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Resenha Gestalt Terapia Refazendo um caminho

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Título da Resenha: Os princípios da Gestalt-Terapia
Subtítulo: Pressupostos científico, técnico e filosóficos da Gestalt
Livro: Gestalt-Terapia: Refazendo um caminho (Jorge Ponciano Ribeiro)
" Gestalt-Terapia: Refazendo um caminho"(Summus Editorial LTDA, 1985, 140 páginas), o Dr. Jorge Ponciano Ribeiro vem através de uma reflexão pessoal, explicar os pressupostos e fundamentos teóricos da Gestalt-Terapia, buscando inter-ligar teoria, técnica e prática, de sua vivência.O livro é dedicado a estudantes e profissionais da área da Psicologia e Psiquiatria, que buscam, compreender ou aprofundar seus conhecimentos da análise de processos terapêuticos da Gestalt-Terapia.
A Gestalt ( todo, inteiro ou configuração) surge como tentativa a resposta de propor, uma integridade de quantidade, ordem e significado, que define e caracteriza a relação homem-universo buscando formalizar a relação existente entre estas partes.Na Gestalt-Terapia a percepção é determinada pelas relações entre os componentes de um campo perceptivo e não pelas características vista pelos componetes de forma individual.Um campo tem diversos pontos e fonte de forças e a percepção individual vai depender desta rede e a percepção toal vai depender de como estas forças chegam até o individuo.
Assim, à natureza compete a quantidade (ou quantum que se revela como matizes que varia do quase nada ao infinito), à vida a ordem (podendo ser vista a partir da realidade subjetiva de quêm a vê e a julga) e à mente o significado (o todo deve ser ouvido e sentido como um todo e não como um sequência transitiva e casual em que elementos funcionando separados, criando uma relação de causa e efeito na produção de um significado), que apesar de suas peculiaridades, tudo se complementa.Sessando as dicotomias, passa-se a ver tudo como um todo ( visão holística), pois os três elementos são considerados como próprios da realidade.Outro pressuposto da Gestalt-Terapia está na relação que o indivíduo estabelece com os fenomênos internos e externos e como estes estão intimamente ligados, tanto em quantidade quanto em qualidade percebidas nas coisas, assim a realidade passa a ser percebida não apenas de forma racional mais também da relação "dentro-fora-dentro". 
Frederic Perls foi um grande estudioso e profundo conhecedor do ser humano e apresenta a partir da Gestalt-Terapia uma síntese pensada e refletida do homem da forma como ele é visto e sentido.Assim a Gestalt-Terapia é uma forma de " configurar o ser" buscando sempre consumar sua essência alicerssada através de influências como a Psicanálise, os princípios de Reich e de algumas religiões orientais como Taoísmo e Zen-Budismo.Pearls buscou nas religiões orientais formas eficazes de comunicar junto a Gestalt-Terapia um modo real de se "estar" na realidade e a ela reagir.É possível perceber que tanto o Zen-Budismo quanto o Taoísmo influenciaram a Gestalt , não nos seus conceitos religiosos mais pela filosofia de vida empregada, dando grande ênfase ao desenvolvimento humano buscando dar mais atenção aos fatos de forma natural, que é o que estas culturas orientais costumam fazer.
O Jorge Ponciano afirma que a Gestalt-Terapia como forma de aprendizagem existencial está voltada para os limites que são frequentemente necessários para que a pessoa possa se situar no mundo, sem violentar seus princípios respeitando sua criatividade, dessa forma ensinando as pessoas a lidarem consigo mesmo ajudando-as a encontrar dentro de sua própria realidade a resposta efetiva a suas questões.Vivemos numa sociedade que cultua o pensamento e condena as emoções e vivências,um dos princípios da Gestalt-Terapia é deixar o corpo fluir expressando-se livremente através dos sentidos, pois o homem é uma totalidade de pensamentos, sentimentos, percepções e sensações, através do qual o corpo atinge sua plena capacidade de se expressar e de auto se revelar. 
O autor afirma que dentro do prática terapêutica, o crescimento pessoal do cliente como indivíduo, vem através do processo de frustação, ou seja, é necessários que o cliente experencie seus próprios limites e incapacidades no que se refere a pensamentos e a sentimentos não desejados, visto que é frequente o relato de pensamentos, afetos e desejos dos quais não conseguem se libertar, embora lutem para se livrar de determinado padrão destrutivo.Pearls através de conceitos obtido por influência do Taoísmo afirma que para que o indivíduo entre em contato com sua própria natureza, é necessário passar pelo processo de aceitação bem como experenciar e sentir seus próprios sentimentos, seja quais forem, mesmo que este processo seja incômodo ou doloroso, assim é possível descobrir até onde nossos desejos nos levam para só depois buscar sentir-se purificado.Portanto, é através do trabalho de indução do indivíduo a sentimentos de frustação, que o Gestalt-Terapeuta levará o cliente a busca de auto-regulação e a reformulação de novas Gestalts.Assim fechar Gestalts é o mesmo que ficar atento em tempo integral em todas as exigências do ato de pensar, sentir e agir, respondendo satisfatóriamente aos apelos destes três movimentos.Quanto mais natural é a pessoa menos Gestalts inacabadas ela terá,bem como esta, poderá ser considerada um indivíduo auto ajustado.
Cabe ao Gestalt-Terapeuta procurar no cliente aquela individualidade presente em cada ser humano, sem rotular ou comparar modelos pois cada ser humano é unico.Sendo assim o Gestalt-Terapeuta não lida com o problema em si, mais com a energia dele presente, pois o problema que sempre será velho, mesmo sendo recente, trás em si uma energia que é sempre nova, pois ela nunca se repete.A luta contra um futuro incerto é muito comum, a Gestalt-Terapia parte do princípio de que o fututo, embora incerto, não deve ser trazido ao presente na tentativa de prevenir erros, frustações e eventuais fracassos.É importante aprender a lhe dar com o reflexo das coisas(nosso interior), isto é,todos os seres humanos são naturalmente guiados por reflexos ou representações psiquicas e frequentemente sentem medo destes reflexos, se esquecendo de que estes reflexos ou representações nada mais são do que criações provenientes da mente, dos pensamentos e das antecipações.Saber lhe dar com estes reflexos dando-lhes devida atenção ou abandonando-os quando assim julgar necessário,compreender o que é real (realidade do indivíduo) ou o que é fantasia são desafios do Gestalt-Terapeuta que no mesmo momento em que leva seu cliente ao estado de frustação, também o conduz ao caminho que o levará a entrar em contato com seu interior (reflexo) atingindo a realidade de forma original.Sendo assim o presente, por mais trágico e doloroso que seja, é a única porta para a realidade.O Gestalt-Terapeuta se coloca entre o reflexo e a realidade, entre figura e fundo,entre tema e necessidade, entre o em si do fenômeno e o fenômeno em si.
Teorias de Fundo: O todo e a parte / Figura e fundo / Aqui e agora
A percepção, como tema proposto pela Psicologia da Gestalt, da suporte para a aplicação de princípios no que se refere ao modo como se estrutura.Enquanto Whertheimer propõe alguns princípios da organização da percepção visual, isto é das leis que regem os modos como os olhos percebem o objeto no espaço, Jorge Ponciano propõe passar estas mesmas leis que controlam esta estrutura da visão física, para o modo como as pessoas percebem sua própria realidade,o considerando-as muito útil em termo de comportamento do ponto de vista existencial e terapêutico.Assim, o homem é visto como um todo integrado, e o modo como as pessoas veêm fisicamente a realidade externa se extende ao modo como elas se relacionam com seu meio comportamental e psicológico, estes princípios são organizados por: proximidade,similaridade,direção,disposição objetiva,destino comum e pragnaz.Qualquer uma destas leis encontra-se tanto no processo de aprendizagem quanto no psicoterapêutico como orientadores de comportamento humano e sua aplicação cuidadosa poderá orientar o Gestalt-Terapeuta indicando-o onde o clienteestá e onde ele próprio se encontra em relação a ele.Outros conceitos fundamentais para a compreensão da Gestalt:
1. O todo e a parte
A Gestalt vê o problema da percepção, da aprendizgem e da solução de problemas como algo determinado pela realidade do campo visto pelo todo, portanto, quando existe problema em alguma destas áreas (percepção, aprendizgem solução de problemas) significa que está faltando algo a verdadeira solução da situação fazendo-se necessário uma restruturação do campo perceptual.Estamos imerços em "todos", em Gestalts das quais em níveis diferentes tomamos maior ou menor consciência.Quando nos deparamos com algo,a nossa percepção o capta percebendo suas partes, porém o "todo" embora feito de partes é anterior a elas.O "todo" perde muito de seu significado e de sua importancia intríseca no momento em que, para ser analisado, é dissecado em partes.Um dos desafios da Gestalt-Terapia consiste no processo de conseguir captar este "todo", para depois lidar sabiamente com suas partes, mas considerando que no processo terapêutico o indivíduo chegar "devagar" dando margem a frequentes erros de percepção, para os Gestaltistas, o problema não é tanto como o dado é solucionado mas como ele é estruturado, bem como descobrir porque razão,de todas as alternativas possíveis,emerge a estrutura atual. Cada instante é considerado um começo e penetrar no instante representa buscar sua totalidade.
2. Figura e Fundo
 Outro pricípio da Gestalt consiste na afirmação de que dado um "todo" perceptual, parte da percepção será figura e o resto será fundo, assim o caminho mais adequado é o da obervação e análise paciente do todo através da manifestação de suas partes, cabe ao Psicólogo Gestaltista proceder de acordo com estes pressupostos de que a unidade de descrição deve ser escolhida pelo organismo que está sendo estudado,ou seja, a resposta do organismo determina e constitui um todo significativo.Figura e fundo é um dos conceitos mestres e insubstituível da Gestalt-Terapia quanto a compreensão das leis de organização.Este conceito se refere a formas ou formação de realidades ou daquilo que se chama "duo" ou uma figura "sobre" ou "dentro" de "outra", ou seja, dupla representação mas sem serem considerados isoladamente, assim qualquer que seja a figura que ele assuma, ests se sobrepõe a algo mais amplo ou mais complexo se envolvendo de forma diferenciada na realidade.A figura está no todo, e o que o cliente tráz como figura é parte do seu todo,assim cabe ao Gestalt-Terapeuta estruturar sua percepção afim de perceber o que está como figura e não como fundo e vice-versa, bem como perceber como o cliente estrutura sua fala quando revela seu problema.O cliente busca comunicar ao Psicólogo Gestaltista seus temas e necessidades; ora como figura ora como fundo, trata-se de um caráter dual da percepção num mudar permanente de foco onde procur-se visualizar a realidade e como ela própria se apresenta.O autor amplia este tema dizendo que onde existe figura e fundo existe também o conceito de fronteira e de contorno e exemplifica: o cliente visto como fundo é a "coisa maior" e a "coisa menor" é sua queixa ou figura, embora queixa e cliente formem uma unica realidade organizada, o que produz a percepção da figura (tema) não vem necessáriamente da percepção do fundo (cliente), assim é possível afirmar que existem forças diferentes criando os contornos do fundo e da figura no cliente.Neste contexto o cliente será sempre figura pois é ele que deve surgir como diferenciado na configuração e o Terapeuta fundo.Para finalizar o tema o autor chama atenção para a força misteriosa e impetuosa dos "vazios" e explica:" além da figura percebida pela visão, existe nela um fundo que os outros sentidos não captam de imediato, mas que é captada pela realidade interna reagindo de uma maneira específica" e conclui que a distinção figura e fundo que pode ser aplicada a todos os demais sentidos, oferece novas problemáticas no que concerne além da visão específicamente, problemas estes que se revestem de grande significado para a teoria do comportamento merecendo assim um estudo mais detalhado sobre a extensão deste tema.
3. Aqui e agora
Através de suas prática psicoterapêuticas, Jorge Ponciano explica que grande parte dos problemas emocionais, afetivos e existenciais fazem parte de um quadro onde passado e futuro são partes vividas como se o presente não tivesse nenhuma responsabilidade e cita Perls quanto a sua afirmação de que só o presente existe,o passado não existe mais e o futuro são apenas partes vividas e antecipadas no presente.O ponto de partida está no aqui-agora, o agora do ser indica como se está no mundo de uma maneira geral, sabendo olhar o presente é possível identificar como o indivíduo se posiciona no mundo e perfaz seu projeto existencial.Nós só temos acesso as coisas agora, daqui a alguns instantes, embora estas mesmas coisas tenham algo em si que as mantém identificavél, ela já esta diferente do momento anterior, se apresentando com novos aspectos como se o que houvesse a ser visto no objeto/coisa, se dissimulasse na própria visão.Portanto, o homem é capaz de se fazer, a cada novo instante.
Os Gestaltistas não negam que a experiência passada tenha certa influência na percepçãp e no comportamento. mais diminuim sua importância, neste contexto o autor reafirma o princípio da contemporaneidade, isto é, a experiência presente é explicável a partir de sua relação com o campo fisiológico onde o passado passa a ter valor relativo,sendo que o conceito de campo fisiológico não é apenas o corpo, mas também a realidade (locus) onde o corpo se encontra e age e enfatiza que a experiência passada deve ter modificado a condição presente do organismo.Assim, presente e aqui e agora se equivalem e afirma: " se o que temos é o presente, então temos tudo o que precisamos para compreender e experenciar a realidae como um todo".Porém "viver" o aqui e agora e "estar" no aqui e agora são experiências diferentes onde "estar" e "lidar" com a parte,como por exemplo, com o aqui e agora de uma emoção é o caminho mais curto para atingir o todo e sua realidade total expressa em base ao presente de seu campo fisiológico.Partindo do pressuposto que o passado pouco deverá ter influência nas experiências presentes, o Psicoterapeuta através de sua criatividade, poderá trabalhar junto ao seu cliente ajudando-o a lidar com o aqui e agora, dando suporte para que este, com a força de suas próprias energias naturalmente contidas seu campo atual, possam fuir de forma mais eficiente.Assim, aqui e agora significa para ambos ( cliente e terapeuta) que a situação presente encerra tudo aquilo de que eles precisam para se guiarem na restruturação e fortalecimento no campo perceptivo existencial.
Conceitos Descritivos: 1.Comportamento Molar e Molecular / 2. Meio Comportamental / 
3. Geográfico / 4. Conceito de Campo
1.O Comportamento Molar ocorre sobre a influência de um externo ao indivíduo, é um comportamento consciente e que ocorre no meio ambiente, também designado como ato/coisa finalizada exs:caminhar, falar, gesticular, a frequência de um professor as aulas.
2. O Comportamento Molecular é aquele que ocorre no organismo, ou seja, todos os processos interno físicos ou psíquicos, consciente ou não como por exs.: palpitações cardíacas, dificuldade de respirar, as emoções, as fantasias, a excitação na superfície sensorial transmitido por fibras nervosas que depois se trasferem aos demais centros nervosos e que pode resultar numa contração muscular ou até numa secreção glandular.
Embora os dois comportamentos sejam diferentes, ambos ocorrem no organismo ou através dele,mas em termos práticos o comportamento observado pelo Gestalt-Terapeuta é o Comportamento Molar, mas para todo Comportamento Molar subjaz um Comportamento Molecular e dependendo de sua intensidade ou complexidade o Comportamento Molecular se intensifica e se expressa fisicamente por ex. um indivíduo numa palestra fazendo um exposição aparentando controle de sua comunicação(Comportamento Molar ) mas seu corpo apresenta uma intensa sudoração (Comportamento Molecular ) neste caso é possível afirmar que existe um estímulo interno(organismo) provavelmente inconsciente e que lhe escapa ao controle e que produz um efeito externo não desejado.
A Psicologia frequentemente utiliza como objeto de estudo o comportamento molecular afirmando que o comportamento molar é um fenômeno secundário, está é uma forma de priorizar apenas a parte e não o todo, a Gestat-Terapia afirma que o comportamento molecular é um excelente informante da qualidade ( valor e significado) que um comportamento molar apresenta por ex: uma mesma experiencia assistida por duas pessoas diferentes poderá produzir reações fisiológicas diferentes o que não depende apenas da disposição física do organismo, mas de como cada um viu, sentiu e experenciou o mesmo fato.É que o valor/significado que o indivíduo empresta a uma ação introduz nele um elemento qualidade que altera o organismo e comportamento.
3. Geográfico 
Um meio geográfico definido pode produzir comportamentos molares iguais, mas não comportamentos moleculares iguais, nosso comportamento é regulado pelo meio, sendo o meio comportamental o que mais influência, ou seja, não é o meio geográfico mas o modo como se reage a ele que explica o comportamento humano, por ex: Duas pessoas podem estar em um mesmo e único meio geográfico e sentirem coisas e se comportarem diferentemente diante dos mesmos estímulos.O comportamento tem lugar num meio comportamental que o regula e o meio comportamental depende de dois grupos de condições, um inerente ao meio geográfico e outro ao organismo.É possível afirma que o meio comportamental é um elo entre o meio geográfico e o comportamental.Portanto é a relação entre o organismo e o meio geográfico que cria o meio comportamental.Durante o processo terapeutico o Gestalt-Terapeuta deverá perceber o comportamento e buscar através da investigação do meio geográfico qual o cliente convive, qual é a relação que este meio tem com o organismo,afim de perceber o fenômeno (que é fruto de um todo e não de uma parte ou de suas somas, assim o sistema de informação com o meio geográfico induzirá a um modelo de comportamento que buscará harmonizar meio e comportamento e a razão da mudança não está relacionada a mudança geográfica em si, mas na relação de fantasia que o meio geográfico diferente produz.Assim lidar com o meio geográfico o mais diretamente possível,evitando fantasiar o ser ou a coisa, é o melhor caminho para impedir reduzindo o valor dos " alhures" ou "além", trazendo o cliente a realidade ajudando-o a pensar o que de fato é real e não que ele pensa que é.
 4. Conceito de campo 
De forma natural o conceito de campo físico seria o mesmo que o meio geográfico, mais é importante lembrar que o comportamento deve ser explicado pelo meio comportamental, que além de englobar o campo geográfico, abrange o organismo e a relação existentes entre ambos, este meio comportamental deve estar dotado de forças, visto que não há mudança de comportamento sem forças.No processo psicoterapeutico existe dois Campos: o cliente e o Terapeuta, quando o cliente fala o Psicoterapeuta está em íntima relação com ele, e dois universos de percepção a saber: um homogênio (ego e natureza) mais raro e difícil de acontecer, e outro heterogênio (ego, natureza e tensão)onde praticamente estamos de forma frequente já que as ações pressupõe campos heterogênios, isto é, campos com linha de força e com mudança de potencial.Outra observação importante é que o meio comportamental é repleto de "coisas"onde somos naturalmente arrastados pois somos atraídos pela figura, pelas coisas salientes, as "lacunas" ou "vazios" são representados como fundo.Existe uma relação crucial e natural entre consciência e os processos psicológicos, como por exemplo: se somos mais atraídos por tudo que é saliente a visão, assim também será na psiqué.Cabe ao Gestalt-Terapeuta observar se o tema/figura trazido pelo cliente é o campo da força real, ou se seu campo de força, é o resto, o não apresentado, o vazio/fundo. O Gestalt-Terapeuta deverá saber para onde levar sua atenção, se para o tema ou para o fundo, se para o visível ou para o não visível, se para o cliente ou para sua palavra e ainda se para figura ou para comunicação total.
Assim para compreender o comportamento como um evento no campo psicofísico, deve-se estudar cinco princípios a saber: 1)A organização do campo ambiental, isto é, descobrir quais são as forças que os organizam em seus objetos e eventos separados;quais são as forças que existem entre estes diferentes objetos e eventos; como estas forças produzem o campo ambiental e como o reconhecemos em nosso meio comportamental. 2) Investigar como estas forças influenciam os movimentos do corpo. 3)Estudar o Ego como uma das principais partes do campo. 4) Mostrar que as forças que ligam Ego as demais partes do campo, são da mesma natureza que as que existem entre diferentes partes do campo ambiental, e como produzem comportamento em todas as suas formas. 5)Não esquecer que nosso campo psicofisíco existe dentro de um organismo real, que por sua vez existe num meio geográfico.Desta maneira, questões da verdadeira cognição e do comportamento adequado ou adaptado também entram no programa.
Concluindo, o conceito de campo se resume a totalidade onde o meio geográfico e comportamental se unem em um unico campo, o psicofísico, que é o locus do comportamento, sendo este campo a pessoa vista como um todo na sua relação dentro-fora com o ambiente que a circunda.Assim a pessoa toda é o meio do campo psicológico com o qual o Psicoterapeuta se relaciona diretamente dando sentido direto a sua relação de trabalho.
Teoria de Campo: Kurt Lewin
A teoria Lewiana é uma teoria estrutural onde os conceitos de pessoa,meio e espaço vital 
( onde o comportamento ocorre ou universo do psicológico) são fundamentais.O conceito de campo e suas leis se aplicado a compreensão dos processos dinâmicos grupais se torna uma das fontes para a compreensão do monimento interno de determinado grupo.
Lewin representa o indivíduo como um círculo fechado no seu isolamento mas dentro de um universo mais amplo com o qual o indivíduo se relaciona.Neste contexto Lewin explica duas propriedades: a diferenciação ( separação do resto do mundo por meio de um limite contínuo) e a relação parte-todo ( inclusão da pessoa num universo mais amplo).O comportamento ocorre dentro do espaço vital (meio psicológico e a pessoa) que é equivalente ao meio geográfico somado ao meio comportamental, ele revela a relação estabelecida entre a realidade espacial e a existencial, também é definido como o todo da realidade psicológica contendo a realidade dos fatos possíveis que determina o comportamento do indivíduo.Idéias ou coisas adquirem realidade objetiva no momento em que é trazido para dentro do espaço vital, desta forma idéias sobre as quais não se tem nenhum poder permanecem no campo das antecipações e só se tornará pessoalmente real no momento em que se tem algum poder sobre ela.
Utilizando-se da técnica do "tornar-se presente" , a Gestalt-Terapia baseia-se nas relações trazendo assuntos/fatos do "não psicológico" para o espaço vital, estes fatos (uma emoção, uma fantasia) quando tratados no presente saem do não-psicológico e penetra através da permeabilidade ( isto é, a natureza dos fatos que existem no meio vital para que o indivíduo possa admitir ou não a existência de tais fatos) no meio psicológico trazendo o indivíduo para o agora. 
Outros princípios importantes da prática da Teoria de Campo de Lewin são: 1)proximidade-afastamento ( uma região se comunica mais facilmente com uma que com outra; 2)firmeza-fraqueza (certas regiões são mais fáceis de serem penetradas que outras ; 3) fluidez-rigidez (o meio fluído é aquele que responde prontamente a qualquer influência que incida sobre ele).Estes princípios implicam por exemplo, na precepção do quanto uma emoção tem relação com outra, o quanto elaé firme ou fraca,fluída ou rígida e sobretudo, para captar seu significado dentro do campo, do espaço vital, do meio comportamental, é este dinamismo que define o que o indivíduo deve fazer a cada momento. 
Outros conceitos dinâmicos do campo:1) Energia Psiquica ( trata-se de uma força presente no ser humano e está localizada em algum sistema);2)Tensão (estado alterado de uma determinada região com relação a outra; 3)Necessidade (surge sempre que se sente uma tensão ou energia se diferencia de uma determinada região);4) Valência ( esta diretamente ligado ao problema da necessidade); 5) força (do meio psicológico e está ligada a necessidade, possui três propriedades:direção, energia e ponto de aplicação) e Vetor ( é a direção da força, do lado de fora do indivíduo).Assim quando alguém está no impasse fica impossibilitado de agir criando a impossibilidade de fazer novas opções o que ocorre porque o suporte interno do indivíduo já não é mais suficiente e o externo não se tornou suficiente claro para gerar uma nova energia de mudança.A mudança no indivíduo se dá, quando estes momentos ficam claros: direção , energia e ponto de aplicação e quando existe forças atuando sobre o indivíduo, seu modo de ser/estar será determinado pela relação destas forças ao meio, e a força de um vetor está relacionada com a força da valência, com a distância psicológica entre pessoa e valência e com a potência relativa de outras possíveis valências.Assim o trabalho terapeutico efetivo tem que ter uma direção, energia própria e um ponto real e concreto para a ação.
Autores que contribuíram para o estudo da Gestalt
1.	A teoria de Kurt Goldstein :
Embora a teoria da Gestalt não deva ser considerada como uma teoria organísmica por se limitar a fenômenos de tomada de consciência, Goldstein como estudioso da neurologia concluiu que um sintoma não pode ser considerado ou compreendido apenas a partir de uma lesão orgânica, mas a partir da organização do organismo como o todo afirmou: "- O organismo é uma só unidade, o que ocorre em uma parte afeta o todo."Assim é possível concluir que os princípios duas teorias se relacionam, pois as concepções positivas do homem se caracteira por um impulso de auto-regulação onde sua energia de vida se transforma na expressão clara de sua atualização.
Assim Goldstein afirma que o homem é visto como um todo, composto com membros diferenciados, embora em íntima articulação, e esta harmonia se mantém normalmente sendo modificada apenas por fortes estímulos, como uma tensão alta.Outra teoria de Goldstein é a de figura natural (a figura seria natural quando existe uma relação natural entre a figura e a totalidade do organismo ) e figura não natural (quando se apresenta isolada do organismo total e seu fundo é também é uma parte isolada do organismo).
Goldstein com sua teoria holística nos apresenta dois princípios: no primeiro ele afirma que a pessoa normal é aquela que tem em si própria seu melhor suporte, ou seja, não precisa do suporte de outrem para se sentir feliz, mais se assim for, será melhor e mais fácil, a outra afirmação é de que um organismo são e normal é aquele na qual a tendência à auto-realização atua a partir do interior do indivíduo, sobrepondo-se aos problemas que surgem na luta com o mundo, não como produto de ansiedade, mais pelo prazer da conquista, ou seja o acordo do organismo com o meio e a necessidade de perceber e sentir o interior coloca o indivíduo diante das próprias limitações existentes, isto é, a busca do equilibrio entre o "querer "e o "poder", retraindo-se da fantasia, entrando na realidade, vendo e medindo constantemente a relação organismo-ambiente.Logo a pessoa não deve fazer o que quer, mais sim o que a situação indica, portanto, prestar atenção no organismo significa medir as forças que o ambiente emite. Algumas vezes o indivíduo se encontra em situação onde deve lidar com o ambiente que lhe parece hostil, se adaptando a ele, dessa forma o organismo deve procurar uma equalização provisória.Sentir o organismo é a melhor forma de medir nossa relação como o mundo exterior, assim uma tensão muscular ou uma palpitação pode ser indicativo de que se ultrapassou a capacidade normal de lhe dar com determinado ambiente, portanto prestar atenção ao ambiente lhe permite medir as forças que o mesmo emite, assim sem o adequado equilibrio, com o passar do tempo o organismo pode tornar-se doentil e apresentando doenças de origem psicossomatica.Para Goldstein um sintoma não é simplismente uma manifestação de mudanças em uma função ou estrutura específica do organismo, é também uma forma de ajustamento feito pelo doente ou deficiente.
Outros três conceitos dinâmicos de grande utilidade à psicoterapia: 1) Equalização ou centragem do organismo ( que postula a presença constante de uma energia no organismo que tende a distribuir-se de forma igual, Também considerado um estado de tensão normal onde o organismo retorna, sempre que estimulado de forma interna ou externa, a sair desta tensão normal/energia); 2) Auto-realização ( é uma tendência criativa da natureza humana, é o princípio orgânico pelo qual o organismo se desenvolve plenamente, são as manisfestações do propósito natural da vida na busca de auto-realizar-se:fome,sexo,sede,afeto,etc..).Assim quando um desejo é realizado, uma nova energia renasce no indivíduo, desejos e necessidades são estados deficitários que os seres humanos aspiram satisfazer, são como "buracos" da personalidade que devem ser preenchidos. 3) Pôr-se de acordo com o meio ambiente ( isto é, o acordo do organismo com o meio e ao mesmo tempo a necessidade de perceber e sentir o interior, nos colocando diante das limitações próprias existentes entre o querer e o poder, retraindo-se da fantasia, entrando na realidade, vendo e medindo constantemente a relação organismo-ambiente.
A contribuíção e influência da Psicanálise, a análise do caráter de Reich e as religiôes orientais do Taoísmo e Zen-Budismo no pensamento de Pearls
 2. Freud
A influência da Psicanálise que é vista como "berço da Gestalt", contribuiu tanto no pensamento de Perls quanto na estruturação do sistema gestáltico onde visivelmente percebe-se traços originais mais não visto como antigamente, isto é, Perls afirma que tanto a filosofia quanto as técnicas freudianas se tornaram obsolentas e obscuras fazendo três críticas básicas a Freud: 1) O fato da Psicanálise lhe dar com os fatos como se eles pudessem existir isolados do organismo como um todo; 2) o uso da associação Psicológica de modo linear como base do sistema quadruplodimensional; 3) o abandono do sistema de diferenciação.
E como crítica Pearls nos apresenta três soluções a saber: 1) a recolocação do Psicólogo através de um conceito holístico do organismo; 2) a compreensão da colocação da associação livre através da teoria do campo da Psicologia da Gestalt e 3) a aplicação do pensamento diferencial baseado na noção de " indiferença criativa" de Friendlander que diz que "todo acontecimento diz respeito a um ponto zero a partir do qual acontece a diferenciação entre os opostos".
Uma das diferenças entre a Psicanálise e a Gestalt consiste em consider a pessoa, vista e sentida no presente, e não em causas passadas, assim o "como" se sobresai ao "porque" na busca da compreensão da realidade do cliente.Outra distinção da visão de Pearls a de Freud é a de que a Gestalt tem uma visão humanística existencial e fenomenológica ao passo que a visão freudiana é considerada uma visão mecanicista, biológica e psicodinâmica.
 3. Wilhelme Reich
A influência de Reich a Gestalt está relacionada a teoria de que o corpo é visto como a expressão de uma realidade mais global e mais inteira, percebendo o homem na sua totalidade.Sendo assim o corpo, nas suas diversas manifestações, seria a expressão visível de cada um, logo, observando o corpo como extensão de toda uma realidade interna, seria possível colher as informações básicas necessárias.As obras de Reich está voltada a compreensão do corpo tido como integradoa bioenergia das emoções (organobiofísica), a uma visão muito mais ampla e aberta em relação a sexualidade, bem como a compreensão do corpo como uma totalidade podendo sua história ser escrita e reescrita nos momentos mais importantes da existência.Para Reich a neurose é a soma de todas as inibições cronicamente automáticas de excitação sexual natural, afirmando assim, a influência do corpo em relação a psiqué propondo como solução para este problema o desmanchamento da couraça expressa, segundo ele, na couraça muscular ligada diretamente ao desenvolvimento sexual do indivíduo.Pearls concorda com Reich nos seguintes argumentos: 1)na convicção de que as lembranças devem ser acompanhadas dos afetos ligados as estas lembranças, isto é, pensamentos e afetos estão diretamentes conectados e é importante trabalha-los juntos, e considerando ainda que corpo e mente andam juntos, é possível afirmar que cada rigidez muscular pode conter uma história e o significado de sua origem, assim a própria couraça é a forma como por exemplo uma experiência infantil sobreviveu como agente prejudicial no aqui e agora; 2)o corpo deve estar presente no ato psicoterapêutico, sendo assim é necessário voltar a atenção para toda e qualquer forma de comunicação não-verbal.O corpo é o aqui e agora, e o fenômeno que se revela é a intencionalidade da existência passada.Não existem duas histórias na pessoa humana, sendo assim, passado e presente se conectam em perfeita convivência no aqui e agora de cada ser humano, o mundo total da experiência passada incorpora-se ao presente sob forma de atitudes de caráter, logo, o caráter de uma pessoa é a soma total funcional de todas as experiências passadas; 3) posição comum entre Reich e Perls é o trabalho através da frustação.Para Perls o psicoterapeuta deve ser um misto de simpatia e frustação, dando ao mesmo tempo suporte emocional e frustanção, refazendo suas formas de manipulação bem como seus modelos neuróticos de comportamento, sua percepção de seu autoconceito de modo a sentir-se incomodado nas suas verdades solidificadas; 4) mais importante que o que o cliente comunica é como ele comunica, ou seja o estilo da comunicação é mais importante do que seu conteúdo.É importante levar em consideração não o que ele diz mais o modo como ele diz, e sobretudo se atentar também a seu silêncio pois as palavras enganam, mentem, são equívocadas, mais a maneira de falar nunca.
Jorge Ponciano afirma que a Gestalt-Terapia se coloca ao lado das terapias Humanísticas, isto é, contém e promove a ideia do homem como centro, como valor positivo, como capaz de se autogerir e regular-se numa atmosfera de vivências humanística da realidade, é mais do que uma terpia centrada na pessoa mais acima de tudo uma psicoterapia que tenha a pessoa como centro.
Conclusão
Na Gestalt-Terapia o comportamento humano não é visto apenas como resultado da realidade interna do indivíduo mas analisado em função do campo que existe no momento que ocorre, ou seja a situação comportamental é vista como um todo onde ocorre partes diferenciadas assim a pessoa será sempre vista dentro de um espaço maior que ela mesma.
O ser humano como ser complexo e difícil de ser compreendido é imerso na sua cultulra que é dinamica mas também antiga, e sem perceber vai constantemente se alimentando de valores que muitas vezes não lhe pertencem originalmente e vai se transformando para corresponder a expectativas que também não lhe pertencem mas que garantem sua sobrevivência, e nessa troca complicada de valores encontra-se o cerne e a base de toda uma vivência desajustada.
A Gestalt-Terapia como uma forma de aprendizagem existencial fenomenológica está atenta aos limites que são frequentemente necessários para que a pessoa possa se situar no mundo, não se violentando, e a sua criatividade, ensinando as pessoas a lidarem consigo próprias de modo a encontrar dentro de sua realidade total, a resposta efetiva às suas perguntas.

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