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caso 10 de psicologia de direito

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CASO 10 
1 - Na Justiça Restaurativa a questão central, em vez de versar sobre o culpado, é sobre quem 
foi prejudicado pela infração. Ao contrário da Justiça Tradicional, que se ocupa 
predominantemente com a violação da norma de conduta em si, a Justiça Restaurativa ocupa-
se das conseqüências e danos produzidos pela infração. Estabelecendo um paralelo entre a 
Justiça Tradicional e a Justiça Restaurativa, podemos afirmar que: 
 I. Para a Justiça Tradicional o crime é o ato contra a sociedade; para a Justiça Restaurativa o 
crime é o ato que traumatiza a vítima. 
II. Para a Justiça Tradicional o monopólio estatal é da Justiça Criminal participativa; para a 
Justiça Restaurativa o monopólio estatal é da Justiça Criminal. 
 III. Na Justiça Tradicional o processo decisório é compartilhado com as pessoas envolvidas; na 
Justiça Restaurativa o processo decisório fica a cargo das autoridades. 
IV. Na Justiça Tradicional a culpabilidade do individual está voltada para o passado; na Justiça 
Restaurativa a responsabilidade é compartilhada coletivamente e voltada para o futuro. 
 V. Justiça Tradicional - uso dogmático do Direito Penal positivo; Justiça Restaurativa ? uso 
crítico e alternativo do Direito. 
Considerando sua análise, responda: As respostas corretas são: 
]a) I e II. b) II, III e V. c) III e IV. 
d) I, IV e V(CERTA). e) III e V. 
 
2 - CASO Para solucionar a questão sugerimos que o aluno assista ao filme As Neves do 
Kilimanjaro - Direção: Robert Guédiguian. Nacionalidade: França. Tempo de Duração: 1h 47m. 
Ano de Lançamento: 2012). Um adolescente, de 14 anos de idade, foi apreendido após 
cometer um ato infracional análogo a furto, contra um casal de idosos. Após cumprir medida 
sócio-educativa determinada pelo Juiz da Infância e Juventude, o adolescente, sua mãe e o 
casal de idosos participaram de um encontro, coordenado pela equipe interdisciplinar do juízo. 
Nessa reunião, os idosos puderam perguntar, frente a frente, por que o adolescente teve 
comportamento agressivo ao furtá-los; que eles sentiram muito medo, passaram a ter 
dificuldade em sair de casa e que um deles teve um "pico de pressão alta", após o episódio. A 
mãe do adolescente disse que estava envergonhada pelo ato praticado pelo filho e relatou que 
criava o jovem e mais dois filhos menores sozinhos e com muita dificuldade, não conseguindo 
dar a atenção necessária ao filho mais velho. O adolescente assumiu que tinha cometido um 
erro grave, mostrou-se arrependido, desculpou-se com o casal e falou que não iria mais para a 
rua fazer mal prá ninguém. Ao final do encontro, o casal de idosos sensibilizados com o quadro 
que se configurou, resolveram convidar o adolescente para que ele, voltando para a escola, 
passasse a fazer serviços em sua residência, duas vezes na semana, sendo remunerado para 
tanto. O adolescente aceitou. O caso foi acompanhado pela equipe do juízo. Um ano depois do 
encontro descrito, o adolescente concluiu o ensino fundamental e matriculou-se no ensino 
médio. Foi apadrinhado pelo casal de idosos. Responda às questões a seguir: 
a) Se o adolescente não quisesse participar do encontro descrito no caso em tela o juiz poderia 
lhe aplicar uma penalidade? Justifique. 
R: não, os encontros restaurativos não são obrigatórios. Deve ser resguardados o principio de 
voluntariedade, com o prévio consentimento de todos os sentidos. 
b) Faça uma análise do caso concreto, pontuando importantes mudanças de paradigma 
proposta pela Justiça Restaurativa. 
R: a justiça restaurativa busca uma mudança de paradigma, voltado para o desenvolvimento 
de uma cultura de paz social, envolvendo à vítima, o ofensor , familiares e demais atores 
sociais, nos chamamos de processos circulares, em que se enfatiza a posição de cada um como 
sujeito transformador. 
3 - A Justiça Restaurativa é uma corrente surgida há cerca de quarenta anos nas áreas de 
criminologia e vitimologia. Assume-se como um novo paradigma de justiça, caracterizado 
essencialmente pela: (Analista Judiciário-Psicólogo - TJ - PE/2012) 
 a) dificuldade encontrada pela vítima em se reequilibrar psicossocialmente após o sofrimento 
de qualquer tipo de crime. 
b) promoção da efetiva participação dos interessados -vítimas e infratores - na solução de 
cada caso concreto.(certo) 
c) obrigatoriedade da submissão do criminoso a técnicas psicoterapêuticas em conjunto com a 
vítima. 
d) necessidade que a sociedade tem de ver punido criminalmente o criminoso violento. 
e) retirada da relação vítima-criminoso do protagonismo do processo.

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