Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REDAÇÃO PUBLICITÁRIA E MÍDIAS GRÁFICAS 15/10/15 A gíria se refere a um neologismo ou a uma palavra/expressão que teve o seu significado alterado e partilhado por apenas um determinado grupo da sociedade. Quando se fala com um público bastante específico através de um canal muito segmentado, a gíria até pode surgir como um elemento de aproximação entre o anunciante e o consumidor. Somente use gírias em peças extremamente segmentadas Veja: Na Revista Meio &Mensagem: Para você que não gosta de chupadas. Mas quando a propaganda se dirige a um público mais amplo, diversificado, a gíria pode não ser compreendida e a comunicação não se efetivar. E mesmo que seja entendida, é preciso ter em mente que as pessoas normalmente são antipáticas a uma gíria que não pertence ao seu universo particular e acabam por repudiá-la. Isso se comprova, inclusive, quando se pensa em gírias locais sendo reproduzidas em ambientes externos, como o caso das gírias comuns de paulistas serem odiadas por cariocas, e vice-versa. Por outro lado, é preciso diferenciar gíria de expressão idiomática. Esta última se refere a palavra/expressão que teve o seu valor semântico modificado, mas que é partilhado por amplo espectro da sociedade. Assim, a expressão idiomática é interessante à redação publicitária porque usa uma linguagem cotidiana que surge para o leitor de forma criativa e impactante. Veja: Novo Corsa Sedan. Popozudo. Se o título cumpriu a função de despertar o interesse do leitor, é natural que a introdução do texto continue essa ideia na tentativa de manter o leitor na peça. Daí, sutilmente, a introdução conduz ao desenvolvimento do texto, onde efetivamente a propaganda vai informar, explicar e argumentar. Ao final, na conclusão, a ideia do título é retomada para o desfecho da redação. Escreva com estrutura circular Veja: Se o seu corpo é um templo, não se esqueça de rezar todos os dias. (o título é interessante, leva o leitor ao texto) Um Iogurte Natural Danone por dia pode não mover montanhas, (a introdução continua a ideia do título para manter o leitor) mas faz o seu organismo se mover muito mais saudável por aí. Ele contém lactobacilos vivos e ativos que contribuem para o bom funcionamento do aparelho digestivo. É leve, equilibrado e fonte natural de cálcio, fósforo, vitaminas e proteínas. (o desenvolvimento cumpre com a argumentação) Quanto mais você enriquece o seu interior, mais bonito fica o seu exterior. (a conclusão do texto volta para a ideia do título) Danone. A sua dose diária de saúde. (finalmente, no desfecho há o convite à ação) A estrutura circular deve sempre ser considerada porque é uma estratégia retórica que fecha o texto, não deixando brechas para que o leitor interfira, contraponha ideias, tenha dúvidas ou divergências. Com essa estrutura, há uma condução sutil – e o leitor distraidamente segue ela. O texto publicitário deve ter comando É fácil perceber o quanto o modo imperativo é interessante ao discurso persuasivo. Portanto, a função conativa, própria do texto que impõe ordens e dá comandos, é muito comum na propaganda. Mas, principalmente na conclusão, o texto da peça publicitária deve reforçar para o consumidor qual atitude ele deve tomar. Veja: se a função do texto é a de informar, explicar e argumentar, feito isso, o leitor que fica convencido deve ser convidado a fazer alguma coisa. O comando final da peça é fundamental para que o consumidor fique enfim orientado para o consumo. Veja: Escolher a melhor escola é uma decisão exata, humana e biológica. Você sempre quer o melhor para seu filho. O Anglo também. As escolas do Sistema Anglo de Ensino utilizam a mais eficiente metodologia, resultado de mais de 50 anos de experiência em educação. Com material didático estruturado e professores bem preparados, o Sistema Anglo oferece ensino de qualidade desde a educação infantil até o ensino médio com pré-vestibular. Faça a escolha certa: matricule seu filho em uma escola do Sistema Anglo de Ensino. Ou: Leia O Globo. Assine a Folha. Beba Coca-Cola. Venha para a Claro. Visite a Bahia. Faça um Seguro Auto Itaú. Vem pra Caixa você também. Não tenha dúvida de que o anunciante tem que desenvolver uma perspectiva meio arrogante, meio soberba, meio prepotente sobre si. Na verdade, se ele quer se posicionar como a melhor, como a primeira ou como a única opção para o consumidor, é natural que ele se coloque como tal. Tenha uma dose de arrogância Não adianta o produto se apresentar com modéstia e, por isso, ser desprezado. Já está consolidada na mente das pessoas a lógica de que um produto é hiperbolicamente espetacular na sua própria propaganda. Não adianta querer subverter essa premissa. Ao contrário, é correto reforçá-la. Veja: Se é bom, é Bayer. Brahma. A número 1. Wallita. Bons produtos indica. BankBoston. Simplesmente primeira classe. SporTV. O canal campeão. Vivo. Sinal de qualidade. Brastemp. Não tem comparação. Gillette. O melhor para o homem. Pão de Açúcar. O melhor não custa mais. Chevrolet. Andando na frente. Unibanco. O banco único. Boa, só se for Antárctica. Assolan. O fenômeno que não para de crescer. Da mesma forma, nunca peça desculpas. O erro apenas será evidenciado. Quem não sabia, passa a saber; e quem já sabia, não vai desculpar mesmo. Há de se ter em mente, enfim, que a redação publicitária não é destinada ao redator, mas sim a um público determinado que possui características específicas e matizes marcadas pelo seu perfil. Por isso, o redator deve se colocar no lugar desse consumidor em particular e ver se a redação é efetivamente atraente, sedutora, envolvente e convincente para o último. Coloque-se no lugar do consumidor A determinação do que é melhor ou pior, certo ou errado, bonito ou feio, brega ou chique, é dada a partir do público alvo ao qual se destina a peça publicitária. Talvez esse tópico seja o mais fácil de ser compreendido, mas, com certeza, é o mais difícil de se colocar em prática, até porque ele depende de que o redator se despoje, em diversas situações, de vários de seus valores pessoais, de seus gostos particulares e de seus conhecimentos próprios. E isso, também, depende de esforço, pesquisa e muito bom senso. O redator publicitário deve, ainda, ser um incansável observador da natureza humana e da cultura vigente, de forma que possa adequar as técnicas às situações e, inclusive, subvertê-las quando for o caso.
Compartilhar