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A música Mulheres de Atenas de Chico Buarque e Boal a partir de um olhar feminista

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São diversas as canções em que a diversidade de gênero é preocupação de Chico Buarque exemplo disso, a música Mulheres de Atenas, do ano de 1976, em plena ditadura militar, enaltece o pedido de rompimento com esse olhar de submissão da mulher ao homem. 
As manifestações feministas de 1960, foram marcadas pela saída da mulher para assumir postos no mercado de trabalho, universidades, pela descoberta da pílula anticoncepcional, a revolução sexual, a música faz uma ligação entre as mulheres atenienses com as mulheres da década de 1970 á 1980, já que a mesma foi escrita no ano de 1976.
A música que foi “condenada” por movimentos feministas da época, escrita em parceria com Augusto Boal para uma peça feminista nos anos de 1970, onde a idéia central era: mirem-se para não seguir o exemplo daquelas mulheres de Atenas, não seja submissa aos seus parceiros e sim companheira, fazendo-se valer enquanto cidadãos de direitos, rompendo-se assim com todas as mazelas sofridas por esse público, assédios, discriminação, abusos, gravidez na adolescência, dificuldades no acesso a políticas publicas de saúde que contemplem o direito de escolha quanto aos métodos de contacepção, reprodutivos, luta por cotas e ações de estado que proponha de forma afirmativa soluções para o enfrentamento da questão. 
Os homens de Atenas, ironicamente enaltecidos por Chico, os heróis bravos, orgulhosos e poderosos, guerreiros e procriadores, que se deliciam com as falenas (prostitutas, sereias...) são na verdade aventureiros infiéis e ausentes, muitas vezes agressivos, violentos e irresponsáveis.
Essa suposta supremacia masculina é resultado de uma distorção de valores. Uma divisão sexista, com leis que até a pouco tempo atrás, prestigiava o homem como senhor da verdade e da honra, um direito que ainda está engatinhando para deixar de ser discriminatório e que foi mantenedor de uma cultura Ateniense.
Essas são pautas presentes no cotidiano de lutas dos movimentos feministas e de outros movimentos sociais  que lutam por igualdade das minorias em geral.
(Citação) Segundo autora Teresa Kleba Lisboa, “...o movimento feminista é um movimento sociocultural, que luta por justiça e equidade nas relações entre homens e mulheres e, sobretudo, luta para garantir os direitos humanos, principalmente o das mulheres em função do alto nível de violência e discriminação que padecem...” (p.68)
O movimento feminista traz em sua trajetória grandes conquistas que muitas vezes passam despercebidas aos nossos olhos. Porém, a caminhada ainda é grande quando se pensa em respeito aos direitos da mulher e igualdade entre os gêneros. A música de Chico Buarque nos chama a atenção de forma bastante lúdica para essa mesma luta diária dos movimentos e das mulheres e homens que anseiam por uma sociedade equânime e igualitária no que tange os direitos dos cidadãos e igualdade de gênero, sendo um grande referencial as mulheres atenienses que apesar de submissas eram fortes, cuidavam dos filhos, da casa, do campo e de tudo que envolvia sua família estando seus maridos em guerra ou não.

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