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Influências e Expansão da Psicologia da Gestalt

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História da Psicologia
Professora Luciane Wolff
Alunos
Bruna Fontanella Bohn
David Souza Perreira
Elias Mesquita Alves
Fernanda Atuatti
Mauricio Hartmann
Gestalt
As influências sobre a psicologia da Gestalt
Immanuel Kant (1724-1804): Kant alegava que quando percebemos o que chamamos objetos, encontramos os estados mentais que parecem compostos de partes e pedaços (Schultz, 2011, pag. 321). Os elementos não são organizados através de associação, mas sim de forma que tenham algum sentido e sejam percebidos como uma forma ou experiência completa.
Franz Brentano (1838-1917): tinha uma visão mais próxima a dos psicólogos da Gestalt. Defendia uma observação menos rígida e mais direta da experiência na forma como ela ocorre.
Ernst March (1838-1916): através do livro “The analysis of sensations” (1885), discutia os padrões espaciais e temporais, como formas geométricas e melodias, considerando-as sensações.
Cristian Von Ehrenfels (1859-1932): propôs que as qualidades da experiência não podem ser explicadas como combinações de elementos sensoriais.
William James (1842-1910): afirmava que as pessoas veem os objetos como uma unidade, não como pacotes de informação.
As influências sobre a psicologia da Gestalt
	A fenomenologia – movimento da filosofia e psicologia – defendia que a experiência não é analisada em elementos ou abstraída de forma artificial, ela envolve a experiência do senso comum, não a experiência de um observador treinado e que utilize uma orientação sistemática.
	Cabe ainda ressaltar as mudanças que ocorriam no campo da física. No final do século XIX, a física começava a abandonar a visão redutivista e atomística, começando a aceitar o conceito de campo de força – espaços atravessados por linhas de força. Esse campo de força eram considerados entidades novas, não apenas a soma de efeitos de elementos. Os conceitos da Gestalt refletiam essa nova abordagem da física.
Max Wertheimer ( 1880 – 1943 )
Nasceu na Praga, estudou Direito, mas mudou para Filosofia e Psicologia; 
Sua tese de doutorado foi em “Tatbestandsdiagnostik”, pesquisa acerca do detector de mentiras, orientado por Carl Stumpf;
Após o Doutorado, virou professor. Em uma de suas viagens de férias vislumbrou o fenômeno Gestalt pela primeira vez. 
Entrou em contato com Friedrich Schumann, autoridade na física e percepção. Schumann não conseguiu ajudar Wertheimer, mas ofereceu seu laboratório, equipamentos e amigos para que fosse possível prosseguir com a pesquisa.
Kurt Koffka ( 1886 – 1941 )
Nasceu em Berlim, se formou em Psicologia na University of Berlin e em 1090, obteve seu Ph.D sob a orientação de Stumpf. 
Era amigo de Schumann, e um ano depois de seu Doutorado, Koffka conheceu Max Wertheimer e Köhler, afirmou:
“Pessoalmente, a simpatia era recíproca, tínhamos o mesmo entusiasmo, o mesmo tipo de formação e nos encontrávamos diariamente para discutir todas as questões, sob o sol (...)”
Wolfgang Köhler ( 1887 – 1967)
Nasceu na Estônia, mas com 5 anos mudou-se para Berlin. Posteriormente, estudou nas universidades de Tübingen, Bonn e Berlim; obteve seu doutorado no ano de 1909, também sob orientação de Stumpf.
Em 1909, foi para University of Frankfurt, onde conheceu Schumann e foi convidado para contribuir para a pesquisa de Wertheimer.
O fenômeno Phi: o nascimento da Gestalt
Estudo com o Taquistoscópio
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A expansão da Gestalt 
	Na década de 1920, a Gestalt havia se tornado um movimento de pensamento coerente e dominante na Alemanha. 
	Após os nazistas assumirem o poder, começaram várias ações de repressão contra intelectuais e judeus. Isto forçou muitos pesquisadores e estudiosos, inclusive os fundadores da Gestalt a deixarem o país. O núcleo da Gestalt se transferiu para os Estados Unidos.
	Já nos Estados Unidos, vários livros de Koffka e de Köhler foram traduzidos para o inglês e resenhas foram publicadas nas revistas americanas especializadas em psicologia.
Principais razões da demora na aceitação da Gestalt
Behaviorismo no auge da popularidade;
Principais obras publicadas em alemão;
Falsa impressão de que a Gestalt dedicava-se apenas a percepção;
Os criadores da Gestalt instalaram-se em universidades pequenas;
A psicologia americana já havia superado as idéias de Wundt, as quais a Gestalt criticava;
 
A Gestalt no Brasil
	
	A Gestalt chega ao Brasil na década de 1970, durante o governo militar.
	A Gestalt teve um grande crescimento no Brasil servindo como uma forma de contra-cultura, indo contra as abordagens da psicanalise e do behaviorismo, predominantes na época.
	Várias pessoas podem ser destacadas como precursoras da Gestalt no Brasil, entre eles é possível citar os nomes dos brasileiros Madre Cristina de Sodré e Paulo Barros, além dos americanos John Keith Wood e Maureen Miller (colaboradores de Carls Rogers e que também tinham ligações com a Gestalt) e da holandesa Thérèse Emille Tellegen.
	Pode-se dizer que o embrião gestaltiano no Brasil nasceu nas viagens de Paulo Barros para os Estados Unidos e de Tellegen para a Inglaterra, onde entraram em contato com psicólogos gestaltianos e trouxeram esta escola para o Brasil.
O método da Gestalt
	
	A Gestalt se caracteriza por promover uma integração entre ciência e experiência.
	O Gestalt propõe ainda uma inversão na orientação metódica da psicologia, onde o primeiro passo é a descrição das vivências. A concepção de ciência proposta pela Gestalt é abstraída de questões ligadas diretamente ao fenômeno psicológico. 
	O método fenomenológico-descritivo é o método usado pela Gestalt enquanto ciência psicológica. Neste método, o primeiro passo da investigação cientifica é a descrição do fenômeno psicológico, ou seja, aquilo que parece tal e como aparece na perspectiva do sujeito leigo. A medida que do ponto de vista do sujeito leigo, o percebido é organizado e significado, a organização fenomenológica mostra a organização intrínseca ao percebido, indicando uma ordem ou razão interna ao domínio da sensibilidade.
O método da Gestalt
	No ponto de vista da Gestalt, as representações são imediatamente organizadas e significadas, apresentando-se na perspectiva do leigo somente desta forma. A experiência é imediatamente organizada, então o que percebemos são relações e não sensações.
	O sentido da experiência é expressado através da relação entre figura e fundo, sem essa relação a cognição não é possível. Ao destacar-se do fundo, a figura delimita-se como objeto representado, em um espaço onde não exista a distinção entre figura e fundo não há conhecimento
	A organização de uma figura é explicada pela relação parte/todo (semelhante à relação figura/fundo). Uma parte é definida pela função que desempenha na figura na qual faz parte. Uma parte articulada em um todo é diferente da “mesma” parte isolada ou em outra totalidade. A parte possui um significado relativo dependente da estrutura, então possui um significado funcional, seu significado depende da posição na estrutura. Como diziam os antigos gestaltistas “O todo é maior que a soma de suas partes”.
A noção de parte não deve ser confundida com a noção clássica de elemento ou sensação. 
Insight 
	
	O insight (em alemão, einsicht; compreensão) é a espontânea compreensão das relações de um problema, onde ocorre a reestruturação cognitiva sobre a compreensão global do problema.
As leis da Gestalt
	A Gestalt, em suas análises estruturais, encontrou leis que regem a percepção humana das formas, o que facilita a compreensão das imagens e idéias. Essas leis são comportamentos naturais do cérebro no que se trata do processo de percepção.
Proximidade
	
	Os elementos são agrupados de acordo com a distância que se encontram uns dos outros. Elementos que estão próximos em uma região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estivessem distante de seus similares.
Semelhança 
	
	Eventos semelhantes se agrupam entre si. A semelhança se dá por intensidade, cor, odor, peso, tamanho,
forma, etc., e se dá em igualdade de condições.
Continuidade
	
	Há uma tendência da nossa percepção seguir uma direção para conectar os elementos de modo que pareçam contínuos ou fluam em uma direção específica.
Pregnância ou boa forma
	
	A mais importante. Todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples. Este é o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.
Experiência passada
	Esta lei se relaciona com o processo de associação usado no período pré-gestaltico. Aqui a associação é necessária, pois certas formas só podem ser compreendidas se já as conhecermos ou tivermos consciência própria de sua existência. Ao mesmo tempo que se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.
Clausura ou fechamento
	
	O princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura se relaciona ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.
Figura fundo
	Tendência de organizar as percepções do objeto sendo visto e do fundo sobre o qual ele aparece. A figura é aquilo que procuramos ou mantemos o foco e o fundo seria o contexto no qual a figura está inserida.
Contribuições da Gestalt para a psicologia
	O movimento da Gestalt deixou sua marca e influência na psicologia, influenciando trabalhos a respeito da percepção, aprendizagem, pensamento, personalidade, psicologia social e da motivação.
	A Gestalt continuou a promover o interesse na experiência consciente como um problema legitimo para a psicologia, mesmo na época em que o behaviorismo dominava o campo da psicologia.
	O estudo da experiência consciente talvez seja a maior contribuição da Gestalt para a psicologia. 
Resumo
Autores: Max Wertheimer (1880-1943), Kurt Koffka (1886-1941) e Wolfgang Köhler (1887-1967).
Ano: Desenvolvida a partir de 1912.
Objeto de estudo: experiência consciente e percepção.
Método de estudo: método fenomenológico-descritivo.
Contribuição para a psicologia: estudo da experiência consciente.

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