklas Luhmann (1927-1998). Baseando - se na sociologia do norte-
americano Talcott Parsons, ele acreditava que sistema e ação poderiam convergir para uma 
única teoria. 
''O que significa aplicar a teoria dos sistemas à arquitetura contemporânea? 
Significa, portanto, dar prioridade a uma busca pela revelação das estruturas 
complexas nas escalas urbanas e territoriais; reescrever a história da 
arquitetura contemporânea a partir da ênfase sobre os sistemas que superam a 
crise do objeto; desenvolver, para arquitetura, urbanismo e paisagismo, a 
relação essencial que Luhmann estabelece entre sistema e entorno, isto é, 
analisar as capacidades de cada sistema de estruturar-se e, ao mesmo tempo, 
interagir com seu contexto.'' (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos 
contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p.11) 
O sistema então pode ser definido como um conjunto de elementos heterogêneos 
(materiais ou não) com diferentes escalas, relacionados entre si, possuindo um vinculo, ou seja, 
não há partes isoladas. Os mesmos são organizados de forma a se adaptar ao contexto que estão 
inseridos. A arquitetura e o urbanismo são sistemas do tipo funcional, espacial, construtivo, 
formal e simbólico. 
A crise do sistema beaux-arts 
O Beaux-Arts consiste em um estilo arquitetônico que se originou na Escola Politécnica 
de Paris, harmonizando seus elementos segundo leis de axialidade, simetria e repetição. Esse 
sistema utilizava-se da linguagem clássica, referente a um dos primeiros sistemas 
arquitetônicos. Um dos principais objetivos de arquitetura do principio do século XX era a 
utilização desse estilo mais formal para projetar os edifícios complexos. 
Mesmo que ainda tenha sido utilizado em casos isolados no século XX, por meio da 
resolução de edifícios complexos. Esse sistema entrou em crise nas primeiras décadas do século 
XX. De acordo, como livro La arquitectura de la gran ciudad de Ludwing Hiberseimer, os 
novos edifícios metropolitanos deste século consistiam em sedes de instituições internacionais, 
complexos culturais, casas populares, estações de comunicação e aeroportos, arranha-céus, 
conjuntos habitacionais, grandes armazéns, palácios desportivos, pontes e grandes conjuntos 
industriais. Estes novos programas desafiaram o sistema beaux-arts que produzia composições 
rígidas e simétricas, consequentemente um edifício definitivo. Desta forma, o objetivo dos 
arquitetos modernos era a criação de diferentes métodos que permitissem o desenvolvimento de 
grandes sistemas complexos com capacidade de crescer. 
Está mudança ocorreu em diferentes escalas deste o interior ao urbanismo. A arquitetura 
moderna oferecia sistemas mais flexíveis, dando liberdade tanto na tecnologia construtiva 
quanto na conformação dos espaços. Buscando assim uma ''arquitetura racionalista, leve e 
transparente.'' Essa liberdade nos espaços naturais já havia aparecido nos sistemas de parques 
elaborados por Frederick Law Olmsted na segunda metade do século XIX. 
''Um exemplo muito didático dessa evolução é a Universidade de Porto Rico, 
em San Juan. Uma parte do conjunto - axial, simétrica, hierárquica, com uma 
linguagem historicista - foi construída em fase acadêmica, no início do século 
XX, segundo o projeto de Rafael Carmoega, de 1924. Outra parte - 
conformada por edifícios racionalistas, repetitivos e assimétricos - foi 
construída em uma fase moderna, projeta em 1948, obra do arquiteto de 
origem alemã Henry Klumb, que transpôs aos trópicos as formas de Bahaus e 
o organicismo de Wright, articulando - os com corredores abertos, cobertos e 
protegidos por muxaranins.'' (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos 
contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p.13) 
No entanto, a arquitetura tradicional ainda persistiu durante algum tempo. Alguns 
exemplos são os edifícios públicos, ministérios e universidades construídas na Península Ibérica 
durante as ditaduras militares: os Novos Ministérios, em Madri (1941), de Luis Gutiérrez, a 
Universidad Laboral de Gijón (1945-1950), de Luis Moya e entre outros. 
 
Figura 1: Rafael Carmoega e Henry Klumb, 
Universidade de Porto Rico, San Juan, Porto Rico, 1924 -1948 
 
Figura 2: Luis Moya, 
Universidad Laboral, Gijón (Artúrias), Espanha, 1945-1950 
A superação da crise do sistema clássico também afetou os mestres modernos. Um 
exemplo disso são as propostas apresentadas por Le Coubusier nos concursos para o Palácio da 
Sociedade das Nações, em Genebra e o Palácio dos Soviets de Moscou, nos quais as 
persistências compositivas acadêmicas ainda eram evidentes. 
''Superando os cânones do academicismo, a arquitetura contemporânea tem 
se caracterizado pela busca constante de distintos meios para afrontar essa 
crise do sistema compositivo clássico, e para obter, com formas abstratas, 
uma maior complexidade e uma maior diversidade, aspirando a uma nova 
monumental idade.'' (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos 
contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p.15) 
 
A crise do objeto moderno 
O surgimento do objeto moderno sob a crise do sistema clássico trouxe consigo uma 
insatisfação intelectual e criativa que nunca mais se apartaria, ou seja, surge aí uma crise 
permanente do objeto autônomo. Os diferentes ''tipos'' de arquitetura moderna são variadas. 
Temos as reinterpretações da complexidade e versatilidade dos sistemas naturais e das paisagens 
de Frank Lloyd Wright a Alvar Alto, as arquiteturas articuladas e expressivas na sua 
funcionalidade nas obras de Walter Gropius, Le Coubusier e Eero Saarinen e as obras 
minimalistas e isoladas de Mies van der Rohe e Ludwing Hiberseimer. 
A crise do objeto moderno se deu devido a umasérie de problemas e características, 
algumas delas são: A divergência inicial entre a busca de algo objetivo, mas ao mesmo tempo 
desconstruído; o uso extremo de formas abstratas, os objetos não possuem mais significado 
formal, mas seu valor esta em sua estrutura essencial, ou tipo; o objeto clássico possuía unidade 
que muitas vezes lhe proporcionava certa rigidez e com sua crise, surge uma determinada 
impossibilidade de se propor soluções únicas, definitivas. Existe a necessidade do dinamismo 
para legitimidade, um exemplo é a grande diversidade de formas que Frank Lloyd Wright 
propõe e sugere na Broadacre City; o dadaísmo e surrealismo haviam colocado em cheque o 
caráter perverso, problemático dos objetos o que por vez tornava impossível a proposição de 
formas para os mesmos que destoasse da arbitrariedade e do caos. 
''A dupla e consecutiva crise do objeto clássico simétrico e do objeto 
moderno isolado responde a outro fator essencial: a paulatina importância do 
contexto - seja social, urbano, topográfico ou paisagístico -, o que coloca 
continuamente à prova a eficácia do objeto, implicando, inevitavelmente, a 
exigência de uma maior adequação dos sistemas arquitetônicos 
contemporâneos, que somente podem ser entendido em relação ao seu 
contexto'' (MONTANER J.M., Sistemas arquitetctónicos contemporáneos. 
Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p.18) 
 
A preeminência do vazio 
De acordo com a pesquisa desenvolvida a arquitetura moderna teria contribuído muito 
mais em pensar e desenvolver o espaço aberto do que o interno. Isso ocorreu graças a seu 
objetivo de criar estruturas urbanas livres e abertas, que futuramente pudessem crescer e se 
integrassem bem à natureza. 
''Assim como no final do século XIX o conceito de espaço valeu-se da teoria 
da arte para definir a essência da arquitetura (em autores como Gottfried 
Semper, Alois Riegl e August Schmarsow), tornou-se possível compreender 
a importância do vazio urbano: do nada incompreensível, ele passou a ser o 
espaço vital, a matéria do projeto.'' (MONTANER, J.M., Sistemas 
arquitetctónicos contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, 
p.19) 
O espaço público moderno poderia ser definido como ''diversos objetos abstratos 
colocados sobre uma plataforma.'' Alguns exemplos de tais projetos são: a escultura de madeira 
de Alberto Giacometti ''Projeto para uma praça'' (1931-1932); a Praça dos Três Poderes de 
Oscar Niemeyer, em Brasília; o Capitólio de Le Coubusier em Chandigarh. 
Com a evolução do espaço público, opta-se pela utilização dos sistemas. O sistema de 
Parques (Park Sistem) foi desenvolvida por Olmsted nas três últimas décadas do século XIX. O 
exemplo mais conhecido é o sistema de parques que projetou para Boston: o Emerald Necklace 
(iniciado em 1876). A ideia do Park Sistem era aproveitar ''estruturas já existentes, como 
pântanos, lagoas e rios somados a tentáculos verdes ou corredores ajardinados formando assim 
um parque contínuo. Olmsted buscava uma melhora no ambiente das cidades com este sistema, 
já que com o crescimento constante as reservas naturais estavam sendo prejudicadas. Suas ideias 
de paisagismo tiveram continuidade em varias cidades norte-americanas por seus descendentes, 
o primeiro deles: John Charles Olmsted e posteriormente por seu discípulo Charles Eliot (1859-
1897) que criou a proposta do Metropolitan Park Sistem, conservando ambientes naturais dentro 
das cidades. 
 
 
Figuras 3 e 4: Frederick Law Olmsted, Park Sistem, Boston (Massachussetts), EUA 
Os 'preceitos' modernos evidenciados nas experiências com o espaço público, a arte e 
arquitetura permitiram um novo conceito de espaço urbano, bem diferente da cidade clássica. 
Nele há uma relação totalmente nova entre os objetos abstratos nas plataformas; a experiência 
humana e as diversas escalas urbanas, com a separação da circulação de veículos e pedestres; as 
novas formas de centros urbanos e também de campis universitários. ''O que se criou, em suma, 
foram paisagens urbanas modernas, nas quais o espaço público converteu - se no contexto e na 
matéria básica dos sistemas contemporâneos.'' 
Cidade e natureza na arquitetura moderna 
O movimento moderno não se posicionava contra a cidade, muito pelo contrário o projeto 
urbano era a sua principal referência. A critica do movimento seria contra os defeitos e 
dificuldades das cidades históricas. Em relação a natureza, ele também não à negava, muitos 
arquitetos buscavam integra-la aos seus projetos. São eles Frank Lloyd Wright, Le Coubusier, 
Mies van der Rohe e Alvar Alto. Uma das primeiras contribuições foram os parques do 
brasileiro Roberto Burle Marx. 
 
Complexidade e tridimensionalidade: entre a dispersão e o megaprojeto 
Após a consolidação da arquitetura moderna buscava -se a inserção da lógica 
neoplasticista na escala urbana, assim como Bakema e Van den Broek fariam em seus projetos, 
por exemplo, no Plano Pampus para Amsterdã (1965). 
Surgiram aí novas estruturas de crescimento horizontal, que foram propostas pelos 
arquitetos da terceira geração e pelos membros do Team 10, mais versáteis ao contexto. 
Simultaneamente, se desenvolvem no movimento moderno as propostas dos sistemas 
tridimensionais. Alguns exemplos são as Casas Cubo (1970-1975), de Piet Blom, em Roterdã e 
as habitações modulares do Habitat (1967), de Moshe Safdie, em Montreal. 
A partir da década de 1980, todas essas buscas polarizaram - se em duas direções: a 
aceitação, e insistência na dispersão e a pretensão neomoderna de um megaprojeto complexo. 
Essa dispersão foi afirmada por meio dos manifestos de Peter Eisenman a favor da 
separação e também pelos projetos teóricos de Cannaregio (1978), em Veneza, ''emblema do 
inicio irreversível de uma nova época de fragmentação e de caos, da crise definitiva da 
aspiração moderna ao objeto perfeito e significativo. '' 
''Ao mesmo tempo, na tradição holandesa da complexidade urbana, de Jacob 
Bakema ou Aldo van Eyck, transmuta-se nos sistemas tridimensionais de 
Rem Koolhas e de MVRDV, na vontade de agrupar a diversidade, a 
fragmentação e a dispersão em megaprojetos, cuja primeira manifestação é o 
Centre Georges Pompidou (1972 - 1977), de Renzo Piano e Richard Rogers, 
em Paris.'' (MONTANER, J.M., Sistemas arquitetctónicos contemporáneos. 
Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p.23) 
Os projetos do urbanismo moderno buscavam em suma a construção de uma nova 
sociedade baseada em uma ética do compromisso social. Segundo o autor, essa também deveria 
ser o a busca atual já que estamos em um período, no qual o urbanismo simplista e econômico 
dos executivos financeiros toma frente e gera produtos urbanos insuficientes, desconexos e 
isolados. 
''Portanto, é de vital importância voltar a olhar a arquitetura e o urbanismo 
autenticamente modernos sob uma nova perspectiva, com um olhar que ajude 
a enfatizar os processos de incorporação da complexidade, o objetivo da 
diversidade, as relações entre os edifícios e o valor do espaço vazio entre 
eles, o cuidado com espaços comunitários, a vontade de favorecer a 
infiltração da natureza e a transformação e integração dos objetos 
arquitetônicos em sistemas urbanos, ou seja, em continuidade com o esforço 
inacabado, posterior as vanguardas, para adaptar o sistema do novo 
urbanismo moderno à escala humana e do contexto.'' (MONTANER, J.M., 
Sistemas arquitetctónicos contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 
2009, p.24) 
 
APRESENTAÇÃO DO CAPÍTULO 
O capítulo “Sistemas Orgânicos” apresenta diferentes estruturas e conceitos relacionados 
ao organicismo, corrente desenvolvida principalmente no século XX. O organicismo aspira na 
aproximação da natureza e de suas formas peloracionalismo, ou seja, os seres vivos e os 
ecossistemas servem como inspiração para a criação de novas formas e projetos. 
Dessa forma o autor buscará colocar as referências entre artistas e arquitetos que 
desenvolvem seus projetos a partir destes princípios. Os resultados pretendidos serão a síntese 
de espaços e produtos que simulam o dinamismo e formas encontrados no meio ambiente em 
detrimento do domínio do racional e da máquina na maneira de construir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS ORGÂNICOS 
 
As formas orgânicas: arte, arquitetura e cidade 
Segundo o cientista Jorge Wagensberg, a natureza está estruturada em nove formas, 
sendo elas a esfera, o hexágono, a espiral, a hélice, as formas angulosas, a onda, a parábola, a 
catenária e os fractais. Estes contornos também podem ser encontrados em trabalhos de autores 
do século XX, como Joan Miró, Jean Arp, Louis Bourgeois, dentre outros; mas os desenhos 
mais utilizados eram aqueles inspirados no corpo feminino. Outra corrente, a land art, já se 
baseia na intervenção na natureza pelos efeitos do tempo, seja ele de duração, dias, semanas, 
como os efeitos da natureza em si. Os arquitetos mais reconhecidos por adotar o organicismo 
são Antoni Gaudí, Josep Maria Jujol e Frank Lloyd Wright. 
O projeto que mais se assemelha a essas ideias seria o sistema de cidades jardins proposta 
por Ebenezer Howard, de 1898, que “foi a primeira grande formulação de um sistema complexo 
de objetos que pretendeu conciliar o mundo rural ao mais avançado desenvolvimento 
industrial”1 
Diversos autores tentam conciliar as formas naturais do meio ambiente com estruturas 
urbanas racionais, gerando ambientes planejados e equilibrados. 
Ecotopos 
Os ecotopos são morfologias originalmente naturais, baseadas nos ecossistemas. 
Utilizado na arquitetura e urbanismo, é uma tentativa de refazer as formas do sistema ecológico. 
 
Figuras 5 e 6: Ecotopos 
 
 
 
“Sistemas espaciais delimitáveis, com uma estrutura homogênea, fechada e 
coerente, que mantém um certo caráter integral e na qual se desenvolve a 
vida dos organismos ou a biocenose.” (MONTANER, J.M. Sistemas 
arquitetctónicos contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009) 
Os exemplos contemporâneos que mais se assemelham aos ecotopos são os anéis verdes 
ao redor da cidade. É um sistema de crescimento controlado, respeitando o entorno paisagístico. 
Um urbanismo orgânico e sustentável seria aquele que utiliza dos ecotopos, mas que se 
amoldasse ao máximo, não renunciando à cidade compacta. 
 
Figura 7: Patterns de Chistopher Alexander 
Um exemplo de falso organicismo, de tradições antiurbanas é “a cidade fachada”, na 
província de Buenos Aires. Embora tenha gerado formas belas, é um urbanismo que não 
funciona e é retrógrado, por dividir-se em bairros fechados e ruas sem saida, pela segregação 
social e pela desvinculação do seu entorno natural e urbano. E isso gera um local fechado e 
isolado. 
 
Figura 8: Nordelta, Buenos aires 
 
 
Malhas agrícolas 
Introduzida pelo ser humano há séculos, a malha agrícola é outra referência próxima do 
mundo natural. Facilitou muito a descoberta do ângulo reto e sua capacidade de calcular e 
distribuir áreas. 
 
Figura 9: Vinhedos, Itália 
“Em países como França, Alemanha e Portugal, adquiriu-se a consciência de 
que a originalidade da paisagem europeia está nas malhas agrícolas, que é 
vital proteger e revitalizar, tanto mediante planos territoriais quanto em 
projetos concretos.” (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos 
contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009) 
Algumas intervenções contemporâneas se assemelham às formas horizontais e onduladas 
adotadas nas coberturas do campo de cultivo. Podemos considerar uma aproximação desse 
pattern agrário a Cidade da cultura, na Galícia, em Santiago de Compostela. 
 
Figura 10: Cidade da cultura, na Galícia, em Santiago de Compostela 
“Resulta da paulatina deformação dos diagramas de uma vieira gigante e da estrutura da 
cidade medieval, até convertê-los em topografia.” (MONTANER, J.M. Sistemas 
arquitetctónicos contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009) 
 
Estudo de caso 
Frank Lloyd Wright, Broadacre City 
Frank Lloyd Wright desenvolveu um ideal de “cidade orgânica”, agrária e rural, a 
Broadacre City. Vários de seus projetos possuíram esse mesmo conceito, que foi apresentado 
em seus livros como The disappearing city e When democracy builds. Era um projeto em que o 
centro urbano era descentralizado e disperso, defendendo uma estrutura constituída de mônadas. 
Sua ideia de cidade relacionava-se com as amálgamas, com quatro composições 
diferentes: a malha agrária com as homestead, ruas sem saída, inspiradas no sistema de cidade-
jardim, as vias expressas, valorizando o uso dos carros, e os edifícios públicos e culturais. 
 
Desenhos 1 e 2: desenvolvidos por Frank Lloyd Wright e digitalizados do livro de 1958, The Living City 
por Frank Lloyd Wright 
A cidade era subdividida em um acre (0,4 hectare), onde as famílias ou indivíduos 
poderiam se organizar socialmente e com autonomia. Para as classes mais baixas, suas 
residências eram agrupadas em edifícios, enquanto as famílias com maiores rendas situariam-se 
em homesteads mais afastadas, assemelhando-se aos subúrbios norte-americanos. 
“Em sua vontade de conciliar a natureza e a máquina, Wright tinha em mente 
uma sociedade na qual sobreviveriam atitudes nômades e aflorariam utopias 
anarquistas tais como o da conciliação entre o trabalho manual e o 
intelectual.” (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos contemporáneos. 
Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009) 
 
O arquiteto aplicava a conciliação natureza-máquina nos seus projetos, mas não 
desenvolveu nenhum tipo de arranha-céu. Seus projetos mesclavam volumetrias distintas, 
fazendo contrastes entre volumes monumentais e comuns; um exemplo é o Guggeheim 
Museum, em Nova York. 
 No livro, Montaner também compara os trabalhos desenvolvidos por Wright com a 
literatura de J.R.R. Tolkien, onde cada tipo de ser se estrutura em um tipo de sociedade diferente 
com distintas formas de morada e organização territorial, baseados numa estrutura agrária 
próxima da natureza. 
Amálgamas 
Amálgamas são conceituadas como formas que essencialmente se moldam ao contexto 
por justaposição de peças fundentes e interpenetrantes compondo unidade apesar de 
fragmentada, segundo Sigfried Giedeon. 
Os amálgamas na arquitetura popular criam paisagem visual e humana. Na arquitetura 
moderna temos Wrigth com suas formas antiurbanas se articulando com elas próprias, na cidade 
viva as criações se amalgamam e se desagregam posteriormente em outros edifícios autônomos. 
A dispersão das formas em ladeiras de montanhas como no rancho Doheny (1923) e Taliesin 
(1947). As influências das formas naturais foram vistas em Usonia II (1947) e na aldeia Parkwin 
(1947). Quanto aos discípulos de Wrigth, temos Bruce Goff com o pavilhão de arte japonesa no 
Los Angeles County Museum. 
 
Figura 11: Projeto Parkwin. 
Na arquitetura contemporânea temos Friederick Kiesler como expoente, em 1940, das 
formas de bulbos, bolhas, amebas e crisálidas sendo aplicadas. Kas Oosterhuis desenvolve-as 
em pavilhões de água doce (1993-1997) e de água salgada (1994-1997) e Greg Lynn em sua 
casa embriológica (1998-2002) além de Dominique Jakob e Brendan MacFarlane no restaurante 
do Centro Georges Pompidou (1999-2000). Na Kunsthaus Graz (2001-2003) de Peter Cook e 
Colin Fournier adota-se a forma de carapaça. A ameba surge na loja de departamentos Selfridgede Future Systems 
“Todas essas obras, que puderam ser projetadas e construídas graças aos 
novos meios de representação dos computadores e à tecnologias mais 
avançadas aspiram a ser organismos ou bolhas que se amoldam e se 
amalgamam ao contexto, seja a edifícios existentes, a tecidos urbanos ou a 
lugares na paisagem.” (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos 
contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p. 78) 
Considera-se ainda como amálgamas, a última fase de reforma do Palau de la Musica 
Catalana, de Oscar Tusquets, mantendo ritmo do novo com o antigo e baseando se em formas, 
ritmos, texturas e cores que reforçam os volumes já construídos. Destaque para o uso do vidro 
nas fachadas e para a intervenção, com inspirações orgânicas modernistas, do artista Naxo 
Farreras materializada na árvore criada para ser posicionada na esquina criando amalgama entre 
o novo e o existente. 
Paisagens Culturais 
As obras de Alvar Aalto se enquadram nas formas urbanas complexas, como exemplo 
principal, porém outras obras trazem consigo a semelhança da característica em questão. É o 
caso do conjunto Kulturforum de Hans Scharoun, expressionista alemão favorável ao urbano e 
do artificial, tendo sido concebido visando qualidade dos espaços internos a partir das formas da 
tenda cobrindo as atividades. A sala de concerto da Filarmônica de Berlim surge do mesmo 
princípio aliando-se à música. A Biblioteca do Estado recebe os leitores em um espaço que se 
assemelha a uma grande praça coberta e traz em seus elementos internos, fortes referências a 
uma autentica paisagem. 
 
Figura 12: Conjunto Kulturforum visto à noite 
Em Bogotá, Torres del Parque, de Rogelio Salmona surge da ruptura do projeto proposto 
por Le Corbusier, seu mestre. Uma autentica paisagem urbana, que em detrimento do 
programático edifício lâmina: “Salmona consegue superar tanto o peso e a simetria da 
arquitetura acadêmica, quanto aquelas barreiras repetitivas e excludentes conformadas pelos 
blocos que Le Corbusier havia projetado”. Prioriza a não segregação da paisagem circundante 
por meio de torres curvas de perfil escalonado, congregado ao parque pelas plataformas e 
escadarias e obtendo eficiente iluminação, ventilação, transparência e contato com a natureza e 
a forma mais apta de desmaterialização do volume. 
“Sob grande influência das Torres de Romeu e Julieta (1954-1959), em 
Stuttgart, de Hans Scharoun, essa obra de Salmona tem uma grande 
qualidade: funciona perfeitamente nas plantas dos apartamentos duplex, 
abertas, a partir de seus terraços, para as esplêndidas vistas.” (MONTANER, 
J.M. Sistemas arquitetctónicos contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo 
Gili, 2009, p. 79) 
 
Figura 13: Plaza de toros com os edifícios Torres del Parque ao fundo 
 
Estudo de Caso: Alvar Aalto, Centro Administrativo e Cultural de Seinajoki, 
Finlândia 
Finlandes Alvar Aalto (1898 - 1976), pioneiro do design e da arquitetura moderna, é 
considerado um dos maiores arquitetos do mundo 
 “Alvar Aalto tem como características marcantes o uso de formas onduladas, 
tijolos à vista e uso constante de madeira, almejando a perfeita harmonia da 
natureza com as construções e a preocupação com o bem estar do homem”. 
(AUTVIS 2010). 
Assim, priorizava a relação do homem com o espaço aberto, montando todo um conjunto, 
fundindo objeto e contexto. Essa relação permitia a conformação de edifícios com mais 
autonomia em sua forma e orientação no espaço. 
''...paisagem harmônica, com diversos organismos, feita de vazio e massa, 
onde cada edifício, com seu volume, seu perfil e seus escalonamentos, 
complementa o outro, dentro do âmbito de uma paisagem ideal, essa 
paisagem. '' (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos contemporáneos. 
Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p. 81) 
“Seus desenhos sempre foram marcados por constantes pesquisas e 
transformações, partindo do classicismo nórdico, passando pelo 
funcionalismo puro, até se converter numa referência internacional para o 
Movimento Moderno, fazendo uso da forma orgânica e de materiais 
naturais.” (BARATTO, 2017, p. 1) 
A arquitetura rural e urbana Finlandesa se caracterizava, respectivamente, pelo uso de 
peças autônomas dispostas em fileiras e escalonadas, respeitando a topografia do terreno e a 
vegetação existente e edifícios isolados, com formas distintas, acompanhando o alinhamento das 
vias. E para Aalto essa era uma influência natural, real e embutida em sua percepção. 
“Aalto projetava a partir de uma composição empírica e realista, com as 
pautas fornecidas pelo seu próprio contexto: uma paisagem plana, delimitada 
pelos contornos que definem os lagos e os limites opacos configurados pelas 
massas de vegetação. Sobre essa paisagem real, Aalto criava escalonamentos, 
colinas e geologias.” (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos 
contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p. 81) 
Em suma, Aalto proporciona à integração do edifício na paisagem e à exploração das 
diferentes texturas dos materiais, tanto nas novas tecnologias como nas mais tradicionais, 
desenvolvendo então uma arquitetura racionalista, com ligações à vanguarda européia para uma 
obra mais pessoal, explorando as técnicas de construção tradicionais finlandesas e integrando-as 
em edifícios modernos. A Figura 1 ilustra essa característica de Aalto, em integrar a natureza e a 
estrutura, pela vista externa do solário do Paimio Snatorim na Finlândia. 
 
Figura 15: Alvar Aalto, Solario do Paimio Sanatorim – Paimio, Filândia (1929-33). 
 “Seu objetivo era uma organização da percepção da arquitetura similar à da 
beleza da acrópole grega, paisagens do renascimento e do barroco nas 
pinturas italianas; tudo isso com base no conhecimento da percepção 
psicológica, a partir da escala humana, dos espaços e das imagens.” 
(MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos contemporáneos. Barcelona. 
Editora Gustavo Gili, 2009, p. 83) 
Pode-se observar uma mistura de estilos e referências nas obra de Aalto, sendo estas: 
classicismo, pragmatismo, tradicionalismo, tecnologia, modernismo, funcionalismo, 
organicismo, romantismo, racionalismo, visualismo, tatilidade, artesania e manufatura em série. 
Sendo que, os elementos que compõe essa mistura geram um sistema complexo de formas 
côncavas e convexas, retas e recortadas, escalonadas e oblíquas, em 2 ou 3D. 
 
Centro administrativo e cultural de Seinajoki (1951-1969) 
Este centro foi constituído por alguns edifícios a partir de projetos desenvolvidos ao 
longo de períodos distintos, sendo estes ilustrados pela Figura 2: (1) a igreja-catedral (1951) e 
o centro paroquial (1964-1966), (2) a prefeitura (1960-1969), (3) a biblioteca (1963-1965), 
(4) o centro cívico e administrativo (1959), (5) edifício dos órgãos municipais (finalizado 
após sua morte) e (6) o teatro (1968-1987). 
 
 
Figura 16 e 17: (1) a igreja-catedral (1951) e o centro paroquial (1964-1966), (2) a prefeitura (1960-
1969), (3) a biblioteca (1963-1965), (4) o centro cívico e administrativo (1959), (5) edifício dos órgãos 
municipais (finalizado após sua morte) e (6) o teatro (1968-1987). 
“Distintas arquiteturas que se sedimentam com o tempo, identificadas com a 
crosta terrestre, e que dialogam entre si, demarcando uma paisagem 
projetada, síntese do caráter mediterrâneo e finlandês, clássico e moderno, 
culto e popular...edifícios isolados porem inter-relacionados, sem simetria e 
ordem, definindo o espaço vazio entre eles enquanto a essência da visão 
daquele conjunto.” (MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos 
contemporáneos. Barcelona. Editora Gustavo Gili, 2009, p. 83) 
Sanatório para Tuberculosos de Paimio (1928-1933) 
O Paimio representa o ápice da pesquisa de Aalto sobre a funcionalidadeortodoxa. Tendo 
como referência para o projeto o quarto do paciente, todo o resto da unidade foi pensada em 
função do doente: suas dimensões, suas cores, os materiais utilizados, fontes de luz e 
aquecimento, posicionamento e desenho de janelas, mobiliário fixo (os móveis também foram 
projetados por Aalto), enfim, tudo foi pensado nos mínimos detalhes tendo em vista as 
necessidades dos enfermos. Um conjunto articulado com funções distintas, mas sem 
fragmentação em objetos isolados. A Figura 3 ilustra a entrada principal e planta baixa deste 
Sanatório. 
 
Figura 18 e 19: Paimio Sanatorium (1928-1933, Paimio, Finlândia) Alvar Aalto. 
Aalto propõe uma implantação integrada com a natureza ao redor por articular três blocos 
abertos, em forma de leque. Cada bloco, o de ambientes coletivos (refeitório, espaço para 
recreação, etc.), o do hospital (quartos e solário) e o de serviços (cozinhas, lavanderias, etc.), 
estão ligados por um sistema de espaços e caminhos, voltados para um pátio interno, que é 
também a entrada principal. 
Universidade Pedagógica de Jyvaskyla (1950-1956) 
Esta universidade foi construída em torno de uma pista e atletismo, favorecendo o campo 
de visão, para as outras edificações, praças, pátios, escadarias, etc., com grande cuidado para 
respeitar seu ambiente natural e institucional. 
 
 
Figura 20: Universidade Pedagógica de Jyvaskyla 
“A cidade de Jyväskylä era familiar para Aalto, pois ele se mudou para lá 
quando criança com sua família em 1903 e retornou para formar seu 
escritório na cidade depois de se qualificar como arquiteto em Helsinque em 
1923. Essa instituição era eminentemente importante em um país que passara 
a maior parte de sua história como parte da Suécia ou da Rússia. O ensino do 
finlandês foi considerado parte integrante da identidade nacional do país 
incipiente.” (BARATTO, 2017, p. 1) 
Síntese 
Aalto criava ambientes a partir de uma paisagem mentalizada, elaborada com visões que 
remetiam suas lembranças da infância na Finlândia até suas viagens pelo Mediterrâneo. 
Trabalhou essencialmente com o conceito e visão do espaço aberto, não criando objetos, mas 
sim paisagens, ou melhor, objetos sabiamente relacionados com o seu entorno, com o seu 
contexto. Aalto convertia espaço em paisagem. 
Espaços Oníricos 
Espaços oníricos são espaços advindos do impulso do inconsciente, da fantasia, do sonho, 
da energia do irracional agregado no mundo das emoções. Essas características serviram de 
fonte de inspiração para alguns arquitetos em suas empreitadas. A seguir alguns exemplos pelo 
mundo: 
- Casa sem fim (1953-1959) de Frederick Kiesler 
- Escola de Artes Plásticas e Dança Moderna (1961-1965) de Ricardo Porto 
- Museu Guggenheim (1992-1997) de Frank O. Gehry 
- Novo Parlamento Escocês (1998-2004) de Enric Miralles, Carme Pinós e Benedetta 
Tagliabue 
- Mercat de Santa Caterina (1997-2005) de Enric Miralles e Benedetta Tagliabue 
 
Casa Sem fim 
Uma casa suspensa, em forma de nuvem, com limites indefinidos e pisos, paredes e tetos 
contínuos, compostos por formas curvilíneas, orgânicas e rugosas. Experimentou-se as formas 
em um espaço onírico, atemporal e sem limites, curvo suave e leve. 
 
Figura 21: Casa sem Fim. 
Escola de Artes Plásticas e Dança Moderna 
Essa escola foi construída em Havana, Cuba, pelo arquiteto Ricardo Porto, na década de 
60. O objetivo foi integrar o conjunto de edifícios orgânicos de escolas de arte, balé e música, 
com uma metodologia eclética sobrepondo a linguagem clássica e exuberante do barroco latino-
americano. 
Foram combinados várias tipologias de espaços, grande pátios triangulares, paredes 
curvas nas salas de aula, salas com cúpula, estruturas em arcos e uso de abóbadas. 
 
 
Figura 22: Escola de Artes Plasticas e Dança Moderna. 
Museu Guggenheim 
Nesta obra experimentou-se o espaço do sonho, informe e disforme, como um bulbo que 
se abre livremente em seu ambiente, dando a impressão de se enroscar no viaduto contíguo. Foi 
introduzido, em um único edifício, diversos espaços que um museu contemporâneo necessita, 
confluindo monumento, rio e ponte, transpondo a força da sua arquitetura no meio urbano. 
 
 
Figura 23: Museu Guggenheim 
Novo Parlamento Escocês 
Este Edificio, localizado em Edimburgo caracteriza-se por um complexo sistema de 
objetos que configura uma paisagem própria, uma arquitetura que exprime os sonhos, 
concebendo uma novam maneira de entendimento e analise da obra. 
 
Figura 24: Novo Parlamento Escocês 
Mercat de Santa Caterina 
Essa obra, presente em Barcelona baseaou-se na sobreposição de varias camadas urbanas, 
com diversos sistemas construtivos, que geraram uma cobertura assimétrica e imprevisível. Suas 
formas curvilíneas, envolvida por um revestimento composto de milhares de peças cerâmicas 
hexagonais criam a sensação de figuras grandiosas de frutas sobre os muros do antigo mercado 
neoclássico e suas ruinas medievais. 
Nessa obra elucidam distintas camadas da cidade e caracterisiticas arquitetônicas como o 
organicismo, surrealismo, realismo, pop e memoria urbana. 
 
Figura 25: Mercat de Santa Caterina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À guisa de conclusão 
No capítulo analisado da obra de Montaner, foram apresentados conceitos que se referem 
aos modos construtivos que se baseiam nos sistemas orgânicos e a busca da conexão subjetiva 
com as temáticas da natureza. Expõem em princípio, os nomes dos teóricos e dos projetistas que 
de alguma maneira buscaram imprimir os conceitos orgânicos em seus estudos e nas suas 
formas, transportando tais ideias posteriormente para a escala de cidades. O autor deixa claro 
que não busca singularidade nos objetos, mas sim a observação de complexidades e 
mecanismos de criação que contem este sistema como princípio. 
Descrevendo sobre os Ecotopos, trata como morfologias originalmente naturais, baseadas 
nos ecossistemas. Abrange suas aplicações nos projetos em escala urbana, paisagismo e na 
conciliação de tecnologias para sustentar as formas. Em Malhas Agrícolas, vemos a influência 
da estética dos plantios e suas paisagens na elaboração de projetos e o estudo da forma urbana 
de Frank Lloyd Wright traz um exemplo explicito de uma utopia já estabelecida de cidade 
agraria que trazia a ideia do antiurbano e da paisagem natural sobrepujando a máquina. 
Em Amalgamas e Paisagens Culturais viu-se as exemplificações de arquiteturas 
complexas que absorveram as formas referenciadas em suas essências e podiam se combinar de 
maneira sagar com o espaço já construído ou com uma paisagem local, sem perder a 
originalidade e contemporaneidade do traço e das soluções. Alvar Aalto é apontado como 
altamente sensível na questão das relações dos espaços de sua construção com os entornos a 
referência dos padrões locais e de mais além e o tom altamente criativo de suas paisagens 
internas e externas. 
Finalizando, temos os espaços oníricos sendo expostos e a indagação sobre os sistemas 
que suportam as manifestações incontroláveis e impulsivas das formas geradas. Os sistemas 
orgânicos, surgem, novamente com seu poder de referência na concepção natural dos espaços e 
capacidade de combinação desses valores arquitetônicos aparentemente amorfos, caóticos e 
surgidos do mundo dos sonhos. 
 
 
Referências Bibliográficas 
• MONTANER, J.M. Sistemas arquitetctónicos contemporáneos. Barcelona. Editora 
Gustavo Gili, 2009 
• http://www.countytimes.com/news/author-to-talk-on-frederick-law-olmsted-at-gunn-
memorial/article_85fc3236-a295-5e9d-8ce8-3b6c4263978e.html 
• Figura 11: Projeto Parkwin. Fonte: Usonia Film. Disponível em 
<http://www.usoniafilm.com/contactus/>.Acesso em 16 de janeiro de 2018. 
• Figura 12: Conjunto Kulturforum visto à noite. Fonte: Dicas de Berlim.Disponível em: 
<https://www.dicasdeberlim.com.br/2016/03/kulturforum-em-berlim.html>. Acesso em: 16 de 
janeiro de 2018 
• Figura 13: Plaza de toros com os edifícios Torres del Parque ao fundo. Fonte: Vitruvius. 
Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/17.194/6193>. Acesso 
em 16 de janeiro de 2018. 
• BARATTO, Romullo. Em foco: Alvar Aalto. ArchDaily, 3 de fevereiro de 2017. 
https://www.archdaily.com.br/br/tag/alvar-aalto 
• https://www.autvis.org.br/noticia/view/id/202 
• https://histarq.wordpress.com/2011/12/02/aula-6-alvar-aalto-ate-1976/

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