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AULA 9 OBRIGAÇÃO PAGAMENTO DIRETO

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AULA 9
TEORIA DO PAGAMENTO DIRETO
Prof. Ana Lectícia Erthal
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SOLVENS X ACCIPIENS
Do solvens ou “quem deve pagar” (arts. 304 a 307, CC). Sem dúvida, como regra geral, o solvens será o devedor. Porém, outras pessoas também podem pagar: o terceiro interessado (1) e o terceiro não interessado (2).
Do accepiens ou “a quem se deve pagar” (arts. 308 a 312, CC). Como regra geral, o accepiens será o credor, mas poderá ser também o representante com poderes para receber o pagamento (1) (art. 308), ou aquele que porta o recibo de quitação (2) (art. 311).
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SOLVENS
TERCEIRO INTERESSADO
É aquele que possui interesse patrimonial (art. 304, CC).
O credor opondo-se ao pagamento, qualquer interessado poderá utilizar os meios conducentes à exoneração do devedor (Ex.: ação de consignação em pagamento – art. 334, CC e art. 539, CPC/2015 - Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro (interessado) requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida).
Ocorre a sub-rogação legal do terceiro na posição de credor (art. 346, III, CC).
*
TERECEIRO INTERESSADO
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
*
SOLVENS
TERCEIRO NÃO INTERESSADO
É aquele que possui interesse afetivo (§ único, art. 304, CC).
2. Não há sub-rogação legal (art. 305, CC):
2.1. Se o terceiro fizer o pagamento em seu próprio nome, terá direito ao reembolso daquilo que pagou, desde que não haja oposição do devedor ou seu desconhecimento, e este tenha meios para impedir a ação de cobrança (Ex.: prescrição).
2.2. Se o terceiro fizer o pagamento em nome do devedor, não terá direito a nenhum reembolso, podendo realizar o pagamento mesmo diante da oposição do credor, na presente hipótese. Trata-se de doação.
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TERCEIROS NÃO INTERESSADO E PAGAMENTO DA DÍVIDA
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.
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DIFERENÇA ENTRE
SUB-ROGAÇÃO E REEMBOLSO
Na sub-rogação legal:
1. Há substituição automática do credor, independentemente da existência de prova quanto à existência da dívida.
2. O novo credor terá todos os direitos, ações e garantias inerentes ao antigo credor.
No reembolso:
1. Necessita-se provar a existência da dívida e do consequente pagamento, eventualmente.
2. Não há a transferência de todos os direitos, ações e garantias inerentes ao antigo credor.
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ACCIPIENS
CREDOR.
Representante com poderes para receber, caso contrário, o pagamento só valerá depois de ratificado pelo credor ou havendo prova de reversão ao seu favor.
Portador da quitação (mandato tácito).
Não valerá o pagamento se realizado ao absolutamente incapaz de dar quitação (art. 310, CC).
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CREDOR: “daquele a quem se deve pagar”
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
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CREDOR PUTATIVO
(art. 309, CC)
A boa-fé é elemento constitutivo da fattispecie liberatória e a sua prova cabe ao devedor. Eventualmente, tal boa-fé pode ser presumida, bastando a prova da aparência (Teoria da Aparência) da legitimação para receber.
Presume-se a boa-fé nos contratos consumeristas (art. 47, CDC) e nos contratos de adesão (art. 423, CC).
*
CREDOR PUTATIVO 
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
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JURISPRUDÊNCIA 
STJ
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PEDIDO DE OUTORGA DE ESCRITURA DEFINITIVA DE COMPRA E VENDA. DEFERIMENTO DE OUTORGA DE ESCRITURA DE CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS. JULGAMENTO EXTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. BEM TRANSACIONADO OBJETO DE INVENTÁRIO. PAGAMENTO AO CREDOR PUTATIVO. EFICÁCIA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. 2 - Considera-se eficaz o pagamento realizado àquele que se apresenta com aparência consistente de ser mandatário do credor se as circunstâncias do caso assim indicarem. A atuação da corretora e do recorrente indicaram à recorrida, compradora do bem, que aquela tinha legitimidade para as tratativas e fechamento do negócio de compra e venda.
*
PAGAMENTO A CREDOR INCAPAZ
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
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OBJETO DO PAGAMENTO DIRETO
Art. 313: Permite, em respeito ao princípio da individualização da prestação, que o credor se recuse a receber objeto diverso do que foi pactuado, mesmo que mais valioso.
Art. 314: Dispõe que em se tratando de obrigação divisível nem o credor é obrigado a receber de forma parcelada, nem o devedor é obrigado a pagar de forma parcelada, em respeito ao princípio da identidade física da prestação. Processualmente, o art. 916, CPC/2015, mitigou tal regra possibilitando uma moratória legal. Assim, caso o executado deposite 30% do valor da execução, o juiz poderá permitir o pagamento restante em 6 parcelas corrigidas monetariamente com incidência de juros de 1% ao mês.
Art. 315: Diz que as dívidas devem ser pagas em moeda nacional, pelo seu valor nominal. Existe importante exceção ao princípio do nominalismo disposta no art. 317, que permite ao juiz corrigir o valor da prestação devida, em decorrência de motivos imprevisíveis. 
*
OBJETO DO PAGAMENTO
PRINCÍPIO DO NOMINALISMO
Art. 315: Diz que as dívidas devem ser pagas em moeda nacional, pelo seu valor nominal.
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. 
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TEORIA DA IMPREVISÃO
Art. 317: Dispõe acerca do instituto da revisão contratual por fato superveniente, diante de uma imprevisibilidade somada a uma onerosidade excessiva, em termos obrigacionais. O art. 478, CC, também dispõe acerca da Teoria da Imprevisão.
Para aplicação da Teoria da Imprevisão, o contrato deve ser:
Bilateral e oneroso.
Comutativo.
De execução continuada ou diferida.
O motivo deve ser imprevisível e extraordinário.
Haver desproporção negocial manifesta.
Enunciado 176 da III Jornada de Direito Civil: Em atenção ao princípio da conservação dos negócios jurídicos, o art. 478 do Código Civil de 2002 deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos contratos e não à resolução contratual. 
*
TEORIA DA IMPREVISÃO 
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
*
TEORIA DA IMPREVISÃO – COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS
Des(a). MARIA INÊS DA PENHA GASPAR - Julgamento: 11/04/2018 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
 
APELAÇÃO CÍVEL. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO C/C REVISÃO CONTRATUAL. Versa a hipótese ação de consignação em pagamento c/c revisional, com pedido de tutela antecipada, em que pretende o autor a condenação das rés a lhe entregarem a documentação do veículo financiado, pretendendo, igualmente, a revisão do contrato de financiamento, a fim de que seja reduzido o valor das prestações. Preliminares de não conhecimento do recurso e de ilegitimidade passiva rejeitadas. Observando-se o laudo pericial, constante dos autos, infere-se não ter sido apurada pelo Expert nenhuma irregularidade no cálculo das parcelas cobradas, não se verificando, na espécie, a existência de onerosidade excessiva, apta a ensejar a redução das prestações, ora pretendida. Incabível,na espécie, a revisão contratual, com base na teoria da imprevisão, eis que não logrou o autor, ora apelante, comprovar os fatos constitutivos de seu direito, ônus este que lhe caberia, a teor do disposto no art. 373, inciso I do NCPC, e do qual não se desincumbiu a contento. Improcedência do pedido. Sentença mantida. Desprovimento da apelação.
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PROVA DO PAGAMENTO DIRETO
Art. 319: O devedor tem direito à quitação (através de recibo), podendo reter o pagamento diante da recusa em sua prestação.
Enunciado 18: “A quitação regular, referida no art. 319, CC, engloba a quitação dada por meio eletrônicos ou por quaisquer formas de comunicação à distância, assim entendida aquela que permite ajustar negócios jurídicos e praticar atos jurídicos sem a presença corpórea simultânea das partes ou dos seus representantes”.
Art. 320: Apresenta os requisitos necessários para a quitação, mas permite, em seu parágrafo único, que ela seja válida, em determinadas situações, mesmo sem o atendimento dos referidos requisitos (vedação do enriquecimento sem causa).
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EM RELAÇÃO AO TÍTULO:
Art. 321: Se ele se perder, o devedor poderá exigir do credor uma declaração.
Art. 324: Se ele for entregue presume-se o pagamento, que poderá ser ilidido no prazo de 60 dias pelo credor (§ único). Tal disposição entra em conflito com o art. 386, que determina a remissão da dívida, diante da entrega do título.
Enquanto o art. 324 diz respeito à entrega de título de crédito (cheque, nota promissória), o art. 386 diz respeito à entrega de documento que consubstancie a dívida, mas que não seja título de crédito (instrumento particular de confissão de dívida).
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PRESUNÇÃO DO PAGAMENTO:
Art. 322: Diante da quitação da última parcela, nos negócios pactuados através de quotas periódicas. Nada obsta, convenção em sentido contrário ou disposição no recibo de que o pagamento da referida parcela não quita as anteriores.
Art. 323: Dos juros, quando não é feita a ressalva, diante do pagamento do principal.
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PRESUNÇÃO DO PAGAMENTO
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.
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LUGAR DO PAGAMENTO
Na ausência de convenção, presume-se como local do pagamento o domicílio do devedor (obrigação quesível – art. 327, CC). Podendo haver disposição em sentido contrário (obrigação portável).
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
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MOTIVO GRAVE – ALTERAÇÃO DO LUGAR DO PAGAMENTO
Possibilidade de modificação do local ajustado pelas partes, diante de motivo grave (art. 329, CC).
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
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LUGAR DO PAGAMENTO
Nos negócios em que se envolva entrega de bem imóvel ou de prestações relativas a imóvel, o local do pagamento será o de sua situação (art. 328, CC).
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.
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LUGAR DO PAGAMENTO e SUPRESSIO
O art. 330, CC, materializa a regra da supressio no ordenamento brasileiro, ao permitir a perda de um direito em decorrência da inércia de seu titular.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato
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TEMPO DO PAGAMENTO
Quanto ao tempo do pagamento, a obrigação pode ser:
1. Instantânea.
2. De execução diferida.
3. De trato sucessivo.
A regra é que a obrigação só deverá ser satisfeita em seu vencimento, porém existem algumas exceções:
1. Art. 333, CC: cobrança antecipada
2. Art. 477 e 590: inadimplemento antecipado. 
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COBRANÇA ANTECIPADA
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
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INADIMPLEMENTO ANTECIPADO
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

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