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O Fenômeno da adaptação humana Aspectos gerais: Para alcançar a realizações de seus projetos, o homem tem que submeter-se ás leis da natureza e construir se mundo cultural. O condicionamento imposto ao homem degeram necessidades que o torna forte, resistente e apto, capaz de viver em sociedade e conquistar o seu mundo cultural com justiça e segurança. Pelos processos internos e externos se faz a adaptação humana. Adaptação interna: Esta forma ocorre através dos órgãos, sem o elemento vontade. Esse é um mecanismo comum a todos os seres vivos, não sendo um privilégio. Os órgãos em seu interrupto trabalho superam quaisquer situações físicas na área atingida ou no todo, voltando às suas condições normais. Alexis Carrel diz: “A adaptação é essencialmente teleológica. É graças a ela que o meio se mantém constante. Que o corpo conserva a sua unidade, que se cura das doenças. É graças a ela que duramos, apesar da fragilidade e do caráter transitório do nosso corpo.” Adaptação externa: Como a natureza não supre todas as necessidades do ser humano, o homem é obrigado a gerar recursos indispensáveis com a adaptação de acomodar os objetos, as ideias e a vida social às suas carências. Por consequência surge o mundo da cultura, como: o metrô, uma canção, as crenças. Esta adaptação é, também, denominada extra orgânica. O homem precisa não só da convivência, mas também da participação social. A partir disso, ele extrai proveitos e realizações. Direito e adaptação Colocações prévias: O Direito e a sociedade apresentam um duplo sentido de adaptação: de um lado, o ordenamento jurídico depende do comportamento social para ser elaborado e, para isto, deve se ajustar às condições do meio; de outro, a sociedade tende a criar uma necessidade de adaptar seu comportamento nos padrões de comportamento estabelecido pelo Direito. A vida em sociedade pressupõe organização e implica a existência de Direito. A sociedade cria o Direito no propósito de formular as bases da justiça e segurança. Por definição, a vontade social deve ser uma expressa pelo Direito e, assim, apenas similar os valores positivos que a sociedade estima e vive. Mas se o homem não cumpre os valores do bem comum, o Direito realizará sua missão. Capítulo 3 O Direito como processo de adaptação social: É dever do Direito a regência de levar a sociedade valores como a paz, ordem e bem comum. Ele não atende as necessidades individuas, mas a uma carência da coletividade. Os processos de adaptação devem se renovar, pois somente assim o Direito será um instrumento eficaz na garantia de um equilíbrio e da harmonia social. As normas jurídicas fixam limites à liberdade do homem, mediante imposição de condutas. Se o Direito regulamentasse os atos sociais, o homem perderia a iniciativa, a sua liberdade seria utópica e passaria a viver como autômato. A adaptação das Ações Humanas ao Direito: Com o novo Direito, a sociedade passa a se articular de acordo com os novos parâmetros. Em relação aos seus interesses, os homens pautam seu comportamento e se guiam com os atuais conceitos de lícitos e ilícitos. Mesmo que as condições ambientais favoráveis não sejam obtidas da criação pura do Direito, é indispensável que a lei promulgada ganhe efetividade. Porém, mesmo que o homem tenha tendência para o bem, é fraco. Por isso a coercibilidade atua como estimulo à efetividade do Direito. A sociabilidade humana A constituição física do ser humano que ele foi promulgado pata conviver e se completar com outro ser da sua espécie. O grupo é formado a partir da prole( decorrência natural), não apenas por interesse material, mais também afetivo, até chegar a formação de um grande grupo social. Para Aristóteles, um homem fora de sociedade é “um bruto ou um deus”, que significa algo inferior ou superior à condição humana, um alienado ou um ser perfeito. Já para Santo Tomás de Alquino há três hipóteses: a) Mala fortuna (infortúnio) = o isolamento se dá em casos de naufrágios. b) Corruptio naturae (alienação mental) = o homem sem inteligência vai viver distanciado de seus semelhantes. c) Exellentia naturae (grande espiritualidade) = é quando o ser humano se distancia e constrói uma alta coluna espiritual. É na sociedade que o homem constrói seu habitat natural, que representa seu empenho para adaptar o mundo exterior às suas necessidades de vida. Capítulo 4 O “estado de natureza” O pretenso estado de natureza, em que os homens teriam vivido em solidão, originalmente, isolados uns dos outros, é mera hipótese, sem apoio na experiência e em sua dignidade científica. Através dessa hipótese se chegará à comprovação de que fora da sociedade não há condições de vida para o homem. Formas de interação social e a ação do Direito A interação social: Os processos de mútua influência, de relações interindividuais e intergrupais, que se formam sob a força de variados interesses, denominam-se interação social. A interação social se apresenta sob as formas de cooperação, competição e conflito e encontra no Direito a sua garantia, o instrumento de apoio que protege a dinâmica das ações. ➢ Cooperação: Direta e positiva. As pessoas estão movidas por um mesmo objetivo e valor e por isso conjugam o seu esforço. ➢ Competição: Indireto e positiva. Há uma disputa em que ambas almejam algo, uma visando a exclusão da outra. ➢ Conflito: Direta e negativa. Quando os interesses em jogo não logram uma solução pelo diálogo, mas sim pela luta, moral ou física. Quanto mais complexa a sociedade, quanto mais se desenvolve, mais se ajusta a novas formas de conflito e o resultado não é o de como viver e sim o da convivência. As formas de ação social não costumam desenvolver-se dentro de um único tipo de relacionamento, pois “na maior parte das situações estão intimamente ligadas a mutuamente relacionadas de diversas formas”. O solidarismo social: Léon Duguit estruturou a sua concepção a partir de denominações, respectivamente, “por semelhança” e “por divisão do trabalho”. Consideramos a expressão entrosamento social mais adequada, em virtude de que a palavra solidariedade implica uma participação consciente numa situação alheia, animus esse que não preside todas as formas de relacionamento social. A solidariedade por semelhança caracteriza pelo fato de que os membros do grupo social conjugam seus esforços em um mesmo trabalho. Na teoria de Léon Duguit, o Direito se revelaria capaz de garantir a solidariedade social e a lei seria legítima enquanto promovesse tal tipo de interação social. A ação do Direito: A finalidade do direito é favorecer o amplo relacionamento entre a s pessoas e os grupos sociais, que é uma base do progresso da sociedade. Ao separar o lícito do ilícito, o ordenamento jurídico toma possíveis os nexos de cooperação e disciplina a competição, estabelecendo as limitações necessárias ao equilíbrio e à justiça nas relações. O silogismo da sociabilidade expressa os elos que vinculam o homem, a sociedade e o Direito: Onde o homem, aí a sociedade; onde a sociedade, aí o Direito; logo, onde o homem, aí o Direito. Cenário de lutas, alegrias e sofrimentos do homem, a sociedade não é simples aglomeração de pessoas. Ela se faz por um amplo relacionamento humano, que promove a discórdia, a intolerância, às desavenças. Vivendo em ambiente comum é natural o aparecimento de conflitos sociais, que vão reclamar soluções. Mais um desafio lhe é lançado: a adaptação das condutas humanas ao bem comum. A sociedade sem o Direito não resistiria, seria anárquica, teria o seu fim. O Direito é a grande coluna que sustenta a sociedade.Criado pelo homem para corrigir a sua imperfeição, o Direito representa um grande esforço para adaptar o mundo exterior às suas necessidades de vida. A mútua dependência entre o Direito e a sociedade Fato social e Direito: O Direito não existência em si próprio. Ele existe na sociedade. A sua causa material está nas relações de vida. Nos acontecimentos mais importantes para a vida social. No entendimento de Emile Durkheim, “maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem”. Costumes diferentes implicam fatos sociais diferentes. Cada povo tem sua história e seus fatos sociais. O Direito, como fenômeno de adaptação social, não pode formar- se alheia a esses fatos. O papel do Legislador: O Direito é criado pela sociedade para reger a própria vida social. No passado, manifestava-se exclusivamente nos costumes. Na atualidade, o Direito escrito é forma predominante. Semelhante ao trabalho de um sismógrafo, que acusa as vibrações havidas no solo, o legislador deve estar sensível às mudanças sociais, registrando-as nas leis e nos códigos. Atento aos reclamos e imperativos do povo, o legislador deve captar a vontade coletiva e transportá-la para os códigos. O Direito não é produto exclusivo da experiência, nem conquista absoluta da razão. A sua meta é mais ampla; consiste em promover o bem comum, que implica justiça, segurança, bem- estar e progresso. O Direito, na atualidade, é um fator decisivo para o avanço social. O Direito recebe grande influxo dos fatos sociais, provoca importantes modificações na sociedade. Quando da elaboração da lei, o legislador haverá de considerar os fatores histórico, natural e científico e a sua conduta será a de adotar o que mais se harmonize com os três fatores. Na visão de Demolombe “A suprema missão do legislador é precisamente conciliar o respeito devido à liberdade individual dos cidadãos com a boa ordem e harmonia moral da sociedade”. Earl Warren: “A história tem demonstrado que onde a lei prevalece, a liberdade individual do Homem tem sido forte e grande o progresso. Onde a lei é fraca ou inexistente, o caos e o medo imperam e o progresso humano é destruído ou retardado”. A unificação absoluta, tanto dos fatos socias quanto do Direito, será inalcançável, em face da permanência de diversidades culturais.
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