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AULA 1.pdf INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA BIOMECÂNICA ESTÁCIO Evolução Histórica Cinesiologia = “kinein” (mover) + “logos” (estudar). “A ciência dos movimentos dos corpos” Há uma combinação entre o movimento (mecânica) + estrutura (anatomia) + função do corpo (fisiologia). -384-322 a.c. – Aristóteles - pai da cinesiologia – conhecimento sobre centro de gravidade; leis de movimento e de alavanca. -131-201 d.c - galeno - ensaio “de motu musculorum” – entre músculos agonistas e antagonistas; nervos motores e sensitivos e termos como diartrose e sinartrose. Aproximadamente 1000 anos sem evolução. -1452-1519 – leonardo da vinci – 1º a registrar dados científicos da marcha humana. Posteriormente tivemos galileu galilei, afonso borelli, etc...; a cinesiologia não parou mais de evoluir. Biomecânica – O conceito Mecânica dos seres vivos – relacionada com movimentos, forças e dinâmica do corpo humano, e dos seus segmentos. Comportamento do segmento corporal no espaço (movimento em torno de uma articulação (diartrose)) e maior atenção ao aproveitamento da energia por parte do músculo (contração muscular). Relação com outras ciências (base para construção do conhecimento): - anatomia = estrutura; - fisiologia = função; - mecânica = movimento. Conceitos sobre biomecânica “Estudo anatomofisiológico e mecânico do movimento do homem e dos seus segmentos corporais”. “O estudo da estrutura e da função dos sistemas biológicos utilizando os métodos de mecânica”. Hatze “Biomecânica é a ciência que examina as forças internas e externas que atuam no corpo e seus efeitos”. Hay “Biomecânica é a ciência que investiga a ação das forças internas e externas agindo sobre os corpos vivos. Não é um conceito novo. O que é novo é um aumento na amplitude da área de investigação da biomecânica, para as muitas possibilidades de movimento humano”. Miller Áreas de Atuação da Biomecânica Biomecânica interna Preocupa-se com a determinação das forças internas (forças articulares e musculares) e às conseqüências resultantes dessas forças, frente às diferentes formas da solicitação mecânica. Biomecânica externa Representa aqueles parâmetros de determinação quantitativa e/ou qualitativa referentes às mudanças de lugar e posição do corpo humano em movimento, com o auxílio de medidas descritivas cinemáticas e dinâmicas. Pode também ser analisada a partir da condição estática. Identifica e quantifica as forças externas (gravidade, atrito, etc...) que estão atuando sobre o corpo e as conseqüências resultantes dessas forças. Áreas de Estudos da Biomecânica Antropometria Medidas inerciais do corpo do corpo humano. Utiliza trena, balança, paquímetros digitais e até sistemas de digitação a laser no registro dos parâmetros antropométricos. Permite criar um modelo biomecânico a partir do modelo antropométrico gerado em função das medidas coletadas. Medidas necessárias para a normalização dos dados, para a personalização dos modelos físico-matemáticos e para os métodos de simulação. O movimento pode ser descrito e até modelado matematicamente, permitindo a maior compreensão dos mecanismos internos reguladores e executores de movimentos do corpo humano. Áreas de Estudos da Biomecânica Cinemetria Sistemas orientados para as medições dos movimentos e posturas dos gestos humanos, através de imagens, registro de trajetórias, decurso de tempo, determinação de curvas de velocidade e de aceleração, etc... . São usados normalmente sistemas de videografia, com uma ou mais câmeras, de alta freqüência, para reconstrução bi e tridimensional do movimento. Considera o registro de imagens do movimento humano. Reconstruções com auxilio de pontos marcados no corpo humano (conforme modelo antropométrico). Avaliações quantitativas e/ou qualitativas; da técnica de movimentos selecionados; de posturas e posições para análise e correção do movimento; comparativa entre situações propostas. Áreas de Estudos da Biomecânica Dinamometria Sistemas orientados para a obtenção das forças que irão influenciar no movimento (forças internas e externas). Os principais sistemas usados são: a) avaliação das forças de reação do solo (FRS) – plataformas de forças, células de cargas, atenuadores e transdutores de carga; b) avaliação da distribuição da pressão plantar; c) dinamometria computadorizada – sistemas isocinéticos. Considera a análise da técnica de movimento; Análise da condição física; O controle da sobrecarga; Influência de fatores externos e internos. Áreas de Estudos da Biomecânica Eletromiografia São medidas as diferenças de potenciais elétricos, na tentativa de avaliar as ações musculares, tentando verificar os níveis de participação de cada músculo ou parte deste. Considera avaliação da coordenação e da técnica de movimento; Estabelecimento de padrões comparativos entre situações propostas de movimento; Determinação dos padrões de recrutamento para grupos musculares selecionados; Resposta em situação de fadiga induzida pelo treinamento. Sistema de coleta de sinais elétricos, através de eletrodos do tipo agulha, fio ou de superfície. Fornecem indicadores para habilidades atléticas, comprometimento motor, níveis de contração muscular, período de atividade muscular e sinergias envolvidas em um movimento. AULA 2.pdf Princípios da Mecânica Aplicados ao Movimento UNESA CINEMÁTICA A FORMA, O PADRÃO OU O SEQUENCIAMENTO DO MOVIMENTO EM RELAÇÃO AO TEMPO. Formas de Movimento Translação ou mov. linear Formas de Movimento Rotação ou mov. angular Planos e Eixos Movimentos Articulares (Planos e Eixos) Flexão Extensão Hiperextensão Abdução Adução Rotação Interna/Medial Rotação Externa/Lateral Circundução Cadeias de Movimento CINÉTICA RAMO DA MECÂNICA QUE INCORPORA OS CONCEITOS DE MASSA, FORÇA E ENERGIA. Conceitos Básicos Inércia; Força; Massa; Pressão;Volume; Densidade; Impulso; Atrito; Potência; Energia; Leis de Newton (lei da inércia, lei da aceleração, lei da reação e lei da gravitação). Natureza dos Fluidos e Resistência Dinâmica Fluido: substância que flui quando submetida a um estresse de cisalhamento. Fluxo Laminar vs Turbilhonar Laminar – caracterizado por camadas regulares e paralelas de fluido. Turbilhonar – caracterizado pela mistura das camadas fluídicas adjacentes. Flutuabilidade – força de um fluido que atua sempre verticalmente para cima. Natureza dos Fluidos e Resistência Dinâmica Princípio de Arquimedes – A força de flutuação que atua sobre um corpo é igual ao peso do líquido deslocado pelo corpo. Flutuação do Corpo Humano: O ponto no qual a força de flutuação atua é o centro de volume do corpo. Observar: Densidade dos ossos e músculos é maior que a da gordura. A água do mar é mais densa que a água doce. Natureza dos Fluidos e Resistência Dinâmica Geralmente a resistência dinâmica é uma força de resistência, ou seja, torna mais lento o movimento de um corpo através de um fluido. Resistência de superfície – deriva do atrito entre camadas adjacentes de fluido próximas de um corpo que se movimenta através do fluido. Resistência de forma – criada por um diferencial de pressão entre a superfície anterior e posterior de um corpo que se movimenta através de um fluido. Resistência de onda – criada pela produção de ondas na interface entre dois fluidos diferentes, ar e água. Sustentação – força que atua sobre um corpo em um fluido na direção perpendicular ao fluxo do fluido. Princípio de Bernoulli É uma expressão da relação inversa entre a velocidade relativa e pressão relativa no fluxo de um fluido. High velocity low pressure Low velocity high pressure Formas Ativas e Passivas de Movimento Forma Ativa: É quando existe uma força interna atuando diretamente para realização do movimento. Ex: força contínua; equilibrado dinâmico; dirigido. Forma Passiva: Ocorre por ação de uma força externa ao segmento que se queira deslocar no espaço. Ex: gravitacional; inércia ou manipulação. Centro de Gravidade; Estabilidade e Movimento Humano. A síntese da quantidade de massa que constitui um corpo em único ponto, sofrendo a ação da gravidade é chamado centro de gravidade. A ação da gravidade concorre diretamente para que eu verifique a estabilidade do movimento realizado. A projeção do centro de gravidade dentro da base de sustentação aumenta a estabilidade do corpo. Determinação do CG: Método direto e indireto Fatores que Afetam a Estabilidade: Aprendizado e desenvolvimento motor; força e resistência muscular; flexibilidade articular. Sistemas de Alavancas Alavanca - Barra rígida também chamada de máquina simples. Eixo - Ponto ao redor do qual ocorre o movimento. Também chamado de fulcro. Força Potente – Atua a favor do sentido do movimento. Força Resistente – Atua contra o sentido do movimento. Primeiro Gênero, Primeira Classe, Interfixa, Interapoio ou Equilíbrio O ponto de apoio está entre a força potente e a força resistente Segundo Gênero, Segunda Classe, Interresistente ou Força A força resistente está localizada entre o apoio e o ponto de aplicação da força potente. Terceiro Gênero, Terceira Classe, Interpotente ou Velocidade A força potente está localizada entre a força resistente e o ponto de apoio. Interpretação de Torque e Momento de Força. Braço do momento – menor distância perpendicular entre a linha de ação da força e um eixo de rotação. Momento é o efeito rotatório de uma força ao redor de um eixo de rotação. É medido como o produto da força pela distância perpendicular entre a linha de ação da força e o eixo. A comparação entre os momentos potente e resistente é chamada de torque. O torque determina o sentido do movimento. Vantagens e Desvantagens Mecânicas no Movimento VANTAGEM MECÂNICA = BMFP÷BMFR; >ou = 1 Sempre que o braço de momento de força potente for mais longo que o braço do momento de força resistente (a relação da vantagem mecânica é reduzida a um número que é maior que a unidade), a magnitude da força aplicada necessária para deslocar a resistência é menor que a magnitude da resistência. Mecânica dos Materiais Biológicos (Biomateriais) Cargas mecânicas = forças que atuam sobre as estruturas biológicas. Considerar: Direção; Duração e Magnitude. Axiais (longitudinais). - Compressão ou esmagamento. - Tensão ou tração. Não axiais - Cisalhamento ou deslizamento. - Torção ou rotação. - Inclinação ou curvamento. Compression Tension Deformações Elásticas e Plásticas Elasticidade - é a habilidade do material em retornar seu tamanho e forma original (livre de estresse) quando as cargas aplicadas são removidas. Plasticidade - implica deformações permanentes. Materiais podem sofrer deformações plásticas quando são carregados além dos seus limites elásticos. Deformation Plastic Region Ultimate Failure Point Yield Point Elastic Region L o a d AULA 3.pdf Sistema Neuromuscular Aplicado ao Movimento UNESA Introdução As propriedades fundamentais do músculo estão relacionadas à força, ao comprimento, a freqüência de estimulação e a velocidade. Musculatura estriada esquelética - atividade voluntária. O movimento que um segmento descreve no espaço depende da quantidade de força, união do tendão ao osso e da articulação. O tendão muscular é responsável pela união do músculo ao osso. Transmite aos ossos os esforços que são gerados pela musculatura. De 2 a 3 semanas adaptação da componente neural. Após 8 semanas adaptação da componente morfológica. Organização Estrutural do Músculo Esquelético Estrutura das Fibras Musculares Músculo – Fascículo – Fibra muscular – Miofibrila - Sârcomero Sarcômero - Menor unidade de contração muscular. O mecanismo de encurtamento e estiramento de um músculo - capacidade de elasticidade do músculo. Epimísio, perimísio e endomísio são tecidos de conexão que revestem respectivamente músculo, fascículo e fibra muscular. Unidade Motora e Recrutamento Um único neurônio motor e todas as fibras por ele inervadas. Espalham-se por uma área grande e são entremeadas por fibras de outras unidades motoras. Pode conter de menos de 100 a aprox. 2000/2200 fibras. Movimentos precisos – unidades motoras pequenas. Movimentos vigorosos – unidades motoras grandes. Tipos de Fibras Musculares Fibras de contração lenta (tipo I) – pico de tensão com relativa lentidão. Apresentam: Baixa velocidade de contração, alta resistência à fadiga, diâmetro pequeno, baixa concentração de ATPase e enzimas glicolíticas, alta concentração de mitocôndrias. Fibras de contração rápida (tipo IIa; IIb) – pico de tensão com relativa rapidez. As fibras do tipo IIa apresentam: alta velocidade de contração, média resistência à fadiga, diâmetro médio, alta concentração de ATPase e de mitocôndrias, média concentração de enzimas glicolíticas. As fibras do tipo IIb apresentam: alta velocidade de contração, pouca resistência à fadiga, diâmetro grande, alta concentração de ATPase e enzimas glicolíticas, baixa concentração de mitocôndrias. T w it c h T e n s io n Time FT ST Skeletal Muscle Fiber Characteristics TYPE IIA Type I Fast-Twitch Type IIB Slow-Twitch Oxidative Fast-Twitch Oxidative Glycolytic Glycolytic CHARACTERISTIC (SO) (FOG) (FG) Contraction Speed slow fast fast Fatigue rate slow intermediate fast Diameter small intermediate large ATPase concentration low high high Mitochondrial high high low concentration Glycolytic enzyme low intermediate high concentration Arquitetura da Fibra Muscular Fibra paralela ou fusiforme É aquela em que o sentido das fibras acompanha o sentido longitudinal do músculo. Exemplo: - bíceps braquial; - porção do reto abdominal. Fibra penada ou oblíqua É aquela que está disposta obliquamente ao sentido longitudinal do músculo. Exemplo: - semimembranoso; - reto femoral. Unidade Músculo-Tendínea Componente contrátil ou ativo Propriedade do músculo que torna possível o desenvolvimento de tensão nas fibras musculares estimuladas. Componente elástico ou passivo Propriedade elástica passiva do músculo. Dividem-se em Componente elástica em série (CES) – tendões e pontes cruzadas; Componente elástica em paralelo (CEP) – membranas musculares. Parallel Elastic Component Series Elastic Component Contractile Component Inserção Muscular (Tendão/aponeurose/osso) Tendões e ligamentos são tecidos conjuntivos densos conhecidos como tecidos colagênicos fibro-paralelos. São constituídos de colágeno (elastina) e sustância de base (proteoglicanos). A estrutura das inserções em ossos é semelhante em ligamentos e tendões e consiste em quatro zonas. São estruturas viscoelásticas. Sustentam principalmente cargas de tensão, Propriedades Comportamentais da Unidade Musculotendinosa Irritabilidade – capacidade de responder ao estimulo. Eletroquímicos ou mecânicos. Capacidade de desenvolver tensão – característica comportamental especifica do tecido muscular. Componente contrátil da função muscular. Contratibilidade – capacidade de diminuir de comprimento. Extensibilidade – capacidade de aumentar de comprimento. Elasticidade – capacidade de retornar ao seu comprimento normal de repouso após um estiramento/encurtamento. Torna possível a transmissão uniforme de tensão do músculo ao osso. Abordagem Mecânica das Ações Musculares 1 - Ação isométrica – desenvolvimento de tensão sem alteração no comprimento do músculo. Velocidade = zero. 2 - Ação Concêntrica – desenvolvimento de tensão com encurtamento muscular. Aceleração 3 - Ação Excêntrica – desenvolvimento de tensão com estiramento muscular. Desaceleração. A - Ação isotônica – movimentação de um peso especifico por uma amplitude de movimento. Peso constante x carga real imposta ao músculo varia pela amplitude de movimento. B - Ação isocinética – velocidade controlada e constante (0 graus/s a 600 graus/s); resistência variável e força contínua. Necessidade de um dinamômetro isocinético. C - Ação isoinercial – Manutenção da inércia ao longo do movimento, conseguida através da resistência dinâmica variável. Funções do Músculo Agonista – músculo que atua para causar o movimento. Motor primário. Antagonista – músculo que atua para tornar mais lento ou interromper um movimento. Acessório – ajuda o motor primário a realizar a ação muscular. Função sinergista – músculo que atua juntamente com outro ou com um grupo de músculos. Estabilizador(fixador) – músculo que atua para estabilizar uma parte do corpo, para que um outro músculo ativo tenha uma base firme sobre a qual possa exercer tração. Neutralizador – músculo que atua para eliminar uma ação indesejada produzida por um outro músculo que se contrai. Músculos biarticulares e poliarticulares Insuficiência ativa – Menor capacidade de gerar tensão. Insuficiência passiva – Maior capacidade de resistir ao estiramento. FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM NA FORÇA MUSCULAR - Área de secção transversal fisiológica Quanto maior a área de corte maior será a força. FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM NA FORÇA MUSCULAR - Ângulo de inserção do músculo Ângulo de tração x Aproveitamento da força. FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM NA FORÇA MUSCULAR - Relação comprimento x tensão A tensão total presente em um músculo é a soma da tensão ativa e passiva, quando esta existir. Retardo eletromecânico (REM) – período de tempo entre a chegada do estímulo neural e o desenvolvimento de tensão pelo músculo. Comprimento (% do Comp. de Repouso) 50 100 150 Active Tension Passive Tension Total Tension FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM NA FORÇA MUSCULAR - Relação força x velocidade Quando o músculo desenvolve tensão concêntrica contra uma carga elevada, a velocidade do encurtamento deverá ser relativamente baixa. Contra uma carga baixa, a velocidade do encurtamento deverá ser relativamente alta. Quando o músculo desenvolve tensão excêntrica contra uma carga elevada, a velocidade de estiramento tenderá a relativamente alta. Quanto mais alta for a carga mais alta tenderá a ser a velocidade. FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM NA FORÇA MUSCULAR - Relação Tempo x Tensão Estímulo simples – intervalo suficiente para recuperação entre os estímulos. Somação ou Somação Incompleta – elaboração de uma forma aditiva de estímulos. Tetania ou Somação Completa – tensão máxima sustentada como resultado da estimulação repetitiva. FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM NA FORÇA MUSCULAR - Pré-estiramento (ciclo excêntrico- concêntrico) Ação excêntrica seguida imediatamente de ação concêntrica. FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM NA FORÇA MUSCULAR - Efeitos da fadiga As características da fadiga muscular incluem a duração na capacidade de produção de força muscular, na velocidade de encurtamento, no relaxamento prolongado das unidades motoras entre os períodos de recrutamento. A fadiga absoluta é encontrada quando a fibra muscular torna-se incapaz de desenvolver tensão ao ser estimulada por seu axônio motor, podendo também ocorrer no neurônio motor, tornando-o incapaz de gerar um potencial de ação. AULA 4.pdf SISTEMA ÓSSEO APLICADO AO MOVIMENTO COMPOSIÇÃO, ESTRUTURA E COMPONENTES MATERIAIS DO TECIDO ÓSSEO A forma e o tamanho do esqueleto são determinados por fatores que influenciam o crescimento e desenvolvimento ósseo. Fatores que influenciam no desenvolvimento e crescimento do osso: Nutrição, Nível de atividade; Hábitos posturais; Hereditariedade; Estilo de vida e Raça. 39 % - componentes orgânicos - conferem força ao osso. O colágeno permite uma maleabilidade ao osso. 49% - componentes minerais - conferem rigidez ao osso. O cálcio e o fosfato conferem ao osso rigidez, grande capacidade e assimilação de cargas. 12 % - componentes líquidos (fluídos). ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL Osso Compacto ou cortical: oferece força e dureza ao esqueleto. Assemelham-se a um sistema de tubos ocos concentricamente. Suportam altos níveis de apoio de pesos ou tensão muscular longitudinalmente, antes de falhar ou fraturar. Quanto maior for o número de camada (tubos) maior a força e dureza do osso. Osso esponjoso ou trabecular: semelhante a uma trelhiça com uma porosidade maior de 70 %. É mais fraco e menos rígido que o osso cortical. As trabéculas permitem adaptação na direção do estresse imposto, permitindo assim uma força relativamente alta para um osso relativamente leve. Graças a uma maior porosidade apresenta uma maior capacidade de absorção de energia (choques) e distribuição de cargas. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ÓSSEO Ossificação dos ossos longos O equilíbrio entre os osteoclastos e osteoblastos favorecem o crescimento e desenvolvimento ósseo a partir das demandas de cargas. Crescimento longitudinal dos ossos longos É influenciado pelas cargas compressivas e ocorre ao nível das epífises, a partir da placa epifisária. Com o desaparecimento da placa epifisária dizemos que o osso apresenta a maturação, que ocorre entre 18 e 25 anos. Crescimento circunferencial dos ossos Ocorre por toda a vida desde antes da fase adulta. A camada interna de periósteo produz camadas concêntricas acima das já existentes. O osso é absorvido ou eliminado ao redor da circunferência da cavidade medular com o aumento do diâmetro da cavidade. ESTRESSE = FORÇA ÷ ÁREA DE APLICAÇÃO DA FORÇA RESPOSTA ÓSSEA AO ESTRESSE & MODELAGEM E REMODELAGEM ÓSSEA É a distribuição interna das forças das externas que estão sendo aplicadas sobre o corpo. Estresse = Força ÷ Área de aplicação da força. O sentido, o tempo e a magnitude da força são importantes para determinar o estresse. É a avaliação do comportamento do osso submetido a uma carga (força). É a resposta dinâmica à presença ou ausência de diferentes forças como mudanças no tamanho, formato e densidade de um osso. LEI DE WOLFF (1892) - “As densidades e, num grau muito menor, os formatos e tamanhos dos ossos e um determinado ser humano constituem uma função da magnitude e do sentido dos estresses mecânicos que agem sobre os ossos.” Característica anisotrópica – São diferentes propriedades mecânicas em respostas às cargas aplicadas em diferentes sentidos. Exibem diferentes graus de resistência e rigidez em resposta às forças aplicadas a partir de diferentes sentidos. O osso é mais forte para resistir ao estresse compressivo e mais fraco para resistir ao estresse de cisalhamento. AÇÃO DO OSTEOBLASTOS X OSTEOCLASTOS Podem diminuir, aumentar ou modificar o formato de um osso. Hipertrofia óssea São ossos que apresentam maior mineralização, ou seja, são mais densos que aqueles dos indivíduos sedentários para mesma idade e sexo. Quanto maior a força ou carga imposta, mais efetivo será o aumento da mineralização do osso. A magnitude de uma carga é mais importante do que a freqüência de exposição a essa carga para a massa óssea. Os efeitos são de caráter geral e não só específica. Atrofia óssea ou hipotrofia óssea A redução dos estresses mecânicos leva a uma atrofia do osso e conseqüente remodelagem óssea. Os ossos tornam-se mais leves e menos resistentes devido principalmente a diminuição da quantidade de cálcio. O osso trabecular é mais afetado do que o osso cortical. MUDANÇAS DEGENERATIVAS NOS OSSOS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO. Osteopenia – É a redução inicial na quantidade de material mineral do osso. Apresentando menor capacidade de suportar carga (força). Osteoporose – É uma doença degenerativa que tem como principal característica a redução da componente mineral do osso. Tipo I – Pós-menopausa – afeta ± 40% das mulheres após os 50 anos. Tipo II – Associada a idade – Afeta mulheres e homens após os 70 anos. AULA 6.1.pdf BMC APLICADA AO COMPLEXO SUPERIOR Prof. MSc. Claudio Peixoto ESTÁCIO COMPLEXO DO OMBRO A Cintura Escapular (CE) é formada por dois pares ósseos, que são: clavícula e escápula. Essa cintura confere uma maior condição de livre movimentação para os membros superiores, fazendo com que os movimentos sejam mais amplos, eficientes e cadenciados, graças a um conjunto de articulações e segmentos. A CE é considerada um anel incompleto, o que permite movimentos independentes para membros superiores direito e esquerdo. Os membros superiores estão mais capacitados a realizarem habilidades de manipulação, destreza e coordenação motora fina. A CE deve ser inicialmente compreendida a partir das articulações esterno-clavicular (EC) e acrômio-clavicular (AC). O ponto de união da CE e do membro superior com o restante do esqueleto ocorre na articulação EC. ARTICULAÇÃO ESTERNO-CLAVICULAR É classificada como articulação sinovial deslizante ou esferoidal modificada, com um disco fibrocartilaginoso, sendo suportada pelos ligamentos interclavicular, esternoclavicular e costoclavicular (o mais importante). A integridade postural da CE depende diretamente da tensão residual do sistema locomotor ativo. Movimentos da EC: Plano Frontal - elevação e depressão. Plano Transverso – protração ou abdução e retração ou adução. Obs: A clavícula roda aproximadamente 50 graus em torno do seu eixo longo (rotação anterior e posterior). ARTICULAÇÃO ACRÔMIO-CLAVICULAR É classificada como articulação sinovial deslizante pequena e, possui disco fibrocartilaginoso. A articulação AC fica sobre o topo da cabeça do úmero e pode restringir os movimentos do braço. A articulação AC é reforçada por uma cápsula densa e tensão ligamentar, em especial do ligamento córaco-clavicular. Os movimentos na articulação esterno clavicular são opostos aos movimentos na articulação AC para elevação, depressão, protração e retração. ATENÇÃO - Os movimentos da cintura escapular são caracterizados a partir dos movimentos da escápula. MOVIMENTOS DA ESCÁPULA Plano Transverso – Eixo Longitudinal Protração ou abdução - Movimento de afastamento da borda medial da escápula da coluna vertebral. Retração ou adução – Movimento de aproximação da borda medial da escapula da coluna vertebral. Plano Frontal – Eixo Ântero-Posterior Rotação superior - ângulo inferior da escápula gira para fora ou lateralmente. Rotação inferior - ângulo inferior da escápula gira para dentro ou medialmente. Plano Frontal (Translação) Elevação – A escápula desliza para cima. Depressão – A escápula desliza para baixo. Obs: Não existe eixo de movimento. Observações Importantes: A clavícula funciona como um “braço móvel” para os movimentos da escápula. A articulação escapulotorácica é uma articulação fisiológica (funcional). A escápula apoia- se sobre dois músculos: o serrátil anterior e o subescapular. ARTICULAÇÃO DO OMBRO OU GLENOUMERAL É uma articulação sinovial de cabeça e cavidade (esferóide), sendo considerada a articulação de maior amplitude do corpo humano. Sua constituição estrutural faz com que esta articulação apresente cápsula frouxa e suporte ligamentos limitados. A cavidade glenóide envolve somente 25% da cabeça umeral, sendo a participação de uma estrutura fibrocartilaginosa, chamada lábio da glenóide, responsável por aumentar em 75% a área de contato entre a cavidade e a cabeça do úmero. Juntamente com o lábio da glenóide, os tendões do manguito rotador (infra e supra espinhoso, subescapular e redondo menor) auxiliam na fixação da cabeça do úmero à cavidade. A cápsula articular tem aproximadamente o dobro do volume da cabeça umeral. A artrocinemática do ombro permite identificar movimentos de rotação e translação. MOVIMENTAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DO OMBRO (GLENOUMERAL) Plano sagital – Eixo látero-lateral: Flexão – Deslocamento do segmento braço para frente – Grau de Amplitude de Movimento (GAM) ±180o. Extensão – Deslocamento do segmento braço para Posição Anatômica (PA) – GAM ±180o. Hiperextensão – Deslocamento do segmento braço para além da PA – GAM ±60o. Plano frontal – Eixo ântero-posterior: Abdução – Movimento tem início com afastamento do segmento braço da linha média do corpo – GAM ±180o. Adução – E o retorno do movimento de abdução – GAM ±180o. Plano transverso – Eixo longitudinal: Rotação interna ou medial – Segmento braço gira medialmente ou para dentro. – GAM ±105o. Rotação externa ou lateral – Segmento braço gira lateralmente ou para fora. – GAM ±45o. Plano transverso – Eixo longitudinal (Posição inicial = braços paralelos ao solo no plano frontal médio) Flexão – adução – horizontal – Segmento braço desloca-se para frente – GAM ±135o. Extensão – abdução – horizontal – Segmento braço desloca-se para trás – GAM ±45o. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES Os movimentos combinados do complexo do ombro estão relacionados aos movimentos da escápula e da articulação do ombro. Quando ocorrem simultaneamente são denominados ritmo escapuloumeral. Nos primeiros 30o de abdução e 45o/60o de flexão da articulação do ombro a escápula tende a permanecer estática. A partir desta amplitude de movimento a escápula começa a movimentar-se, permitindo assim, um ajuste da cintura escapular e consequentemente, a facilitação do movimento para a articulação do ombro. Basicamente o ritmo de ajuste guarda uma relação de 2:1. À medida que o ombro abduz acima de 90o, o tubérculo maior na cabeça do úmero aproxima-se do arco córaco-acromial. A compressão dos tecidos moles começam a limitar uma abdução adicional e em rotação interna o tubérculo maior do úmero faz contato com o acrômio. Se o ombro é girado externamente a abdução torna-se mais fácil, pois o tubérculo maior é movido para fora do arco. Dos 180o conseguidos para os movimentos de elevação (flexão e abdução) da articulação do ombro, 120o ocorrem na articulação do ombro e 60o na escápula (articulação escapulotorácica). AÇÕES MUSCULARES NA ARTICULAÇÃO DO OMBRO Acima de 90o de elevação da articulação do ombro a força do manguito rotador diminui, deixando a articulação do ombro mais vulnerável às lesões. A força adução dos músculos do ombro é o dobro da força do movimento de abdução, embora o movimento de abdução e seu grupo muscular sejam usados mais frequentemente em atividades esportivas ou AVDs. As ações articulares mais fracas da articulação do ombro são os movimentos de rotação. Sendo a rotação externa mais fraca que a rotação interna. Os músculos do ombro são fáceis de alongar e de fortalecer, devido a mobilidade da articulação. Os músculos que agem na articulação do ombro e cintura escapular geralmente trabalham combinados, fazendo com que seja difícil isolar um músculo específico em um exercício. Um grupo muscular importante, que deve ser enfatizado em uma rotina de alongamento e de fortalecimento do complexo do ombro é o manguito rotador, já que estes músculos estabilizam a articulação do ombro e realizam uma ampla variedade de movimentos do ombro. Os microtraumas são mais comuns como causa das lesões do complexo do ombro, em especial, na chamada área de compressão (arco córaco-acromial). COMPLEXO DO COTOVELO O complexo do cotovelo envolve dentro da mesma cápsula articular três articulações. Umerorradial (UR) – Umeroulnar (UU) – Radioulnar Superior (proximal) (RUS). A articulação UU é considerada a articulação do cotovelo. Ela está capacitada a suportar cargas tensivas. A articulação UU é do tipo gínglimo ou dobradiça. A articulação RUS é do tipo trocóide ou pivô. A articulação UU é considerada uma articulação muito estável, tendo integridade estrutural e bom suporte ligamentar e muscular. MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO UU Plano Sagital – Eixo Látero-lateral: Flexão – Deslocamento do segmento antebraço para frente – GAM ±150o. Extensão – É o alinhamento do segmento antebraço e braço – GAM ±150o. Obs: Na posição de extensão a tróclea assimétrica cria uma angulação da ulna lateralmente, criando uma posição em valgo. Isto é chamado de ângulo de carregamento e, varia de 10o a 15o nos homens e 20o a 25o nas mulheres. Na medida em que o cotovelo é flexionado, essa posição de valgo é reduzida, e pode até resultar em uma posição em varo com flexão completa. ARTICULAÇÃO RUS É a articulação entre a cabeça do rádio e a incisura radial da ulna. É onde ocorrem de maneira efetiva os movimentos da articulação RUS. Movimentos da articulação RS Plano Transverso – Eixo Longitudinal Pronação – Rádio cruza sobre a ulna – GAM ±150o. Supinação – Partindo da posição prono o Rádio retorna à PA – GAM ±150o. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE Na posição neutra ou semipronada o rádio e a ulna ficam próximo um do outro, mas em pronação completa o rádio cruza sobre a ulna diagonalmente. Observações: Os epicôndilos medial e lateral são pontos de referência proeminentes nas faces medial e lateral do cotovelo, e são também, locais de lesão por uso repetitivo. A flexão da articulação do cotovelo é limitada pelo grau de estiramento do antagonista, pelo contato nas partes moles do antebraço com o braço e o contato do osso a osso do processo coronóide com a cavidade coronóide. A extensão do cotovelo é limitada, primariamente pelo contato do olécrano na fossa do olecraniana e, ainda pelo grau de estiramento do antagonista. AÇÕES MUSCULARES O flexor puro da articulação UU é o músculo braquial – Monoarticular. A ação do braquial não é influenciada pela pronação e supinação RUS. A contribuição do bíceps braquial com a flexão do cotovelo depende das posições das articulações do ombro e radioulnar. O bíceps braquial é mais efetivo como flexor na posição de supinação da RUS, quando a inserção no rádio não fica torcida. Sua contribuição pode ser aumentada se o ombro estiver ligeiramente estendido, na qual a inserção da cabeça curta do bíceps braquial o torna tensionado. O posicionamento da articulação RUS, não interfere na participação da musculatura do tríceps braquial, da extensão do cotovelo. A porção medial do tríceps é considerada extensora plena do cotovelo. Já a porção longa depende do posicionamento da articulação do ombro, e é mais efetivo quando o ombro está flexionado. A porção curta necessita uma maior quantidade de resistência para ser plenamente ativado. O grupo muscular flexor é quase duas vezes mais forte do que os extensores, o que nos torna melhores puxadores do que empurradores. A posição semi-pronada é a posição na qual a força máxima em flexão pode ser desenvolvida, seguida pela posição supinada e por último a posição pronada. As únicas posições que colocam alguma forma de alongamento sobre os flexores e extensores precisam incorporar alguma hiperextensão e flexão nas articulações do ombro (origem da musculatura envolvida). A ARTICULAÇÃO DO PUNHO E MÃO A mão é usada primariamente, para atividades de manipulação que requeiram movimentos muito finos, com amplas variedades de postura entre mãos e dedos. São possíveis aproximadamente 58 movimentos combinados para as mãos. A articulação do punho é constituída pela articulação radiocárpica (RC) e intercárpica (IC). O rádio articula com três ossos da primeira fileira do carpo (escafóide, semilunar e piramidal). A descrição dos movimentos do punho tem como base a articulação RC, que é classificada como sinovial, elipsóide, permitindo o movimento de flexão, extensão, flexão-radial ou abdução e flexão-ulnar ou adução. MOVIMENTO DA ARTICULAÇÃO DO PUNHO Plano Sagital – Eixo látero-lateral: Flexão: segmento mão desloca-se para frente a partir da PA – GAM ±70o a 90o. Extensão: segmento mão desloca-se para trás a partir da PA – GAM ±70o a 80o. Plano Frontal – eixo ântero-posterior. Flexão-radial, Desvio-radial ou abdução: segmento mão desloca-se lateralmente a partir da PA – GAM ± 30o a 40o. Flexão-ulnar, Desvio-ulnar ou adução: segmento mão desloca-se medialmente a partir da PA – GAM ± 45o. Obs: Quando o punho é flexionado o movimento é iniciado pela articulação intercárpica (médio-cárpica), representando 60% da amplitude de movimento, os 40% restantes ficam por conta da articulação RC. Já o movimento de extensão apresenta o comportamento inverso. ARTICULAÇÃO CARPO-METACÁRPICA (CMC) É a articulação entre os ossos do carpo e os cinco metacarpos. A articulação CMC é a articulação que proporciona a maioria dos movimentos do polegar e a minoria dos movimentos dos outros quatro dedos. A articulação CMC do polegar é uma articulação selar entre o trapézio e o primeiro metacarpo, permitindo o movimento de flexão e extensão (50o a 80o), abdução e adução (40o a 80o) e rotação externa e interna (10o a 15o). O polegar pode tocar cada um dos dedos no movimento de oposição e, é muito importante em tarefas de garra e preensão. ARTICULAÇÃO METACARPO-FALANGIANA (MCF)/ARTICULAÇÃO INTERFALÂNGICAS (IF) Articulação Metacarpo-falangiana (MCF) É a articulação entre a parte distal dos metacarpos e as falanges. As articulações MCF do 2o ao 5o dedo são classificadas como sinovial do tipo condilar, permitindo o movimento de flexão e extensão - abdução e adução. Articulação Interfalângicas (IF) É a articulação entre as falanges. Subdivide-se em interfalângicas proximais e distais, com exceção do polegar. Existem três razões principais para as pessoas condicionarem a região da mão, a saber: Fortalecimento dos dedos para melhorar a garra; Fortalecimento dos músculos envolvidos na articulação do punho; Prevenção e redução de lesões. AULA 5.pdf SISTEMA ARTICULAR APLICADO AO MOVIMENTO Prof. MSc. Claudio Peixoto ESTÁCIO Arquitetura Articular Classificação das articulações relacionadas ao estudo do movimento: Articulações SEM cavidade articular: 1) Sinartrose (imóvel) – Fibrosa – Sutura. Ex: Suturas do crânio. Obs: São articulações de menor interesse para biomecânica por serem imóveis. ARTICULAÇÕES SEM CAVIDADE ARTICULAR Anfiartrose (ligeiramente móvel): A – Ligamentar – Sindesmoses. Ex: Art. Radioulnar média. B - Cartilaginosa – Sincondroses e Sínfise. Ex: Articulações intervertebrais e sínfise púbica. ARTICULAÇÕES COM CAVIDADE ARTICULAR Diartrose – Sinoviais (Amplamente móveis) A) Art. Deslizante; artrose ou plana – NÃO AXIAL. Ex: intertárcicas e intercárpicas. B) Art. em dobradiça; gínglimo ou charneira – UNIAXIAL – 1 Grau de Liberdade (GL). Ex: Art. Cotovelo. C) Art. em pivô ou trocóide – UNIAXIAL – 1 GL. Ex: Art. radioulnar proximal. D) Art. Elipsóide e art. Condilar – BIAXIAL – 2 GL. Ex: Art. Radiocárpica e Art. do Joelho (bicondilar). ARTICULAÇÕES COM CAVIDADE ARTICULAR Diartrose – Sinoviais (Amplamente móveis) E) Art. Esferoidal; cabeça e cavidade ou enartrose – TRIAXIAL – 3 GL. Ex: Art. do Ombro e Quadril. F) Art. Selar – TRIAXIAL – 3 GL. Ex: Art. Carpometacárpica do polegar. Obs: Cada grau de liberdade (GL) corresponde a um eixo relacionado a um plano ortogonal a partir da posição anatômica. Para cada GL existem dois movimentos. O movimento de circundução só é possível para articulações com pelo menos dois GL. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES ARTICULARES Cápsula articular – Membrana com duas camadas que reveste os ossos nas articulações sinoviais. A camada interna ou membrana sinovial é responsável por secretar o líquido sinovial. A densidade e resistência da cápsula a deformação elástica está relacionada a magnitude e a freqüência da carga a qual a cápsula está exposta. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES ARTICULARES Líquido sinovial – responsável pela lubrificação das articulações sinoviais. Apresenta característica multiviscosa frente a velocidade de realização e temperatura em que é realizado o movimento. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES ARTICULARES Cartilagem articular ou hialina – Denso tecido de conexão (pode chegar a 5mm) que reveste extremos ósseos nas articulações sinoviais. Apresenta adaptação mecânica a intensidade, sentido e tempo de exposição à carga aplicada. È constituída por três camadas sendo a mais interna próxima ao osso cortical a mais densa. Permite uma distribuição da carga por uma área mais extensa, reduzindo o estresse dentro da articulação e conduz a um baixo atrito dos ossos articulados, reduzindo o desgaste. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES ARTICULARES Ligamentos – São passivos tecidos de conexão que conectam os ossos entre si. Apresentam como principal função a manutenção da integridade estrutural da articulação, deformando-se de maneira elástica para permitir o movimento. Pode estar localizado dentro, fora ou na própria cápsula articular. Os ligamentos intracapsulares são os mais resistentes a deformação. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES ARTICULARES Bolsas ou bursas – São pequenas cápsulas revestidas por membrana sinovial e repleta de líquido sinovial, localizadas entre as estruturas articulares com a finalidade de preservação de tais estruturas. Localizam- se principalmente entre o tendão e o osso. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Flexibilidade ou mobilidade articular É o grau de amplitude relativa de movimento permitida por uma articulação, ou seja, é a passagem da posição anatômica ou uma posição de referencia para posição extrema de movimento em um determinado sentido. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Flexibilidade ou mobilidade articular Divide-se em: Flexibilidade dinâmica – É a que melhor traduz a autonomia articular do sujeito, pois considera a movimento realização ativamente, não esperando encontrar restrições. Flexibilidade estática – Tem como base o movimento realizado de forma passiva. É muito utilizada para diagnóstico do grau relativo de amplitude de movimento de uma articulação. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS O goniômetro é o instrumento utilizado para determinar a amplitude de movimento, que é medida em graus. Estabilidade articular – É a resistência apresentada por uma articulação ao movimento anormal dos segmentos corporais. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Tem como base duas posições, que são: Travada ou coaptação fechada – é aquela em que o encaixe ósseo é máximo dentro da articulação. Ao longo de todo o arco de movimento só existe uma posição considerada travada. Destravada ou coaptação aberta – é qualquer posição diferente da travada. Quanto maior a amplitude de movimento, menor o número de elementos articulares envolvidos com a estabilidade da articulação e maior a sobrecarga suportada mais difícil é estabilizar a articulação. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Fatores que influenciam na flexibilidade: 1 – Formato e contato dos ossos na articulação. 2 – Tipo e número de elementos articulares envolvidos. 3 – Contato das partes moles. 4 – Sexo. 5 – Idade. 6 – Temperatura. 7 – GRAU DE ESTIRAMENTO DO MÚSCULO ANTAGONISTA. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Tipos de alongamentos: 1) Ativo – produzido pela ação concêntrica dos músculos antagonistas ao que se quer alongar. 2) Passivo – produzido por uma força externa, ou seja, diferente da ação concêntrica dos músculos antagonistas ao que se quer alongar. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Tipos de alongamentos: 3) Dinâmico ou balístico – São movimentos rápidos, sucessivos e suavemente controlados, visando o alongamento muscular, tentando evitar a estimulação dos fusos musculares. 4) Estático – é a manutenção ou sustentação de uma postura por um período de tempo. Considera a característica viscoelástica dos tecidos. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Tipos de alongamentos: 5) Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) ou 3S – envolve a contração concêntrica e o relaxamento alternado do músculo que se queira alongar.Tem por finalidade destacar a ação do Órgão Tendinoso de Golgi como auxiliar do trabalho de alongamento. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS AÇÃO DOS RECEPTORES NEUROMUSCULARES NO ALONGAMENTO A) Fuso Muscular (FM) – Está localizado entre as fibras musculares sendo paralelo a estas. È sempre estimulado com o aumento do comprimento muscular. Divide-se em FM1 – que responde a velocidade e ao grau de estiramento muscular e, FM2 - que responde somente ao grau de estiramento muscular. Inibe o estiramento no músculo que está sendo alongado, pois inicia rápida ação concêntrica no mesmo interrompendo a tensão gerada pelos antagonistas. FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS AÇÃO DOS RECEPTORES NEUROMUSCULARES NO ALONGAMENTO B) Órgão Tendinoso de Golgi (OTG) – Está localizado em série, dentro dos tendões, próximo a junção miotendínea. É estimulado sempre que os tendões são alongados em função da ação concêntrica dos músculos vinculados a esses tendões. Promove então o relaxamento e conseqüentemente o estiramento do músculo que se queira alongar. Isto é, dá início a elaboração de tensão nos músculos antagonistas e promove o relaxamento do músculo que se quer alongar. DEGENERAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Ocorre lesão das estruturas de dentro da articulação sinovial durante situação com alta carga, por alta freqüência de exposição à carga e/ou por cargas suportadas de maneira desigual. DEGENERAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Estrutura mais afetada – CARTILAGEM ARTICULAR – por degradação enzimática, perda de proteoglicanas e remoção de matéria propriamente dita pela ação mecânica. Resultando em: Diminuição nas áreas de contato e erosão da cartilagem. Possível desenvolvimento de fissuras Maior exposição do osso subcondral. Início de doença articular degenerativa ou osteoartrite. DEGENERAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Outras estruturas também afetadas: Cápsula articular – Formação de mais tecido fibroso e possível alongamento da cápsula. Lesão de menisco – instabilidade, perda da amplitude de movimento e edema dentro da articulação. Lesão da membrana sinovial – aumento na vascularidade e fibrose gradual do tecido. Considerar: Imobilização da articulação – Aderências, perda da amplitude de movimento, fibrose e sinovite. AULA 6.2.pdf BMC APLICADA AO COMPLEXO INFERIOR Prof. MSc. Claudio Peixoto ESTÁCIO BIOMECÂNICA APLICADA AO COMPLEXO INFERIOR É constituído a partir das articulações da cintura pélvica, quadril, joelho, tornozelo e pé. A cintura pélvica incluindo a articulação do quadril exerce um papel integral no suporte do peso do corpo e ao mesmo tempo, oferece mobilidade, aumentando a amplitude de movimento dos membros inferiores. A cintura pélvica é constituída por pares ósseos – íleo, ísquio e púbis – e serve como local para inserção de vinte e oito músculos do tronco e coxa, e nenhum deles é posicionado para agir somente sobre a cintura. BIOMECÂNICA APLICADA AO COMPLEXO INFERIOR A cintura pélvica e a articulação do quadril fazem parte de um sistema de cadeia cinética fechada, no qual as forças sobem pelo quadril e pelve indo para o tronco ou descem do tronco para pelve e quadril até joelho, pé e solo. Finalmente, o movimento da cintura pélvica e do quadril contribuem significativamente para manter o equilíbrio e postura em pé empregando a ação muscular contínua para ajuste finos assegurando o equilíbrio. Movimentos da cintura pélvica Movimento no plano sagital – eixo látero/lateral: Báscula anterior, inclinação anterior, desvio anterior ou anteversão – é o deslocamento da pelve para frente a partir da acentuação da lordose lombar. Grau de amplitude de movimento: 70o a 75o. Báscula posterior, inclinação posterior, desvio posterior ou retroversão – é o movimento da pelve para trás a partir da retificação da lordose lombar. Grau de amplitude de movimento: 50o a 55o. Movimentos da cintura pélvica Movimento no plano frontal – eixo ântero/posterior: Inclinação lateral: movimento da pelve tendo como base o desnivelamento de uma das cristas ilíacas. O grau de amplitude de movimento não é especificado, pois esse movimento apresenta como caráter funcional devido aos pequenos ajustes no movimento de flexão lateral da coluna vertebral, porção lombar. Movimentos da cintura pélvica Movimento no plano transverso – eixo longitudinal: Rotação pélvica: a pelve gira em torno do eixo longitudinal da coluna vertebral a partir da coluna lombar. Embora os músculos facilitem os movimentos da pelve, não existe um grupo muscular que haja sobre a pelve especificamente, assim os movimentos pélvicos ocorrem como conseqüência dos movimentos dos quadris e/ou coluna vertebral. ARTICULAÇÃO DO QUADRIL É a articulação entre a cabeça do fêmur e o acetábulo. Classificada como diartrose, esferoidal permitindo o movimento nos três planos ortogonais. Aproximadamente 70% da cabeça do fêmur articula-se com o acetábulo, em comparação com os 20 a 25% da cabeça do úmero com a cavidade glenóide. Movimentos na articulação do quadril Plano sagital – eixo latero/lateral: Flexão – Aproximação da face anterior da coxa com a face anterior do tronco. Grau de amplitude de movimento: 70o a 140o. Extensão – Retorno da flexão. Grau de amplitude de movimento: 70o a 140o. “Hiperextensão” – Segmento coxa desloca-se para trás. Grau de amplitude de movimento: 4o a 15o. Movimentos na articulação do quadril O ligamento ílio-femural ou ligamento Y é forte e suporta a articulação do quadril anteriormente na postura em pé e resiste aos movimentos de extensão, rotação interna e alguma rotação externa. O movimento de hiperextensão pode ser tão limitado por esse ligamento que pode deixar de ocorrer na articulação do quadril, propriamente dita, mas ocorre como conseqüência da inclinação pélvica anterior. Movimentos na articulação do quadril Plano frontal eixo ântero/posterior: Abdução – O segmento coxa desloca-se lateralmente ou para fora. Adução – Movimento contrário ao de abdução. Grau de amplitude de movimento: ± 30o. Plano transverso eixo longitudinal: Rotação interna - Desloca-se o segmento pé medialmente. Grau de amplitude de movimento: ± 70o. Rotação externa – Deslocamento do segmento pé lateralmente. Grau de amplitude de movimento: ± 90o. Articulação do quadril A cápsula articular da articulação do quadril é mais densa da parte da frente e de cima da articulação, em que as sobrecargas são maiores, e é bem mais fina no lado de trás e de baixo da articulação. Os ligamentos pubofemural, ísquifemural e íleofemural não resistem ao movimento de flexão, ficando todos eles frouxos durante esse movimento. Articulação do quadril Os músculos que cercam a articulação do quadril recebem alguma forma de condicionamento ao andarmos, levantarmos ou ao subirmos uma escada, porém, a musculatura do quadril precisa ser equilibrada para que os extensores não sobrepujem os flexores, e os abdutores os adutores; isso irá assegurar controle suficiente sobre a pelve. Existem muitos músculos bi-articulares agindo na articulação do quadril, desse modo, deve ser dada muita atenção as articulações adjacentes, para maximizar um exercício de alongamento ou fortalecimento. COMPLEXO DO JOELHO São identificadas a partir da região do joelho três articulações distintas, a saber: patelofemoral, tibiofibular superior ou proximal e tibiofemoral, que é a verdadeira articulação do joelho. A articulação do joelho é classificada por bicondilar, permitindo os movimentos de flexão, extensão, rotação interna e externa. A articulação do joelho é muito vulnerável a lesões devido às demandas mecânicas, que são colocadas sobre elas e devido à dependência dos tecidos moles para seu suporte. COMPLEXO DO JOELHO A estabilidade funcional da articulação deriva da restrição passiva dos ligamentos, da geometria articular, dos músculos ativos e das forças compressivas que empurram um osso contra o outro. A articulação do joelho é caracterizada pela articulação do côndilo lateral do fêmur com o platô lateral da tíbia e do côndilo medial do fêmur com o platô medial da tíbia, sendo que as estruturas mediais encaixam-se comodamente, já as estruturas laterais não se encaixam, pois suas superfícies são convexas. MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO Plano sagital – eixo látero/lateral: Flexão – Aproximação da face posterior da perna, com a face posterior da coxa. Extensão – Retorno da flexão. Grau de amplitude de movimento: ± 145o. Plano transverso – eixo longitudinal: Os movimentos de rotação interna e externa devem ser realizados com a articulação do joelho fletida a 90o. Rotação externa – Os artelhos deslocam-se lateralmente ou para fora. Grau de amplitude de movimento: ± 45o. Rotação interna – Os artelhos deslocam-se medialmente ou para dentro. Grau de amplitude de movimento: ± 30o. Encontram-se no interior da cápsula do joelho duas estruturas fibrocartilaginosas, chamadas de meniscos, que tem como função favorecer a estabilidade da articulação aumentando a superfície de contato, absorver choques (função amortecedora) e deformam-se para permitir o movimento. O movimento de flexão da articulação do joelho é acompanhado de rotação interna da tíbia sobre o fêmur e o movimento de extensão é acompanhado pela rotação externa, que termina na ação de travamento no final da extensão, denominado mecanismo parafusar. Centro Instantâneo de Rotação (CIR) ou EVOLUTA: pequena alteração que ocorre no posicionamento do eixo de rotação da articulação do joelho durante o movimento de flexão, permitindo assim, além do movimento de rotação, o movimento de deslizamento (cisalhamento) dos côndilos femorais sobre os platôs tibiais. Patela: protege anteriormente a articulação do joelho, funciona como um tipo de polia para musculatura do quadríceps, aumentando o ângulo de inserção do tendão patelar, aumentando assim o ângulo de tração e diminuindo a desvantagem mecânica. ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO São as articulações tibiofibular inferior ou distal, tibiotalar e fibulotalar. É uma articulação em dobradiça uniaxial, que permite o movimento de dorsi flexão e extensão do tornozelo ou flexão plantar. Os movimentos são realizados no plano sagital – eixo látero/lateral. A dorsi flexão é a aproximação do dorso do pé da face anterior da perna. Grau de amplitude de movimento: ± 20o. Movimento de flexão plantar: é a tendência ao alinhamento do pé com o eixo longo da perna. Grau de amplitude de movimento: ± 50o. A estabilidade do tornozelo depende da orientação dos ligamentos, do tipo de carga e da posição do tornozelo no momento de sobrecarga. São necessários no mínimo, 10o de dorsi flexão e 20o a 25o de flexão plantar para a marcha normal. Imediatamente a partir da articulação do tornozelo encontramos a articulação subtalar, que é a articulação entre o tálus e o calcâneo. Essa articulação sustenta grande quantidade de carga, altamente capacitada à absorção de choques. Os movimentos possíveis da articulação subtalar, em cadeia fechada, são: supinação ou inversão e pronação ou eversão. Os movimentos possíveis da articulação subtalar, em cadeia fechada, são: supinação ou inversão e pronação ou eversão. Em cadeia aberta os movimentos subtalares são triplanares: Supinação ou inversão + flexão plantar + adução. Pronação ou eversão + dorsi flexão + abdução.
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