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Aula 4 - O Romantismo Hispano Americano A Literatura Gauchesca. O Movimento Realista

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Aula 4 - O Romantismo Hispano-Americano: A Literatura "Gauchesca". O Movimento Realista
 
Contexto Histórico
O Romantismo tem seu início na América após 1830, durante as lutas de independência e proclamação da República. A história literária da América sofre impacto desses acontecimentos.
 
O pensamento estético aplica-se à realidade social, pois os escritores eram homens de ação. 
 
Destaca-se a "Literatura Gauchesca", própria do movimento romântico hispânico, que observará a temática campesina X a citadina, representadas pelas obras de escritores como José Hernández (Martín Fierro) e Domingo Faustino Sarmiento (Facundo), respectivamente.
 
O romantismo hispano-americano vai corroborar para a formação das novas nações, este pensamento estético aplica-se à realidade social: seus representantes eram homens de ação. Como exemplo temos Andrés Bello que usou a escrita em prol da libertação dos povos da américa e da formação de novas repúblicas. Há também aqueles que estiveram à frente das batalhas emancipadoras.
 
Outro importante nome é o de Simon Bolívar (Venezuela 1783/1830) com importância político-econômica e literária.
 
Características
Diferente da coletividade neoclássica, o romântico vive em uma melancolia e individualismo exasperado. Nasce o sentimento de preponderância do "eu". Por outro lado, acelera a criação da literatura autóctone, buscando inspiração na própria terra americana.
 
A "literatura gauchesca" terá como "herói" o homem natural da terra, trabalhador dos pampas, o homem viril, forte e valente; aquele que lutou bravamente nas batalhas pelas independências americanas e nas revoluções das novas repúblicas.
Porém, quando as repúblicas tomam força, esses homens perdem o valor.
 
É no romantismo que as nações hispano-americanas enxergam uma oportunidade de se expressar autenticamente, descobrindo as suas particularidades, seus encantos e sua história, sua gente e problemas sociais.
 
Surgem 2 grandes grupos na literatura hispano-americana, os "citadinos" e os "campesino", serão representados por grandes escritores da época. Porém tinham um objeto em comum, a defesa do homem do campo, o "Gaúcho", nascendo, assim, a "literatura gauchesca".
 
São os 3 principais nomes da "literatura gauchesca":
 
Estéban Echeverría (Argentina 1805/1851);
José Hernández (Argentina 1834/1894);
Domingo Faustino Sarmiento (Argentina 1811/1888).
 
Com estes escritores, a literatura hispano-americana tem como característica uma relação entre política, história e ficção.
É comumente dividida em dois períodos pelos teóricos:
 
1ª Geração: poesia romântica - 1810 a 1837;
2ª Geração: poesia romântica - segunda metade do século XIX.
 
1ª Geração - Estéban Echeverría
 
Caracteriza-se por revoluções, independências e organizações políticas que se concluem com a formação das novas repúblicas.
 
Destaca-se Estéban Echeverría (Argentina 1805/1851), iniciador da estética romântica na América, era nacionalista, mas tinha uma atitude aberta diante do mundo. Concebia a ideia de literatura nacional e a inicia, o pampa se torna o lugar comum na literatura, apesar de o "gaúcho" ainda não aparecer na sua obra romântica.
 
Considerado, pelos teóricos, como versificador fraco, mas reconhecido pela importância na implantação de uma nova literatura.
 
La Viguela
Aqui me pongo a cantar
Al compás de la viguela,
Que el hombre que lo desvela
Uma pena estraordinaria
Como el ave solitaria
Com el cantar se consuela.
 
Vengan Santos milagrosos,
Vengan todos em mi ayuda,
Que la lengua se me aniuda
Y se me turba la vista;
Pido a mi Dios que me anista
Em esta ocasion tan ruda
 
Aqui me pongo a cantar
Al compás de la viguela,
Que el hombre que lo desvela
Uma pena estraordinaria
Como el ave solitaria
Com el cantar se consuela.
 
É na sua escrita que se inicia a poetização da geografia americana, tão ansiada e exortada por Andrés Bello.
A Estéban Echeverría é também atribuída a iniciação do movimento realista com o conto "El Matadero".
 
Na Argentina dos anos de 1810, no movimento Romântico, tem-se como destaque a "literatura gauchesca" com a temática do "homem citadino" e do "homem campesino", assim, surgem poemas populares escritos por homens cultos das cidades que assumem a fala do homem simples.
 
José Hernández
 
Foi José Hernández (Argentina 1834/1886) o destaque do gênero com o poema "Martín Fierro", compreendendo todo um livro. É a história em versos do gaúcho Martín Fierro, que devido ao seu enorme sucesso, foi lançado em dois volumes "Martín Fierro (1872)" e "La Vuelta de Martín Fierro (1879)". Resumem um protesto contra a industrialização Argentina que está eliminando aos poucos o gaúcho. Foi a obra preferida das campanhas que envolviam as discussões argentinas acerca da condição do homem gaúcho.
 
O personagem principal era um gaúcho feliz, mas a ida para a guerra o transforma de homem terno e feliz para um homem esmagado e marginalizado em uma sociedade dirigida por homens corrompidos, que não tem mais como absorver este trabalhador.
 
É uma narração épica, drama lírico, um estudo com o objetivo de representar a linguagem popular e os costumes locais. Quer reivindicar os direitos sociais deste homem e fazer valer a importância da cultura popular argentina.
 
Domingo Faustino Sarmiento
 
Na prosa da "literatura gauchesca" destaca-se Domingo Faustino Sarmiento (1811/1888), conhecido como um dos mais célebres adversários de Bello, afirmava que de nada valiam as informações e formações universitárias se não usadas para as massas. Desse pensamento nasce a sua principal obra "Facundo (1845)", escrita durante seu exílio no Chile.
 
Sua preocupação literária era representada pelo desejo de originalidade e de atendimento à realidade americana, buscando acompanhar a evolução histórica mundial. Segundo alguns teóricos, este escritor é o que melhor encarna as principais características do movimento romântico na América: a força da imaginação, o tom apaixonado das palavras e a sensibilidade americana. 
 
Facundo Quiroga, personagem do livro, representa a vida Argentina, vivida através de duas concepções contrárias: a civilização e a barbárie. É fácil perceber porque Sarmiento e José Hernández se opõem em suas obras: o primeiro acredita que ao gaúcho era necessário o aprendizado de técnicas e saberes novos; para o segundo, a sabedoria popular, o saber campesino era suficiente ao gaúcho. Os dois escritores, contudo, buscavam, por meio de suas obras, uma melhor vida para este profissional dos pampas.
 
Afirma Jacques Joset que "os escritores argentinos se definiam em relação à tirania do Governador Rosas e os cubanos em relação à luta contra a Espanha" (JOSET, p.29).
 
Ricardo Palma
 
Uma das personalidades máximas deste período foi Ricardo Palma (Peru 1833/1919) que vivou em pleno romantismo, porém desenvolveu características próprias e originais, sem seguir uma imitação europeia. Através da sátira e ironia, destacava sempre os tipos humanos e sua linguagem.
Em "Tradiciones (1872/1893)" recria personagens e lendas populares peruanas. Narra períodos históricos (entre os séculos XV e XIX) sem observar uma ordem cronológica progressiva, mas circunstancial. A escolha do passado como tema é a característica romântica encontrada em sua obra. 
 
A fala popular é valorizada e revela a construção de uma galeria de quadros vivos e de costumes do passado peruano. As "Tradiciones" refletem de modo puro o mundo "criollo" (mestiço), é a obra em que o país se sente representado.

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