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1.0 RECURSOS, ENFOQUES, E TENDENCIAS E CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS Não há como uma empresa funcionar sem a existência de recursos, sejam eles financeiros, humanos ou materiais, sejam estes relacionados aos insumos ou aos bens patrimoniais indispensáveis no processo de fabricação. Com a crescente concorrência existente por um participação no mercado consumidor as empresas buscam identificar formas de melhorar seus desempenhos, encontrando maneiras diferentes de obterem vantagens competitivas. Uma das formas de obter uma vantagem, se não competitiva, mas pelo menos comparativa é através de uma boa gestão dos recursos materiais e patrimoniais. Com os custos crescentes é importante gerir bem seus estoques e seu patrimônio produtivo de forma a utilizá-los com a máxima eficiência e eficácia. è sobre isso que estaremos falando a partir de agora. 1.1 RECURSOS Administrar recursos escassos tem sido a preocupação dos gerentes, engenheiros, administradores e praticamente todas as pessoas direta ou indiretamente ligadas às atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis quanto na prestação de serviços. O espectro de recursos administráveis é bem amplo, podendo desdobrar-se em uma infinidade de disciplinas, cada uma delas com características peculiares, necessitando profissionais especialmente formados e treinados para tal. As empresas precisam e têm a sua disposição cinco tipos de recursos: materiais, patrimoniais, de capital ou financeiro, humano e tecnológico. Entretanto os recursos materiais serão o foco do nosso estudo. Os demais constituem objeto de outras disciplinas. Por exemplo, os recursos humanos são estudados na disciplina administração de recursos humanos; os recursos financeiros, na disciplina Administração Financeira; e os recursos tecnológicos, em disciplinas como Sistema de Informações Gerenciais, Informática ou Administração Tecnológica. Todas essas disciplinas são normalmente cobertas nos currículos dos cursos de Administração de Empresas, Economia, Ciências Contábeis e Engenharia. A administração dos recursos materiais engloba a sequencia de operações que tem seu início na identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. A Figura 1.1 ilustra esse ciclo. Ciclo da Administração de Materiais Fluxograma Adaptado do Livro de Petrônio Garcia Martins, e Paulo Renato Campus A administração de recursos patrimoniais trata da sequencia de operações que, assim como a administração dos recursos materiais, tem início na identificação do fornecedor, passando pela compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção ou, quando for o caso, alienação. 1.1.1 Fatores de Produção É importantíssimo que desde já definamos o que vem a ser recursos. Utilizaremos a conceituação que entende por recursos tudo aquilo que gera ou tem a capacidade gerar riqueza, no sentido econômico do termo. Dessa forma, os clássicos fatores de produção – capital, terra (ou natureza) e trabalho – são recursos e, como tal, devem ser administração. Clientes Transportes Demanda Expedição Armazenagem do Produto Acabado Identificar Fornecedor Comprar Materiais Movimentação Recebimento de armazenagem Transportar Assim, um item de estoque é um recurso, pois, agregado a um produto em processo, irá constituir-se em um produto acabado, que deverá ser vendido por um preço superior ao somatório de todos os custos incorridos em sua fabricação. De modo análogo, um edifício que abriga as instalações de uma empresa é um recurso, já que é essencial a seu funcionamento. As pessoas que trabalham na empresa também constituem recursos, pois com seu conhecimento geram novas ideias, que são transformadas em novos produtos, novos métodos de trabalho, serviços cada vez mais adequados ao uso dos consumidores. O capital, sob a forma de numerário, é o recursos mais facilmente reconhecido, por sua característica de liquidez, que faz com que ele possa ser utilizado inclusive na aquisição de outros recursos. A tecnologia é um recursos que ganha importância a cada dia. Assim, tecnologias mais avançadas produzem um diferencial em relação às anteriores, normalmente traduzido em menores custos, ou um outro diferencial que possa ser transformado em algum tipo de vantagem econômica, como maior lucro. Bens Por transmitirem a ideia de que são capazes de gerar produtos e serviços e, portanto, produzir riquezas, os bens são muitas vezes considerados como sinônimos de recursos. Assim, um automóvel, considerado como um bem móvel, pode ser utilizado na prestação de serviço com valor econômico, e como tal é um recursos. Patrimônio Patrimônio pode ser conceituado como o conjunto de bens, valores, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica que possa ser avaliado monetariamente e que seja utilizado na realização de seus objetivos sociais. Administrar o patrimônio significa gerir direitos e obrigações, ou, de outro modo, os ativos e passivos da empresa. Muitas vezes o passivo é maior que o ativo, gerando o que de denomina patrimônio liquido negativo. Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo O foco de nosso trabalho será o estudo dos bens patrimoniais, que podem ser entendidos como as instalações, prédios, terrenos, equipamentos e veículos da empresa. Abordagens mais completas sobre o assunto são objeto de estudo da Administração Financeira e da Economia. 1.1.2 Recursos Tecnológicos Praticamente todos os teóricos da área da administração de materiais são unânimes em considerar a tecnologia como um fator de produção, ao lado dos recursos clássicos: natureza, trabalho e capital. Dessa forma, nada mais oportuno que uma análise um pouco mais detalhada dos recursos tecnológicos. Ao ouvirmos a palavra tecnologia, em geral a associamos com algo intangível incorporado a entidades concretas, a bens físicos, como máquinas, ferramentas e produtos químicos. Na realidades, a tecnologia abrange bem mais do que isso – ela é o corpo de conhecimentos com o qual a empresa conta para produzir produtos e serviços. Então, da mesma forma que temos de gerenciar materiais, patrimônio, recursos humanos e de capital, temos de gerir o conhecimento dentro das empresas. Isso significa saber como ele é adquirido, como se aprimora e como é transmitido, aplicado e preservado. O conhecimento é parte da cultura da empresa, e os fatos têm demonstrado que ele não é de nenhuma forma ilimitado, isto é, cada empresa tem competências básicas que lhe permitem ser líder em determinados campos, mas não em todos. O negocio essencial – também conhecido como core business, ou foco da atividade – é fundamental para a competitividade. Isso precisa ser bem entendido, já que não significa uma atitude drástica: não é necessária nem a superespecialização – que restringe o campo de atuação -, nem a extrema diversificação – que enfraquece a realização dos objetivos. Fala-se cada vez mais na organização que aprende, ou em inglês, learning organization, isto é, que dedica uma parcela do cotidiano como fonte de feedback de seu conhecimento acumulado, possibilitando acertos de rumo em função de novos conhecimentos adquiridos. O ciclo PDCA de Edward Deming, um dos principais gurus da qualidade, mostrado na Figura 1.2, é umaforma de agir que resume de maneira simples o ciclo de renovação e acumulação. Ele serve tanto para a implementação de novas ideias como para a resolução de problemas. Os recursos tecnológicos da empresa devem ser planejados (P), desenvolvidos (D), controlados (C), e ter ações (A) sobre eles tomadas de acordo com informações geradas interna ou externamente à empresa. O ciclo é encerrado ao atingir os objetivos. Os principais recursos tecnológicos que analisaremos neste livro serão os que mais de perto afetarão o dia a dia das organizações, pois ele interferem direta ou indiretamente no produto, no serviço, nos processos, na própria gestão e informação. A Visão Geral da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais Fluxograma Adaptado do Livro de Petrônio Garcia Martins, e Paulo Renato Campus RECURSOS Materiais Patrimoniais Capital Humanos Tecnológicos Estoques Instalações Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Materiais Auxiliares Compras Logística Interna Logística Externa Fornecedores Clientes 1.1.3 Conceito, Objetivos da Administração de Materiais: Administração de Recursos Materiais engloba a sequência de operações que tem início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento (armazenagem), em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. A administração de materiais é muito mais do que o simples controle de estoques, envolve um vasto campo de relações que são interdependentes e que precisam ser bem geridos para evitar desperdícios.A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital investido e para atingir mais lucro ela deve usar o capital para que este não permaneça inativo. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em estoque seja necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. Contudo, a manutenção de estoques requer investimentos e gastos elevados; evitar a formação ou, quando muito, tê-los em número reduzidos de itens e em quantidade mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários é o conflito que a administração de materiais visa solucionar. O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa,minimizando as necessidades de capital investido.A grande questão é poder determinar qual a quantidade ideal de material em estoque, onde tanto os custos, como os riscos de nãopoder satisfazer a demanda serão os menores possíveis.A Administração de Materiais tem por finalidade principal assegurar o contínuo abastecimento de artigos necessários para comercialização direta ou capaz de atender aos serviços executados pela empresa. As empresas objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus produtos possam ser competitivos no mercado. Mais especificamente, os materiais precisam ser de qualidade produtiva para assegurar a aceitação do produto final. Precisam estar na empresa prontos para o consumo na data desejada e com um preço de aquisição acessível, a fim de que o produto possa ser competitivo e assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital investido.Seguem os principais objetivos da área de Administração de Recursos Materiais Sendo o ambiente competitivo como é faz-se necessário a busca de alternativas de vencer os concorrentes. A administração de materiais é bastante ampla e pode contribuir a partir do momento que envolve as seguintes atividades: • Gerenciamento dos recursos materiais: • Gerenciamento dos estoques • Produtos/materiais em processo • Produtos acabados • Gerenciamento dos Recursos Patrimoniais: • Equipamentos • Instalações, prédios, veículos, etc. • Compras: • O que deve ser comprado • Como deve ser comprado • Quando deve ser comprado • Onde deve ser comprado • De quem deve ser comprado • Por que preço deve ser comprado • Em que quantidade deve ser comprado • Logística interna e • Logística Externa Do desempenho satisfatório dessas atividades dependem os Departamentos de Vendas, Produção, Manutenção, os Setores Administrativos, etc. Tem-se de considerar: • que o número de itens e a diversidade dos mesmos é grande, • que as informações tem de ser precisas e rápidas • que a manutenção de estoques representa parcela significativa do ativo da empresa, etc. 1.1.4 O Administrador de Materiais. É o profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a direção da empresa na área de materiais, buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e produtividade. Exerce o processo administrativo dentro da área de recursos materiais e patrimoniais. 1.1.5 Avaliação de Desempenho na Área de Materiais. Dentro de cada uma das subáreas da administração de materiais poderão ser estabelecidos indicadores de desempenho próprios que devem fornecer informações sobre a realidade da área de materiais, possibilitando assim a tomada de ações corretivas de forma a eliminar os desvios, e para isso é preciso que: • Os dados coletados sejam completos e confiáveis; • Que expressem informação de valor para a empresa • Devem ser simples de forma a que os próprios operadores possam coletá-los sem confusão • Devem ser de fácil entendimento por todos Como exemplos podemos citar: • % de erros nas ordens de compra • % de itens comprados recebidos na data correta • % de falta de matérias-primas • Rotatividade dos estoques • % do ativo imobilizado em estoques • % de produtos acabados entregues aos clientes nas datas combinadas, etc. 1.1.6 Evolução Histórica e Desafios da Administração de Materiais A atividade de material existe desde a mais remota época, através das trocas de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto a existência do ser humano.A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX, acirrou a concorrência de mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importância. Este período foi marcado por modificações profundas nos métodos do sistema de fabricação e estocagem em maior escala. O trabalho, até então, totalmente artesanal foi em parte substituído pelas máquinas, fazendo com a produção evoluísse para um estágio tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a ser vistos sob um outro prisma pelas administrações. A constante evolução fabril, o consumo,as exigências dos consumidores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à Administração de Materiais,fazendo com que a mesma fosse vista como uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma organização, seja ela qualquer que fosse.Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de que materiais devem ser administrados cientificamente foi,sem dúvida, as duas grandes guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de conquistas como, principalmente,o empreendimento de Napoleão Bonaparte. Em todos os embates ficou comprovado que o fator abastecimento ou suprimento se constituiu em elemento de vital importância e que determinou o sucesso ou o insucesso dos empreendimentos. Soldados e estratégias por mais eficazes que fossem, eram insuficientes para o alcance dos resultados esperados. Munições, equipamentos,víveres, vestuários adequados, combustíveis foram, são e serão necessários sempre, no momento oportuno e no local certo, isto quer dizer que administrar materiais é como administrar informações: “quem os têm quando necessita, no local e na quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido”.Para refletir: “Nos dias de hoje - Qual será a importância da Administração de Materiais no projeto de um ônibus espacial?”. Se considerarmos a posição do homem de produção e de vendas seu desejo é de que exista a maior quantidade de matérias-primas e produtos acabados, respectivamente, estocados de forma a poder atender as suas necessidades. Porém sendo a manutenção de estoques algo extremamente caro para a empresa é preciso que o Administrador de Materiais equilibre os mesmos de forma a satisfazer ambos, os administradores de produção e vendas e também ao administrador financeiro. Sendo assim várias tem sido as etapas que vem ocorrendo dentro da administração de materiais cabendo ressaltar algumas delas tais como: • A logística – operação integrada, que trata das atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de materiais e produtos desde a aquisição até o ponto de consumo final, bem como dos fluxos de informações; • Técnicas japonesas de administração tais como o JIT/Kanban; • Desenvolvimento de Parcerias – fornecedores preferenciais; • Programação de fornecedores – manter uma programação integrada entre o PCP da fábrica e o fornecedor via EDI (Eletronic Data Interchange) ou Internet; • Uso de simulações; • Uso de CEP para identificar rapidamente as variações nos processos, etc. Com relação aos desafios o continuará sendo a busca do equilíbrio entre o nível dos estoques os recursos financeiros disponíveis. Quanto manter em estoque com o menor risco de falta de materiais. Como atender a esta equação. A tendência aponta para uma necessidade crescente no desenvolvimento de técnicas de previsão que possibilitem minimizar as possibilidades de erro na administração dos recursos materiais. Será necessário que a área de materiais e seu administrador sejam os mais dinâmicos possíveis de forma a responder de forma rápida as movimentações do mercado. Para isso um excelente suporte de informática é fundamental, fornecendo as informações em tempo real. A integração entre as empresas, fornecedores e compradores, deve ser cada vez mais intensa buscando ganhos para a cadeia como um todo. 1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS Segundo Viana (2006): A classificação é o processo de aglutinação de materiais por características semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa. Classificar materiais é reunir itens de estoque de acordo com suas características semelhantes. O sistema classificatório permite identificar e decidir prioridades referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos materiais. Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de materiais. Estudaremos somente os mais comuns e conhecidos, o que lhe permitirá entender o processo e, se necessário, adaptá-los às necessidades de cada empresa. Para Viana (2006) um bom método de classificação deve ter algumas características: ser abrangente, flexível e prático: Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, em vez de reunir apenas materiais para serem classificados; Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerenciamento do estoque; Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie os vários tipos de classificação. 1.2.1 Tipos de Classificação Para Viana (2006,) os principais tipos de classificação são: Por tipo de demanda Materiais Críticos Perecibilidade Quanto à periculosidade Possibilidade de fazer ou comprar Tipos de estocagem Dificuldade de aquisição Mercado fornecedor Serão abordadas as principais características e subdivisões de cada um deles: a) Classificação por Tipo de Demanda A classificação por tipo de demanda é uma classificação bastante utilizada nas empresas. Ela se divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Materiais não de estoque São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no estoque. Materiais de estoque São materiais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimento automático. Devem existir no estoque, seu ressuprimento deve ser automático, com base na demanda prevista e na importância para a empresa. Os materiais de estoque se subdividem ainda; Quanto à aplicação Quanto ao valor de consumo Quanto à importância operacional Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos: compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao processo produtivo. Matérias primas: materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo produtivo. Produtos em fabricação: também conhecidos como materiais em processamento são os que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Não estão mais no almoxarifado porque já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa. Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores da empresa. Quanto ao valor do consumo: Para que se alcance a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo que é essencial do que é secundário em termos de valor de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta chamada de curva ABC ou Curva de Pareto, que será aprofundada posteriormente, que determina a importância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo em determinado período. Os materiais são classificados em materiais: Materiais A: materiais de grande valor de consumo; Materiais B: materiais de médiovalor de consumo; Materiais C: materiais de baixo valor de consumo. Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter o material. Os materiais são classificados em materiais: Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa; Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar; Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção. Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados. Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente? b) Materiais Críticos Classificação muito utilizada por indústrias. São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência. A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínima. Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios: Críticos por problemas de obtenção: material importado; único fornecedor; falta no mercado; estratégico e de difícil obtenção ou fabricação. Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte. Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões. Críticos por problema de previsão: ser difícil prever seu uso • Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção. c) Materiais Perecíveis Os materiais também podem ser classificados de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos períodos. Quanto à possibilidade de se extinguirem, seja dentro do prazo previsto para sua utilização, seja por ação imprevista, os materiais podem ser classificados em: perecível e não perecível. A utilização da classificação por perecimento permite as seguintes medidas: Determinar lotes de compra mais racionais, em função do tempo de armazenagem permitido; Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem a fim de corrigi-las e baixar materiais sem condições de uso; Selecionar adequadamente os locais de estocagem, usando técnicas adequadas de manuseio e transporte de materiais, bem como transmitir orientações aos funcionários envolvidos quanto aos cuidados a serem observados. d) Materiais de alta Periculosidade O uso dessa classificação permite a identificação de materiais que devido a suas características físico-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. e) Por tipo de estocagem Os materiais podem ser classificados em materiais de estocagem permanente e temporária. Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressuprimento, ou seja, é um material não de estoque. f) Materiais de Difícil Aquisição Os materiais podem ser classificados por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisição e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de: Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronograma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalidade: há alteração da oferta do material em determinados períodos do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte especial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. g) Quanto ao Mercado Fornecedor Esta classificação está intimamente ligada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvolvendo fornecedores nacionais. Acabamos de ver oito tipos principais de classificação de materiais, eles não necessitam trabalhar separadamente, e alguns deles recebem indicações explícitas para que trabalhem em conjunto com outra classificação, tornando mais eficaz a gestão dos estoques. Exercícios da Unidade 1 1) Cite e comente três tipos de recursos empresariais 2) O que são fatores de produção? 3) Qual o escopo da administração de materiais? 4) Qual o objetivo da administração de materiais? 5) Como avaliar o desempenho da área de materiais? 6) Quais os desafios da administração de materiais? 7) Como se classificam os materiais? 8) Explique a possibilidade de fazer ou comprar
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