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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Paulo Nader
- Norma Jurídica
Conceito de Norma Jurídica:
A norma exerce o papel de ser o instrumento de definição da conduta exigida pelo Estado, vislumbrando a possibilidade da convivência dos homens em sociedade. São fórmulas de agir, determinações fixam pautas do comportamento interindividual. Através de tais regras, o Estado dispõe também quanto á sua própria organização. Em síntese, a norma jurídica é a conduta exigida ou modelo imposto de organização social.
Características das normas jurídicas:
Segundo Miguel Reale: ‘’O que efetivamente caracteriza uma norma jurídica, de qualquer espécie, é o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira obrigatória e objetiva’’.
As normas jurídicas apresentam os seguintes caracteres:
Bilateralidade: Em toda relação jurídica há sempre um sujeito ativo portador do Direito subjetivo e um sujeito passivo que possui o dever jurídico.
Generalidade: A norma jurídica é preceito de ordem geral, que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica.
Abstratividade: Visando atingir o maior número possível de situações, a norma jurídica é abstrata.
Imperatividade: As normas jurídicas possuem caráter imperativo.
Coercibilidade: Possibilidade de uso da coação.
Sociabilidade Humana:
A própria constituição física do ser humano revela que ele foi programado para conviver e se completar com outro ser de sua espécie. A prole, decorrência natural da união, passa a atuar como fator de organização e estabilidade do núcleo familiar. O pequeno grupo, formado não apenas pelo interesse material, mas pelos sentimentos de afeto, tende a propagar-se em cadeia, com a formação de outros pequenos núcleos, até se chegar á constituição de um grande grupo social.
Examinando o fenômeno da sociabilidade humana, Aristóteles considerou o homem fora da sociedade ‘’um bruto ou um deus’’, significando algo inferior ou superior á condição humana.
É na sociedade e não fora dela que o homem encontra o complemento ideal ao desenvolvimento de suas faculdades, de todas as potências que carrega em si. Por não conseguir a auto realização, concentra os seus esforços na construção da sociedade, seu habitat natural e que representa o grande empenho do homem para adaptar o mundo exterior ás suas necessidades de vida.
Os Estados da Natureza:
O homem possui instinto de vida gregária. Segundo Del Vecchio, fora da sociedade não há condições de vida para o homem.
A Interação Social:
Os processos de mútua influência, de relações interindividuais e intergrupais que se formam sob a força de variados interesses, denominando-se interação social. Na relação interindividual, o ego e o alter se colocam frente afrente. A interação social se apresenta sob as formas de cooperação, competição e conflito e encontra no Direito a sua garantia, o instrumento de apoio que protege a dinâmica das ações. O Direito só irá disciplinar as formas de cooperação e competição quando houver relação potencialmente conflituosa. Os conflitos são fenômenos naturais á sociedade, podendo-se até dizer que lhe são inerentes. Quanto mais complexa a sociedade e quanto mais se desenvolve, mais se sujeita a novas formas de conflito.
A Ação do Direito:
O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é a de favorecer o amplo relacionamento entre pessoas e grupos sociais. Ao separar o lícito do ilícito, segundo valores de convivência que a própria sociedade elege, o ordenamento jurídico torna possíveis os nexos de cooperação, a disciplina e a competição, estabelecendo as limitações necessárias ao equilíbrio e à justiça nas relações. O Direito deve ter como qualidades: clareza, simplicidade e concisão de suas regras. O Direito deve apresentar solução de acordo com a natureza do caso. O silogismo da sociedade expressa os elos que vinculam o homem, a sociedade e o Direito: Ubi homo, ibi societas; ubi societas ibi jus; ergo, ubi homo, ibi jus – Ondem o homem, aí a sociedade; onde a sociedade, aí o direito; logo, onde o homem, aí o direito. A sociedade sem o Direito não resistiria, seria anárquica, teria o seu fim. O Direito é a grande coluna que sustenta a sociedade. Criado pelo homem para corrigir a sua imperfeição, o Direito representa um grande esforço para adaptar o mundo exterior ás suas necessidades de vida. A mútua dependência entre Direito e Sociedade.
Fato Social e Direito:
Direito e sociedade são entidades congênitas que se pressupõem. O Direito não tem existência em si próprio. Ele existe na sociedade, a sua causa material está nas relações de vida. A sociedade, ao mesmo tempo, é fonte criadora e área de ação do Direito. Existindo em função da sociedade, O Direito deve ser estabelecido á sua imagem, conforme as peculiaridades, refletindo os fatos sociais. As normas jurídicas devem achar-se conforme as manifestações do povo. Os fatos sociais, porém, não são as matrizes do Direito, exercendo importante influência, mas o condicionamento não é absoluto. A sociedade, ao estabelecer fatos sociais contrários à natureza social do homem não deve ser acompanhada pelo Direito que deve superar os fatos existentes impondo5lhes modificações. O Direito não representa somente instrumento de disciplinamento social, garantindo a segurança do homem, a sua vida, a sua liberdade e patrimônio. A sua meta é mais ampla, é a de promover o bem comum, que implica justiça, segurança, bem estar e progresso. O Direito, na atualidade, é um fator decisivo para o avanço social.
Instrumentos do Controle Social:
O Direito não é o único instrumento responsável pela harmonia da vida social. A moral, a religião e regras de trato social são outros processos normativos que condicionam a vivência do homem na sociedade. De todos, porém, o Direito é o que possui maior pretensão de efetividade, pois não se limita a escrever modelos de conduta social, simplesmente sugerindo ou aconselhando. A coação- força a serviço do Direito- é um dos seus elementos inexistente nos setores da Moral, regras de trato social e Religião.
Normas Éticas e Normas Técnicas:
A atividade humana além de subordinar-se Ás leis da natureza e conduzir-se conforme as normas éticas, ditadas pelos Direito, Moral, Religião e Regras detrato social, tem necessidade de orientar-se pelas chamadas normas técnicas, ao desenvolver o seu trabalho e constituir objetos culturais. Enquanto as normas técnicas indicam fórmulas do fazer e são apenas meios que irão capacitar o homem a atingir resultados. Essas normas tidas como técnicas não constituem deveres, mas possuem caráter de imposição aqueles que desejam obter determinados fins. Tais normas são neutras em relação aos valores, podendo ser empregadas para o bem e para o mal. Segundo São Tomás de Aquino: essas normas foram definidas como: ‘’certa ordenação da razão acerca de como, por quais meios, os atos humanos chegaram a seu fim devido’’. As normas técnicas orientam a elaboração dos textos legislativos.
Direito e Moral:
Direito e Moral são instrumentos de controle social que não se excluem, mas se completam e mutuamente se influenciam. Apesar de cada um possuir um objetivo próprio, estes instrumentos atuam conjuntamente. Tais instrumentos não são separados e isolados, caracterizando-se como absolutamente aut6nomos. O Direito é grandemente influenciado pela Moral. Segundo Giorgio Del Vecchio, ‘’Direito e Moral são conceitos que se distinguem, mas não se separam’’.
A moral identifica-se com a noção de bem, que constitui o seu valor. Considera-se bem tudo aquilo que promove o homem de forma integral (realização pela do homem) e integrada (condicionamento a idêntico interesse do próximo).
O Direito ao mesmo tempo que impõe um dever jurídico a alguém, atribui um direito subjetivo a outrem. A moral possui uma estrutura mais simples, pois apenas impõe deveres. É fundamental ressaltar que o Direito não deve interferir no plano do pensamento, da consciência, bem como dos atos que não se exteriorizam. A coação, portanto, somente semanifesta na hipótese da não observância dos preceitos legais. A Moral carece do elemento coativo. É incoercível. Nem por isso, as normas da moral social deixam exercer uma certa intimidação. A inobservância dos princípios morais provoca uma reação por parte dos membros que integram o corpo social.
O Direito e As Regras de Trato Social:
As Regras de Trato Social são padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e que, não resguardando os interesses de segurança do homem, visam tornar o ambiente social mais ameno, sob a pressão da própria sociedade. São as regras de cortesia, etiqueta, protocolo, cerimonial, moda, linguagem, educação, decoro, companheirismo, amizade, etc. O papel das Regras de Trato Social é o de propiciar um ambiente de efetivo bem-estar aos membros da coletividade, favorecendo os processos de interação social, tornando agradável a convivência, mais amenas as disputas, possível o diálogo. Tais regras não são independentes, mas complementares, visto eu pressupõem a atuação de valores fundamentais do Direito e da Moral. A sanção que as Regras de trato Social oferecem é difusa, incerta e consiste na reprovação, na censura, crítica, rompimento de relações sociais e até expulsão do grupo.
Conceito de Justiça:
A definição clássica da justiça foi uma elaboração da cultura greco-romana, baseada nas concepções de Platão e Aristóteles: ‘’Justiça é a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu’’, tal conceito é verdadeiro e definitivo e vale para todas as épocas e lugares, o que sofre variação de acordo com a evolução cultural e sistemas políticos, é o que deve ser atribuído a cada um. Segundo Locke, a justiça existe apenas onde há propriedade. A palavra justo, vinculada á justiça, revela aquilo que está conforme, adequada. A parcela de ações que o Direito considera é a que se refere ás riquezas e ao mínimo ético necessário ao bem-estar da coletividade. Justiça é a síntese dos valores éticos. Praticar justiça é praticar o bem nas relações sociais. 
A importância da Justiça para o Direito:
A ideia de justiça faz parte da essência do direito. Para que a ordem jurídica seja legítima, é indispensável que seja a expressão da justiça. A justiça se torna viva no Direito quando deixa de ser apenas ideia e se incorpora ás leis, dando-lhes sentido, e passa a ser efetivamente exercitada na vida social e pratica pelos tribunais. Da mesma forma que o Direito depende da justiça para cumprir o seu papel, a justiça necessita também de se corporificar nas leis, para se tornar prática. A justiça ganha significado quando se refere ao fato social, por intermédio de normas jurídicas. Segundo Kant: ‘’Se a justiça pudesse perecer, não teria sentido nenhum valor que os homens vivessem sobre a terra’’. Segundo Platão, a justiça era a máxima virtude do indivíduo e do Estado.
Justiça e Bem Comum:
A ideia de bem comum consiste em um acervo de bens, criado pelo esforço e a participação ativa dos membros de uma coletividade e cuja missão é a de ajudar os indivíduos que dele necessitam, para a realização de seus fins existenciais. Segundo Alípio Silveira: ‘’o primeiro dos bens comuns aos homens é a própria existência na sociedade, a existência de uma ordem em suas relações sociais’’. A justiça é um valor compreensivo que absorve a ideia de bem comum.

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