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Tarefa 3 – RESENHA: DIREITO AO ESQUECIMENTO Aluna: Jéssica Thaís Fossa O Direito ao esquecimento consiste em "apagar" fatos acontecidos, mesmo que verídicos, que causem qualquer tipo de transtorno a vida do indivíduo ou cause-lhe dor ou infrinjam os direitos de personalidade. Os acontecimentos que serão apagados podem ser divulgados em qualquer tipo de mídia: redes sociais, jornais, televisão, sites de busca e outros. O uso do "direito de ser deixado em paz" é reconhecido pelo Enunciado 531 da VI Jornada de Direito Civil do CJF: "A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento", e amparado pelos artigos 5º, X, da Constituição Federal: "X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação"; 21º do Código Civil: "A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma."; e 7º, X, Lei 12.965/14 - Marco Civil: "X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao término da relação entre as partes [...]". Surgiu quando ex-condenados queriam retirar os seus antecedentes criminais depois de um dado período, já que isso causava prejuízos em suas vidas pessoais. No entanto, com o aumento do uso da tecnologia, o assunto se alastrou para todos os campos e ganhou mais notoriedade. Vale ressaltar que, como qualquer outro, o Direito ao esquecimento, e não passa por cima do direito a informação e da liberdade de expressão, porquanto todos possuem seus limites. Atualmente, o sistema judiciário o adota, ressalva acontece quando se trata de fatos genuinamente históricos que não possuem a possibilidade de se desvincular os envolvidos, mas sempre protegendo a privacidade e a honra, como no caso "Aída Curi" (REsp 1.335.153), onde o pedido de indenização foi negado e alegou-se que o crime era indissociável ao nome da vítima, e foram utilizadas de dramatizações com foco no crime em si, e não de Aída. Já no caso da Chacina de Candelária (REsp 1.334.097), a Quarta Turma do STJ reconheceu o direito ao esquecimento, já que a vítima havia sido absolvida dos crimes por unanimidade e, ao ser lembrado pela emissora de TV, trouxe-lhe más lembranças. A apresentadora Xuxa Meneghel também moveu processo em face da Google, pedindo para que a pesquisa "Xuxa pedófila" fosse restringida. Neste caso, a ministra Nancy Andrighi reconheceu que o site de pesquisas não possui o poder de filtrar as pesquisas feitas pelos usuários, e que o site de pesquisas supramencionado apenas disponibiliza o link de sites, sem um controle prévio, absolvendo-o do pagamento de danos. Fontes externas: ORTEGA, Flávia Teixeira. "O que consiste o direito ao esquecimento?". 2016. <https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/319988819/o-que-consiste-o-direito- ao-esquecimento>.