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Administração de Materiais

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1.0 RECURSOS, ENFOQUES, E TENDENCIAS E CLASSIFICAÇÃO DOS 
MATERIAIS 
 
Não há como uma empresa funcionar sem a existência de recursos, sejam eles 
financeiros, humanos ou materiais, sejam estes relacionados aos insumos ou aos 
bens patrimoniais indispensáveis no processo de fabricação. Com a crescente 
concorrência existente por um participação no mercado consumidor as empresas 
buscam identificar formas de melhorar seus desempenhos, encontrando maneiras 
diferentes de obterem vantagens competitivas. Uma das formas de obter uma vantagem, 
se não competitiva, mas pelo menos comparativa é através de uma boa gestão dos 
recursos materiais e patrimoniais. 
Com os custos crescentes é importante gerir bem seus estoques e seu 
patrimônio produtivo de forma a utilizá-los com a máxima eficiência e eficácia. è sobre 
isso que estaremos falando a partir de agora. 
 
1.1 RECURSOS 
 
Administrar recursos escassos tem sido a preocupação dos gerentes, engenheiros, 
administradores e praticamente todas as pessoas direta ou indiretamente ligadas às 
atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis quanto na prestação de 
serviços. 
O espectro de recursos administráveis é bem amplo, podendo desdobrar-se em 
uma infinidade de disciplinas, cada uma delas com características peculiares, 
necessitando profissionais especialmente formados e treinados para tal. 
As empresas precisam e têm a sua disposição cinco tipos de recursos: materiais, 
patrimoniais, de capital ou financeiro, humano e tecnológico. Entretanto os recursos 
materiais serão o foco do nosso estudo. Os demais constituem objeto de outras 
disciplinas. Por exemplo, os recursos humanos são estudados na disciplina 
administração de recursos humanos; os recursos financeiros, na disciplina 
Administração Financeira; e os recursos tecnológicos, em disciplinas como Sistema de 
Informações Gerenciais, Informática ou Administração Tecnológica. Todas essas 
disciplinas são normalmente cobertas nos currículos dos cursos de Administração de 
Empresas, Economia, Ciências Contábeis e Engenharia. 
A administração dos recursos materiais engloba a sequencia de operações que tem 
seu início na identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, 
transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, 
em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao 
consumidor final. A Figura 1.1 ilustra esse ciclo. 
Ciclo da Administração de Materiais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluxograma Adaptado do Livro de Petrônio Garcia Martins, e Paulo Renato Campus 
 
 
A administração de recursos patrimoniais trata da sequencia de operações que, 
assim como a administração dos recursos materiais, tem início na identificação do 
fornecedor, passando pela compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua 
conservação, manutenção ou, quando for o caso, alienação. 
 
1.1.1 Fatores de Produção 
É importantíssimo que desde já definamos o que vem a ser recursos. Utilizaremos 
a conceituação que entende por recursos tudo aquilo que gera ou tem a capacidade gerar 
riqueza, no sentido econômico do termo. Dessa forma, os clássicos fatores de produção 
– capital, terra (ou natureza) e trabalho – são recursos e, como tal, devem ser 
administração. 
 Clientes Transportes 
 Demanda Expedição 
Armazenagem do 
Produto Acabado 
 Identificar 
 Fornecedor 
 Comprar 
 Materiais 
 Movimentação 
 
 Recebimento de 
 armazenagem 
 
 
Transportar 
Assim, um item de estoque é um recurso, pois, agregado a um produto em 
processo, irá constituir-se em um produto acabado, que deverá ser vendido por um 
preço superior ao somatório de todos os custos incorridos em sua fabricação. De modo 
análogo, um edifício que abriga as instalações de uma empresa é um recurso, já que é 
essencial a seu funcionamento. 
As pessoas que trabalham na empresa também constituem recursos, pois com seu 
conhecimento geram novas ideias, que são transformadas em novos produtos, novos 
métodos de trabalho, serviços cada vez mais adequados ao uso dos consumidores. 
O capital, sob a forma de numerário, é o recursos mais facilmente reconhecido, 
por sua característica de liquidez, que faz com que ele possa ser utilizado inclusive na 
aquisição de outros recursos. 
A tecnologia é um recursos que ganha importância a cada dia. Assim, tecnologias 
mais avançadas produzem um diferencial em relação às anteriores, normalmente 
traduzido em menores custos, ou um outro diferencial que possa ser transformado em 
algum tipo de vantagem econômica, como maior lucro. 
 
Bens 
Por transmitirem a ideia de que são capazes de gerar produtos e serviços e, 
portanto, produzir riquezas, os bens são muitas vezes considerados como sinônimos de 
recursos. Assim, um automóvel, considerado como um bem móvel, pode ser utilizado 
na prestação de serviço com valor econômico, e como tal é um recursos. 
 
Patrimônio 
Patrimônio pode ser conceituado como o conjunto de bens, valores, direitos e 
obrigações de uma pessoa física ou jurídica que possa ser avaliado monetariamente e 
que seja utilizado na realização de seus objetivos sociais. 
Administrar o patrimônio significa gerir direitos e obrigações, ou, de outro modo, 
os ativos e passivos da empresa. Muitas vezes o passivo é maior que o ativo, gerando o 
que de denomina patrimônio liquido negativo. 
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo 
O foco de nosso trabalho será o estudo dos bens patrimoniais, que podem ser 
entendidos como as instalações, prédios, terrenos, equipamentos e veículos da empresa. 
Abordagens mais completas sobre o assunto são objeto de estudo da Administração 
Financeira e da Economia. 
 
 
1.1.2 Recursos Tecnológicos 
Praticamente todos os teóricos da área da administração de materiais são 
unânimes em considerar a tecnologia como um fator de produção, ao lado dos recursos 
clássicos: natureza, trabalho e capital. Dessa forma, nada mais oportuno que uma 
análise um pouco mais detalhada dos recursos tecnológicos. 
Ao ouvirmos a palavra tecnologia, em geral a associamos com algo intangível 
incorporado a entidades concretas, a bens físicos, como máquinas, ferramentas e 
produtos químicos. Na realidades, a tecnologia abrange bem mais do que isso – ela é o 
corpo de conhecimentos com o qual a empresa conta para produzir produtos e serviços. 
Então, da mesma forma que temos de gerenciar materiais, patrimônio, recursos 
humanos e de capital, temos de gerir o conhecimento dentro das empresas. Isso significa 
saber como ele é adquirido, como se aprimora e como é transmitido, aplicado e 
preservado. 
O conhecimento é parte da cultura da empresa, e os fatos têm demonstrado que ele 
não é de nenhuma forma ilimitado, isto é, cada empresa tem competências básicas que 
lhe permitem ser líder em determinados campos, mas não em todos. O negocio essencial 
– também conhecido como core business, ou foco da atividade – é fundamental para a 
competitividade. Isso precisa ser bem entendido, já que não significa uma atitude 
drástica: não é necessária nem a superespecialização – que restringe o campo de atuação 
-, nem a extrema diversificação – que enfraquece a realização dos objetivos. Fala-se 
cada vez mais na organização que aprende, ou em inglês, learning organization, isto é, 
que dedica uma parcela do cotidiano como fonte de feedback de seu conhecimento 
acumulado, possibilitando acertos de rumo em função de novos conhecimentos 
adquiridos. 
O ciclo PDCA de Edward Deming, um dos principais gurus da qualidade, 
mostrado na Figura 1.2, é umaforma de agir que resume de maneira simples o ciclo de 
renovação e acumulação. Ele serve tanto para a implementação de novas ideias como 
para a resolução de problemas. 
Os recursos tecnológicos da empresa devem ser planejados (P), desenvolvidos 
(D), controlados (C), e ter ações (A) sobre eles tomadas de acordo com informações 
geradas interna ou externamente à empresa. O ciclo é encerrado ao atingir os objetivos. 
Os principais recursos tecnológicos que analisaremos neste livro serão os que 
mais de perto afetarão o dia a dia das organizações, pois ele interferem direta ou 
indiretamente no produto, no serviço, nos processos, na própria gestão e informação. A 
 
 
Visão Geral da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluxograma Adaptado do Livro de Petrônio Garcia Martins, e Paulo Renato Campus 
 
RECURSOS 
Materiais Patrimoniais Capital Humanos Tecnológicos 
Estoques Instalações 
Materiais 
Auxiliares 
Materiais 
Auxiliares 
Materiais 
Auxiliares 
Materiais 
Auxiliares 
Materiais 
Auxiliares 
Materiais 
Auxiliares 
Compras Logística 
Interna 
Logística 
Externa 
Fornecedores Clientes 
 
 
 
 
1.1.3 Conceito, Objetivos da Administração de Materiais: 
 
Administração de Recursos Materiais engloba a sequência de operações 
que tem início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em 
seu recebimento, transporte interno e acondicionamento (armazenagem), em seu 
transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto 
acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. 
 
A administração de materiais é muito mais do que o simples controle de estoques, 
envolve um vasto campo de relações que são interdependentes e que precisam ser bem 
geridos para evitar desperdícios.A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro 
sobre o capital investido e para atingir mais lucro ela deve usar o capital para que este 
não permaneça inativo. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em estoque 
seja necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. Contudo, a 
manutenção de estoques requer investimentos e gastos elevados; evitar a formação ou, 
quando muito, tê-los em número reduzidos de itens e em quantidade mínimas, sem que, 
em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários é o 
conflito que a administração de materiais visa solucionar. 
O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso 
eficiente dos meios internos da empresa,minimizando as necessidades de capital 
investido.A grande questão é poder determinar qual a quantidade ideal de material em 
estoque, onde tanto os custos, como os riscos de nãopoder satisfazer a demanda serão os 
menores possíveis.A Administração de Materiais tem por finalidade principal assegurar 
o contínuo abastecimento de artigos necessários para comercialização direta ou capaz de 
atender aos serviços executados pela empresa. As empresas objetivam diminuir os 
custos operacionais para que elas e seus produtos possam ser competitivos no mercado. 
Mais especificamente, os materiais precisam ser de qualidade produtiva para 
assegurar a aceitação do produto final. Precisam estar na empresa prontos para o 
consumo na data desejada e com um preço de aquisição acessível, a fim de que o 
produto possa ser competitivo e assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital 
investido.Seguem os principais objetivos da área de Administração de Recursos 
Materiais 
 
Sendo o ambiente competitivo como é faz-se necessário a busca de alternativas 
de vencer os concorrentes. A administração de materiais é bastante ampla e pode 
contribuir a partir do momento que envolve as seguintes atividades: 
 
• Gerenciamento dos recursos materiais: 
• Gerenciamento dos estoques 
• Produtos/materiais em processo 
• Produtos acabados 
• Gerenciamento dos Recursos Patrimoniais: 
• Equipamentos 
• Instalações, prédios, veículos, etc. 
• Compras: 
• O que deve ser comprado 
• Como deve ser comprado 
• Quando deve ser comprado 
• Onde deve ser comprado 
• De quem deve ser comprado 
• Por que preço deve ser comprado 
• Em que quantidade deve ser comprado 
• Logística interna e 
• Logística Externa 
 
Do desempenho satisfatório dessas atividades dependem os Departamentos 
de Vendas, Produção, Manutenção, os Setores Administrativos, etc. 
 
Tem-se de considerar: 
 
• que o número de itens e a diversidade dos mesmos é grande, 
• que as informações tem de ser precisas e rápidas 
• que a manutenção de estoques representa parcela significativa do ativo da 
empresa, etc. 
 
 
1.1.4 O Administrador de Materiais. 
 
É o profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a direção da empresa na 
área de materiais, buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e 
produtividade. Exerce o processo administrativo dentro da área de recursos materiais e 
patrimoniais. 
 
1.1.5 Avaliação de Desempenho na Área de Materiais. 
 
Dentro de cada uma das subáreas da administração de materiais poderão ser 
estabelecidos indicadores de desempenho próprios que devem fornecer informações 
sobre a realidade da área de materiais, possibilitando assim a tomada de ações 
corretivas de forma a eliminar os desvios, e para isso é preciso que: 
 
• Os dados coletados sejam completos e confiáveis; 
• Que expressem informação de valor para a empresa 
• Devem ser simples de forma a que os próprios operadores possam coletá-los sem 
 confusão 
• Devem ser de fácil entendimento por todos 
 
 
Como exemplos podemos citar: 
 
• % de erros nas ordens de compra 
• % de itens comprados recebidos na data correta 
• % de falta de matérias-primas 
• Rotatividade dos estoques 
• % do ativo imobilizado em estoques 
• % de produtos acabados entregues aos clientes nas datas combinadas, etc. 
 
1.1.6 Evolução Histórica e Desafios da Administração de Materiais 
 
A atividade de material existe desde a mais remota época, através das trocas de 
caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução 
Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto a 
existência do ser humano.A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX, acirrou 
a concorrência de mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, 
fazendo com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importância. Este período 
foi marcado por modificações profundas nos métodos do sistema de fabricação e 
estocagem em maior escala. O trabalho, até então, totalmente artesanal foi em parte 
substituído pelas máquinas, fazendo com a produção evoluísse para um estágio 
tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a ser vistos sob um outro 
prisma pelas administrações. A constante evolução fabril, o consumo,as exigências dos 
consumidores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à 
Administração de Materiais,fazendo com que a mesma fosse vista como uma arte e uma 
ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma organização, seja ela 
qualquer que fosse.Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de 
que materiais devem ser administrados cientificamente foi,sem dúvida, as duas grandes 
guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de conquistas como, 
principalmente,o empreendimento de Napoleão Bonaparte. Em todos os embates ficou 
comprovado que o fator abastecimento ou suprimento se constituiu em elemento de vital 
importância e que determinou o sucesso ou o insucesso dos empreendimentos. Soldados 
e estratégias por mais eficazes que fossem, eram insuficientes para o alcance dos 
resultados esperados. Munições, equipamentos,víveres, vestuários adequados, 
combustíveis foram, são e serão necessários sempre, no momento oportuno e no local 
certo, isto quer dizer que administrar materiais é como administrar informações: “quem 
os têm quando necessita, no local e na quantidade necessária, possui ampla 
possibilidade de ser bem sucedido”.Para refletir: “Nos dias de hoje - Qual será a 
importância da Administração de Materiais no projeto de um ônibus espacial?”. 
 
Se considerarmos a posição do homem de produção e de vendas seu desejo é de 
que exista a maior quantidade de matérias-primas e produtos acabados, respectivamente, 
estocados de forma a poder atender as suas necessidades. Porém sendo a 
manutenção de estoques algo extremamente caro para a empresa é preciso que o 
Administrador de Materiais equilibre os mesmos de forma a satisfazer ambos, os 
administradores de produção e vendas e também ao administrador financeiro. 
 
Sendo assim várias tem sido as etapas que vem ocorrendo dentro da 
administração de materiais cabendo ressaltar algumas delas tais como: 
 
• A logística – operação integrada, que trata das atividades de movimentação e 
 armazenagem, que facilitam o fluxo de materiais e produtos desde a aquisição até o 
 ponto de consumo final, bem como dos fluxos de informações; 
• Técnicas japonesas de administração tais como o JIT/Kanban; 
• Desenvolvimento de Parcerias – fornecedores preferenciais; 
• Programação de fornecedores – manter uma programação integrada entre o 
 PCP da fábrica e o fornecedor via EDI (Eletronic Data Interchange) ou Internet; 
• Uso de simulações; 
• Uso de CEP para identificar rapidamente as variações nos processos, etc. 
 
Com relação aos desafios o continuará sendo a busca do equilíbrio entre o nível 
dos estoques os recursos financeiros disponíveis. Quanto manter em estoque com 
o menor risco de falta de materiais. Como atender a esta equação. 
 
A tendência aponta para uma necessidade crescente no desenvolvimento de 
técnicas de previsão que possibilitem minimizar as possibilidades de erro na 
administração dos recursos materiais. Será necessário que a área de materiais e 
seu administrador sejam os mais dinâmicos possíveis de forma a responder de 
forma rápida as movimentações do mercado. Para isso um excelente suporte de 
informática é fundamental, fornecendo as informações em tempo real. 
 
A integração entre as empresas, fornecedores e compradores, deve ser cada vez 
mais intensa buscando ganhos para a cadeia como um todo. 
 
 
1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS 
 
Segundo Viana (2006): A classificação é o processo de aglutinação de materiais 
por características semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques 
depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa. 
 
Classificar materiais é reunir itens de estoque de acordo com suas características 
semelhantes. O sistema classificatório permite identificar e decidir prioridades 
referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de estoques, em que os 
materiais necessários ao funcionamento da empresa não faltam, depende de uma boa 
classificação dos materiais. 
 
Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de materiais. 
Estudaremos somente os mais comuns e conhecidos, o que lhe permitirá entender o 
processo e, se necessário, adaptá-los às necessidades de cada empresa. 
 
Para Viana (2006) um bom método de classificação deve ter algumas 
características: ser abrangente, flexível e prático: 
 
 Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, em vez de reunir apenas materiais 
para serem classificados; 
 Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação de modo que se 
obtenha ampla visão do gerenciamento do estoque; 
 Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. 
 
Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie os 
vários tipos de classificação. 
 
1.2.1 Tipos de Classificação 
 
Para Viana (2006,) os principais tipos de classificação são: 
 
 Por tipo de demanda 
 Materiais Críticos 
 Perecibilidade 
 Quanto à periculosidade 
 Possibilidade de fazer ou comprar 
 Tipos de estocagem 
 Dificuldade de aquisição 
 Mercado fornecedor 
 
Serão abordadas as principais características e subdivisões de cada um deles: 
 
 
 
 
a) Classificação por Tipo de Demanda 
 
A classificação por tipo de demanda é uma classificação bastante utilizada nas 
empresas. Ela se divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. 
 
 
 
 Materiais não de estoque 
 
São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos 
parâmetros para o ressuprimento. Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, 
a inexistência de regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais 
somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em que isso se faça 
necessário. O usuário é que solicita sua aquisição quando necessário. Devem ser 
comprados para uso imediato e se forem utilizados posteriormente, devem ficar 
temporariamente no estoque. 
 
 Materiais de estoque 
 
São materiais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para que 
não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimento automático. Devem 
existir no estoque, seu ressuprimento deve ser automático, com base na demanda 
prevista e na importância para a empresa. 
 
Os materiais de estoque se subdividem ainda; 
 
 Quanto à aplicação 
 Quanto ao valor de consumo 
 Quanto à importância operacional 
 
 Quanto à aplicação eles podem ser: 
 
 Materiais produtivos: compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao 
processo produtivo. 
 
 Matérias primas: materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e 
fazem parte do processo produtivo. 
 
 Produtos em fabricação: também conhecidos como materiais em processamento são 
os que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Não estão mais no 
almoxarifado porque já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque 
ainda não são produtos acabados. 
 
 Produtos acabados: produtos já prontos. 
 
 Materiais de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização 
repetitiva. 
 
 Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao produto no processo 
produtivo da empresa. 
 
 Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores da 
empresa. 
 
 
 
Quanto ao valor do consumo: 
 
 Para que se alcance a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe de 
forma clara, aquilo que é essencial do que é secundário em termos de valor de consumo. 
Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta chamada de curva ABC ou 
Curva de Pareto, que será aprofundada posteriormente, que determina a importância dos 
materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo em determinado período. 
 
Os materiais são classificados em materiais: 
 
 Materiais A: materiais de grande valor de consumo; 
 Materiais B: materiais de médiovalor de consumo; 
 Materiais C: materiais de baixo valor de consumo. 
 
Quanto à importância operacional: 
 
Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de 
dificuldade para se obter o material. 
 
Os materiais são classificados em materiais: 
 
 
Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa; 
Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar; 
Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona 
paralisação da produção. 
 
Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles 
provocam a paralisação de atividades essenciais e podem colocar em risco o ambiente, 
pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto 
prazo. 
 
Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis para as 
atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em curto prazo. 
Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não 
oferecem riscos à segurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização 
e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados. 
 
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes 
perguntas: 
 
O material é imprescindível à empresa? 
Pode ser adquirido com facilidade? 
Existem similares? 
 
O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente? 
 
b) Materiais Críticos 
 
Classificação muito utilizada por indústrias. São materiais de reposição específica, 
cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o risco. Por serem 
sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua 
utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência. A quantidade de 
material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínima. Os 
materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios: 
 
 Críticos por problemas de obtenção: material importado; único fornecedor; falta 
no mercado; estratégico e de difícil obtenção ou fabricação. 
 
 Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado com alto custo de 
armazenagem ou de transporte. 
 
 Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de 
alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões. 
 
 Críticos por problema de previsão: ser difícil prever seu uso • 
 
 Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de reposição ou para 
equipamento vital da produção. 
 
c) Materiais Perecíveis 
 
Os materiais também podem ser classificados de acordo com a possibilidade de 
extinção de suas propriedades físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia 
na classificação; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado em um 
período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais 
necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos períodos. 
 
Quanto à possibilidade de se extinguirem, seja dentro do prazo previsto para sua 
utilização, seja por ação imprevista, os materiais podem ser classificados em: perecível 
e não perecível. 
 
A utilização da classificação por perecimento permite as seguintes medidas: 
 
 Determinar lotes de compra mais racionais, em função do tempo de 
armazenagem permitido; 
 Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem a fim de 
corrigi-las e baixar materiais sem condições de uso; 
 Selecionar adequadamente os locais de estocagem, usando técnicas adequadas 
de manuseio e transporte de materiais, bem como transmitir 
 orientações aos funcionários envolvidos quanto aos cuidados a serem 
observados. 
 
 
d) Materiais de alta Periculosidade 
 
O uso dessa classificação permite a identificação de materiais que devido a suas 
características físico-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, 
transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. 
 
 
e) Por tipo de estocagem 
 
Os materiais podem ser classificados em materiais de estocagem permanente e 
temporária. 
 
Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque e que 
necessitam de ressuprimento constantes. 
 
Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressuprimento, ou seja, é um 
material não de estoque. 
 
 
 
f) Materiais de Difícil Aquisição 
 
Os materiais podem ser classificados por suas dificuldades de compra em 
materiais de difícil aquisição e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir 
de: 
 
 Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronograma de fabricação 
 longo; 
 Escassez no mercado: há pouca oferta no mercado e pode colocar em risco o 
 processo produtivo; 
 Sazonalidade: há alteração da oferta do material em determinados períodos do ano; 
 Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um único fornecedor; 
 Logística sofisticada: material de transporte especial, ou difícil acesso; 
 Importações: os materiais sofrer entraves burocráticos, liberação de verbas ou 
 financiamentos externos. 
 
 
g) Quanto ao Mercado Fornecedor 
 
Esta classificação está intimamente ligada à anterior e a complementa. Assim 
temos: 
 
 Materiais do mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; 
 Materiais do mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; 
 Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvolvendo 
 fornecedores nacionais. 
 
Acabamos de ver oito tipos principais de classificação de materiais, eles não 
necessitam trabalhar separadamente, e alguns deles recebem indicações explícitas para 
que trabalhem em conjunto com outra classificação, tornando mais eficaz a gestão dos 
estoques. 
 
 
 
Exercícios da Unidade 1 
 
 
 
1) Cite e comente três tipos de recursos empresariais 
 
2) O que são fatores de produção? 
 
3) Qual o escopo da administração de materiais? 
 
4) Qual o objetivo da administração de materiais? 
 
5) Como avaliar o desempenho da área de materiais? 
 
6) Quais os desafios da administração de materiais? 
 
7) Como se classificam os materiais? 
 
8) Explique a possibilidade de fazer ou comprar

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