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REVISÃO AV1 - AULAS 01 A 08 - DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Reginaldo Farias Dias Direito Constitucional Conceito O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público, autônomo, que estuda a organização e o funcionamento do Estado e a defesa dos direitos e garantias fundamentais. Direito Constitucional Objeto A constituição e as normas constitucionais, a eficácia das normas constitucionais, técnicas e interpretação do texto constitucional, costumes e defesa de direitos fundamentais. Constitucionalismo Conceito O Constitucionalismo é o movimento social, jurídico e político que tem como principal característica a limitação do exercício do poder do Estado por meio do texto constitucional, com o objetivo de preservar os direitos fundamentais do povo. Neoconstitucionalismo Surgiu após a Segunda Guerra Mundial, como fruto do movimento do pós-positivismo. Seu marco teórico é a teoria da Força Normativa da Constituição, de Konrad Hesse. O principal objetivo é buscar uma maior eficácia da Constituição, em especial dos direitos fundamentais, afirmando, inclusive que todas as normas constitucionais, sejam elas regras ou princípios, possuem eficácia jurídica. Constituição Conceito Lei Fundamental de um Estado. Conjunto de normas que estabelecem a organização e estruturação de um Estado, a forma de exercício do poder e estabelece os direitos e garantias fundamentais. Constituição Sentidos a) Sociológico (Ferdinand Lassale) Constituição Real e Efetiva (soma dos fatores reais do poder) x Constituição Escrita a) Político (Carl Schmitt) A Constituição é uma decisão política fundamental do povo. c) Jurídico (Hans Kelsen) Puro dever-ser, norma pura. Há dois planos: lógico-jurídico (NHF) e jurídico-positivo. Concepção Culturalista Essa teoria leva em consideração os aspectos sociológico, político e jurídico de constituição de forma complementar e não antagônica. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto ao conteúdo Formal Material Quanto à forma Escritas Não escritas (consuetudinária, costumeira) Quanto ao modo de elaboração Dogmática (ortodoxa ou eclética) Históricas CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto à mutabilidade (estabilidade, alterabilidade, consistência) Imutáveis Rígidas Flexíveis Semirrígidas (ou semiflexíveis) Quanto à origem ou processo de positivação Outorgadas (imposta, autoritária) Promulgada (democrática, popular, votada, convencional) CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto à extensão Sintéticas (concisa, breve, sumária, sucinta, básica) Analíticas (ampla, extensa, larga, prolixa, longa, desenvolvida, volumosa, inchada) Quanto à sistemática (critério sistemático) Reduzidas Variadas CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 1) Quanto ao conteúdo: FORMAL; 2) Qto. à forma: ESCRITA; 3) Quanto ao modo de elaboração: DOGMÁTICA (ECLÉTICA); 4) Quanto à mutabilidade : RÍGIDA; 5) Quanto à origem: PROMULGADA; 6) Quanto à extensão: ANALÍTICA; 7) Quanto à sistemática: REDUZIDA. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO Título III – Da organização do Estado; Título IV – Da organização dos Poderes; Título V, Capítulo II – Das Forças Armadas; Título V, Capítulo III – Da Segurança Pública; e Título VI – Da Tributação e do Orçamento. Normas dispostas no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), com exceção do Capítulo II (Dos Direitos Sociais). Título II, Capítulo II – Dos Direitos Sociais; Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira; e Título VIII – Da Ordem Social. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO IV - Elementos de estabilização Título V, Capítulo I – Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio; Título III, Capítulo V – Da Intervenção; Título IV, Capítulo I, Seção VIII, Subseção III- Da Emenda à Constituição; e Artigos 102 e 103 (referentes à Jurisdição Constitucional). V - Elementos de aplicabilidade O Preâmbulo, os dispositivos do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) e o § 1º do artigo 5º. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS Tem aplicabilidade direta, imediata e integral. Não podem sofrer restrições por parte do legislador, mas podem ser regulamentadas. Ex.: arts. 1º; 15; 17, § 4º; 28; 44; 45; 46, § 1º; 60, § 3º; 76; 145, § 2º; 226, § 1º. Normas Constitucionais de Eficácia Contida Tem aplicabilidade direta e imediata, mas não integral (alcance reduzido por leis posteriores ou outras normas constitucionais) Ex.: art. 5º, VIII e XIII, art. 5º, XVI em decorrência do art. 136, § 1º e 139. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS Normas Constitucionais de Eficácia Limitada Têm aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. a) Normas Constitucionais de Princípio Institutivo Ex.: art. 18, § 2º, art. 33, 90, § 2º e 113. b) Normas de Princípio Programático Ex.: arts. 7º, XI, XX, XXVII; 173, § 4º; 216, § 3º; 218, § 4º; 21, IX; 184; 211, § 1º; 215, § 1º; 216, § 1º; 217; 218; 226 etc. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL Subespécie da Hermenêutica jurídica tem-se a Hermenêutica Constitucional que, ante as várias peculiaridades do texto constitucional, possui técnicas de interpretação específicas. Além disso a Constituição possui princípios de caráter político que exigem uma forma diversa de sua interpretação. Porém, não se pode dizer que as técnicas ou métodos aplicados aos demais ramos do Direito não se aplicam à interpretação constitucional. Os novos métodos ou técnicas pressupõem os tradicionais. FATORES JUSTIFICANTES DE UMA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL a) Teor Político b) Inicialidade c) Coloquialidade d) Abstração e) Estrutura normativa diversa das normas de condutas gerais a) juízes e tribunais; b) administradores; c) legisladores. OBJETO DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL a) Aplicação das normas constitucionais; b) Controle de constitucionalidade das leis e atos normativos. PRÍNCIPIOS ESPECÍFICOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 1º) Princípio da Supremacia da Constituição A Constituição é o estatuto supremo de uma sociedade, fundamento de validade de todo ato normativo. 2º) Princípio da presunção de constitucionalidade das leis e dos atos normativos do Poder Público As leis e os atos normativos em geral são reputados constitucionais. PRÍNCIPIOS ESPECÍFICOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 3º) Princípio da Unidade Constitucional A orientação contida nesse princípio é no sentido da inexistência de hierarquia e de contradição 4º) Princípio da Força normativa da Constituição As normas constitucionais, da mesma forma que as normas jurídicas em geral, possuem o atributo da imperatividade. 5º) Princípio da Máxima Efetividade das Normas Deve ser atribuído a um enunciado contido na Constituição o significado que lhe conceda maior efetividade. Nenhuma lei deve ser declarada inconstitucional quando puder ser interpretada em harmonia com a Constituição. PRÍNCIPIOS ESPECÍFICOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 7º) Princípio da Concordância Prática ou da Harmonização Na hipótese de conflito entre bens e valores constitucionalmente protegidos, deve-se preferir a solução que favoreça a realização de todos eles, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros (ponderação). 8º) Princípio da justeza ou da correção funcional Não se dever interpretar de maneira a subverter ou perturbar o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido pelo Poder Constituinte originário (corolário do princípio da separação dos Poderes).PRÍNCIPIOS ESPECÍFICOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL É a adequação entre motivos (circunstâncias de fato), os fins e os meios dos atos realizados pelo Poder Público 10ª) Princípio da Proporcionalidade a) adequação: adoção da medida adequada ao fim pretendido; b) necessidade: verificar se não há outra medida menos gravosa para o atingimento dessa finalidade;e c) proporcionalidade em sentido estrito: ponderação entre o ônus imposto e o benefício trazido. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO Métodos Clássicos de Interpretação 1. Método Gramatical (filológica, literal ou léxica). 2. Método Teleológico (ratio ou mens legis) 3. Método Lógico 4. Método Sistemático 5. Método Histórico Métodos Modernos da Interpretação Constitucional 1. Método Científico-Espiritual (Rudolf Smed) A interpretação constitucional deve considerar o sistema de valores subjacentes à Constituição, assim como a importância desta no processo de integração (método integrativo). MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO Métodos Modernos da Interpretação Constitucional 2. Tópico-Problemático (Theodor Viehweg) Não está centrado na norma ou no sistema jurídico, mas no problema. É um procedimento em que se busca construir a melhor solução para o problema, realizando a justiça do caso concreto. 3. Hermenêutico-concretizador (Konrad Hesse) A interpretação parte da concretização da norma constitucional para a solução do problema concreto. A atividade hermenêutica é provocada a partir de um problema concreto, mas, para solucioná-lo, o intérprete deve observar as possibilidades que o texto constitucional comporta. O papel do intérprete e compreender esse CONDICIONAMENTO RECÍPROCO (movimento de ir e vir – círculo hermenêutico). Preâmbulo ADCT Corpo Art. 1º Art. 250 Art. 1º Art. 114 ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO Natureza jurídica do preâmbulo 1ª) da relevância jurídica plena 2ª) da relevância jurídica indireta 3ª) irrelevância jurídica total (Essa é a tese adotada pelo STF) Poder Constituinte Poder Constituinte Originário Poder Constituinte Derivado PCD Decorrente PCD de Revisão PCD Reformador PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE Atributos – Inicial (anterioridade); – Soberano (não reconhece nenhuma força superior a si próprio, nem interna e externamente); – Autônomo (pode estruturar a constituição da forma que quiser); – Ilimitado juridicamente (não possui limites temáticos); – Inalienabilidade (a sua titularidade não pode ser transferida); – Incondicionado (não se vincula a ordem jurídica anterior) Titularidade: povo. PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE DERIVADO (SECUNDÁRIO): PODER JURÍDICO Atributos – Derivado; – Subordinado; – Condicionado; PCD REFORMADOR (Poder de emendar) Titularizado pelo Poder Legislativo. Só está presente nas Constituições rígidas. PODER CONSTITUINTE PCD REFORMADOR (Poder de emendar) Limitações explícitas na CF/88: a) Limitação materiais (art. 60, § 4º) b) Limitações formais (art. 60, I a III, §§ 2º, 3º e 5º); c) Limitações circunstanciais (art. 60, § 1º) Limitações implícitas na CF/88: a) Impossibilidade de se alterar o poder constituinte originário; b) Impossibilidade de se alterar o poder constituinte derivado; c) proibição de se violar as limitações expressão (teoria da dupla revisão). PCD DECORRENTE Ex.: Arts. 25, 29 e 32. PCD DE REVISÃO (art. 3º do ADCT) Características Procedimento simplificado; Idênticos limites materiais ao PCD reformador (art. 60, § 4º); Regra já utilizada, não podendo mais ser repetida Obs.: Foram editadas 6 EC de revisão. PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE DIFUSO Exercido pelos interpretes da Constituição e que gera uma alteração de significado sem alteração do texto da norma constitucional (mutação constitucional). PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL Possível de ser exercido além-fronteiras dos Estados nacionais, por meio da união de Estados, em prol da elaboração de uma constituição comunitária que englobe mais de um Estado. NOVA CONSTITUIÇÃO E A ORDEM JURÍDICA ANTERIOR A constituição anterior Revogação, desconstitucionalização ou recepção. As normas infraconstitucionais anteriores Revogadasou recepcionadas. TEORIA DA REPRISTINAÇÃO Lei A é revogada por Lei B que, por sua vez, é revogada por Lei C, restaurando os efeitos da Lei A. Controle de Constitucionalidade e efeito repristinatório Efeito repristinatório x repristinação A Lei inconstitucional apresenta vício congênito, nasce eivada de nulidade. Assim, a lei anterior nunca perdeu eficácia. O efeito repristinatório é a continuidade temporal da vigência de uma lei, sem nenhuma interrupção real A repristinação, há uma ruptura da vigência por lei revogadora e o seu retorno quando há revogação da lei revogadora. TEORIA DA CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE O Brasil não adota essa teoria.
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