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AULA 7 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS ATIVA E PASSIVAS 2018

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AULA 7
OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA
Prof. Ana Lectícia Erthal
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CONCEITO
Para Caio Mário, “a concorrência de pluralidade subjetiva e unidade objetiva é da essência da solidariedade que numa obrigação em que concorram vários sujeitos ativos ou passivos haja unidade de prestação, isto é, cada um dos credores tem o poder de receber a dívida inteira, e cada um dos devedores tem a obrigação de solvê-la integralmente”.
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CONCEITO
“A OBRIGAÇÃO SERÁ SOLIDÁRIA QUANDO A TOTALIDADE DO SEU OBJETO PUDER SER RECLAMADO POR QUALQUER DOS CREDORES OU QUALQUER DOS DEVEDORES.”
(Silvio Venosa) 
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BASE LEGAL - CONCEITO
Disposições Gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
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ESPÉCIES DE SOLIDARIEDADE
A) SOLIDARIEDADE ATIVA: pluralidade de credores, cada um com direito à dívida toda.
B) SOLIDARIEDADE PASSIVA: pluralidade de devedores,cada um obrigado à dívida por inteiro. 
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EXEMPLO PRÁTICO DE SOLIDARIEDADE ATIVA
A, B e C são credores de D. Nos termos do contrato (título da obrigação), o devedor deverá pagar a quantia de 300 mil reais, aos credores solidários. Assim, qualquer dos credores – A, B ou C – poderá exigir a dívida toda de D, ficando aquele que recebeu o pagamento adstrito a entregar aos outros credores suas quotas-partes. O devedor exonera-se com o pgto a qualquer dos credores.
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EXEMPLO PRÁTICO DE SOLIDARIEDADE PASSIVA
A, B e C são devedores de D. Nos termos do contrato, os devedores encontram-se coobrigados solidariamente a pagar ao credor a quantia de 300 mil reais. Assim, o credor poderá exigir de qualquer um dos três devedores TODA A SOMA DEVIDA, e não apenas um terço de cada um. Nada impede que o credor acione, apenas um ou dois devedores.
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CONSEQUÊNCIA JURÍDICA
O devedor que pagou a dívida terá ação regressiva contra os demais coobrigados, para haver a quota-parte de cada um.
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DIFERENÇA: SOLIDÁRIA X INDIVISIBILIDADE
A origem da obrigação solidária é puramente técnica.
Art. 265, CC: A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Informativo 481, STJ: Diferenciação entre obrigação indivisível e obrigação solidária.
1. Relação objetiva X Relação subjetiva;
3. Conversão da obrigação em perdas e danos faz cessar a indivisibilidade (art. 263), subsistindo a solidariedade.
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PRINCÍPIO DA NÃO PRESUNÇÃO DE SOLIDARIEDADE
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
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EX. SOLIDARIEDADE LEGAL 
Da Responsabilidade por Vício do Produto 
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor (...)”
Art. 7º. Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.
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EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE LEGAL: QUE RESULTA DA PRÓPRIA LEI
Ex. É a que acontece com os pais, tutores, curadores, donos de hotéis, que são solidariamene responsáveis pelos causadores do dano (filhos, tutelados, curatelados, hóspedes) nos termos do art. 932 e 942, parágrafo único, CC.
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RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA X
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
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SOLIDARIEDADE E INDIVISIBILIDADE
A origem da obrigação solidária é puramente técnica.
Art. 265, CC: A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Informativo 481, STJ: Diferenciação entre obrigação indivisível e obrigação solidária.
1. Relação objetiva X Relação subjetiva;
3. Conversão da obrigação em perdas e danos faz cessar a indivisibilidade (art. 263), subsistindo a solidariedade.
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OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA ATIVA
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
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SOLIDARIEDADE ATIVA
Art. 271, CC: Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Mesmo convertendo-se a obrigação em perdas e danos permanece a solidariedade. Nas obrigações indivisíveis a conversão em perdas e danos transforma a obrigação em divisível. Obrigação de dar (pagamento da quantia devida).
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PRINCÍPIO DA VARIABILIDADE DO MODO DE SER DA OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
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ENUNCIADO 347 CJF/STJ 
“Art. 266: a solidariedade admite outras disposições de conteúdo particular além do rol previsto no art. 266 do Código Civil.” 
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OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA ATIVA
BASE LEGAL: Arts. 267 a 274, CC/02
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
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OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA ATIVA 
CONCEITO: É A RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE CREDORES DE UMA SÓ OBRIGAÇÃO E O DEVEDOR COMUM, EM VIRTUDE DA QUAL CADA UM TEM DIREITO DE EXIGIR O CUMPRIMENTO DA PRESTAÇÃO POR INTEIRO. 
PAGANDO O DÉBITO A QUALQUER DOS CREDORES, O DEVEDOR SE EXONERA DA OBRIGAÇÃO. 
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EXEMPLOS PRÁTICOS DE SOLIDARIEDADE ATIVA
EX¹. Lei de locações (art. 2º, Lei n. 8.245/91): havendo dois locadores, qualquer um deles pode cobrar todo o aluguel do inquilino. Ex². Conta conjunta bancária
Ex³. Cofres de aluguel em Banco 
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REGRAS DA SOLIDARIEDADE ATIVA
*Liberdade de escolha com temperamento:
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. (PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO)
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
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MORTE DE UM DOS CREDORES SOLIDÁRIOS – REFRAÇÃO DO CRÉDITO
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
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*EXCEÇÕES À ESSA REGRA DO ART. 270:
A) SE O CREDOR FALECIDO DEIXOU UM SÓ HERDEIRO
B) SE TODOS OS HERDEIROS AGIREM CONJUNTAMENTE
C) SE INDIVISÍVEL A PRESTAÇÃO, CADA UM PODERÁ EXIGIR O TOTAL DO DEVEDOR. 
REFRAÇÃO DO CRÉDITO = significa que cada herdeiro só tem direito de exigir o eu quinhão hereditário. 
Ao herdeiro, isoladamente considerado, os direitos do falecido se transmitem pro parte. 
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CONVERSÃO DA OBRIGAÇÃO EM PERDAS E DANOS
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Logo, continua cada credor com direito a exigir o quantum total. 
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REMISSÃO DA DÍVIDA 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
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REMISSÃO DA DÍVIDA 
A REMISSÃO da dívida levada a efeito pelo credor libera o devedor, extinguindo o vínculo. 
Contudo, o CREDOR REMITENTE se coloca no lugar deste, no tocante às quotas dos outros credores, que não podem perder o que, por lei ou convenção, lhes pertence, sem ato seu. 
Logo, o credor que tiver remitido a dívida responderá aos demais credores pela parte remitida, ou seja, relativa à parte de cada um na coisa devida. 
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OPOSIÇÃO DE 
EXCEÇÕES PESSOAIS 
PELO DEVEDOR
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
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OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA ATIVA
Art. 274, CC: O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. 
(Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015)
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BASE LEGAL: 
ARTS. 275 A 285, CC/02
SOLIDARIEDADE PASSIVA 
FINALIDADE – aumentar a garantia do recebimento do crédito. 
Exs. Art. 154 (coação); 585 (comodatários); CDC; Estado; direito ambiental; art. 942*
EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE PASSIVA
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
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EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE PASSIVA
ESTATUTO DO IDOSO – 
Lei nº 10.741/03
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.
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CONCEITO DE OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA PASSIVA 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
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OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA PASSIVA
Possibilidade de opção de demanda pelo credor (art. 275, CC).
Possibilidade de chamamento ao processo dos demais devedores solidários. 
Art. 130, CPC/2015: É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
Enunciado 348 da IV Jornada de Direito Civil.
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ENUNCIADO 348 DA IV JORNADA DE DIREITO CIVIL.
“O pagamento parcial não implica, por si só, renúncia à solidariedade, a qual deve derivar dos termos expressos da quitação ou, inequivocamente, das circunstâncias do recebimento da prestação pelo credor.”
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O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 275, CC IMPEDE A SUPRESSIO.
Art. 275. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
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MORTE DO CO-DEVEDOR SOLIDÁRIO
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
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MORTE DO DEVEDOR
Na solidariedade ativa os herdeiros do credor podem exigir a totalidade da dívida em conjunto, mas individualmente só poderão receber sua respectiva quota parte (art. 270, CC).
Na solidariedade passiva os herdeiros do devedor devem pagar a totalidade da dívida em conjunto, mas individualmente só deverão pagar de acordo com suas respectivas quotas partes, sempre dentro das forças da herança (art. 276, CC).
Art. 1.997, CC: A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.
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REMISSÃO E 
PAGAMENTO PARCIAL
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
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REMISSÃO 
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
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REMISSÃO 
Trata-se do perdão pessoal dado pelo credor a um dos devedores solidários que não extingue a solidariedade em relação aos demais codevedores, acarretando tão somente a redução da dívida, em proporção ao que foi perdoado.
Os não contemplados com o perdão, só poderão ser cobrados com abatimento do valor perdoado ao outro devedor, e não pela totalidade da dívida originária.
Já o devedor perdoado, a nada mais poderá ser cobrado. 
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REMISSÃO (= PERDÃO)
Na solidariedade ativa opera-se, efeito geral, a extinção da obrigação (art. 272, CC).
Na solidariedade passiva opera-se, efeito geral, a extinção até a concorrência da quantia remitida (art. 277, CC).
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ESTIPULAÇÕES PARTICULARES E IMPOSSIBILIDADE DE AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO DOS DEMAIS DEVEDORES
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
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IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO E CULPA DE UM SÓ DOS DEVEDORES 
Art. 279, CC: Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Caso um imóvel seja locado a dois devedores tenha um débito de 10.000, o locador poderá cobrá-lo de qualquer um. Mas se um dos locatários causou um incêndio no imóvel, gerando prejuízo de 100.000, apenas este responderá, além do valor da dívida. A dívida locatícia, no entanto continua podendo ser cobrada de qualquer um dos dois.
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JUROS DE MORA E EXTENSÃO A TODOS OS DEVEDORES
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
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OPOSIÇÃO DE EXCEÇÕES PESSOAIS PELO DEVEDOR
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
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RENÚNCIA À SOLIDARIEDADE
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
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RENÚNCIA À SOLIDARIEDADE 
ENUNCIADO 349 CJF/STJ
“Com a renúncia à solidariedade quanto a apenas um dos devedores solidários, o credor só poderá cobrar do beneficiado a sua quota na dívida, permanecendo a solidariedade quanto aos demais devedores, abatida do débito a parte correspondente aos beneficiados pela renúncia.”
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RENÚNCIA
A renúncia à solidariedade passiva não deve ser confundida com a remissão da dívida, pois exonerado um ou mais devedores, subsistirá a solidariedade em relação aos demais codevedores (art. 282, CC).
Enunciado 350 da IV Jornada de Direito Civil: “A renúncia à solidariedade diferencia-se da remissão, em que o devedor fica inteiramente liberado do vínculo obrigacional inclusive no que tange ao rateio da quota do eventual codevedor insolvente, nos termos do art. 284, CC”.
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DIREITO DE REGRESSO 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores
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INSOLVÊNCIA E RATEIO ENTRE OS DEVEDORES 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
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INTERESSE DE APENAS UM CO-DEVEDOR 
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
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CONTRATO DE LOCAÇÃO E FIANÇA
Há solidariedade entre locadores e locatários pela Lei 8.245/91.
Existência do benefício de ordem e a possibilidade de sua renúncia.
A sub-rogação do fiador (arts. 831; 346, III; 285, CC).
A responsabilidade do fiador.

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